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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENEGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO FINAL DE CURSO
Fortaleza
Maio de 2011
ii
Fortaleza
Maio de 2011
iii
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AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente, pelo dom da vida que Ele me deu e por todas as
oportunidades e graças que sempre recebo.
Aos meus pais, Eduardo Girão Santiago e Zilsa Maria Pinto Santiago, a quem
tenho profunda admiração, amor e carinho, pelo apoio e o incentivo que sempre tenho
da parte deles.
Ao meu irmão Pedro Rodrigo, sua mulher, Ana Luísa e sua filha, Larissa, pelos
momentos de apoio e companheirismo e aos meus outros dois irmãos, Carlos Eduardo,
que sempre me incentiva a buscar ser melhor e Paulo Emanuel, pela companhia que
alegra sempre minha vida.
À professora Gabriela, pela sua orientação, paciência, conselhos, ensinamentos,
conversas descontraídas e pela disponibilidade de sempre me ajudar.
A todos os companheiros de trabalho no Departamento de Normas Técnicas da
Coelce, em especial à engenheira Keyla Sampaio, pelos conhecimentos transmitidos ao
longo do meu estágio.
Aos demais professores e funcionários do Departamento de Engenharia Elétrica
da UFC.
A todos os amigos, colegas e futuros companheiros de profissão do curso de
graduação em Engenharia Elétrica, que sempre me apoiaram nos momentos mais
difíceis, nas noites, muitas vezes, nem dormidas. Só vocês sabem o quão árduo é esse
caminho.
A todos os meus amigos que fizeram e fazem parte dessa caminhada e que, de
forma especial, contribuíram para meu sucesso e minhas conquistas.
v
This work presents an analysis of the Normative Resolution nº414 from ANEEL,
published on September 9, 2010. This standard replaces the Normative Resolution nº.
456, published on November 29, 2000. These resolutions deal about the regulation of
energy supply and the rights and duties of both, distributors and consumers. It is also
done in this work, an analysis of the changes that had occurred in the renewal process of
the resolutions. Additionally, this monograph deals with measures taken by Coelce, the
company responsible for distributing electricity in Ceará, to suit the changes that have
occurred.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1
viii
3.15 RESPONSABILIDADES DO CONSUMIDOR............................................................................. 37
4.2 NORMA TÉCNICA 004/2011 R-05 – FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA EM ALTA TENSÃO
– 69 KV .............................................................................................................................................. 43
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................................50
GLOSSÁRIO.............................................................................................................................................54
ix
1. INTRODUÇÃO
1
O Capítulo 4 fala do caso da empresa responsável pela distribuição de eletricidade no
Ceará, a Coelce e quais são as medidas que estão sendo tomadas por ela para sua adequação à
nova resolução.
No Capítulo 5 é feita a conclusão do trabalho, sendo comentados quais aspectos foram
vantajosos para a distribuidora e o consumidor e quais aspectos não foram. Ao final do
trabalho, foi colocado um Glossário com definições de certos conceitos para facilitar o
entendimento desta monografia.
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2. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
3
próprio nos setores agrícola e industrial. Contudo, os concessionários ainda eram
regulamentados pelos estados e municípios por meio de contratos que possuíam uma
“cláusula – ouro”, que consentia às empresas estrangeiras a revisão de suas tarifas de acordo
com a variação cambial. Tal cláusula foi vedada pelo Decreto nº 23.501 de 27 de novembro
de 1933, no governo de Getúlio Vargas.
Quando Nilo Peçanha era o presidente da nação, em 1909, foi criada no Rio de Janeiro
o “Comitê Eletrotécnico Brasileiro” que reuniu pela primeira vez profissionais do ramo com o
intuito de normalizar e regulamentar o emprego da eletricidade. A promulgação do Código de
Águas pelo Decreto nº 24.643 de 10 de junho de 1934 é também um marco na história do
setor elétrico sendo grande instrumento regulador do setor. Em 1939 foi criado o Conselho
Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE) através do Decreto nº 1.285 de 18 de maio de
1939. Esse conselho era estritamente subordinado ao presidente Getúlio Vargas e continha
jurisdição em todo o país, sendo responsável pela orientação e controle quanto ao uso dos
recursos hidráulicos e de energia elétrica.
A Lei nº 3.782 de 22 de julho de 1960 tratava da criação do Ministério de Minas e
Energia (MME), subordinando a ele o CNAEE e a Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) durante o governo de Juscelino Kubitschek. A criação da Centrais Elétricas
Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS) por meio da Lei nº 3.890 fez com que várias atribuições do
CNAEE fossem repassadas a ela no ano de 1962. Com sua política de industrialização,
Juscelino organizou um projeto de desenvolvimento do setor elétrico que resultou na criação
de parte das empresas estaduais de distribuição de energia.
Durante o regime militar, no ano de 1965, o então presidente da república Castello
Branco transformou a Divisão de Águas do Departamento Nacional da Produção Mineral em
Departamento Nacional de Águas e Energia (DNAE). No governo de Costa e Silva, em julho
de 1969, com o Decreto nº 63.951 o DNAE passou a ser chamado de Departamento Nacional
de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) e pelo Decreto – Lei nº 689 do mesmo ano o DNAEE
recebe todas as atribuições do extinto CNAEE. Oito anos depois, Ernesto Geisel e seu
Ministro de Minas e Energia aprovam o Regimento Interno do DNAEE pela portaria nº234 de
17 de fevereiro de 1977. Esse documento informa que o DNAEE teria total controle sobre o
planejamento, coordenação e execução dos estudos hidrológicos em todo o Brasil e também
confirmava que o DNAEE era o órgão responsável pela supervisão, fiscalização e controle
dos serviços de eletricidade.
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Após o governo militar, em 1988, com o presidente José Sarney, foi criada a Revisão
Institucional do Setor Elétrico (REVISE), que iníciou as mudanças no setor elétrico na década
de 1990. Com o presidente Collor, a criação do Sistema Nacional de Transmissão de Energia
Elétrica (SINTREL) tinha como objetivo viabilizar a competição na geração, distribuição e
comercialização de energia.
Foi então em 1996, quando o presidente da república Fernando Henrique Cardoso,
pela Lei nº 9.427 de 26 de dezembro que criou a ANEEL, subordinada ao MME, com sua
sede no Distrito Federal. Seu surgimento fez com que o DNAEE fosse totalmente extinto.
Em 1998 foi regulamentado o Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE) e definidas as
regras de organização do Operador Nacional do Sistema (ONS) que tem como função operar
o Sistema Interligado Nacional (SIN) e gerenciar a rede básica de transmissão do Brasil. Em
2000 o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) é instituído com o objetivo de
auxiliar e propor ao presidente do país medidas políticas relacionadas ao setor elétrico
nacional. [3]
A renovação do setor elétrico brasileiro começou no ano de 1993 com a criação da Lei
nº 8.631 que originou os contratos de suprimento entre os geradores e distribuidores e com o
surgimento da Lei nº 9.074, em 1995, que constituiu o conceito de consumidor livre.
O Ministério de Minas e Energia coordenou o Projeto de Reestruturação do Setor
Elétrico Brasileiro (RE-SEB) em 1996. Como resultado desse projeto pôde-se concluir que
era preciso dividir as empresas de energia elétrica em ramos de geração, transmissão e
distribuição, ou seja, que ocorresse uma desverticalização dessas empresas, incentivando a
competição tanto na geração como na comercialização. Também foi possível concluir que as
empresas participantes dos segmentos de geração e distribuição, sendo elas monopólios
naturais, deveriam ser reguladas pelo Estado, com a necessidade de ter um órgão que execute
tal tarefa, no caso, a ANEEL [1].
A crise no setor elétrico no ano de 2001, devido aos baixos índices dos reservatórios de
água das usinas hidrelétricas, falta de planejamento e ausência de investimentos nos setores de
gerção e distribuição de energia elétrica os consumidores foram obrigados a participarem de
um programa de racionamento de energia. Tal acontecimento chamou atenção para que
fossem repensados alguns aspectos do setor elétrico. Foi então que, pela Resolução da Câmara
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de Gestão da Crise de Energia (GCE) nº 18 de 22 de junho de 2001, foi criado o Comitê de
Revitalização do Modelo do Setor Elétrico com o intuito de realizar propostas para corrigir as
disfuncionalidades existentes e sugerir melhorias para o modelo em questão. Tais propostas
eram fundamentadas em oito temas: normalização do funcionamento do setor elétrico,
aperfeiçoamento do mercado de energia, garantia de expansão da oferta, monitoramento da
confiabilidade de suprimento, política energética, questões relativas à transmissão, política
tarifária e defesa da concorrência e aperfeiçoamento institucional do MME e ONS [4].
As bases do modelo atual do Setor Elétrico foram feitas nos anos de 2003 e 2004 com
a Lei nº 10.847 que autorizou a criação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que tem por
finalidade “prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o
planejamento do setor energético, tais como energia elétrica, petróleo e gás natural e seus
derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética”. A Lei nº
10.848 e o Decreto nº 5.163 também foram fundamentais nessa nova estrutura, pois tratam
não somente da comercialização de energia elétrica como também do ambiente em que se
realizará a contratação:
• Ambiente de Contratação Regulada, onde o contrato é bilateral regulado
(Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado), feito
pelos agentes vendedores (comercializadores, geradores, produtores
independentes ou autoprodutores) e pelos agentes compradores (distribuidoras)
por meio dos leilões de energia elétrica;
• Ambiente de Contratação Livre, onde acontece uma livre negociação entre os
agentes (geradores, comercializadores, consumidores livres, importadores e
exportadores de energia elétrica), mas continuam sendo acordos de contratos
bilaterais.
Outra instituição criada nesse período foi o Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico (CMSE), que tem como principal função assegurar o suprimento permanente de
energia elétrica acompanhando o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão,
distribuição, comercialização, importação e exportação de energia avaliando as condições de
abastecimento e atendimento dessas atividades, realizando análises integradas de segurança de
abastecimento e atendimento ao mercado de energia periodicamente, dentre outros. A Câmara
de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), criada nesses mesmos anos, substituiu o
MAE com o intuito de gerenciar a contratação de compra e venda de energia elétrica dos
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concessionários de distribuição do serviço público e realizar os leilões de energia, além de
efetuar todas as outras atribuições que cabiam ao MAE.
A Figura 2.1 mostra uma representação da atual estrutura do setor elétrico brasileiro.
A presidência da república, representada pelo CNPE é responsável pelo MME, que age em
cooperação com o CMSE e a EPE. Ao MME cabe tomar as decisões e coordenar a ANEEL,
instituição que trabalha em conjunto com a CCEE, o ONS, as agências reguladoras estaduais
e os conselhos de consumidores.
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3. RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 414/2010
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aspectos técnicos relacionados aos níveis de tensão e à freqüência, além dos aspectos
legislativos e comerciais ligados às formas de contratos e aos direitos e deveres dos
consumidores. Sendo a ANEEL a instituição responsável por realizar essa tarefa, em 29 de
novembro de 2000 foi instituída a Resolução Normativa nº 456, que trata das condições gerais
sobre o fornecimento de energia elétrica e, em 2010, essa resolução foi atualizada e revogada,
prevalecendo a Resolução Normativa nº 414 de 9 de setembro do mesmo ano.
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3.3 CLASSIFICAÇÃO DAS UNIDADES CONSUMIDORAS
10
3.3.1 Subgrupo Residencial (B1)
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ultrapassar 50 kWh. Caso esse limite seja excedido, este consumidor receberá o desconto de
acordo com a Tabela 3.1.
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desde que a potência não ultrapasse 112,5 kVA. Essa subclasse era chamada de
Industrial Rural na resolução nº 456/2000.
• Serviço Público de Irrigação Rural: unidade consumidora localizada na área
rural e que desenvolva trabalhos de bombeamento de água para irrigação
destinada à atividade agropecuária “e explorada por entidade pertencente ou
vinculada à Administração Direta, Indireta ou Fundações de Direito Público da
União, dos Estados, DF ou dos Municípios” [7].
• Escola Agrotécnica: localizada em área rural, unidade consumidora que realiza
atividade de pesquisa e ensino direcionada à agropecuária sem fins lucrativos “e
explorada por entidade pertencente ou vinculada à Administração Direta ou
Indireta ou Fundações de Direito Público da União, dos Estados, DF ou dos
Municípios” [7].
• Aquicultura: unidade consumidora, localizada em área urbana ou rural, voltada
ao cultivo de organismos em meio aquático cuja carga instalada seja
predominantemente destinada à atividade aquicultura e seu titular tenha registro
de produtor rural reconhecido por órgão publico ou outro documento que
comprove o mesmo. Essa é mais uma subclasse que não havia na resolução nº
456/2010 e foi inserida em sua revisão.
Outra mudança ocorrida em relação ao subgrupo Rural foi a extinção da subclasse
Coletividade Rural.
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elétrica), serviço de comunicação e telecomunicação, associações e entidades filantrópicas,
templos religiosos, administração condominial (instalações de uso comum), iluminação em
rodovias (solicitada por quem detenha concessão ou autorização para administração em
rodovias) e semáforos, radares e câmeras de monitoramento de trânsito (solicitada por quem
detenha concessão ou autorização para controle de trânsito).
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concessão ou autorização, onde o fornecimento tem como finalidade a iluminação de ruas,
praças, avenidas, túneis, passagens subterrâneas, jardins, vias, estradas, passarelas, abrigos de
usuários de transportes coletivos, logradouros de uso comum e livre acesso, monumentos,
fachadas, fontes luminosas e obras de arte de valor histórico, cultural ou ambiental,
localizados em área pública. Não são considerados serviços de iluminação de propaganda ou
publicidade ou para realização de atividades com interesses econômicos.
A resolução nº 414/2010 especifica de forma mais clara o que são e quais são os
serviços essenciais, comparada à resolução anterior. O Art. 11 define como serviço ou
atividade essencial aquele “cuja interrupção coloque em perigo iminente a sobrevivência, a
saúde ou a segurança da população” [7]. São eles:
- tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e
combustível;
-assistência médica e hospitalar;
-unidades hospitalares, institutos médico-legais, centro de hemodiálises e de
armazenamento de sangue, centros de produção, armazenamento e distribuição de vacinas,
soros e antídotos;
- funerários;
- unidade operacional de transporte coletivo;
- captação e tratamento de esgoto e de lixo;
- unidade operacional de serviço público de telecomunicações;
- armazenamento, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais
nucleares;
- processamento de dados ligados a serviços essenciais;
- centro de controle público de tráfego aéreo, marítimo e urbano;
- instalações que atendam a sistema rodoferroviário e metroviário;
- unidade operacional de segurança pública (policia militar, polícia civil e corpo de
bombeiros);
- câmaras de compensação bancária e unidades do Banco Central e do Brasil;
- instalações de aduana.
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3.5 TENSÃO DE FORNECIMENTO
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3.7 EDIFICAÇÕES COM MÚLTIPLAS UNIDADES CONSUMIDORAS
Nas edificações com múltiplas unidades consumidoras em que o uso de energia elétrica
seja de forma independente, cada divisão caracterizada como uso individualizado é
considerada uma unidade consumidora. Instalações para o atendimento de área de uso comum
caracterizam uma unidade consumidora de responsabilidade do condomínio, da administração
ou do proprietário.
Para edificações cuja atividade exercida seja o comércio ou a prestação de serviços e
onde pessoas físicas ou jurídicas façam uso da energia elétrica em apenas um ponto de
entrega, pode-se considerar uma única unidade consumidora, desde que a propriedade de
todos os compartimentos da edificação seja de apenas uma pessoa física ou jurídica e que a
mesma seja responsável de forma administrativa, se responsabilizando pela prestação de
serviços comum a seus integrantes. O valor da fatura relativa ao fornecimento ou conexão e
uso do sistema elétrico devem ser divididos entre todos integrantes.
Caso não seja possível realizar medições individuais e independentes para cada unidade
consumidora por motivo de inviabilidade técnica, a distribuidora deve instalar medição
totalizadora para entre o ponto de entrega e a entrada do barramento geral, com aprovação dos
consumidores envolvidos. Outra obrigação, neste caso, é que o empreendimento deve ter
instalações elétricas internas de forma que permita a instalação de medidores para
faturamento de novas unidades consumidoras e para a determinação da demanda dos
consumidores do grupo B, quando for preciso faturar unidade consumidora do grupo A por
medição totalizadora. Todos os custos relacionados às ações que devem ser tomadas neste
caso são de responsabilidade dos consumidores responsáveis.
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Caso o fornecimento às instalações seja realizado por meio de circuito exclusivo, a
distribuidora deve instalar os respectivos equipamentos de medição, caso haja conveniência
técnica ou solicitação do Poder Público.
As reclamações a respeito da iluminação pública por parte do Poder Público devem ser
observadas pela agência estadual conveniada ou pela ANEEL somente sobre o que concerne o
que foi acordado no contrato de fornecimento entre as partes.
No Art. 24 há uma mudança, em relação à resolução nº 456/2000, no que se diz respeito
ao faturamento. A tarifa aplicável é a tarifa B4a e deve ser considerado, pela nova resolução,
o período de 11 horas e 52 minutos de consumo diário, exceto quando se tratar de logradouros
que necessitem iluminação de 24 horas por dia. Na antiga resolução, esse período era de 360
horas para o faturamento mensal. Esse período diário de consumo pode ser discutido após
estudo realizado pelo consumidor e a distribuidora junto ao Observatório Nacional e
devidamente aprovado pela ANEEL. Com relação aos equipamentos auxiliares, seu
faturamento é baseado nas normas técnicas da ABNT, nos dados dos fabricantes ou ensaios
em laboratórios credenciados por órgão oficial.
Se houver uso de equipamentos automáticos que controlem a carga dessas instalações,
reduzindo seu consumo, a distribuidora deve realizar uma revisão da estimativa de consumo e
considerar a redução ocasionada por tais equipamentos. Para instalar esse tipo de
equipamento, deve ser apresentado à distribuidora o projeto específico da instalação.
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oficiais competentes. Cabe também à distribuidora avisar ao interessado sobre a instalação,
em locais apropriados e de livre e fácil acesso, de caixas, quadros, painéis ou cubículos com
objetivo de alojar medidores, transformadores de medição e outros equipamentos da
distribuidora destinados à proteção e à medição, tanto de consumo de energia elétrica como de
demanda de potência, quando houver, caso seja exigido pela distribuidora.
É tarefa da distribuidora, também, avisar ao interessado que dê informações quanto ao
tipo de atividade exercida na unidade consumidora assim como a finalidade do uso de energia
elétrica. Quando for pessoa jurídica, apresentar documentos relativos à sua constituição. No
caso de indígenas, apresentar o Registro Administrativo de Nascimento Indígena (RANI). A
distribuidora deve também informar por escrito ao consumidor se a medição será ou não
externa.
Quando clientes enquadrados nos termos do § 5º do Art. 26 da Lei nº 9.427 de 26 de
dezembro de 1996, consumidores livre, consumidores especiais e consumidores
potencialmente livres realizarem solicitação de fornecimento, este deve ser feito por meio do
Contrato de Compra de Energia Regulada (CCER), discutido mais à frente. A mudança na
definição de consumidor especial e o surgimento do conceito de consumidor potencialmente
livre e do CCER são algumas mudanças que ocorreram nesta norma em relação à antiga,
sobre a solicitação de fornecimento.
Nos casos em que não houver rede de distribuição para pronto atendimento da unidade
consumidora, ou ainda a rede necessitar de reforma ou ampliação ou o fornecimento depender
de ramal subterrâneo, a distribuidora terá um prazo de 30 dias (e não mais 45 dias, como na
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antiga resolução) contados a partir da solicitação de fornecimento, aumento de carga ou
alteração da tensão de fornecimento para realizar os estudos, os orçamentos e os projetos e
informar por escrito ao consumidor.
Neste documento formal, deve haver uma série de informações relacionadas às
condições de fornecimento, aos aspectos técnicos e aos prazos e deve, obrigatoriamente,
informar a relação de obras e serviços a serem executados na rede de distribuição, os prazos
(de início e de conclusão) das obras e “as características do sistema de distribuição acessado
e do ponto de entrega, incluindo requisitos técnicos, como tensão nominal” [7]. Se for
preciso a realização de estudos, obras ou ampliação da Rede Básica, os prazos devem ser
observados de acordo com os Procedimentos de Distribuição (PRODIST) ou Procedimentos
de Rede.
Segundo o Art. 33, após o recebimento do documento por escrito da distribuidora, o
consumidor terá, no máximo, 30 dias para responder se aceitará os prazos e condições
propostas pela distribuidora, se irá requerer adiantamento no atendimento mediante aporte de
recursos ou se efetuará a obra por conta própria, aceitando o orçamento e o cronograma
apresentado pela distribuidora.
Caso o interessado não se pronuncie no prazo determinado quando se trata de obras sem
ônus para o mesmo, será considerado como concordância com prazos e condições informadas.
Obras que tenham custos para o interessado, após o término do prazo sem manifestação do
mesmo, o orçamento apresentado perde validade. Depois de acordadas, por parte do
consumidor, as condições informadas pela distribuidora, esta última terá um prazo máximo de
45 dias para iniciar as obras, salvos os casos em que os prazos são definidos pelos
Procedimentos de Distribuição ou Procedimentos de Rede. Esse artigo não existia na
resolução nº 456/2000 e foi inserido na resolução nº 414/2010, com o intuito de esclarecer
melhor esse aspecto tanto para a distribuidora como para o consumidor.
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normas técnicas, padrões e quaisquer outras informações pertinentes, dentro de um prazo
máximo de 15 dias após o acordo de execução da obra pelo interessado.
A distribuidora deve informar, dentro de um prazo de 30 dias, o resultado da análise do
projeto e em caso de reprovação, o consumidor pode apresentar novo projeto e solicitar nova
análise, sendo o prazo de reanálise de 10 dias, caso a distribuidora não informar os motivos de
reprovação na primeira análise. Tais deveres, além de serviços como vistoria e
comissionamento a fim de incorporar aos bens e instalações da distribuidora, devem ser feitos
sem ônus para o interessado. Essa seção foi inserida na resolução nº 414/2010 baseada na
resolução nº 250/2007, que será revogada após um ano de publicação da nova resolução.
Unidades consumidoras situadas em propriedades ainda não atendidas, que possui carga
instalada menor ou igual a 50 kW e se classifique no grupo B, deve ser atendida gratuitamente
quando para o fornecimento for necessário realizar extensão de rede de tensão inferior a 2,3
kV, mesmo que haja instalação ou substituição de transformador e que haja também reforço
na rede de tensão igual ou inferior a 138 kV ou para mesma faixa de valor de tensão de
fornecimento, mesmo que necessite a extensão da rede em tensão igual ou inferior a 138 kV,
atentando ao “plano de universalização de energia elétrica da distribuidora” [7].
Outra novidade da resolução nº 414/2010 é que, quando for solicitado aumento de carga
em unidade consumidora do grupo B cuja carga instalada não ultrapasse 50 kW e não seja
preciso aumentar o número de fases da rede de tensão maior ou igual a 2,3 kV, esse serviço
deve ser executado gratuitamente pela distribuidora. Tais aspectos eram especificados na
Resolução Normativa nº 223/2003, revogada desde 30 de novembro de 2010, o que mostra
que além de revisar e atualizar a resolução nº 456/2000, a nova resolução aglutina certos
aspectos de outras resoluções.
Nos casos em que não se enquadram as condições descritas na seção anterior deste
trabalho, deve-se calcular o encargo de responsabilidade da distribuidora e também a eventual
participação financeira do consumidor quando for necessário.
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Quando a distribuidora executa as obras, ela deve realizar um contrato específico com o
interessado. Tal contrato deve conter as etapas e prazos de implementação das obras, as
condições de pagamento da participação financeira do consumidor e outras condições
relacionadas ao fornecimento. A participação financeira do consumidor citada poderá ser
parcelada de acordo com as etapas de execução da obra. Sua definição é dada pela diferença
positiva entre o custo proporcionalizado da obra e o encargo de responsabilidade da
distribuidora (ERD) que é dado, conforme [7], pela Equação (3.1):
(3.1)
onde:
• MUSDERD é o montante de uso do sistema de distribuição a ser atendido ou acrescido
para o cálculo do ERD, dado em quilowatt (kW);
• “K” é o fator de cálculo do ERD, especificado em [7], dado por:
(3.2)
• TUSD Fio B é a parcela da tarifa de demanda fora de ponta, que remunera o custo de
operação e manutenção, a remuneração do investimento e a depreciação dos ativos,
em Reais por quilowatt (R$/kW);
• “α” é a relação entre os custos de operação e manutenção, vinculados diretamente à
prestação do serviço de distribuição de energia elétrica, como pessoal, material,
serviços de terceiros e outras despesas, e os custos gerenciáveis totais da distribuidora
(Parcela B), definidos na última revisão tarifária;
• FRC designa o Fator de Recuperação do Capital que traz o valor presente à receita
uniforme prevista. É dado, de acordo com [7], por:
(3.3)
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(3.4)
(3.5)
Tensão de Demanda
Tarifa
Fornecimento Contratada
< 69 kV < 300 kW Convencional, Azul ou Verde
< 69 kV ≥ 300 kW Azul ou Verde
≥ 69 kV Qualquer Azul
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3.11 TIPOS DE CONTRATOS
O anexo IV da resolução traz o contrato de adesão para clientes do grupo B, e ele deve
ser entregue ao consumidor até a data de envio da primeira fatura após a solicitação de
fornecimento. Nos casos em que a ligação for provisória com prazo inferior a 30 dias, o
contrato de adesão deve ser entregue pela distribuidora no momento da solicitação de
fornecimento.
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consumidora ou conjunto de unidades consumidoras reunidas por comunhão de interesses de
fato ou de direito e 30 kW para demais consumidores.
Deve ser devolvida uma via do CCD e do CUSD ao consumidor, com as devidas
assinaturas, em até 30 dias de seu recebimento. Todos os aspectos que tratam sobre o CCD e o
CUSD são novos, não eram tratados na antiga resolução e nem em outra resolução.
O CCER deve ser feito por consumidores potencialmente livres, por aqueles que são
titulares de unidades consumidoras que se enquadram nos termos do § 5º do art. 26 da Lei nº
9.427, de 26 de dezembro de 1996, assim como por consumidores especiais e livres cujo
atendimento se dê em parte sob condições reguladas.
Esse contrato traz, além das cláusulas essenciais, outras que informem aspectos como o
montante de energia elétrica contratada, data de início e prazo de vigência, horário de ponta e
de fora de ponta, critérios de faturamento e condições de prorrogações e de fim do contrato.
Quanto ao montante de energia elétrica contratada, para consumidores que se
enquadram nos termos do § 5º do art. 26 da Lei nº 9.427 o montante relativo ao CCER deve
ser o total medido e, para consumidores livres e especiais em condições reguladas, o CCER
deverá conter valores médios mensais de energia elétrica contratada (em MWmédios).
Com relação à vigência do CCER, os prazos e a prorrogação acontecem de maneira
semelhante ao CCD e CUSD, porém, havendo acordo comum entre as partes, poderão existir
prazos de vigência iniciais e prorrogações diferentes, contanto que sejam inferiores à 12
meses. Consumidores inadimplentes desligados também implicam em rescisão imediata do
CCER.
Caso seja solicitado encerramento do CCER antecipadamente acarretará na cobrança do
faturamento dos meses remanescentes ao encerramento, sendo limitado à cobrança de 12
meses. Essa cobrança seguirá os seguintes critérios: valor correspondente aos montantes
médios contratados (quando possível) ou valor correspondente à média da energia elétrica
consumida 12 meses antes do encerramento.
Também deve ser devolvida uma via do CCER ao consumidor, com as devidas
assinaturas, em ate 30 dias de seu recebimento. Como o CCER é uma forma de contratação
nova, que não havia em nenhuma outra resolução normativa, todos os aspectos são novos na
resolução nº 414/2010.
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3.11.4 Contrato de fornecimento
Esse tipo de contrato é celebrado com consumidores do grupo A que não tenham
celebrado o CUSD. Além de cláusulas fundamentais, ele deve possuir outras, como
identificação do ponto de entrega, capacidade de demanda no ponto de entrada, propriedade
das instalações, tensão contratada, demanda contratada única para vigência do contrato e, se
possível, por posto horário, data de início e prazo de vigência, horário de ponta e de fora de
ponta, modalidade tarifaria e critérios de faturamento.
Dos aspectos da vigência do contrato, devem ser observadas algumas características
como o prazo de 12 meses, a prorrogação automática de 12 meses sempre que o consumidor
não se manifestar contra, dentro de um prazo mínimo de 180 dias antes da data de término. O
prazo de vigência e a prorrogação do contrato podem ser especificados em períodos diferentes
dos apresentados, caso haja acordo entre as partes.
É obrigatória a contratação mínima de 30 kW para a demanda, salvo consumidores que
optarem por faturamento do grupo B. Consumidores do subgrupo Rural e aqueles com
sazonalidade reconhecida não usam contratação única de demanda. Nesses casos, deve ser
contratada uma demanda segundo um cronograma mensal.
Caso ocorra o encerramento do contrato antes da data prevista, a cobrança será dos
valores que correspondem ao faturamento das demandas contratadas de no máximo 6 meses
depois do encerramento do contrato e dos valores que correspondem ao faturamento de 30
kW dos meses remanescentes. Essas informações sobre encerramento contratual foram
inseridas na resolução nº 414/2010 e não existiam na antiga resolução.
Também deve ser devolvida uma via do contrato de fornecimento ao cliente, com as
devidas assinaturas, em até 30 dias de seu recebimento.
Tal contrato deve ser feito com os poderes públicos municipais ou distritais e conter
todos os aspectos e cláusulas do contrato de fornecimento, quando cabível, e aquelas
essenciais aos contratos desse tipo, como forma e condições para prestação dos serviços de
operação e manutenção, procedimentos para revisão do consumo de energia elétrica ativa,
27
relacionado à utilização de equipamentos de controle automático de carga, tarifas e tributos
aplicáveis e as condições e os procedimentos para o uso de postes e da rede de distribuição.
Quando for necessário, a distribuidora deve informar ao Poder Público Municipal ou
Distrital, sobre a celebração de um Acordo Operativo, para que sejam especificadas as
condições de intervenção no sistema de distribuição pelos responsáveis por serviços de
operação e manutenção das instalações de iluminação pública. Tal especificação foi
incorporada na resolução nº 414/2010.
Qualquer reclamação por parte do Poder Público em relação à iluminação pública deve
ser feita nas agencias estaduais conveniadas ou na ANEEL, somente no que diz respeito às
cláusulas do contrato.
28
Quanto à substituição de medidor, essa deve ser informada ao consumidor, por
correspondência específica, informando o motivo da substituição e a leitura do medidor
substituído e do medidor instalado.
A distribuidora não pode alegar como justificativa para negação ou retardo de ligação
ou início de fornecimento, a falta de equipamentos para medição.
No caso das habitações multifamiliares regulares ou irregulares de baixa renda, cada
família deve ter um medidor instalado. Se isso for tecnicamente inviável, a distribuidora deve
utilizar medição única para a unidade consumidora multifamiliar.
O consumidor deve assegurar livre acesso dos inspetores credenciados aos locais onde
estejam instalados os medidores para ser efetuada a sua verificação periódica segundo
critérios informados nas leis de metrologia.
A resolução n° 258/2003 trata sobre as medições externas. Ela será revogada após um
ano da publicação da resolução nº 414/2010, que insere e altera alguns aspectos sobre este
assunto.
O Art. 81 esclarece que é de total responsabilidade da distribuidora a manutenção dos
equipamentos destinados à medição externa. Quando a medição for realizada externamente, a
distribuidora deve disponibilizar equipamento que permita ao consumidor verificação da
leitura da medição através de mostrador.
Fica a cargo da distribuidora optar pela utilização de Sistema de Medição Centralizada
(SMC) externo ou sistema encapsulado, sendo obrigatório a disponibilização de Terminal de
Consulta do Consumidor Individual (TCCI) para a leitura da medição pelo consumidor.
Quando o TCCI apresentar falha, a distribuidora terá 15 dias a partir da data de reclamação do
cliente ou da constatação do problema, para providenciar a substituição do equipamento.
Qualquer obra ou serviço necessário para a instalação ou mudança dos equipamentos de
medição externa deve ser executada sem ônus para o consumidor. Quando ocorrer mudança
para medição externa, a distribuidora terá um prazo de 30 dias antes da data de adequação
para informar ao consumidor.
Patrimônios históricos, culturais e artísticos classificados como objetos de tombamento
pelo Poder Público, seja ele Federal, Estadual ou Municipal, não podem ter instalado medição
externa, salvo nos casos em que existe autorização dos respectivos órgãos.
29
3.13 FATURAMENTO E PAGAMENTO
(3.6)
onde:
• FEA(p) é o faturamento da energia elétrica ativa, por posto horário “p”, em Reais
(R$);
• MWMÉDIO CONTRATADO indica o limite estabelecido para a energia elétrica ativa
contratada, estabelecida em MWmédio para cada ciclo de faturamento;
• HORACICLO define a quantidade total de horas do ciclo de faturamento.
Para os mesmos tipos de consumidores, quando o montante de energia elétrica ativa
medida no ciclo de faturamento, em megawatt-hora, for menor ou igual ao produto do número
de horas do ciclo pelo limite estabelecido para a energia elétrica ativa contratada, fixado em
MWmédio para cada ciclo de faturamento, o faturamento da energia elétrica ativa será dado,
conforme [7], por:
(3.7)
onde EEAM(p) equivale ao montante de energia elétrica ativa por posto horário “p”, em Reais
(R$). A Equação (3.7) também é aplicada aos demais consumidores que celebrem o CCER.
Unidades consumidoras do grupo B têm suas faturas realizadas com base no consumo
de energia elétrica ativa.
30
3.13.3 Ultrapassagem
Foi alterado o cálculo para cobrança de consumo de demanda que ultrapasse o total
contratado na resolução nº 414/2010 em relação à antiga. De acordo com a resolução nº
456/2000, unidade consumidora com tarifa convencional pagaria uma tarifa de ultrapassagem
equivalente a 3 vezes o valor da tarifa normal de fornecimento. Além disso, os limites de
ultrapassagem, sem que fossem cobradas tarifas diferenciadas, eram de 5% da demanda
contratada para unidade consumidora atendida em tensão igual ou superior a 69 kV e de 10%
da demanda contratada para unidades consumidoras com fornecimento em tensão inferior a
69 kV.
A nova resolução limita em 5% a tolerância para o montante de demanda de potência
ativa ou MUSD. A cobrança será realizada seguindo a Equação (3.8) retirado de [7]:
(3.8)
onde:
• DULTRAPASSAGEM (p) é o valor correspondente à demanda de potência ativa ou MUSD
excedente, por posto horário “p”, em Reais (R$);
• PAM (p) é a demanda de potência ativa ou MUSD medidos em cada posto de horário
“p” no período de faturamento, em quilowatt (kW);
• PAC (p) é a demanda de potência ativa ou MUSD contratados, por posto horário “p”
no período de faturamento, em quilowatt (kW);
• VRDULT (p) é o valor de referência equivalente às tarifas de demanda de potência
aplicáveis aos subgrupos do grupo A ou as TUSD-Consumidor-Livres;
• e “p” indica o posto horário: de ponta ou de fora de ponta.
Não se aplica esse cálculo às unidades consumidoras da subclasse tração elétrica sob
responsabilidade de um só consumidor e que operem interligadas eletricamente.
Os artigos 107, 108 e 109 da resolução nº 414/2010 tratam das condições de concessão
de descontos aos consumidores que executem atividades relacionadas à irrigação e à
aquicultura. Tais aspectos eram dispostos na resolução nº 207/2006 (que será revogada após
31
um ano da publicação da nova resolução) e foram incorporados, com suas devidas alterações,
à nova resolução.
Para melhor esclarecimento, as cargas definidas como aquicultura são cargas específicas
utilizadas no bombeamento dos tanques de criação, berçário, na aeração e iluminação nesses
locais e cargas definidas. As cargas definidas como irrigação são cargas destinadas ao
bombeamento e aspersão de água.
Para obter o desconto, a unidade consumidora deve, além de realizar as atividades já
mencionadas, ser atendida pelo SIN, solicitar por escrito o desconto e não possuir débitos
vencidos junto à distribuidora.
O desconto deve ser aplicado em um período diário e continuo de 8 horas e 30 minutos,
das 21 horas e 30 minutos às 6 horas do dia seguinte, sendo possível um acordo entre
distribuidora e consumidor para escolha de outro horário de início.
O desconto deve ser concedido independentemente do subgrupo tarifário da unidade
consumidora e suspenso quando do inadimplemento ou da constatação de procedimento
irregular que tenha provocado faturamento incorreto da unidade consumidora beneficiada
com o desconto.
Os percentuais dos descontos devem ser aplicados de acordo com a Tabela 3.3.
Tabela 3.3 - Percentuais do desconto à irrigantes e à aquicultor. Fonte: Resolução Normativa Nº 414, de 9 de
setembro de 2010 - ANEEL.
Grupo Grupo
Regiões do País
A B
Nordeste, Estado do Espírito Santo e os Municípios do
Estado de Minas Gerais de que tratam as Leis no 1.348,
de 10 de fevereiro de 1951, no 6.218, de 7 de julho de
1975, e no 9.690, de 15 de julho de 1998, da mesma
90% 73%
forma outros Municípios do Estado de Minas Gerais
incluídos na área de atuação da Agência de
Desenvolvimento do Nordeste – ADENE, conforme o
art. 2o do Anexo I do Decreto no 6.219, de 2007.
Norte e Centro-Oeste e demais Municípios do Estado de
80% 67%
Minas Gerais
Demais Regiões 70% 60%
32
3.13.5 Faturamento incorreto
Mudanças ocorreram sobre este assunto comparando a resolução revogada com a nova.
Na resolução nº 456/2000, quando, por motivos de sua responsabilidade, a distribuidora
faturar valores menores que o que deveria ou não apresentar fatura, ela não deveria realizar
cobrança complementar. Já na nova resolução, ela deve providenciar a cobrança da quantia
não recebida de no máximo dos últimos 3 ciclos de faturamento, parcelando o débito pelo
dobro do período constatado, inserindo as parcelas nas faturas seguintes.
Já no caso de faturamento maior, a resolução nº 414/2010 diz que cabe à distribuidora
realizar a devolução ao consumidor na fatura seguinte ao que aconteceu o faturamento
incorreto em prazo máximo de 36 meses. Na resolução revogada, esse prazo era de 5 meses.
O valor dessa devolução deve ser o dobro do valor pago a mais, exceto nos casos em que for
engano justificável. Caso o valor a devolver seja superior ao valor da fatura subseqüente, o
crédito que sobrar deverá ser debitado nos ciclos de faturamento seguintes. Caso o
consumidor solicite de forma específica, o valor a ser devolvido deve ser feito em moeda
corrente.
Quando o erro de faturamento ocorrer por conta de classificação indevida, por motivo
atribuído ao consumidor, deve ser cobrado do consumidor as quantias não recebidas e a
distribuidora deve devolver as quantias que foram pagas a mais nas faturas seguintes à que foi
constatada o erro. Nos dois casos, o limite do prazo de devolução ou cobrança é de 36 meses.
Quanto a esse tipo de erro de faturamento, a resolução nº 456/2000 só tratava dos casos de
faturamento a menor, dizendo que o consumidor era o responsável por pagar a diferença sem
direito a receber nada, caso houvesse faturamento para maior. Percebe-se aqui uma vantagem
para o consumidor nesse processo de atualização desta resolução.
3.13.6 Pagamento
O Art. 117 da nova resolução foi formulado para explicar sobre serviços de pagamento
da fatura de energia elétrica.
Caso seja autorizado pelo consumidor, poderá ser efetuado pagamento automático por
meio de débito em conta-corrente e, quando um titular for responsável por mais de uma
unidade consumidora, ele poderá optar pelo faturamento do montante total em débito por
meio de única operação. Neste caso, a emissão individual da fatura de cada unidade
33
consumidora que o titular for responsável deverá constar, possibilitando o pagamento
individualizado.
Uma parte da resolução normativa nº 407/2010 foi inserida no art. 118 da resolução nº
414/2010 e ele informa do serviço de parcelamento de débito, que poderá ocorrer caso
solicitado pelo consumidor e com consentimento da distribuidora. Essas parcelas poderão ser
inseridas nas faturas subseqüentes. Se acontecer atraso no pagamento, serão cobrados juros de
mora de 1% ao mês, multa de até 2% e atualização monetária baseada no Índice Geral de
Preços do Mercado (IGP-M) de acordo com o art. 126 da resolução nº 414/2010.
Unidades consumidoras classificadas como Residencial Baixa Renda, poderão solicitar
parcelamento da fatura de energia elétrica obedecendo a condição de que sejam mais de duas
parcelas e sendo proibido novo parcelamento de valores já parcelados.
34
Outro artigo que foi inserido na atualização da resolução foi o art. 138, que diz que “A
distribuidora é obrigada a fornecer energia elétrica aos interessados cujas unidades consumidoras, localizados
na área concedida ou permitida, sejam de caráter permanente e desde que suas instalações elétricas satisfaçam
às condições técnicas de segurança, proteção e operação adequadas, ressalvadas as exceções previstas na
legislação aplicável.” [7].
(3.9)
onde:
• EUSDMÉDIO é a média aritmética dos encargos de uso do sistema de distribuição
informado na conta de energia, correspondentes aos meses do período de apuração;
• “Pv” é o prazo verificado do atendimento comercial e;
• “Pp” refere-se ao prazo normativo do padrão de atendimento comercial;
Quando houver multiplicidade de violação de um padrão de qualidade de atendimento
ou a violação de mais de um padrão, o crédito será a soma dos créditos individuais para cada
período de apuração, sendo o valor do crédito dado ao consumidor em 10 vezes o valor do
encargo do uso do sistema de distribuição. Por exemplo, caso a fatura de energia elétrica
apresentar um total de R$ 100,00 e o tempo de execução de serviço ultrapassou 2 horas o
prazo da resolução, o EUSD foi de R$ 6,00, logo o crédito repassado ao consumidor foi de R$
1,64.
35
O cálculo referente à suspensão indevida do fornecimento, especificado no art. 174, é
dado, conforme [7], por:
(3.10)
onde “T” é a duração total da suspensão indevida, em horas. Caso seja violado o prazo para
religação, o credito repassado será o maior entre o calculado por suspensão indevida e o
correspondente ao da violação do prazo de religação. Vale ressaltar que, neste caso, também o
valor creditado não poderá ultrapassar o valor de 10 vezes do EUSD.
O processo de coleta dos dados e apuração dos padrões de atendimento comercial
especificados na resolução nº 414/2010 devem possuir certificação da International
Organization for Standardization, ISO 9000.
Essa seção da resolução nº 414/2010 foi retirada da resolução nº 373/2009 (que será
revogada depois de passado um ano da publicação da nova resolução) e acrescentadas
algumas pequenas alterações, com o intuito de unificar tudo que se refere às reclamações por
parte dos consumidores.
O anexo I da nova resolução estabelece como a distribuidora deve classificar as
reclamações. Ela deve apurar as reclamações efetuas por todos os meios disponibilizados, a
cada mês, as seguintes informações por tipo de reclamação: a quantidade de reclamações
recebidas, a quantidade de reclamações procedentes e improcedentes e o prazo médio de
solução das reclamações que procedem.
Existem dois indicadores anuais, Duração Equivalente de Reclamação (DER) e
Freqüência Equivalente de Reclamação (FER), que relacionam as reclamações aos serviços
executados pela distribuidora. Suas metas e definições são estabelecidas por resolução
específica e o não cumprimento dessas metas resultará no pagamento de multa conforme
especificado na Resolução Normativa nº 63, de 12 de maio de 2004. Segundo [7], a Equação
(3.11) especifica o valor de DER:
36
(3.11)
(3.12)
onde:
• Reclamações_Procedentes(i) refere-se a quantidade de reclamações procedentes
dos consumidores do tipo “i” solucionadas pela distribuidora no período de
apuração;
• PMS(i) é o prazo médio de solução das reclamações procedentes do tipo “i” no
período de apuração, em horas e centésimos de horas;
• Ncons é número de consumidores no final da apuração, e;
• “i” é o tipo de reclamação das “n” possíveis, de acordo com o Anexo I.
37
Em caso de inadimplência, o cliente deverá ser avisado de forma escrita e com entrega
comprovada, impressa em destaque na própria fatura, com no mínimo 3 dias em casos de
ordem técnica ou de segurança e 15 dias nos casos de inadimplência antes da suspensão.
Quando comprovada deficiência técnica ou de segurança na unidade consumidora que
coloque em risco as pessoas ou o funcionamento do sistema elétrico, o fornecimento deve ser
suspenso imediatamente.
Uma mudança que traz a nova resolução é com relação à suspensão do fornecimento a
unidades consumidoras que estejam com fatura vencida e não paga. Neste caso, a
distribuidora terá um prazo de 90 dias a partir da data de vencimento dessa fatura para realizar
a suspensão; caso contrário, não será permitido, desde que não haja determinação jurídica ou
outro motivo justificável. A suspensão deverá acontecer em horário comercial.
38
Tabela 3.4 - Relação de horas de serviço nas unidades de atendimento presencial por quantidade de unidades
consumidoras no município.
39
3.20 ASPECTOS FINAIS E TRANSITÓRIOS
Tabela 3.5 - Data de cancelamento da TSEE por média móvel de consumo. Fonte: Resolução Normativa Nº 414,
de 9 de setembro de 2010 – ANEEL.
41
4. DOCUMENTOS NORMATIVOS DA COELCE
42
Além de usar como referência a resolução nº 414/2011 da ANEEL, ela se fundamenta
em outras normas técnicas, padrões de estruturas e especificações técnicas da Coelce e em nas
normas da ABNT NBR 5410, NBR 14039 e NBR NM 60898.
O campo de aplicação dessa norma refere-se a novos prédios de múltiplas unidades
consumidoras, ampliações e reformas de condomínios verticais residenciais ou comerciais,
shopping centers ou estabelecimentos com mais de 6 unidades consumidoras com medição
agrupada. Caso o estabelecimento tenha até 6 unidades consumidoras, este deve seguir as
orientações da NT-001 – Fornecimento de energia Elétrica em Tensão Secundária de
Distribuição e suas normas complementares. Unidades consumidoras cujo serviço de hotelaria
seja executado não seguem esta norma técnica.
Os limites de fornecimentos são especificados de acordo com o número de fases que
alimenta a unidade consumidora, levando-se em consideração sua carga instalada. Prédios de
múltiplas unidades consumidoras não poderão ser ligados com circuito bifásico.
A NT-003 ainda especifica aspectos relacionados às condições de fornecimento (ligação
da unidade consumidora, aumento de carga e suspensão do fornecimento), às conexões com a
rede externa de baixa e de média tensão, às responsabilidades do empreendedor e da Coelce, à
entrada de serviço (ponto de ligação, ramal de ligação, ponto de entrega e ramal de entrega), à
medição, à localização e tipo de proteção, à ligação de estabelecimentos comerciais e aos
critérios para o cálculo de demanda e para aceitação do projeto.
A NT-004/2011 foi revisada para ser adequada de acordo com os aspectos dispostos
na resolução nº 414/2010 da ANEEL e com a segunda revisão do PRODIST. Ela está em
vigência desde 29 de abril de 2011 e tem como objetivo estabelecer as regras e
recomendações aos consumidores cativos e livres e aos projetistas e construtores sobre
instalações em tensão de fornecimento de 69 kV.
Ela, também, usa como referência outras resoluções normativas da ANEEL, normas da
ABNT e outros documentos internos da Coelce, além de especificações corporativas. Seu
campo de aplicação abrange toda instalação nova ou a reformar em zona urbana ou rural.
Sobre os procedimentos de acesso, são feitos processos diferentes para consumidores
cativos e consumidores livres. Para melhor entender o assunto disposto na NT-004, há uma
43
seção que trata das definições, de onde tem-se o conceito de consumidor cativo aquele
atendido pela Coelce conforme as tarifas e regras da ANEEL [17]. Esses consumidores
devem enviar o documento do Anexo A da NT-004 à Coelce, solicitando o fornecimento de
energia.
Já os consumidores livres, passam por um processo de viabilização do acesso
constituídos por quatro etapas: consulta de acesso, informação de acesso, solicitação de
acesso e parecer de acesso.
O consumidor que já estiver conectado ao sistema da Coelce e desejar aumento de
demanda deverá enviar o documento do Anexo F da NT-004. Um Acordo Operativo será
celebrado após analise do projeto sendo firmados os seguintes contratos por tipo de cliente:
Sobre os limites de fornecimento, os que forem feitos em tensão igual ou maior que 69
kV, no caso dos consumidores cativos, estes devem possuir demanda contratada ou estimada
de 2500 kW. No caso do consumidor livre, o MUSD contratado deverá ser maior ou igual a
3000 kW.
A NT-004 ainda trata das possibilidades de atendimento para ligação da unidade
consumidora. São três as possibilidades: instalação de conexão de unidade consumidora de
AT sem disjuntor, com dois disjuntores e com um disjuntor.
Ficam estabelecidos pela NT-004, aspectos relativos à entrada de serviços de unidades
consumidoras com fornecimento em 69 kV (ponto de entrega ou ponto de conexão e ramal de
entrada), à subestação (aérea, abrigada ou semi-abrigada), à medição, à proteção, ao sistema
de aterramento, à geração própria e às condições do projeto.
44
alguns itens da DT-044/2011 R-18 e unificar a NT-007A e a DT-134. Atualmente, ela está em
processo de revisão, valendo ainda sua versão NT-007/2007 R-02.
A NT-007 tem como objetivo estabelecer todas as regras e recomendações sobre
serviços nas instalações de iluminação pública dos municípios, realizados pela Coelce ou
pelas Prefeituras Municipais.
Além da resolução nº 414/2010, são usados outros documentos normativos da Coelce e
da ABNT como referências normativas. Ela é aplicada a todos os serviços relacionados à
iluminação pública dos municípios do Ceará.
Sobre as condições de acesso, quando a ligação ao sistema da Coelce for feito com
condutores multiplexados ou condutores nus, esta deverá ser feita por profissional da Coelce
ou de empresa parceira, conforme escrito nos artigos 68 e 69 da resolução nº 414/2010. Um
acordo operativo deve ser celebrado entre a Coelce e a Prefeitura Municipal especificando
responsabilidades para execução de serviços nas instalações de iluminação pública e custeios
para tal.
Cabe a Coelce realizar e arcar com os custos dos serviços de operação e manutenção das
instalações destinadas a iluminação pública quando o acervo continuar com ela, instalar os
equipamentos para medição e analisar e aprovar os projetos de iluminação pública. As
responsabilidades da Prefeitura Municipal são manutenção e operação das instalações de
iluminação pública que pertencem a ela, elaboração do projeto ou autorizar que o mesmo seja
realizado por empresa contratada, pagamento dos custos relativos à construção, expansão e
manutenção conforme NT-009 e a resolução nº 414/2010, instalação de caixas de medição e
proteção e cumprir com o acordo operativo.
A NT-007 ainda estabelece condições gerais sobre ponto de entrega de energia,
construção, operação, manutenção e ligação das instalações de iluminação pública, nível de
iluminamento, tipos de comando aplicados e balanceamento de fases, medição e proteção,
procedimentos de cadastro e sobre projeto das instalações.
Junto à NT-007, foi elaborado pela Coelce o Padrão de Estrutura PE-030, que
estabelece diretrizes sobre as estruturas e materiais utilizados nos projetos de iluminação
pública cujas instalações são conectadas à rede da Coelce. O padrão mostra oito tipos de
estruturas de luminárias para iluminação pública além das disposições gerais sobre os
conectores utilizados, os tipos de lâmpadas, aterramento e distâncias mínimas de segurança,
dentre outros.
45
4.4 NORMA TÉCNICA 009/2011 R-00 – ENCARGOS E PARTICIPAÇÃO
FINANCEIRA EM OBRAS DO SISTEMA ELÉTRICO DA COELCE
A NT-009 está em vigência desde 24 de abril de 2011 e esta foi elaborada para
esclarecer e orientar a participação do interessado nas obras do sistema de distribuição da
Coelce, conforme especificado na resolução nº 414/2010. Ela, também, demonstra o cálculo
dos encargos para ambas as partes.
A norma técnica mencionada é referenciada não só pela resolução nº 414/2010, mas
também por ouras resoluções normativas da ANEEL, por leis federais, pelo PRODIST e por
documentos técnicos da Coelce.
A norma especifica o tipo de obra pela participação do interessado e da Coelce,
podendo haver obras de responsabilidade financeira exclusiva da Coelce (por exemplo,
ligação nova do grupo B com carga instalada até 50 kW localizada em propriedade ainda não
atendida, empreendimentos habitacionais urbanos de interesse social e obras de melhoria e
qualidade de serviço), obras com participação financeira da Coelce e do interessado (por
exemplo, obra em rede subterrânea existente, em condomínios horizontais e ligação nova ou
aumento de carga de cliente do grupo A) e obras de responsabilidade financeira exclusiva do
interessado (por exemplo, obras para fornecimento provisório, para melhoria de aspectos
estéticos e para iluminação pública). Caso os projetos e obras sejam efetuados por terceiros,
estes devem seguir a ultima revisão da DT-044.
No capítulo 3 deste trabalho, foram especificadas algumas condições sobre as obras
com a participação financeira ou não do interessado e da Coelce, assim como o cálculo do
ERD. A NT-009 traz o cálculo do Encargo de Reserva da Capacidade no sistema de
distribuição (ERC) e o valor pago pelo interessado (VP) dado pela Equação (4.1) fornecido
em [19]:
(4.1)
46
4.5 DECISÃO TÉCNICA 044/2011 R-18 – PROJETO E CONSTRUÇÃO DE
EXTENSÃO DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO AÉREA DE BAIXA E MÉDIA TENSÃO
EXECUTADA POR TERCEIRO
A DT-128 foi revisada para sua adequação à nova resolução normativa de fornecimento
de energia elétrica da ANEEL (nº 414/2010). Ela tem como finalidade definir a metodologia
de cálculo para estabelecimento do ERD e do ERC envolvidos nas obras com participação
47
financeira do interessado. Além de resoluções normativas da ANEEL, ela usa como referência
documentos normativos da Coelce.
A decisão técnica explica que o Encargo de Responsabilidade da Distribuidora (ERD) é
a participação da Coelce no pagamento das obras de atendimento à solicitação de cliente,
baseado na demanda por ele contratada e que o Encargo de Reserva de Capacidade “é a
participação financeira da Coelce, sobre o valor dos equipamentos e condutores que
implicam em reserva de capacidade no sistema de distribuição, calculada a partir da
proporção entre a demanda a ser acrescida pelo consumidor em relação à capacidade
nominal de cada um destes equipamentos e condutores” [21].
A DT-0128 dispõe das condições para determinação do ERD e do ERC. De acordo com
ela, o cálculo da proporcionalidade tem que considerar os critérios de menor
dimensionamento técnico possível e de menor custo global.
Fica estabelecido pela decisão técnica 128 que, no caso de desligamento da unidade
consumidora antes de 12 meses após sua ligação ou solicitação de aumento ou redução da
demanda contratada dentro desse mesmo prazo, deve ser obtido um novo valor de demanda
contratada, calculada pela média ponderada para, então, obter o valor restituído à Coelce. Esse
valor será dado, de acordo com [21], por:
(4.2)
Não existirá restituição à Coelce quando “ERDfinal” for superior ao custo total da
obra. Os cálculos do ERD, do ERC e do custo total da obra e do valor que o interessado deve
pagar são especificados também nessa decisão técnica e suas fórmulas já foram demonstradas
nas seções anteriores.
A DT-141 foi criada para definir os critérios e as condições técnicas para atendimento
aos consumidores especiais que realizarem requerimento de conexão ao sistema de
distribuição da Coelce, complementando a NT-002. Ela também adéqua tais condições à
resolução normativa nº 414/2010 da ANEEL e usa como referência outras resoluções
normativas como o PRODIST, o Procedimento de Redes do ONS e documentos técnicos e
normativos da Coelce.
48
Na decisão técnica, consta o processo de viabilização do acesso, formado por quatro
etapas: consulta de acesso, onde o consumidor deve enviar documento igual ao Anexo A da
decisão técnica; informação de acesso, onde a Coelce tem um prazo de 60 dias contados da
data de recebimento da consulta de acesso para informar sobre seu sistema elétrico ao
consumidor; solicitação de acesso, onde o consumidor envia à Coelce documento segundo
modelo no Anexo C da decisão técnica e parecer de acesso.
São estabelecidos, também, os limites de fornecimento, sendo fixado um atendimento
em tensão de 13,8 kV e que, sendo uma unidade consumidora, o montante de uso contratado
em qualquer período horossazonal, seja, no mínimo, 500 kW. No caso de conjunto de
unidades consumidoras especiais, a soma do montante de uso contratado seja, ao menos, 500
kW em qualquer período horossazonal. A DT-141 ainda trata dos aspectos relacionados à
medição de consumo de energia elétrica e de qualidade de energia para atender aos
indicadores especificados no Módulo 8 do PRODIST.
49
5. CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo fazer uma análise das mudanças que ocorreram na
Resolução Normativa nº 456/2000, comentando os principais aspectos da nova resolução que
trata sobre o fornecimento de energia elétrica, a resolução nº 414/2010.
Inicialmente, foi feita uma abordagem de como se estruturou o setor elétrico brasileiro,
mostrando as leis e decretos que instituíram todas as organizações que administravam este
setor, até a criação da ANEEL, órgão responsável pela elaboração das resoluções comentadas.
Ficou comprovado, após elaboração do Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico
Brasileiro, que era necessário ocorrer a desverticalização das empresas de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica e incentivar a concorrência tanto na geração
como na comercialização (setores da indústria da energia elétrica) para que o setor pudesse
funcionar com equilíbrio, evitando assim as crises energéticas ocorridas de 2000 a 2002.
Como resultado desse projeto, pôde-se observar também que, sendo as empresas de geração e
distribuição monopólios naturais, foi preciso que estas fossem submetidas à regulação do
Estado, sendo esta função da ANEEL.
Na análise da nova resolução, constatou-se que o intuito da ANEEL em reunir outras
resoluções normativas, além de fazer as devidas adequações, tem como objetivo ocasionar
melhorias para as distribuidoras e os consumidores.
A nova resolução especifica, de forma mais clara, processos e aspectos de como deve
ser o atendimento ao cliente por parte da distribuidora, facilitando desta forma seus serviços.
Já para o consumidor, aspectos como diminuição dos prazos para a distribuidora ligar e religar
as unidades consumidoras, serviços gratuitos de aumento de carga (observadas as condições),
ressarcimento quando faturamento for maior devido à classificação errada do consumidor, são
pontos que mostram benefícios para o ele. Foi possível, também, concluir que a ANEEL se
preocupou em aumentar a fiscalização sobre as distribuidoras com relação à qualidade do
atendimento ao cliente.
A respeito das ações por parte das distribuidoras em atenderem às mudanças ocorridas
na resolução, foi mostrado que a Coelce, empresa responsável pelo fornecimento de energia
elétrica no estado do Ceará, já está se adequando à resolução nº 414/2010. Alguns
documentos normativos por ela elaborados já foram ou estão em processo de revisão e outros
foram criados para ajustar todos os serviços da Coelce à nova resolução.
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] www.ccee.org.br/cceeinterdsm/v/index.jsp?vgnextoid=96a0a5c1de88a010VgnVCM1000
[2] Saltorato, P. “Uma análise da reestruturação do setor elétrico nacional”. In: Anais do XXII
LIVIA CUNHA Cunha, L. “As regras do jogo”. In: Coleção Energia, a evolução da
aplicação da energia elétrica e suas conseqüências para a sociedade. Vol 2. São Paulo: Ed
[6] www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/folder_perguntas%20e%20respostas_414_final.pdf
[17] COELCE, “Norma Técnica NT-004 – Fornecimento de energia elétrica em alta tensão
distribuição aérea de baixa e média tensão executada por terceiro”, Revisão 18, 2011.
[23] http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/programas_governo/are
21/05/2011.
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[24] http://www.osetoreletrico.com.br/web/component/content/article/57-artigos-e-
21/05/2011.
[25] http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/editais_transmissao/documentos/ANEXO_4_CCT
[27] http://www.ons.org.br/conheca_sistema/o_que_e_sin.aspx
00, 2011.
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GLOSSÁRIO
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ou de direito cuja carga seja maior ou igual a 500 kW e que não satisfaçam, individualmente,
os requisitos dispostos nos artigos 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995.
Consumidor livre: agente da CCEE, da categoria de comercialização, que adquire energia
elétrica no ambiente de contratação livre para unidades consumidoras que satisfaçam,
individualmente, os requisitos dispostos nos artigos 15 e 16 da Lei no 9.074, de 1995.
Consumidor potencialmente livre: pessoa jurídica cujas unidades consumidoras satisfazem,
individualmente, os requisitos dispostos nos artigos 15 e 16 da Lei no 9.074, de 1995, porém
não adquirem energia elétrica no ambiente de contratação livre.
Conta de Consumo de Combustíveis: em vigor desde 1993, arrecada recursos junto às
concessionárias de energia elétrica do sistema interligado, para financiar o óleo diesel da
geração termelétrica das áreas isoladas, não atendidas pelo serviço de eletrificação;
concentrada na Região Norte do País.
Contrato de Compra de Energia no Ambiente de Contratação Livre (CCEAL): são
contratos de compra e venda de energia negociados livremente entre duas partes e firmados
entre os agentes, sem a participação da ANEEL ou da Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE).
Contrato de Conexão às Instalações de Transmissão (CCT): contrato que estabelece os
termos e condições para a conexão da central de geração às instalações de transmissão da rede
básica, às instalações de transmissão de interesse exclusivo de centrais de geração para
conexão compartilhada – ICG.
Demanda contratada: demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente
disponibilizada pela distribuidora, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência
fixados em contrato, e que deve ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o
período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
Distribuidora: agente titular de concessão ou permissão federal para prestar o serviço
público de distribuição de energia elétrica.
Fatura: documento comercial que apresenta a quantia monetária total que deve ser paga pelo
consumidor à distribuidora, em função do fornecimento de energia elétrica, da conexão e uso
do sistema ou da prestação de serviços, devendo especificar claramente os serviços
fornecidos, a respectiva quantidade, tarifa e período de faturamento.
Horário de ponta: período composto por 3 horas diárias consecutivas definidas pela
distribuidora considerando a curva de carga de seu sistema elétrico, aprovado pela ANEEL
para toda a área de concessão, com exceção feita aos sábados, domingos, terça-feira de
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carnaval, sexta-feira da Paixão, Corpus Christi, e os seguintes feriados: 1 de janeiro
(Confraternização universal), 21 de abril (Tiradentes), 1 de maio (Dia do trabalho), 7 de
setembro (Independência), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro
(Finados), 15 de novembro (Proclamação da república) e 25 de dezembro (Natal).
Horário fora de ponta: período composto pelo conjunto das horas diárias consecutivas e
complementares àquelas definidas no horário de ponta.
Iluminação pública: serviço público que tem por objetivo exclusivo prover de claridade os
logradouros públicos, de forma periódica, contínua ou eventual.
Medição: processo realizado por equipamento que possibilite a quantificação e o registro de
grandezas elétricas associadas à geração ou consumo de energia elétrica, assim como à
potência ativa ou reativa, quando cabível.
Medição externa: aquela cujos equipamentos são instalados em postes ou outras estruturas
de propriedade da distribuidora, situados em vias, logradouros públicos ou compartimentos
subterrâneos.
Medição totalizadora: aquela cujos equipamentos são instalados em entradas coletivas, para
fins de faturamento entre o ponto de entrega e o barramento geral, sempre que não for
utilizado o sistema de medição convencional, por conveniência do consumidor e concordância
da distribuidora.
Montante de uso do sistema de distribuição (MUSD): potência ativa média, integralizada
em intervalos de 15 (quinze) minutos durante o período de faturamento, injetada ou requerida
do sistema elétrico de distribuição pela geração ou carga, expressa em quilowatts (kW).
Período seco: período de 7 ciclos de faturamentos consecutivos, referente aos meses de maio
a novembro.
Período úmido: período de 5 ciclos de faturamento consecutivos, referente aos meses de
dezembro de um ano a abril do ano seguinte.
Procedimentos de distribuição (PRODIST): são normas que disciplinam o relacionamento
entre as distribuidoras de energia elétrica e demais agentes (unidades consumidoras e centrais
geradores) conectados aos sistemas de distribuição, que incluem redes e linhas em tensão
inferior a 230 kV. Tratam, também, do relacionamento entre as distribuidoras e a Agência, no
que diz respeito ao intercâmbio de informações.
Procedimentos de rede: são documentos de caráter normativo elaborados pelo ONS, com
participação dos agentes, e aprovados pela ANEEL, que definem os procedimentos e os
requisitos necessários à realização das atividades de planejamento da operação
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eletroenergética, administração da transmissão, programação e operação em tempo real no
âmbito do SIN.
Programa de incentivo às fontes alternativas de energia elétrica (Proinfa): conforme
descrito no Decreto nº 5.025, de 2004, foi instituído com o objetivo de aumentar a
participação da energia elétrica produzida por empreendimentos concebidos com base em
fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH) no SIN.
Ramal de entrada: conjunto de condutores e acessórios instalados pelo consumidor entre o
ponto de entrega e a medição ou a proteção de suas instalações.
Ramal de ligação: conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de derivação
da rede da distribuidora e o ponto de entrega.
Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE): é um instrumento que se destina à
compensação pelas perdas de receita das concessionárias, impostas pelo Programa
Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica, e acumuladas no período de 10 de
janeiro a 25 de outubro de 2001.
Rede básica: instalações de transmissão do SIN, de propriedade de concessionárias de
serviço público de transmissão, definida segundo critérios estabelecidos na regulamentação da
ANEEL.
Sistema de Medição Centralizada (SMC): sistema que agrega módulos eletrônicos
destinados à medição individualizada de energia elétrica, desempenhando as funções de
concentração, processamento e indicação das informações de consumo de forma centralizada.
Sistema Interligado Nacional (SIN): é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste,
Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 3,4% da capacidade de produção de
eletricidade do país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados
principalmente na região amazônica.
Subestação: parte do sistema de potência que compreende os dispositivos de manobra,
controle, proteção, transformação e demais equipamentos, condutores e acessórios,
abrangendo as obras civis e estruturas de montagem.
Tarifa binômia: aquela que é constituída por valores monetários aplicáveis ao consumo de
energia elétrica ativa e à demanda faturável.
Tarifa horossazonal: modalidade caracterizada pela aplicação de tarifas diferenciadas de
consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de acordo com os postos horários,
horas de utilização do dia, e os períodos do ano.
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Tarifa monomia: aquela que é constituída por valor monetário aplicável unicamente ao
consumo de energia elétrica ativa, obtida pela conjunção da componente de demanda de
potência e de consumo de energia elétrica que compõem a tarifa binômia.
Tensão primária de distribuição: tensão disponibilizada no sistema elétrico da
distribuidora, com valores padronizados iguais ou superiores a 2,3 kV.
Tensão secundária de distribuição: tensão disponibilizada no sistema elétrico da
distribuidora, com valores padronizados inferiores a 2,3 kV.
Terminal de consulta do consumidor individual (TCCI): aquele que, instalado na unidade
consumidora, permite ao consumidor visualizar o registro da medição de energia elétrica.
Unidade consumidora: conjunto composto por instalações, ramal de entrada, equipamentos
elétricos, condutores e acessórios, incluída a subestação, quando do fornecimento em tensão
primária, caracterizado pelo recebimento de energia elétrica em apenas um ponto de entrega,
com medição individualizada, correspondente a um único consumidor e localizado em uma
mesma propriedade ou em propriedades contíguas.
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