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SIGNAÇÃO DA QUALIDADE DA

ROCHA (RQD)
A abordagem da SGS visa compreender a variabilidade no seu depósito e
mapeá-lo utilizando tecnologias comprovadas de moabilidade, tais como a
designação da qualidade da rocha (RQD). Em seguida, vamos criar e otimizar a
sua moagem e o seu circuito de moagem para processamento e recuperação.

O RQD foi criado em 1964, por DU Deere *. Ele é determinado pela medição da
principal porcentagem de recuperação de pedaços do núcleo com mais de 100
mm de comprimento. Um núcleo que não seja duro ou sólido não deve ser levado
em conta, mesmo que ele tenha 100 mm de comprimento. O RQD foi introduzido
para uso com diâmetros de núcleo de 54,7 mm (núcleo de tamanho NX). Ele é
um indicador importante para as zonas de rochas de baixa qualidade.
Atualmente, o RQD é usado como um parâmetro padrão na exploração de
núcleo de perfuração, e forma um valor de elemento básico dos principais
sistemas de classificação de massas: Sistema de classificação de massa da
rocha (RMR) e sistema Q **.
O RQD é definido como o quociente:
"RQD = (Sumof10)/Itot * 100%"

Em que (Sumof10) = Soma do comprimento das varas do núcleo com mais de


10 cm
Itot = Comprimento total de execução do núcleo

Tabela de classificação
A partir do índice RQD, podemos classificar a massa da rocha:
RQD Qualidade da massa da rocha
< 25 % muito fraca
25-50 % fraca
50-75 % razoável
75-90% boa
90-100 % excelente

A equipe de engenheiros experientes da SGS utiliza os dados do RQD em


conjunto com os testes de fragmentação de escala de laboratório e simulação
de circuitos.
Classificação de Maciços Rochosos
(Rock Mass Classification)

Introdução

Para que possamos ter um embasamento teórico bem fundamentado nos cálculos de
estabilidade de maciços subterrâneos, necessitamos de avaliar as condições rochosas
através de algum estudo ou artifício.

Dentre as classificações disponíveis na literatura, usaremos os estudos de Barton e


outros (1974) que define o valor denominado Q, Índice de Qualidade de Túneis
(Tunnelling Quality Index).

O índice Q, é calculado a partir de 6 parâmetros que podem ser definidos através de


coleta de dados em furos de sonda e mapeamento em taludes, laterais e tetos de
galerias de túneis e minas subterrâneas. Estes mapeamentos devem ser rotineiros,
sempre que houver aberturas de novas frentes. É importante notar que a qualidade
desses dados coletados, dependem de experiência, condições ambientais no local do
trabalho, tais como temperatura, luminosidade, visibilidade, limpeza da superfície,
instrumentos, etc.

Outro ponto importante é que, para alguns parâmetros, não existe um instrumento para
avaliar o número, ou grau a ser utilizado. Como exemplo citamos a rugosidade, Jr, que
pode ir de 0,5, o mais desfavorável, até 4,0 que é mais favorável à Estabilidade.
O valor a ser adotado depende única e exclusivamente da observação do profissional
para avaliar a superfície em questão. Pessoas com pouca ou nenhuma experiência em
levantamento geotécnico devem ser, invariavelmente, acompanhadas de pessoas
experientes, internas ou externas. É também adequado, sempre que possível, retornar
às medições iniciais para confirmar ou ajustar a avaliação definida.

No caso de Barton e outros (1974) o valor Q, é definido por seis parâmetros:

Q = RQD x Jr x Jw
Jn Ja SRF

Onde:

Q - Índice de qualidade de Túnel, ou maciço (Tunnelling Quality Index)


RQD - Designação da Qualidade da Rocha (Rock Quality Index)
Jn - Número de Definição de Juntas (Joint Set Number)
Jr - Número de Definição de Rugosidade (Roughness Set Number)
Jw - Número de Definição de Água (Joint Water Reduction Number)
SRF - Fator de Definição de Estresse (Stress Reduction Factor)
Proposição de Barton et al (1974)
Os valores de Q variam de 0,001 a 1000.

RQD - Designação da Qualidade da Rocha (Rock Quality Designation)

É o índice de qualidade da rocha. Este parâmetro indica a porcentagem de rocha


recuperada em pedaços de rocha intactos iguais ou maiores que 10 cm em um
determinado trecho perfurado. RQD varia de 10 a 100 cm, que representam a
porcentagem correspondente à recuperação, quando usado no cálculo de Q.

RQD = Somatória das peças maiores que 10 cm x 100%


Comprimento total correspondente perfurado

Obs: Quando RQD for menor que 10%, usar RQD = 10.

N.T.: O processo descrito acima é característico para furos de sondagem. Toma-se um


comprimento, segundo sugerido pela literatura, 200 cm (2 m), e avaliado o
comprimento somado dos pedaços iguais ou acima de 10 cm. A porcentagem dessa
razão nos indica o RQD. Tem-se que tomar cuidado para identificar quebras
mecânicas que acontecem na manobra de sondagem com as descontinuidades
naturais.

Descrição geotécnica por furos de sondagem


Descrição geotécnica por mapeamento em galerias e túneis
Para mapeamento de galerias, o RQD pode ser calculado pelo número de famílias de
descontinuidade de acordo com a demonstração abaixo:
O valor de RQD deve estar sempre entre 10 e 100.

N.T.: No caso de mapeamento de galerias, uma das opções é marcar uma linha 200 cm
e avaliar as descontinuidades contidas nessa levando-se em consideração as
descontinuidades interceptadas nessa linha em todo mapeamento. A altura dessa linha
deve ser padrão e de forma estar a uma altura confortável para avaliação e leitura.

O posicionamento das seções devem ser definidos com antecedência pela equipe
responsável e marcadas e identificadas em mapa e no campo. Para galerias de 4,00 m
de largura, a escala de 1:500 vejo como adequada, pois terá 8 mm de espessura. É
adequado, fazer um mapa de localização para orientação da área mapeada.

Jn - Número de Definição de famílias de Juntas (Joint Set Number)

Jn é determinado pelo resultado do mapeamento de famílias de juntas no esteriograma


e determinado grupo de contorno como mostrado a seguir. Note que a família de juntas
deve ser bem desenvolvida como grupo. Por outro lado, deve ser considerado como
uma junta aleatória. O valor de Jn varia de 0,5 (sem juntas) a 20 (rocha completamente
fraturada)

N.T.: Para se considerar uma família de juntas, estas devem ser persistentes, paralelas
e contínuas, independentemente das distâncias entre si. Caso as juntas sejam
descontínuas e intermitentes devem ser consideradas como aleatórias.

RQD/Jn - É uma representação básica da "média" do tamanho dos blocos. Os valores


limites (ou típicos) de RQD/Jn estão entre 0,5 e 200. Claramente este é um valor básico
de índice do tamanho do bloco. Este valor pode, portanto, estimar uma comparação e
pode ser usado para uma estimativa de espaçamento empírico de suporte para
estabilidade de superfícies.
Jr - Número de Definição de Rugosidade da Superfície

Jr é determinado pela condição de rugosidade ou textura das superfícies principais,


definindo sua escala, menor ou maior. Seu valor varia de 0,5 (desfavorável) a 4,0
(favorável). Para se determinar esse valor precisamos comparar com a tabela abaixo

Ja - É o Número de Alteração da Junta


Ja descreve a condição de alteração e fricção das juntas críticas e os limites de 0,75
(favorável) a 20 (desfavorável).

Jr/Ja representa a integridade de tensão nas juntas da superfície. Isto favorece


rugosidade, alterações de descontinuidades das juntas. Quando as rochas são suaves
ou lisas (polidas por cisalhamento) e/ou se elas contêm baixo contato de fricçao ou
enchimento essas sãos condições favoráveis a estabilidade. Jr/Ja para famílias de
juntas criticas devem ser usadas no cálculo de Q. Estas são as famílias de juntas
(descontinuidades) que mais causam problemas baseados nos valores de Jr e Ja e
também baseados na geometria das juntas. Juntas que fazem um ângulo suave, menor
que 35º com a superfície são mais as mais criticas, seguidos pelas juntas paralelas à
superfície. Juntas perpendiculares à superfície da da parede (direção da galeria ou
túnel) são as menos críticas.Em casos onde o deslizamento por gravidade é dominando
por descontinuidade, junta inclinadas, maior que 35º com a horizontal são críticas.
Portanto, é requerido uma análise para determinar a família em condições críticas.

Jw - É o Fator de Redução da Água

Jw mede o efeito da fraqueza de alterações e os efeitos de pressão devido a pressão


de água somente para os casos que seja persistente. Não considere fluxos para
situações temporárias como perfuração, por exemplo. Jw varia de 1.0 para escavações
secas a 0,05 para escavações com grande fluxo de água e pressão.
N.T. Muitas vezer o que temos são superfícies úmidas que caem na classe de
escavação seca. Em caso de água corrente, deve-se medir na época de situação de
pico de fluxo devido considerar a pior estabilidade. No cálculo de estabilidade de
aberturas subterrâneas esse fator é desconsiderado e considerado igual a 1,0 para
determinação de N' que será usado no ábaco de avaliação.

SRF - Fator de Redução de Estresse (Stress Reduction Factor)

SFR dimensiona o fraturamento da rocha devido ao excesso de estresse devido à


escavação e ajustar o confinamento da estrutura dominante do maciço próximo à
superfície (ou em um estágio posterior, o alívio de estresse devido ao desenvolvimento
da mina). Influencia Q devido ao alto estresse que "in situ" que pode causar danos de
compressão da rocha. O efeito de instabilidade para baixas condições de estresse é
também considada. Caso a condição resultar em um alto valor de SRF, então teremos
um baixo valor de Q.

Jw/SRF - É um fator complexo que representa o estado de estresse (ou tensões) no


maciço rochoso, (como ocorre "in situ) como pode ser alterado pela presença de de
água e aberturas de galerias em zonas de fraqueza estrutural.

SRF pode também ser usado para zonas de maior fraqueza onde sua presença é
dominante pelo comportamento do maciço e causa instabilidade (perdas de
estabilidade) quando escavadas. Use esses fatores (SRF; b) em vez de usar (SRF;a)
quando estas zonas de fraqueza influenciam ou interceptam a escavações.
Notas Adicionais

Para interseções críticas e acesso de rampa e galeria, use 2,0 a 3,0 x Jn


para avaliação de Q.
Quando não tiver testemunho de sondagem, veja como mapear em galerias de
desenvolvimento ou túneis.
Somente juntas bem orientadas e desenvolvidas podem ser consideradas como
famílias.
Famílias de foliação devem ser consideradas somente se tiverem um significado
potencial. Em qualquer caso, esta famílias devem ser consideradas como aleatórias.

Quando determinar Jn, filtrar (selecionar)


as famílias de juntas que incluam somente as famílias de espaçamento com distância
razoável da escavação proposta. Todas famílias de juntas não podem estar persentes
em todos os locais. Delimitar as zonas de projeto baseados em passos convenientes
de escavações (p. ex: para cada estope ou banco) ou baseado em mudanças
estruturais e obter valores locais (localizados) de Q.
 A família de junta com um mínimo de Jr/Ja pode ser usada sem que a orientação
seja favorável à estabilidade (perpendicular ao suporte ou contra-deslizamento). Neste
caso, define-se como uma junta crítica. Jr/Ja relata que a superfície esteja em situação
de falha iminente ou inicial.
 Usar SRF;a se a rocha intacta domina a resposta ao estresse. Usar SRF;b se o
maciço rochoso contem argila ou zona em grande escala de fraqueza esteja presente.
Neste caso, a rocha intacta terá um pequeno papel na resposta ao estresse.

N.T. Jw e SRF são os dois fatores mais difíceis de se determinar na avaliação de Q,


uma vez que é necessário determinar o fluxo de água para determinas Jw e ensaios
de laboratório ou até tensões virgens para se determinar o valor de SRF. Muitas
vezes, são utilizados valores clássicos de bibliografia internacional ou algum ensaios
feitos, onde podemos considerar como proximidade, por empresas que se dispõem a
contribuir com os resultados obtidos.

Para obtenção de N', ou Número de Estabilidade Modificado, o termo Jw/SRF é


suprimido e compensado com os fatores A, B e C.
Hoek, E., Kaiser, P. K., Bawden, W.F. - Support of Underground Excavations in Hard
Rock - Impressão 20Hutchinson, D. J., Diederichs, M. S. - Cablebolting in Underground
Mines - Impressão 1996
Hoek – Brown
O critério de rotura de Hoek-Brown descreve a rotura de um maciço rochoso
(com base em centenas de análises realizadas em estruturas subterrâneas e
taludes rochosos) como:

onde: σ1ef - tensão principal máxima durante a rotura da rocha

σ3ef - tensão principal mínima durante a rotura da rocha

σc - resistência da rocha intacta à compressão simples

σci - resistência da rocha intacta à compressão uniaxial

mb,s - constante não linear do material, dependente da qualidade da rocha

a - coeficiente de dependência da rotura da rocha

Os parâmetros básicos do modelo modificado de Hoek-Brown devem ser


determinados a partir de ensaios de campo e laboratoriais. Para ficar mais
familiarizado com este modelo, é fornecida uma breve lista de intervalos de
parâmetros individuais. Se a classificação do maciço rochoso através de
GSI for conhecida, então é possível que o programa determine os parâmetros
H-B automaticamente.
Para a análise em curso, os parâmetros H-B são transformados em parâmetros
M-C. A metodologia da análise torna-se indêntica à de Mohr-Coulomb.
Para a conversão dor parâmetros de Hoek-Brown, é utilizada a metodologia de
Hoek, Carranza-Torres e Corkum (2002), na análise da estabilidade de taludes
rochosos:
Ângulo de atrito interno φ:

Coesão (resistência ao cisalhamento) c:

onde:

O valor máximo de uma tensão principal menor σ‘3max é dado por:


onde: γ - peso volêmico da rocha

H - altura do talude rochoso

σc - resistência da rocha intacta à compressão simples ou resistência do maciço rochoso intacto à compressão uniaxial

Bibliografia:
Stability analysis of rock slopes with a modified Hoek-Brown failure criterion,
ANG Xiao-Li ; LIANG LI ; YIN Jian-Hua International journal for numerical and
analytical methods in geomechanics. ISSN 0363-9061, 2004, vol. 28, no2, pp.
181-190.
Hoek E, Carranza-Torres CT, Corkum B.: Hoek–Brown failure criterion—2002
edition. Proceedings of the 5th North American Rock Mechanics Symposium,
Toronto, Canada, vol. 1, 2002, pp. 267 – 273.
Comparação IQR x RQD na Classificação
Geomecânica.
O RQD é, talvez, o parâmetro mais utilizado (e com importante peso) nas diversas classificações
geomecânicas mais comuns. Foi definido por Deere (1964) como a relação, em porcentagem,
entre a somatória das peças do testemunho maiores ou iguais a 10cm e o comprimento total da
manobra executada.
Entretanto, é pratica comum atualmente substituí-lo pelo Índice de Qualidade da Rocha (IQR),
que tem cálculo semelhante, porém considera a somatória das peças do testemunho maiores ou
iguais a 10cm em trechos de fraturamento homogêneo (trechos isofraturados).
Trata-se de uma diferença sutil porém, acredito, importante uma vez que a aplicação do RQD
tende a homogeneizar grandes discrepâncias nessa característica quando estas ocorrem dentro
de uma mesma manobra, o que reflete na classificação geomecânica final do maciço para cada
trecho.
Pesquisando a respeito do assunto, encontrei alguns (poucos) trabalhos que indicam a
classificação RMR feita a partir do índice RQD e do IQR, comparando os resultados obtidos. Em
alguns casos a classificação final do maciço é consideravelmente diferente em alguns trechos,
enquanto em outros casos a diferença é muito pequena.
DEFINIÇÃO DE R.Q.D:
O RQD é uma medida de recuperação de testemunhos, que considera o grau de
fraturamento e o grau de alteração da rocha, descrevendo assim, a qualidade do
maciço rochoso. É definido como o somatória dos comprimentos dos
testemunhos de rocha sã, pouco alterada ou alterada dura, maiores ou iguais a
10,0 cm, dividido pelo comprimento total perfurado em uma manobra. A
informação do RQD foi fornecida no banco de dados.

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