Você está na página 1de 52
Album de Figurinhas Com TEXTO DE | DESENHOS DE ARTHUR. HAMILTON WILLIAM BOLIN * TRADUCAO E ADAPTACAO ‘BRASILEIRAS DE FERNANDO ALBAGLI & NAUMIM AIZEN ClENCIA INVENCOES Relagio das Figurinhas Pela Ordem Alfabética Pising Pigina Alavanca i Lameta de 10 Alto-0mo . 32 Machados e langas de pedea 2 Antiga miqnina a vapor... .... 16 Misturador de concreto 3 Antigo motor elético «+... 8 Modem emisora de ridio 2» Aparetho de ridiologa 2 Moaqucte antigo B Arcos ¢ flechis ...e.sces esses. a Motor Diesel Y 9 Motor modem a 36 ‘Automével antigo 37 8 ‘vito 41 19 Barco movido # pis 15 n ‘moder 39 , 26 0 2 Primeito telégnfo sem fia, O ae 2 oder elk) Primeito tipo de oda «e-.... +. 5 ‘de algodio de Whitney 18 Principio da chmara escurt sss. scscscscvseeeees 38 Fibrica de comsenas 20 Palverizador ... Sari 2 Fazenda fog0 4 Quidante solar oo -.. rai 8 Fostoros primitivos i 34 4Bis de SamtosDumont -.-..- TOIT 40 Galvani ea i eee in 24-3 Satélite artificial .. ns 48 Gutenberg e 2 iaprensa 5 7 Submarino atbmico : 46 Hilestehlan 55 s)ort cet acked ec sces Paces M6} Tela de radar eee eee Loar Mminaglo a gfe neon ssc. sec sscssese 31 Teleguiado ms Interior de um aparetho de televisio 4° Tateseépio de Hale, O ar Taterior de uma geld 21S Tusbina a vapor - “4 [Limpada elétrea de Raison, A... 30 Vuleanizador 35 eolToRs peo Publicado com autorisagto de Simon and Schuster, In, Arista and Wiritrs Gull, nc. New Yor ‘A tanga com ponta de peda foi uma das primeiras erlagies humana. AS PRIMEIRAS INVENCOES 0 S homens comegaram a inventar ha mais de quinhentas mil anos. Suas primei- ras criagdes foram tao simples que, as vézes, nos esquecemos de que foi necessario alguém imagina-las e executé-las ‘As armas devem ser classificadas entre as mais antigas invengées. Muitos animais se defendem com garras, dentes ou chifres. O homem, porém, sé possui as maos e a inteligéncia para se defender Ha cérca de quinhentos mil anos, nossos ancestrais aprenderam a cacar e a lutar com bastdes pontudos ou com pedras achatadas. Quatrocentos e noventa mil anos depois, ésses utensilios simples haviam se transfor- mado em armas, sob a forma de langas e ma- chados de pedra. Tais armas facilitavam a defesa do ho- mem contra seus inimigos e simplificavam também o problema da caga aos grandes ani- mais, que éles matavam para se alimentar © periodo durante o qual apareceram hébeis fabricantes de utensilios de pedra e primiti- vos agricultores foi chamado de Neolitico, ow da Pedra Polida O periodo anterior fora 0 Paleolitico, ou da Pedra Lascada ARCOS E A: langas com pontas de pedra e os ma- chados de pedra eram armas eficazes, mas ndo podiam ser usadas a distancia. Inventou-se um propulsor que permitia 0 ar- remésso das lancas, mas, mesmo com éle, 0 homem ainda era obrigado a se aproximar perigosamente dos animais ou dos inimigos. © arco, que possibilitou o arremésso de flechas (laneas pequenas) com pontas de pe- dra a longa distancia e com razoavel precisao, desenvolveu-se na Europa ocidental, em fins do Periodo Paleolitico. Pontas de flechas e areos de madeira com mais de dez mil anos de fabrieaco foram encontrados na Suica a ~~ Attorge com flechas FLECHAS Feito de madeira, de chifres ou de ossos de animais, 0 arco se aperfeicoou, pouco a pouco, através dos séculos. Um enorme arco que lancava flechas com cérea de 2 metros de comprimento foi usado numa batalha entre gregos e cartagineses, em 400 a.C. Essa arma provocou tantas baixas que um filésofo grego, ao ver uma das flechas, depois do combate, comentou: — Acabou-se 0 valor dos homens. Quase a mesma coisa foi dita, quando se inventou o canhéo e, mais tarde, a metralha- dora automética. Como se vé, a Histéria sempre se repete. ‘Pintura em uma caverna, representando cagadores com arcos ¢ fechas 3 ¢, © FOGO PRENDER a utilizar o fogo foi uma das etapas mais importantes na marcha dos homens para o progresso. Desde a Idade da Pedra, nossos antepassados perceberam que 0 fogo aquecia no inverno, cozinhava os alimen- tos e espantava os animais £ certo que éles o tenham utilizado, pela primeira vez, ha uns quinhentos mil anos, mas é provavel que s6 varios milhares de anos depois tenham aprendido a acendé-lo. Os ineéndios eram provocados, nas flo- restas, pela queda de meteoritos ou raios, e os homens se contentavam em conservar 0 fogo, alimentando-o constantemente. Uma das piores catéstrofes para uma familia, na- quela época distante, era sua fogueira se apagar, pois ninguém conhecia um jeito de acendé-la novamente. Mesmo hoje em dia, certos povos primitivos ainda vivem nesse periodo: néo sabem acender 0 fogo Em nossa época, éle é necessirio para quase tédas as atividades cotidianas. Os au- toméveis, os trens e os navios queimam ga- solina, ou éleo, ou carvao, ete. Em muitos lugares, os aparelhos elétricos funcionam gra- gas energia fornecida por centrais elétricas que queimam éleo ou carvao. © fogo forneceu enersia a fibricas, 20s transportes e & cozinha. wa we a Roda dentada Roda de raios A RODA EM a roda, nao terfamos automéveis, nem trens, ou maquinas. Os milhares de quilémetros de rodovias e ferrovias que exis- tem hoje néo teriam sido construidos. A roda foi inventada em alguma parte da Asia, ha cérca de seis mil anos. Antes disso, as cargas maiores eram transportadas em uma espécie de trené munido de deslizadores de madeira, muito parecido com ésses que so utilizados, hoje, para deslizar na neve. Percebeu-se, depois, que essas pesadas plataformas se des- locavam mais facilmente quando eram colo- cadas toras de madeira bem redondas, atra- vessadas sob os deslizadores. Estes, com o uuso, pouco a pouco, iam apresentando profun- das ranhuras. No fim de certo tempo, uma parte da madeira no meio de cada tora se gastava, ficando com a aparéncia de um grosso bastao com um disco em cada extremidade. Esses bastées foram os primeiros eixos. E os discos arredondados, ultrapassando as bordas dos deslizadores do trené, foram as primeiras rodas. A etapa seguinte consistiu em fixar cunhas sob cada deslizador ¢ colocar os eixos entre éles, perpendicularmente. Quando o trené se movimentava, os eixos giravam entre as cunhas. Essa foi a primeira carroca. Os indios da América ndo conheciam a roda, antes da chegada dos brancos a0 Névo Mundo. E até hoje, em certas regides isoladas do globo ainda nao penetradas pela civilizacéo existem pessoas que nunca viram uma Instrumente do untigo escriba ‘ecto, Tinteico Fabricacio de tinta numa pleca de peda Homens da Idade da Pedra pintando nas paredes de uma eaverna. A ESCRITA 0 S homens do Periodo Paleolitico, ha vinte mil anos, pintavam nas paredes das cavernas. Sabemos que a verdadeira escrita existe ha cinco ou seis mil anos, desde que os egipcios comecaram a se servir dos hier6glifos. Essa escrita consistia em desenhos sim- ples que representavam pessoas, objetos ou idéias. Gracas a ela, histérias e acontecimen- tos puderam ser contados e anotados. Mas eram necessarias centenas de figuras diferen- tes para se eserever todos os assuntos que interessavam a0 homem. Por isso, com 0 pas- sar do tempo, um sistema mais simples foi se aperfeigoando. Para representar os sons, foram escolhidos simbolos que vieram a ser as primeiras letras. Com diferentes combinagoes de duas diizias désses simbolos, formam-se milhares de palavras. Essa combinacio foi chamada de escrita alfabética, e representava um grande progresso, pois, além de estar ao alcance de todos, ocupava muito menos espa- co. Em Portugués, o alfabeto tem 23 letras (nao usamos mais 0 Y, 0 W e o K), enquanto a escrita ideografica chinesa, que lembra os hieréglifos, possui mais de 4.000 sinais. Pense no tempo que vocé levaria para aprender todos. Em diferentes partes do mundo, os povos criaram e aperfeicoaram varios tipos de alfa- betos, dependendo, em parte, do material de que dispunham para escrever Escrita egipcia antiga sdbre papiros A IMPRENSA S egipcios da Antigiiidade escreviam em papiros, feitos de um vegetal do mesmo nome que érescia as margens do rio Nilo Na Asia Menor, escrevia-se sobre placas de argila, que, depois, eram endurecidas ao fogo. ‘Todos ésses métodos eram lentos e caros. Na Europa, até ao século XV, escrevia-se sobre os pergaminhos, feitos de pele de cabra ou de carneiro. No século II, os chineses ja fabricavam papel. Centenas de anos depois, imprimiam com pranchas de madeira Os primeiros tipos méveis de metal foram usados na Alemanha, por Johann Giitenberg que, com éles, imprimiu uma Biblia, em 1455. Pochole* (lamina de metal ou papelio, Fevorlada, que serve para impressto) [___aurenoene © 4 impnensa moderna maquina de limprimir, Foi uma obra muito trabalhosa, pois tédas as operagées eram feitas & mo, mas, mesmo assim, mais rapida do que se fésse manuscrita A imprensa ajudou a espalhar mais rapi- damente a cultura através do mundo. Hoje em dia, as gigantescas rotativas de um jornal imprimem milhares de exemplares por hora Muitos livros séo impressos em grandes quantidades e em varias cores, como éste que vocé esta lendo agora. A civilizacdo, tal como a conhecemos na época atual, deve muito imprensa. Imagine um mundo sem jornais, sem li- vros e sem revistas! A MEDICAO A NTES da invengio do rel6gio, o quadrante solar era 0 tinico meio certo de se saber as horas. Usava-se, também, a ampulheta de areia e 0 relégio de Agua (clepsidra), que nao eram instrumentos exatos Os primeiros quadrantes solares foram feitos pelos egipeios ha 5.000 anos. Um es- quadro vertical projetava sua sombra sobre um disco de pedra ou de metal. £ claro que, durante a noite, ou quando o tempo estava nublado, nao havia sombra — ¢ nao se podia saber as horas DO TEMPO Ampulhets Os relogios apareceram na Europa, no século XIII. Construidos com enormes rodas de ferro, éles eram colocados no alto de uma torre para que téda a cidade pudesse saber as horas Esses primeiros instrumentos eram pesa- dos e muito pouco precisos; nao tinham o pon- teiro de marear os minutos Somente no principio do século XVIII, ésse ponteiro foi usado. E foi também nessa época que o relégio passou a dispor de um péndulo, que marcava as horas de maneira verdadeiramente exata Reldsio do séeulo 20%. Sextante OS APARELHOS PARTIR do momento em que atraves- sou 0 Atlantico, Cristévao Colombo nio soube mais onde se achava exatamente. Ele usava um antigo aparelho chamado astrolabio para determinar a sua latitude (distancia do equador) aproximada, mas, quanto & longitude, estava reduzido, apenas, a meras suposicoes O sextante (que substituiu 0 astrolabio) € 0 cronémetro (que é simplesmente um relé- gio de precisdo) permitem ao navegador mo- derno determinar a sua posicdo exata uso désses dois aparelhos se baseia no fato de serem regulares os movimentos apa- rentes do Sol, das estrélas e dos planétas. Os astrénomos podem caleular — com abso- luta preciso e com anos de antecedéncia — em que parte do céu ésses corpos se acharao em determinado momento ‘ela hora de Greenwich Cronimeteo DE NAVEGACAO Esses dados so agrupados e ordenados em tabuas astronémicas, que, como se vé, so de grande utilidade para todos os homens que vivem no mar. O navegador usa o seu sextante para determinar, por exemplo, o angulo (distan- cia em graus) entre uma certa estréla e um ponto imaginario (0 zénite) no céu, exata- mente acima de sua cabeca. Essa distancia é medida sébre os eixos norte-sul e leste-oeste. © cronémetro indica a hora precisa dessa tomada de posico. Depois, o navegador veri- fica, pelas tébuas astronémieas, em que ponto da superficie terrestre esta estréla, nesta hora, seria observada na parte do céu onde éle a avistou. Este ponto é aquéle onde se encontrava © navio no momento em que a medicao foi realizada. de um telesopo 10 © PRIMEIRO TELESCOPIO 0 PRIMEIRO telescépio foi feito na Bél- gica, por volta de 1600. O fabricante de éculos Hans Lippershey, ao colocar duas lentes, uma diante da outra, olhou, por acaso, através delas — e percebeu, com espanto, que elas faziam parecer bem perto um catavento distante. A titulo de experiéncia, éle colocou, entéo, as duas lentes dentro de um tubo, construindo, assim, 0 primeiro telescépio sim- ples — uma luneta Em Veneza, no ano de 1609, um célebre pensador chamado Galileu ouviu falar do instrumento de Lippershey; éle sabia muita coisa sébre a maneira pela qual a luz se des- via ao atravessar uma lente. E utilizou ésses conhecimentos para fazer uma luneta que aumentava trinta vézes os objetos. Foi assim que descobriu maravilhas celestes nunca antes observadas pelo homem: quatro dos satélites de Jupiter, crateras na Lua, os anéis de Saturno, ete. Isaac Newton e William Herschel cons- truiram, nos séculos XVII e XVIII, instru- mentos que aumentavam as coisas centenas de vézes. A construcdo dos teleseépios, mesmo dos mais modernos, baseia-se, ainda, nas experién- cias désses dois sibios. O principio @ sempre 0 mesmo. A luz projetada por um objeto distante incide sbre a lente ou espelho do telescépio. Essa lente ou espelho, sendo bem maior que o cristalino do élho humano, recebe maior nimero de raios luminosos. E mudam sua diregdo, fazen- do-os convergirem para um ponto chamado foco, onde se forma uma imagem bem nitida do objeto. O observador vé essa imagem atra- vés de uma pequena mas poderosa lente de aumento, a que se da o nome de ocular. Assim, a luneta e o teleseépio fazem um obje- to que est pouco visivel parecer brilhante (concentrando mais raios luminosos) e maior (ampliando-o gracas ao ocular). Nos planetirios, realiza-teconstantes conferdncias sSbre os O MAIOR TELESCOPIO DO MUNDO joo como a luneta de Galileu foi mara- vilhosa para o seu tempo, no nosso 0 ins trumento mais notavel no génexo é o enorme teleseépio de Hale, sobre 0 monte Palomar, na California, Gr 0s astronémos podem estudar e observar estrélas e nebulo- sas tdo distantes que a luz delas leva dois mi- Ihdes de anos para chegar até nés. A Lua que esté a 384 mil quilémetros da Terra, parece estar apenas a 150 quilémetros, quando vista por ésse telesedpio. © teleseépio de Hale pesa mais de 500 toneladas. Seu tubo, com 6 metros de didme- tro, tem mais de 15 de comprimento, e a sua ciipula se eleva a 93 metros do solo. & nee ‘aria uma poderosa engrenagem para desloci- lo e apontar o seu élho em diregdo & parte do céu que os astrdnomos desejam ‘observar Ao telescépio, ajustam-se maquinas, a fim de fotografarem corpos celestes que, nem com a ajuda do maravilhoso instrumento, seriam vistos. O telescépio de Hale utiliza um espe- VW Iho curvo de 6 metros de diametro para rece- ber e concentrar os raios luminosos vindos do espaco. E 0 maior objeto de vidro do mundo, Na Europa, o observatério mais moderno 6 0 de Saint-Michel-de-Provence. O primeiro observatério do continente americano foi ins- talado no Brasil por Mauricio de Nassau, na itha de Antonio Vaz (Pe), em 1639 Hoje, os dois maiores observatérios bra- sileiros so 0 Nacional (na Guanabara) e o do Instituto Astronémico e Geofisico de Sao Paulo. Canhio carregado pela bica Canhio earregado pela eulatra CANHOES A POLVORA era conhecida dos chineses talvez desde o primeiro século da nossa era. Nessa época, ela era utilizada para fogos de artificio. Atribue-se a Berthold Schwartz, monge alemao, a fabricagéo do pri- meiro canhdo grosseiro, entre 1500 e 1550 Os primeiros engenhos désse género ex- plodiam freqiientemente e eram quase tao perigosos para os que se serviam déle como para 0 objetivo visado. Nao tardou muito para que se construissem engenhos menos perigo- sos, mas de mira dificil de ser feita Mais de um século depois, percebeu-se que uma bola segue trajetéria mais regular se nela se imprime um movimento de rotacdo. 12 Assim, a partir do século XVI, comegouse a fabricar canhées cujos canos tinham raias em espiral por dentro Até cérea de 1845, as pecas de artilharia eram carregadas pela béca, na qual eram enfiadas pélvora e balas, o que fazia a opera- géo muito demorada. O bloco de culatra foi inventado para que os artilheiros pudessem introduzir, rapidamente, a munigo pela tra- seira da peca. Hoje, pode-se carregar e dis- parar um canhao de 12 polegadas, em menos de 20 segundos. Os mais recentes modelos de artilharia antiaérea fazem pontaria por meio do radar, e so carregados e disparados auto- maticamente. ‘Canhio antiaéree mosquetes de mecha e pedra, dos I © XVIL, eram pesados, grossciros © pouco precisos. Era necessaric botar fogo na polvora com uma pequena tocha séculos } ou fazer girar uma roda de ferro com a borda rugosa contra um pedaco de silex para produ- zir centelhas, que, por sua vez, faziam explo- dir a pélvora. Os fuzis automaticos de hoje funcionam mais ou menos pelo mesmo prin- cipio 13 ARMAS LIGEIRAS Por volta de 1625, assaltantes holandes que desejavam uma arma cujo fogo nio fosse visto facilmente noite, inventaram o fuzil de pederneira — bastava friecionar um peda- co de silex contra uma peca de metal perto do lugar por onde se carregava a arma. A cente- Iha produzida era bastante forte para atingir a pélvora, mas tio pequena que mal se a via. Enquanto o canhao raiado fazia o tiro sair mais preciso, ésse fuzil se tornou, na époce, a arma leve mais mortifera de todo 0 mundo Até 1850, 0 soldado que recarregava seu fuzil pela béca era um alvo magnifico, duran- te 2 operagéo. Quando se passou a empregar © método de carregar a arma pela culatra, os combatentes passaram a colocar suas muni- goes deitados no chao. Os primeiros fuzis désse tipo tinham que ser recarregados depois de cada tiro; mas, no fim do século passado, foram aperfeigoados modelos com os quais j4 se podia disparar varias balas de cada vez E as metralhadoras modernas, que se car- regam automiaticamente, fazem mais de 750 disparos por minuto Locomotiva acionada a vapor MAQUINAS A VAPOR D ESDE 1698, construiam-se méquinas a vapor na Inglaterra, as quais eram utilizadas para bombear agua nas minas. Elas, porém, queimavam muito combustivel endo eram suficientemente possantes. Alguém devia ficar sempre ao lado da maquina, a fim de, cada vez que o pistdo subisse ou descesse, fazer penetrar nela 0 vapor, por meio de uma valvula Foi Denis Papin que, em 1687, descobriu a elasticidade do vapor, 0 que permitiu a cons- trugio da primeira maquina realmente a va- por, de efeito simples Por volta de 1764, 0 engenheiro escocés James Watt aperfeicoou a maquina de efeito 4 duplo: o vapor penetra no cilindro pelas duas extremidades, e 0 empurra — primeiro, num. sentido e, depois, no outro. Esse movimento de vaivém do pistéo faz girar um eixo, que, por sua vez, aciona as en- grenagens. A turbina a vapor é 0 modélo mais recen- te désse tipo de maquina: consiste em um ou varios discos, girando ao mesmo tempo e uni- dos a um mesmo eixo; cada disco tem uma série de palhétas em forma de meia-lua, presos a sua volta; 0 vapor é dirigido, em alta pres- sio, sdbre as palhétas, que fazem girar o disco o suficiente para colocar uma grande maquina em funcionamento. Antiga maquina EMBARCACOES A VAPOR construida por Denis Papin, em 1707, — foi despedagada no rio Fulda, pelos barquei- ros da regiio, pois éles achavam que tal inven- to thes daria prejuizo Em 1776, 0 Marques Jouffroy d’Abbans langou 0 piroscafo com bons resultados, mas © Govérno francés Ihe recusou apoio. Foi preciso esperar até 1807 para que o engenhei- ro norte-americano Robert Fulton, depois de haver oferecido seu invento a Napoledo, que no se interessou por éle, construisse o “Cler- mont”, Em sua primeira viagem, éste barco BARCO MOVIDO A PAS transportou passageiros no rio Hudson, per- = correndo 225 quilémetros em 32 horas Em 1819, 0 “Savannah” atravessou o Atlntico, ainda conservando as velas. O pri- Em 1840, um inglés construtor de navios meiro a cruzar o oceano apenas empregando —_substituiu, pela primeira vez, as rodas com as maquinas foi um barco de pas, holandés, pas por uma hélice em espiral. Esta se mos- © “Curagau”, que, em 1827, foi de Roterddo trou tao superior aquelas, que, hoje em dia, as Indias Ocidentais em um més faz parte de todos os navios ‘Moderna navio a vapor / 15 Antigos modelos de Yocomotivas = vapor LOCOMOTIVAS A VAPOR A PRIMEIRA locomotiva a vapor fot construida na Inglaterra, em 1803, para levar carvao do interior de uma mina para o seu exterior. Ela andava sobre trilhos feltos para carrogas puxadas a cavalo. Em pouco tempo, a pesada locomotiva estragou os delicados trilhos, mas os proprietdrios da mina recusaram-se a conserti-los Pouco depois, construiram-se locomotivas aperfeicoadas. Em 1829, 0 inglés George Stephenson produziu uma, chamada “Rocket” (Veloz), que podia aleancar a velocidade de 44 quilémetros por hora ¢ cuja tracéo era assegurada pelo escapamento do vapor. Os adversarios de tal novidade afirmaram que nenhum ser humano poderia suportar tal ace- leragdo. Predisseram, também, que a fumaca da locomotiva envenenaria o ar, mataria os passaros e nao deixaria as vacas darem leite. Pouco depois, o engenheiro francés Mare Séguin, inventor da fornalha tubular, abriu a 16 primeira estrada de ferro, na Franca, entre as cidades de Lyon e Saint-Etienne, Em 1830, os Estados Unidos construiram a primeira locomotiva pratica, a “Tom Thumb” (Peque- no Polegar) No Brasil, Irineu Evangelista de Souza, mais tarde Bardo de Maui, construiu a pri- meira estrada de ferro, ligando 0 pérto de Maua a estagdo de Fragoso (14,5 quilémetros). Hoje, os trens elétricos deslocam-se a mais de 300 quilémetros hordrios. © MOTOR Locomeriva biEseL M_ névo tipo de motor — o Diesel — subs- tituiu, em quase todos os trabalhos, as locomotivas a vapor. Ele tem grande potén- cia e funciona a base de subprodutos de petro. eo, mais barato do que a gasolina. Teve seu nome em homenagem a seu inventor, Rudolph Interior de uma locomotiva a motor Diesel DIESEL A 6LEO Diesel, que aperfeigoou sua idéia, na Alema. nha, em 1897 motor Diesel a éleo trabalha do seguin- te modo ar € aspirado no cilindro e comprimido por um pistdo que se eleva até a pressao atin- gir cérea de 300 quilos por centimetro qua- drado © ar assim comprimido se torna muito quente. © dleo combustivel ¢ injetado no ci- lindro e se combina com 0 ar. O calor faz dila- tar a mistura que empurra o cilindro para bai- xo, dando-lhe tal forga, que a maquina se pe a funcionar Os motores Diesel sio utilizados para acionar geradores elétricos que fornecem forca a fabricas e, até mesmo, a cidades Sao usados, igualmente, em caminhoes e navios. Em locomotivas, éles esto substituindo, cada vez mais, as ja antiquadas locomotives a vapor © DESCAROCADOR DE ALGODAO A uns cento e cingtienta anos, todos os tipos de roupa eram muito caros. algodoeiro se desenvolvia facilmente, mas era custoso separar dos capulhos (capsulas de que saem os flocos de algodao) as semen- tes e as félhas. Sé essa operacao encareci roupas DESCAROGADOR OE ALGODAO oe al 10 deccarogador 18 Em 1772, Eli Whitney, um jovem inven- tor norte-americano, foi visitar a plantagao de alguns amigos, que Ihe contaram como era trabalhoso limpar manualmente os capulhos; € 0 encorajaram a inventar uma espécie de maquina que pudesse fazer tal operagao mecé- nicamente. Pouco depois, em 1793, apés uns dez dias de trabalho, Whitney fabricou o pri- meiro descarocador de algodao Essa maquina, chamada por seu inven- tor de “cotton gin”, tinha um rélo comprido, cheio de pregos pontiagudos. Abaixo do rélo, havia um pedaco de metal com fendas estrei- tas. Ao girar-se 0 rdlo, os pregos puxavam o algodao para as fendas, e as félhas e sementes eram postas de lado Esse processo rapido de descarogar o al- godao encorajou muitos cultivadores a au- mentarem suas plantacdes. Hoje em dia, a pr dugdo no mundo é tal, que os tecidos feitos com essa fibra esto ao aleance de todos. O Brasil, em 1962/1963, era o terceiro maior produtor mundial da fibra de algodio, com 1.902.300 toneladas. TE a metade do ultimo século, no havia maquinas de costura. As donas-de-casa perdiam muito tempo em costurar as roupas, a fim de vestir a familia O descarocador de Eli Whitney barateou a fibra de algodao. Outra invencao, o tear, possibilitou tecer qualquer tipo de fio; e os tecidos ficaram mais baratos Em 1830, na Franca, Barthélemy Thi- monnier inventou uma maquina que cosia as roupas mais rapidamente do que os mais ha- beis alfaiates. Construiu, entéo, muitas delas; mas os alfaiates franceses, com médo de que tais novidades pudessem deixé-los morrer de Tome, juntaram-se e as queimaram Em 1846, Elias Howe, um inventor norte- americano, aperfeicoou a maquina de costura, ‘Mas como nao conseguisse encontrar ninguém, em seu Pais, interessado em compré-la, ven- deu-a a Inglaterra. Poucos anos depois, mi- Ihares de méquinas de costura estavam em uso na terra natal de Howe 19 Hoje em dia, dotadas de motores elétricos e de dispositivos que Ihes permitem fazer quase todos os pontos de bordado, as maqui- nas de costura estdo entre as mais preciosas ajudas as donas-de-casa. Os modelos maiores permitiram d confecedo de roupas em série. OS ENLATADOS | das maiores preocupagies do homem, desde a Pré-Histéria, era de como con- servar as comidas sem estragi-las Durante séculos usaram-se alguns proces- os, tais como: defumar, secar, salgar ou icuearar Por volta de 1800, na Franca, Nicolas Appert descobriu que poderia ¢ carne e os legumes cozinhandi chando-os em vidros 0s alimentos Este proéesso, porque os vi brarem Uns dez anos depois, 0 inglés Peter Durand descobriu que se podia conservar os alimentos em latas de ferro que tivessem 0 interior recoberto por uma {olha de estanho, Punha-s bem vedada por uma tampa, onde se fazia um orificio O alimento era pésto a cozinhar; e, pouco antes de terminar 0 cozimento, 0 orificio era soldado para que no entrasse ar Uma lata de carne assim cozida foi dei- xada por um explorador, em certa ilha do Artico: Oitenta e sete anos depois, outros nservar a bem e fe Sem a presenga do ar se conservavam frescos porém, nao era pratico, ros eran caros e faceis de se que- a comida na lata, que era depois viajantes ac bom Na época em que foram inventadas, as latas de conserva eram feitas de metal muito grosso; e, quando se desejava abri-las, usava- se um martelo e um cinzel As modernas maquinas de enlatar tiram todo o-ar de dentro das latas e as fecham her- méticamente Depois disso elas passam por autoclaves to continuava (marmitas que cozinham sem desprender va- por), onde a comida é cozida A REFRIGERACAO ‘TE ha alguns anos, as carnes e os peixes frescos eram raros em muitos lugares, porque ndo havia maneira de envid que se estragassem. O gélo custava caro e, com o tempo quente, logo se derretia Em 1755, 0 escocés Dr. William Cullen construiu uma primitiva maquina de fazer gélo. Outros a aperfeigoaram e, em 1845, em Nova Orléans (Louisiana), fézse uma que refrigerava um pequeno aposento durante al- gum tempo Em 1876, o francés Charles Tellier aper- feigoou as maquinas de compressao e de ciclo los sem Maquina de fazer xélo miiltiplo, que poderiam assegurar a perfeita conservacao dos alimentos pereciveis; e equi- pou um navio, 0 célebre “Frigorifieo”, que féz a viagem Rouen-Buenos Aires, com um. carregamento que chegou em perfeito estado. Os modernos refrigeradores so dos mais diversos tipos. O mais comum é 0 que uti- liza o seguinte prinefpio: quando um gis é comprimido esquenta, mas, ao ser expandido, resfria. O processo do refrigerador, portanto, & o seguinte: o gés & comprimido e, depois, passa por uma serpentina refrigerante; o calor, pela radiagdo, é expulso do aparelho. Apés resfriado, 0 gis se expande e a temperatura cai a abaixo de O°C Hoje em dia, caminhées, trens e navios, munidos de instalacées frigorificas, transpor- tam géneros pereciveis para todo o mundo. Corte de um vagio-trigoritico 21 A LAVOURA TE 1800, os arados eram ferramentas sem rodas, feitas de madeira, incémodas dificeis de manejar, que mal arranhavam o solo. As vézes, necessitavase de 8 a 10 bois para puxar 0 arado em terrenos duros Foi por essa época que se introduziu a charrua com as relhas de ferro, puxadas por um ou dois cavalos (ou bois). Esse instru- mento revolvia o terreno, a fim de revirar, afofar e pulverizar a terra. A principio, al- guns fazendeiros nao quiseram usar as char- Tuas de ferro, pois temiam que ésse metal envenenasse 0 solo. Além disso, a lama seca- va, agarrava-se e era preciso raspé-la tempo foi passando e as charruas fo- ram sendo aperfeicoadas. Em 1869, James Oliver fabricou uma relha com superficie tao lisa, que nada conseguia se agarrar a ela; e, além disso, cortava sulcos de terra, limpos ¢ direitos, em curto espaco de tempo. Os fazendeiros de hoje usam gigantescas méquinas, que, em uma s6 operacao, pulveri- zam uma larga faixa de terra com 30 centi- metros de profundidade, plantam as semen- tes, fertilizam 0 solo e cobrem de terra as se- mentes. Gracas a elas, a lavoura jé deixou de ser o trabalho extenuante que era ha um século. CCharrue puxaaa a um cavalo A CEIFA DO TRIGO Des: ‘08 tempos mais antigos, as espigas de trigo eram ceifadas a mao, por meio de foices. O ceifador precisava trabalhar muito, para cortar uns poucos ares por dia. Depois disso, as espigas eram atadas em mo- Ihos, os quais eram debulhados (batidos) a mado, a fim de se retirar os graos. Em 1831, Cyrus McCormick inventou uma ceifadeira puxada por dois cavalos, que. num tinico dia de trabalho, podia cortar t hectares de trigo. Construiram-se outras ma- quinas que amarravam os molhos e os debu- Ihavam; mas, mesmo assim, a ceifa continuava sendo um trabalho longo e penoso Inventou-se, finalmente, uma gigantesca maquina que corta e debulha o trigo numa s6 operacao. Esta ceifadeira-debulhadora enche diretamente os caminhdes ou trens, que con- duzem 0 trigo ao mercado. A principio, pre- cisava-se de muitos cavalos para puxar tal maquina enorme; hoje, porém, os tratores fa- zem ésse servico. Corte de uma ceifadeira-debulhadora 23 As ceifadeiras-debulhadoras custam caro e so usadas apenas durante parte do ano; os lavradores, por isso, juntam-se para comprar uma, ou alugam-na com sua equipe de agri- cultores especializados A ELETRICIDADE A. mais de 2.000 anos, os gregos sabiam como produzir faiscas elétricas e cor rentes de curta duracao, atritando mbar sobre outros corpos. Alids, a palavra “eletri. cidade” vem do grego “elektron”, que signi: fica “ambar" Apesar de os homens haverem brincado com a eletricidade durante séculos, foi s6 em 1791 que o italiano Luigi Galvani descobriu que ela percorria um fio de cobre ou qualquer outro condutor Sua descoberta se deu quando, ao fazer experiéncias, pés em contato dois fios de me- tais diferentes. ‘A extremidade de um déles estava unida a um nervo e a outra a um missculo da pata de uma r morta ‘Ao se tocarem as outras duas pontas dos fios, 0 circuito se fechou e 0 misculo se con- traiu Foi assim que Galvani descobriu, por acaso, que certos metais podem conduzir ele- tricidade de um pélo a outro. Seu nome, alias, serve de primeiro ele- mento na formacdo de palavras aue se rela- galvanizacao, cionam a fendmenos elétricos falvanocautério, ete Corte de uma bateria de acumuladores 24 Uns dez anos mais tarde, um outro italia- no, Alessandro Volta, construiu a primeira pilha elétrica. Esta continha produtos quimi- cos que reagiam uns sdbre os outros, pro zindo assim uma corrente regular que se podia enviar ao longo de um fio. O volt, unidade de forga eletromotriz, deve seu nome a ésse inventor Em 1831, 0 sibio inglés Michael Faraday descobriu como produzir corrente ao fazer gi rar um disco de cobre entre os polos de um ima. Sua maquina — por éle chamada de dinamo — produzia corrente enquanto girada. © MOTOR ELETRICO 0: motores elétricos foram construidos, na Inglaterra, pouco depois que Fara- day inventou seu gerador elético (dinamo). A principio, porém, nao se sabia, ao certo, qual a sua utilidade pratica. Eram baterias que forneciam a corrente e éste foi o seu tinico emprégo durante muitos anos. Ninguém bia que a corrente de um gerador pederia ser utilizada diretamente para acionar um motor. Em 1835, porém, o americano Joseph Henry foi o primeiro homem a Ihe dar uma utilidade: construiu uma pequena ferrovia no quintal e usou baterias para fornecer corrente a0 motor que moveu o trenzinho Em 1873, em Viena, um trabalhador en- ®arregado de ligar motores as baterias mis- turou os fios e ligou, acidentalmente, um motor a um gerador. Para espanto geral, aquéle se pés @ rodar Comegou-se, entao, a construir alternado- res de grandes dimensies (6 metros de dide metro). que, jé em 1900, desenvnlviam potén- cias de 3.000 kw. Atualmento, procura-se atingir velocidade de rotacio da classe de 3.000 RPM Hoje em dia. os motores clétricos em nossas casas — aquéles que movimentam o ventilador e a maquina de costura — sao acio- nados por uma corrente produzida por gigan- teseas centrais, situadas, As vézes, a centenas de quilémetros s atuais motores elétricos fazem o tra- balho de bilhdes de cavalos — e é por isso que calculamos sua poténcia em HP (“horse power"). Bles movimentam tanto os trenzi- nhos que divertem as criancas em casa, como 0s gigantescos trens de passageiros 25 O TELEGRAFO 0 PRIMEIRO telégrafo elétrico foi cons- truido em Genebra (Suiga), em 1774, pelo francés Georges-Louis Lesage; consti- tuia-se de 24 fios condutores, um para cada letra do alfabeto, Em 1832, um oficial russo, Schilling, apresentou um aparelho onde os sinais eram produzidos por apenas duas agu- thas, mas foi o alemao Steinheil que inventou © primeiro telégrafo escrevente, em 1837 Nos primeiros tipos, uma agulha soletra- va as mensagens ao desenhar as letras do alfa- beto. O americano Samuel Morse — que havia anos trabalhava no aperfeicoamento de um névo sistema, baseado na descoberta do eletroima — conseguiu finalmente permissao para pé-lo a prova, em 1844, quando construi- ram uma linha entre Nova York e Washington, Para se enviar uma mensagem, bastava aper- tar um comutador que, por meio de impulsos elétricos, produzia os simbolos alfabéticos do Cédigo Morse A principio, apenas uma mensagem podia ser enviada de cada vez pelo fio; mas, em 1858, Rouvier formulou o principio da trans- missao miltipla; e, alguns anos mais tarde, Oe ety sen uty Speers aie hee eects a : Sinais do Cédigo Atorse 26 Telégrato trabsthando Meyer imaginou um sistema que permitia enviar simulténeamente quatro telegramas em Cédigo Morse por um tinico fio condutor Mas, nesse campo, 0 grande nome entre 98 descobridores é 0 de Jean-Maurice-Emile Baudot, que deu seu nome & unidade de velo- cidade de transmisséo (o baud) Com os modernos instrumentos de telé- grafo, milhares de palavras podem ser envia- das, a cada minuto, em ambas as diregdes, por um tinieo fio. be O TELEFONE E:: 1854, gracas a um vibrador elétrico, Paul-Gustave Froment ja conseguia transmitir sons musicais & distancia; e Char- les Bourseul estudava 0 principio do telefone elétrico. Em 1861, 0 alemao Philip Reiss con- seguiu ouvir cantos a 100 metros de distincia e deu o nome de telefone a seu aparetho ‘Mas a voz humana s6 foi transmitida, em 1876, por Alexander Graham Bell. Apés um més de trabalho, conseguiu aperfeigoar dois aparelhos rudimentares, cada um contendo um diafragma (membrana de ferro doce, extre- mamente delicada). Quando se falava num Duis tipos de telefones antigos 27 ‘Telefone combinada "e automatics déles, o diafragma déste vibrava, ficando feri- do pelas ondas sonoras, e suas oscilagdes mo- dificavam 0 campo magnético de um ima colocado contra éle; desenvolvia, entéo, cor- rentes de inducdo, transmitidas ao outro apa- relho pelos fios e que faziam vibrar o dia- fragma déste iltimo A 10 de marco de 1876, Graham Bell fa- Jou no primeiro telefone, a seu assistente, que nao ouviu claramente. Mas o fato de a voz ter sido transmitida por fio ficou. Naseera 0 telefone! Nesse mesmo ano, numa exposicio em Filadélfia (Estados Unidos), nosso Imperador Pedro II se entusiasmou tanto com o invento de Bell, que éste Ihe ofertou aquéle primeiro aparelho. Foi na Franga que nasceu e se aperfeicoou © combinado — tipo de telefone que, numa sé peca, tem o aparelho de escutar (receptor) eo de falar (microfone) Por volta de 1889, um corretor de enter- ros, Almon B. Strowger, inventou 0 primeiro sistema automitico: éle desconfiou que uma telefonista mandava seus recados a um con- corrente seu, e queria, pois, um aparelho au- tomatico, a fim de eliminar 0 auxilio humano, Hoje, 0 telefone automatico é utilizado em tédas as cidades e, também, para estabelecer ‘comunicacao entre cidades de um mesmo pais ou de outro, as vézes do outro lado do oceano. E, por isso mesmo, as centrais telefénicas so de uma complexidade incrivel. Operador de radio, trabathando a boro de um navio. “A TELEGRAFIA SEM FIO H: mais de um século, os cientistas haviam descoberto que a eletricidade, sob a for- ma de ondas eletromagnéticas, desloca-se no espago. Sio as ondas hertzianas — nome dado em homenagem ao alemao Heinrich Hertz que demonstrou essa propriedade ao.enviar 0 primeiro sinal de telegrafia sem fio, de um lado a outro de um aposento (1887). Mas foi Branly que féz a descoberta em que assenta uma das invengdes mais conside- raveis de nossa época. Em seu pobre labora- tério da Rua d’Assas, no Instituto Catélico, Branly aperfeicoou o ridiotelégrafo, aparelho que se baseia na mudanga de sua resistencia sob 0 efeito das ondas eletromagnéticas, que éle 6 capaz de captar. O russo Popov, tendo inventado a antena, abriu o caminho para a Ultima etapa, Foi o italiano Guglielmo Marconi que 0 sucedeu: a 28 de marco de 1899, realizou a pri- meira comunicagéo de uma costa para outra do Canal da Mancha (Dover e Wimereux), enviando mensagem a Branly Apesar de todos os obstéculos que teve de transpor, sua persisténcia permitiu-lhe estabelecer estagdes por todo o globo, As modernas emissoras enviam sinais gracas a tubos eletrénicos, parecidos, na forma, com as vilvulas do aparelho de rédio que temos em casa. 28 O RADIO A PRINCIPIO, 0 tinico ruido do T.S.F. (telégrafo sem fio) era um zumbido entrecortado pelos pontos e tragos do Alfabeto Morse. O T.S.F. nao podia transmitir voz ou musica Mas, em 1897, Ducretet conseguiu se comunicar com seu colaborador Roger (um ant u& AL 29 estava no alto da térre Eiffel e outro no Pantedo) Em 1903, 0 americano Reginald Fessenden conseguiu transmitir sua voz pelo radio a um receptor que estava a uma milha distante dali Sua voz era dificil de ouvir-se, porque as ondas eletromagnéticas que a levavam cor- riam répidas demais para que os fones de escuta pudessem torné-las claras e audiveis Em 1904, o inglés Sir John Fleming in- ventou 0 tubo a vacuo, que permitiu controlar a velocidade das ondas do radio; e, com éle. os fones de escuta trabalhavam melhor. Em. 1906, Lee de Forest inventou o triodo (val- vula de trés elétrodos), que possibilitou am- plificar as ondas de radio, as quais puderam ser transmitidas a grandes distncias. E, em 1915, as estacdes de radio de Washington man- davam mensagens que as estacdes de Hono- lulu e Paris captavam Hoje em dia, 0 radio tem tao grande aleance, que pode ser ouvido, até, pelos astro- nautas quando em viagem a Lua A LUZ ELETRICA tentaram diminuir a escuridao por meio de tochas, lamparinas, velas, lampides a querosene e bicos de gis. A luminosidade. no entanto, era fraca e trémula; as velas se apagavam; os lampides faziam fumaca. Foi ha pouco mais de meio século que 0 uso da luz, elétrica transformou a iluminagao Durante anos, os inventores de muitos paises tentaram fabricar lampadas elétricas — mais correntemente chamadas de limpadas incandescentes. Alguns conseguiram, é certo, mas suas criagdes eram caras demais e pouco priticas para o uso geral L4 por volta de 1877, 0 americano Thomas Iva Edison comecou a pesquisar o problema. Experimentou varias matérias, tais como pa- peléo, celuldide, fibra de céco e de bambu, ete. Em 1879, féz um filamento com um pedaco de fio de costura carbonizado e intro- duzido numa ampola de vidro, de onde reti- rou todo o ar; ligado a um circuito, o filamen- 30 to se tornou incand vou durante mais de 40 horas. Experimentou, afinal, 0 tungsténio (metal muito resistente que s6 se funde a altas temperaturas) e os resultados foram tao bons que éle é usado ain- da hoje Atualmente, as lampadas podem tamai scente e assim se conser- adquirir s proporcionais & luminosidade que irdo desenvolver: as lampadas de fardis ocea- nicos tém quase 1 metro de altura Refletor de cinema LAMPADAS ELETRICAS ESPECIAIS duzida pela passagem da eletricidade através de um gas. Entre estas, especiais, temos a Limpada a vapor de mereirio, a lam- pada a gas neon e a limpada fluorescente A lampada a vapor de merctrio, inven- tada por Peter Cooper-Hewitt, em Nova York, cérea de 1903, marcou o inicio das realizagdes nesse dominio. No interior déste tipo de lam- pada, uma pequena parcela do metal liquido AAs limpadas fhuorescentes tambem suo usadas nas Fuss, ILUMINAGAO A GAS. NEON 31 chamado merctrio se transforma em gas, quan- do da passagem da corrente, e brilha. Produz uma luminosidade branco-azulada tubo de gas neon sé passou a ter grande uso ha relativamente pouco tempo. Sabia-se, hA muito, que tal gas existia no ar, mas foram os trabalhos do francés Georges Claude que permitiram descobrir 0 meio de isolé-lo O neon brilha quando a eletricidade 0 ioniza. E, hoje em dia, os letreiros e amiincios lumino- sos sdo um espeticulo familiar — tanto em lojas, como em restaurantes, seja em forma de letras ou, mesmo, acompanhando 0 dese- nho de uma figura © prinefpio da lampada fluorescente é parecido, O interior do tubo de vidro é re- vestido por um pé quimico. Quando a cor- rente atravessa o mercirio da lampada, o tal pé se torna fluorescente, isto é, brilha. Semelhante proceso dispensa muito pouca corrente e, portanto, permite uma iluminagao bem mais barata. Hoje em dia, é utilizada cada vez mais em lojas, em escritérios e, até mes- mo, em residéncias. y & y= © interior do tubo & Fevertido de matérla Huorescente Py Lampada Muorescente. © ACO 0 FERRO, resultante da fusdo do miné- rio de ferro em altos-fornos, contém imimeras impurezas, sobretudo 0 carbono, além de ser quebradigo. Como, entao, pode éle ser transformado em ago — um dos mate- riais metilicos mais resistentes? Durante séculos, os homens utilizaram-se de métodos diversos para isolar o carbono, fosforo e enxéfre contidos no metal, mas todos éstes processos eram lentos e caros. Os tra- balhos de Réaumur, Berthollet e Monge os aperfeicoaram, e dois grandes processos indus- triais surgiram pela mesma época. O inglés 32 0s arranha-céus modernos tém uma armagia de ago. Sir Henry Bessemer, em 1856, fundiu a mis- tura de ferro e de carbono numa grande re- torta; depois, injetou uma corrente de ar na massa em fuséo. O oxigénio desta corrente, ao se combinar com o carbono da fusdo, forma © 6xido de carbono que, em seguida, é quei- mado, junto com outras impurezas. O pro- duto obtido é um aco resistente e maledvel O proceso Siemens-Martin, que consiste em descarbonizar parcialmente o ferro gusa, é empregado atualmente em muitos casos. 0 ferro quebradico de antigamente nao servia, nem para os trilhos das estradas de ferro, nem para as grandes pontes, nem para os navios. Mas os processos modernos permi- tiram a construcdo de grandes ferrovias, de enormes arranha-céus e de transatlanticos O CIMENTO MA calcada de cimento nao parece uma invenedo, por certo. Mas Portland que a reeobre é 0 resnitado de uma importante descoberta Antes de ser utilizado, a construgav era lenta. Quase todos os grandes edificios eram feitos de pedras ou de tijolos, cuidadosamente arrumados e ligados por uma argamassa feita de argila, cal ¢ areia, ou de outros materiais: mas tal mistura era muito esfarelavel e pouco sélida Depois da invengio do cimento, péde se construir paredes mais finas ¢ acelerar bas- tante o trabalho de construgao. > cimento (Cimento Portland torna a argamassa mals forte. 33 Com cimento, 98 p © cimento Portland foi patenteado em 1824, pelo inglés John Aspdin, que féz 0 se- guinte: misturou argila e cal moida, reduziy a areia e cozeu até ao coméco da fuséo; juntou Agua e areia e deixou endurecer; obteve, assim, © primeiro cimento realmente forte, que en- durecia mesmo sob a agua. Recebeu 0 nome de cimento Portland, porque sua cér era se- melhante & do caleareo que havia em Portland, regidio em que Aspdin vivia Uma das primeiras obras em que se em- pregou ésse cimento foi a construcdo de um tiinel sob 0 rio que banha a cidade de Londres —o Tamisa — em 1828 Nos tempos modernos, o cimento armado — combinagdo de uma resistente estrutura de ferro com cimento forte e duravel, que séo duas forgas combiftadas — permite a constru- 40 rapida de enormes edificios, représas e pontes, o que barateia grandemente a mio-de- obra Durante a guerra, quando havia pouco ago, até os navios eram construidos com con- creto, que é a mistura de cimento Portland, areia e pedra britada Soneme le? FOSFOROS PRIMITIVOS 34 (0s patitos de fésforo, agora, OS PALITOS DE FOSFORO ARA conseguirem fogo, os homens friccio- navam dois pedacos de madeira, que, pelo atrito, inflamavam-se. Este método, po- rém, era trabalhoso e demorado.. Nossos ante- passados comecaram a tentar encontrar um meio rapido de produzir 0 fogo. E, de tenta- tiva em tentativa, chegaram aos primeiros palitos candescentes. Estes, no entanto, além de muito caros, eram tao perigosos que nem mesmo os adultos podiam compré-los O mais antigo de todos era composto de enxéfre e clorato de potassio. Para acendé-lo, era mergulhado em acido sulfarico, que se inflamava com o clorato de potissio. O pro- cesso, no entanto, nao era de seguranga, por- que 0 Acido queimava a pele. Em 1827, 0 inglés John Walker inventou um palito ‘de fazer fogo que se friecionava numa lixa, mas © resultado freqiiente era uma explosao peri- gosa; e certos paises proibiram sua venda Em 1830, 0 Dr. Charles Sauria adicionou fésforo & mistura inventada por Walker, mas isso provocou uma onda de doencas e morte, principalmente aos operirios que fabricavam tal palito, pois élés aspiravam os vapéres exa- lados pela mistura ao se inflamar Em 1845, Anton von Schrotte inventou os palitos fosféricos de seguranca (onde alguns ingredientes necessarios 4 criacio do fogo estéo na ponta do palito, enquanto os outros, na lixa) e, pela primeira vez, o ptiblico teve & sua disposicgo um meio verdadeiramente cémodo para acender os cigarros, os cachim- bos, fogdes e fornos Hoje em dia, ha palitos de madeira, de papeléo e de céra; e hd, também, palitos & prova de agua A BORRACHA Ne século XVI, em suas cartas, os explora- dores espanhdis e portuguéses que vie- ram ao Novo Mundo falavam da borracha ¢ das utilidades que ela poderia ter. No México, os espanhéis viram os indigenas brincar com bolas de borracha; viram, também, que éles impermeabilizavam objetos com essa matéria vegetal. Os nativos obtinham-na ao defumar a seiva de certas arvores e cipés, tais como a seringueira Por volta de 1819, a Inglaterra e os Esta- dos Unidos comecaram a se aproveitar da bor- racha para impermeabilizar as roupas © os sapatos, mas os resultados nao eram satisfaté- ios. Os objetos assim tratados tornavam-se moles e pegajosos durante o calor do verao; € duros e quebradigos durante o frio do inverno, Nos Estados Unidos, Charles Goodyear tentou misturar diversos produtos a borracha Ja pegajosa. Finalmente, Saco de dua quente ‘ anne es ood juntou enxéfre; e, certo dia, em 1839, aciden- talmente deixou cair um pouco da mistura numa panela qu Depois. de cozida, a pasta se transformou no que hoje chamamos de borracha vulcanizada, que tanto resiste a0 calor como ao frio Suas utilidades se multiplicaram sem parar, e os homens tentaram achar um subs- tituto para tal matéria-prima preciosa, que se precisava importar da Asia ou da América do Sul (0 Brasil, do final do século passado até 1910, foi o principal produtor; mas os proces- sos de obtencdo e defumagao eram precarios e insuficientes para o consumo — e perdeu tal lugar para a Asia) Nos ultimos anos, conseguiu-se, finalmen- te, a borracha sintética, que ¢ obtida por pro- cessos quimicos ta i Colchio e travesseira ‘Sy a a Luves © MOTOR A GASOLINA OR volta de 1680, na Holanda, construiu- se um motor que funcionava com pél- vora de canhéo. Foi sé em cérea de 1825 que outros itiventores eriaram modelos acionados por explosdes internas de hidrogénio ou de terebentina e Alcool misturados. Mais tarde, os motores a gas, pesados e ineémodos, chegavam a realizar até 200 rota- ges por minuto Enquanto isso, a maquina a vapor era aperfeicoada para ser colocada nas locomoti- vas e nas usinas, mas os pesquisadores conti- nuavam a trabalhar em projetos de motores menores, mais leves, que funcionassem por combustao interna Em 1885, 0 alemao Gottlieb Daimler cons- truiu um motor désse tipo, que dava 1.000 rotagies por minuto. Daimler utilizou em barcos o maior mi- mero de seus primeiros motores, porque pen- sava que éles nao poderiam ter bom desempe- nho em automéveis Os motores a gasolina, a prinefpio, desen- Funcionamento Ge um motor a és. volviam poténcias inferiores a 2 cavalos; a grande maioria tinha apenas 1 ou 2 cilindros. Mais tarde, aperfeigoados, tais motores permi- tiram enormes progressos nos transportes terrestres, maritimos e aéreos. Hoje em dia, certos automévels tém um motor com mais de 300 cavalos, e os dos avides ultrapassam os 3.000 carro esporte © AUTOMOVEL E 1769, 0 francés Nicolas Cugnot cons- ur ended truiu um carro movido por uma ma- quina a vapor. Foi a primeira viatura auto. mével (auto, por si mesmo, e mével, que se ~ move). Mais de um século, porém, deveria se | is pasar até que o automével equipado com motor a gasolina se tornasse um meio pra- tico de transporte Os inventores, quando trabalhavam em veiculos autopropulsionaveis, encontraram muitas dificuldades 4 frente. Em 1896, por exemplo, foi votada uma lei na Inglaterra exigindo que um homem fésse andando 60 metros adiante do automével, segurando uma bandeira vermelha. Se uma pessoa, a cavalo, levantasse uma das méos, 0 veiculo deveria parar até que o cavaleiro passasse Em 1685, 0 alemao Karl Benz construiu 0 primeiro automével movido a gasolina. Seis anos mais tarde, em 1891, na Franga, o motor Caminhto Dicset de Gottlieb Daimler foi, pela primeira vez, montado num chassis de automével, por Panhard e Levassor Foi por volta de 1930 que os métodos de produgéo em massa possibilitaram a venda mais facil e mais barata dos automéveis. Hoje em dia, varios paises americanos europeus criam e produzem modelos, aper- feicoando detalhes e eliminando outros que ja se tornaram antiquados © Brasil ja esté produzindo caminhoes, énibus, utilitérios, carros de passeio e de esporte. Utiitério 37 Esquema da ¢ A FOTOGRAFIA A CAMARA. escura — caixa fechada com um pequeno orificio numa das extre- midades — é conhecida ha mais de mil anos. Se pusessem um pedacinho de vidro polido no furo, via-se uma imagem invertida, formada na parede oposta. Se ajustassem uma pequena lente de vidro na abertura, a imagem tornar- se-i@ mais nitida, Mas ndo havia nenhuma nara Polarold Land, que tlea fotogratas «, Jw” 38 placa que pudesse reproduzir e conservar esta iltima de forma mais permanente Em 1831, 0 francés Louis Daguerre féz uma série de experiéncias que o conduziram a fotografia pratica Pintou de iédo uma placa de prata, 0 que produziu na superficie um produto quimico, 6 iodeto de prata, cuja propriedade é escure- cer quando exposto luz Daguerre colocou a placa em seu apare- Iho e, apés a longa exposi¢aéo de um certo objeto, seguida de novos tratamentos quimi- cos, a placa revelou a imagem daquele objeto que féra colocado diante da objetiva. E, por isso, as primeiras reprodugées se chamaram daguerrestipos Fora dado o primeiro grande passo para a moderna fotografia. ‘A. principio, eram necessérias muitas horas de exposicdo para impressionar a placa; mas, em 1839, 0 préprio Daguerre conseguiu reduzir a duracéo para 20 minutos. Hoje em dia, com aparelhos ultra-répidos e peliculas extremamente sensiveis, podemos tirar negativos em milionésimos de segundo, ou menos ainda Além disso, a fotografia a cdres se popu- lariza a cada dia que passa e a técnica das re- produgdes vem se aprimorando rapidamente O CINEMA 0 PRINCIPIO do Cinema — ou melhor, a fixagdo, na retina, de imagens que se sucedem rapidamente — era conhecido desde a Antiguidade, pois Lucrécio (95 a 53 a.C.) 0 menciona; Newton e Leonardo Da Vinei também o estudaram. Mas, s6 no século XIX, com o desenvolvimento da fotografia, entrou no rol das realizacdes praticas. Em 1878 — quando se descobriu as propriedades da gelatina-brometo, cuja sensibilidade per- mitiu reduzir a exposicéo para 1/2.500 de segundo — deu-se 0 passo decisivo na cinema- tografia O pioneiro nese campo foi Marey, que inventou o cronofotégrafo, em 1890. Os ir- maos Lumiére, em 1895, aperfeigoaram o pro- cesso do cinema, conhecido hoje pela enorme industria que dai derivou Um dos problemas essenciais era 0 mo- vimento rapido da pelicula diante da objetiva. £ sébre tal principio que repousa a técnica moderna: o filme é enrolado de maneira a sofrer paradas instantaneas diante da objetiva durante as quais éle ¢ impressionado, e depois continuar 0 movimento a fim de dar lugar & imagem seguinte. Edison conseguiu solucio- nar o problema e, pouco depois, ja eam cons- truidas cémaras que, num minuto, podiam CAMARA MODERNA tirar centenas de fotografias de um objeto em movimento Em 1907, o artista parisiense Emile Cohl teve a idéia de, em fitas da largura dos filmes cinematograficos, fazer esbocos que esquema- tizavam os movimentos humanos. Esta foi a origem dos desenhos animados que ainda fa- zem sucesso, entre criancas Hoje em dia, a cinematografia evoluiu enormemente, pois temos filmes sonoros, colo- ridos, em relévo (3 dimensao), telas dos mais variados formatos e larguras — além de pro- cessos de filmagem que nos dio os mais diver- sos efeitos Um esbico das asos.de Da Vinei OS PRIMEIROS AEROPLANOS js sé pensava em méquinas voadoras muito antes de serem inventadas. Sem falarmos do legendario fearo com suas asas de céra, lembramos que, pelo fim do século XV, Leonardo Da Vinci tentou voar usando asas que seriam acionadas pelos seus bracos, a fim de imitar os movimentos dos passaros Mas, para dar formas ao aeroplano, foi preciso inventar-se um motor muito possante e mais leve do que a maquina a vapor. Clément Ader, que realizou o primeiro vdo (1897) em aeroplano, previ quase todos os desenvolvimentos dessa nova ciéncia e construiu seu aparelho completo, inclusive um motor leve de 40 CV para acionar as hélices Foi éle, também, quem criou a palavra “aviao” ‘A 12 de novembro de 1906, em Paris, 0 brasileiro Alberto Santos-Dumont, que ja era entéo um dos precursores dos dirigiveis, ga- nhou o primeiro prémio de 1.500 francos, atribuido ao aviador que tivesse realizado um véo planado de 100 metros. Ble, no entanto, percorrera 220 metros! Enquanto isso, nos Estados Unidos, os irmaos Wright tentavam voar num planador, o que conseguiram em 17 de dezembro de 1903, num aparelho movido a motor e impulsionado por uma catapulta. Santos-Dumont esta a frente déles, pois seu aeroplano decolou com sua propria forea ‘Em 1908, Esnault-Pelterie experimentou um monoplano de 350 quilos, com 0 qual se elevou a 30 metros. E Blériot percorreu 28 quilémetros em cireulo (com duas avarias ); apés esta experiéncia, atravessou o canal da ‘Mancha. Acronlano ‘lead. Bato estérica Hee em dia, gigantescos avides transpor- tam mais de 100 passageiros; e os de carga levam toneladas de mercadorias, de continente a continente, Muitos désses “mais pesados do que o ar” sao a jato. Em algumas horas, pequenos avides conduzem rapidamente pesquisadores e exploradores a regides distan- tes, as quais levar-se-iam semanas para alcan- gar com os meios de transporte terrestres ou Maritimos. Helicépteros aterram sobre telha- dos dos grandes arranha-céus, trazendo malas do correio. O XFV-1 (american), com motor de turbo-propulséo, pode voar verticalmente © C.99 (americano) transporta 400 soldados ou 50 toneladas de carga. O YAK-25 (russo) a jato, aleanca a velocidade de 1.000 quilé- metros por hora. O caga (aviio que protege os navios contra a esquadra inimiga) Cutlass, a jato, de reatores geminados e de asas em ilecha, € um dos interceptadores de maior fora ascen- sional e rapidez. Aylio a jato O Skyrocket, para atingir sua velocidade maxima (mais de 2.000 quilémetros por hora), tem que se elevar a uma altitude de 24,000 metros O Mistére, caga francés a jato, possui au- tonomia de vdo para 2.400 quilémetros. Avido de transporte OS RAIOS X 0: raios de Roentgen, mais comumente chamados de raios X, foram descober- tos pelo cientista alemao Wilhelm Roentgen, em 1895. Certo dia, quando fazia experiéncias com um bulbo de vidro, no qual havia feito vacuo, colocado dentro de uma caixa preta, € passando pelo interior daquele uma corrente elétrica de alta voltagem, notou que alguns elementos quimicos que se achavam sébre sua mesa brilhavam quando se dava aquela passagem. Examinando seu dispositivo de mais perto, 0 cientista constatou que certos raios atravessavam o papelao préto da caixa Roentgen deu o nome de X a tais raios, pois desconhecia a sua natureza Muitos de nés ja tivemos ocasido de ver funcionar um aparelho de radiografia. Quan- do os raios atravessam um brago quebrado, por exemplo para irem impressionar uma pe- licula, a carne detém um menor nimero de raios do que o osso. Assim, o negativo é mais escuro nos locais onde houve menor incidén- cia de raios; e, sdbre a pelicula, a carne e os ossos tém aspectos diferentes. Podemos, por- tanto, désse modo, determinar a posigéo ¢ a forma das fraturas, 0 que possibilitou a sua localizagao precisa Os raios X também tém utilidade para se descobrir fraudes em metais e em obras artisticas. Certos aparelhos empregam até 2 MV (2 milhées de volts ou 2 megavolts) de energia e penetram no aco até a uma profun- didade de 40 centimetros. Sdo muito usados para explorar a estrutura dos atomos, 0 que se consegue com a cuidadosa regulagem das ondas de raios. ‘Tubo de raios X 42 Unidade terapeutica num hospital A ENERGIA NUCLEAR P OUCO se sabia, realmente, sdbre 0 tomo, até ao fim do século passado. Em qua- tro anos (1898 a 1902), os trabalhos do casal Curie puseram téda a Ciéncia em questio, pois a descoberta da radioatividade féz nas- cer aera atémica. Em 1902, Rutherford admi- tia a hipdtese de a radioatividade ser uma dis- sociago do mticleo atémico (os Curie, em 1902, ja haviam pensando nisso, mas nao ha- viam prosseguido em tal tese). Em 1908, Einstein revelou, por demonstragdo matemé- tica, que uma grande forca seria liberada, se se pudesse separar as diversas partes do ato- mo: é 0 que se chama de fissdo nuclear, e foi realizada, na pratica, pela primeira vez, por Hahn, em 1938, Pode se transformé-la num processo con- tinuo (ou reacéo em cadeia), quando as par- ticulas de um niicleo dissociado bombardeiam € fazem fracionar os niicleos dos atomos vizi- nhos. Isso foi levado a efeito, pela primeira vez, em 1942, na Universidade de Chicago. Recentemente, descobriuse um método ainda mais poderoso para liberar a energia atémica — 0 método da fusdo. Por éle, os 43 Atomos de hidrogénio sao transtormados em &tomos de hélio; e a reacdo libera uma férca enorme. Este deve ser o processo do futuro, A bomba atémica teve importancia capi- tal na Segunda Grande Guerra. Sémente agora, 0 homem comeca a utilizar a energia atémica para a paz. Uma pequena parcela sua pode ser utilizada, por exemplo, para gerar mais energia elétrica do que todo 0 carvao e petréleo ja utilizados no mundo. PARTICULAS NO INTERIOR 008 ATOMOS. A TELEVISAO a aconteceu com todos os complica- dos aparelhos modernos, muitos pes- quisadores participaram da invengdo da tele- visio. Encontramos, nos trabalhos de Senlecq (1879) e Leblane (1880), muitas das linhas essenciais, mas tais idéias eram avancadas demais para os meios técnicos da época e nao puderam ser levadas avante. Graham Bell, em 1880 também, quis “ver pela eletricidade”. Dauvillier (de 1923 a 1929) foi um dos primei- ros a utilizar 0 tubo catédico que hoje faz parte de todos os televisores. O grande pro- blema, porém, era obter-se uma imagem nitida. Para isso, precisava-se tomar as cenas com uma camara através de um disco cheio de furi- nhos. Enquanto éste girava rapidamente, a luz, ao passar pelos furinhos, fornecia estimu- los que podiam ser retransmitidos as telas de televiséo Foi sé depois, em 1925, quando V. K. Zworykin pés a funcionar o iconosedpio, que 4 se nt tr ANNE Como uma cena é csptada puma edmaa e num tlevisor. INTERIOR DE UMA TELEVISKO se conseguiu uma imagem nitida e estavel Tal pega esta para a emissio, da mesma forma que o tubo catédico para a recepcao A imagem numa tela de televiséo é de- composta num certo mimero de linhas e tra- gos: quanto maior for ésse numero, mais ni- tida seré a imagem Hoje em dia, j4 ha televisdo a céres. OS TELEGUIADOS Derors que se atira uma pedra, ndo se pode mais controlar sua trajetéria Nesse exemplo, isso ndo tem importancia mas quando se trata de teleguiados que foram construidos para destruir alvos fora do alcance dos nossos sentidos, a precisdo é de extrema importéneia Hoje em dia, os misseis séo lancados em objetivos distantes centenas de quilémetros, € tém dispositivos especiais que os dirigem certeiros contra os alvos Certos projéteis novos séo guiados pelos sinais emitidos por estacdes de radio, locali- em terra; outros possuem um radar que primeiro determina a posico do objetivo, ¢ depois lanca o projétil contra éste ultimo Outros tém instrumentos ultra-precisos que conservam 0 missil numa trajetoria pré-dete minada. Outros, ainda, so guiados por olhos- eletrénicos que se orientam pelas estrélas, ou seguem as linhas de forga do campo magnético terrestre. Um avigo sem piléto pode ser transfor- mado num projétil teleguiado com a monta- gem de uma camara de televisdo colocada no nariz do aviéo. A cena captada pela camara é transmitida a uma tela de televisdo, situada a quilémetros de distincia. Ali, um especia- lista observa as imagens e pilota 0 avigo pelo radio-comando. Assim que o objetivo aparece na tela, éle dirige 0 aparelho em sua diregao e solta as bombas Projétilteteguiado © SUBMARINO Leoxsnn0 Da Vinci (século XV) e Gali- leu Galilei (século XVI) ja haviam pensado em uma embarcacio que pudesse navegar debaixo das éguas Em 1620, construiuse um submarino grosseiro, coberto de ouro, e com propulsao a remos Em 1772, durante a Guerra de Indepen- déncia americana, Bushnell conseguiu achar uma solugéo para a navegagio submarina; a manobra, no entanto, devia ser feita a mao © a embarcagao nao podia descer muito Em 1900, John P, Holland vendeu um submarino & Marinha norte-americana, rece- bendo logo a encomenda de mais cinco. O sub- marino media uns 16 metros de comprimento € pesava 75 toneladas. Era movido por um motor a gasolina, quando na superficie; e, ao submergir, por motores elétricos. Ha alguns anos, construiu-se um subma- ino que pesava 5.000 toneladas. Nessa época, era de uso geral o sistema “snorkel”, que Ihe Sistema “snorkel” de um submaring permitia navegar debaixo da Agua, respirando © ar da superficie por um longo tubo Tal construcdo naval & considerada como uma invengao relativamente recente. Alguns submarinos muito modernos ja séo dotados de motores acionados por energia atdmica, que Ihes permitem navegar a grande velocidade, durante meses, sem ser preciso repor 0 com- bustivel, bem como renovar o ar. soe met RADAR E SONAR E« meio a escuridao, a0 nevoeiro, ou sob as Aguas, 0 homem nao conseguia ver direito; mas as ondas sonoras e radivelétricas podiam “ver” por éle. Em 1887, Heinrich Hertz percebeu que estas tiltimas ricochetea- vam nos objetos sélidos e, desde 1904, a ago do radio ja era usada como instrumento des- tinado a impedir as colisées de navios. Mas © dispositivo nao podia indicar onde estava a outra embareacao, nem a que distancia Trinta anos depois, a Gra-Bretanha e os Estados Unidos comecaram a trabalhar no radar, que permitia assinalar os avides e na- vios a grandes disténcias. Tal instrumento emite sinais gracas a uma antena especial (aerial). Se éles encontram um objeto sélido, em qualquer lugar, 0 eco volta & antena e obstaculo aparece entdo na tela fluorescente que lembra muito a de um televisor. A posi- ‘cdo do sinal na tela indica a que distancia se encontra o objeto e em que direcdo. Da mesma maneira, 0 sonar envia, atra- vés da gua, ondas sonoras que ricocheteiam e voltam ao emissor quando encontram um. corpo sélido. O sonar ajudou a salvar muitas embarca- Ges ameagadas pelos submarinos inimigos durante a Segunda Grande Guerra. Em tempo de paz, os navios utilizam-no para determinar a profundidade da agua e evitar os encalhes. No mundo inteiro, os pescadores usam-no para assinalar os cardumes de peixes (a qualidade dos instrumentos é tal que, pelo tipo de sinal, pode se saber que espécie de peixes ha ali); os cientistas também o empregam para poder fazer 0 levantamento do fundo do oceano, desenhando, inclusive com a sua ajuda, todo 0 relévo submarino de zonas muito profundas. (© sonar envia ondas tonorat debaixo gua 47 ASTRONAVES E SATELITES ARTIFICIAIS A 3 de outubro de 1957, com o langamento do Sputnik I pelos russos, abriu-se uma nova era na histéria da Civilizago: a das viagens interplanetarias. Em breve, muitos satélites russos e ame- ricanos giravam ao redor da Terra e os cien- tistas anunciavam estar preparando o envio de um foguete & Lua Os satélites foram langados no espaco por meio de foguetes de muitos estagios. O primeiro levanta téda a maquina do solo, depois se extingue e cai no momento em que © segundo comega a funcionar — e assim por diante. Apés esta série de impulsos vigorosos, © tiltimo se desloca a uma velocidade de uns 28,000 quilémetros por hora, numa trajetéria situada a centenas de quilémetros acima da Terra. Projeta, entdo, o satélite — ou melhor, é éste mesmo estagio que se torna o satélite. Por que éste iltimo continua a girar ao redor do nosso planéta, em lugar de cair? & porque éle tem uma velocidade suficiente para que a curva de sua érbita, no momento em que se aproxima da Terra, seja téo grande, até mesmo maior do que esta tiltima. Em outras palavras, a forca centrifuga do satélite anula a atragdo da terra. Mas, pouco a pouco, o atrito do ar retarda ‘a marcha do bélide, a forca de gravidade o atrai e, quanto mais se aproxima de nosso globo, mais éle perde rapidamente a veloci- dade. Os primeiros satélites voltaram a atmos- fera ao fim de alguns meses e se desintegra- ram nela por atrito, como acontece com os meteoritos ao cairem em nosso planéta, 0 que faz muita gente pensar, erradamente, que sio estrélas cadentes. Tais instrumentos tém um fim cientifico e fornecem informagées muito preciosas. Sao munidos de instrumentos que registram as 48 temperaturas do espaco césmico, as colisdes com meteoros e as radiagSes emitidas pelo Sol ou por outros corpos celestes. Estagoes de radio enviam, imediatamente, essas informagoes & Terra Enquanto o satélite gira, as menores mu- dangas na drbita sao captadas pelas instalacoes de contréle na Terra. Elas fornecem muitas informagées aos cientistas sbre a atmosfera nas grandes altitudes e a atracdo terrestre Ao observar o satélite de diferentes pontos na superficie de nosso planéta, pode se cal- cular mais precisamente a distancia que os separa, Os satélites que tém cémaras para foto- grafar as alturas atmosféricas possibilitam previsées meteorolégicas mais exatas; outros retransmitem emissdes de televisio. No dia 3 de fevereiro de 1966, quando o Lunik IX desceu sdbre a superficie lunar, pudemos saber como ela é. © homem pode viver no espago césmico, mas o grande problema é voltar. Os cientistas, tém certeza de que tal resultado ser obtido daqui a alguns anos. Alguns pensam mesmo que, antes do fim déste século, algumas expe- digdes j4 terdo explorado, ndo sé a Lua, mas, também, Marte, Vénus e talvez até outros planétas como Plutéo e, mesmo, astros de outras galaxias. eae Fees obbti to esas Oa onions OBAS AB HEOCAS

Você também pode gostar