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Ora, é isso o que a Igreja continua a fazer desde o dia em que recebeu o
imenso Dom do Espírito Santo – enviado por Cristo – e, com Ele, a infalível
palavra de Deus, a força dos sacramentos, as indulgências... “Em vinte
séculos, trabalhou-se muito; não me parece nem objectivo nem honesto –
comentava o Bem-aventurado Josemaría Escrivá – a ânsia com que alguns
querem menosprezar a tarefa dos que nos precederam. Em vinte séculos
realizou-se um grande trabalho e, com frequência, realizou-se muito bem. Em
certas épocas, houve desacertos, recuos, como também hoje há retrocessos,
medo, timidez, ao mesmo tempo que não faltam atitudes de valentia e
generosidade. Mas a família humana renova-se constantemente; em cada
geração é necessário continuar com o empenho de ajudar o homem a
descobrir a grandeza da sua vocação de filho de Deus, e inculcar-lhe o
mandamento do amor ao Criador e ao próximo”2. A vida é um tempo para fazer
frutificar os bens divinos.
Eis que venho depressa – diz hoje o Senhor –, e a minha recompensa está
comigo, para retribuir a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o
Ómega, o primeiro e o último, o princípio e o fim 4. Só n’Ele os nossos afazeres
aqui na terra encontram o seu sentido. A Igreja inteira é depositária do tesouro
de Cristo: quando cada um de nós luta por ser fiel aos seus deveres, aos
compromissos que adquiriu como cidadão e como cristão, a santidade de Deus
cresce no mundo.
O Senhor também quis aludir à recusa de que seria objecto ao longo dos
séculos. Acaso é menor a que hoje se dá? São menores o ódio e a
indiferença? Na literatura, na arte, na ciência..., nas famílias..., parece ouvir-se
um alarido gigantesco: Nolumus hunc regnare super nos!, não queremos que
Ele reine sobre nós! Ele, “que é o autor do universo e de cada uma das
criaturas, e que não se impõe com atitudes de domínio, mas mendiga um
pouco de amor, mostrando-nos em silêncio as suas mãos chagadas.
“Como é possível, então, que tantos o ignorem? Por que se ouve ainda esse
protesto cruel: Nolumus hunc regnare super nos (Lc 19, 14), não queremos que
Ele reine sobre nós? Há na terra milhões de homens que se defrontam assim
com Jesus Cristo, ou melhor, com a sombra de Jesus Cristo, porque, na
realidade, o verdadeiro Cristo, não o conhecem, nem viram a beleza do seu
rosto, nem perceberam a maravilha da sua doutrina.
Este é o fim da nossa vida: dar glória a Deus aqui na terra pelo bom uso de
todas as coisas que recebemos, e depois na eternidade, com a Virgem, os
anjos e os santos. Se o tivermos sempre presente, que bons administradores
seremos dos dons que o Senhor nos quis dar para com eles ganharmos o Céu!
(1) Lc 19, 11-28; (2) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 121; (3) Concílio Vaticano
II, Constituição Gaudium et spes, 45; (4) Apoc 22, 12-13; (5) São Josemaría Escrivá, É Cristo
que passa, n. 179; (6) Joseph Tissot, La vida interior, pág. 102; (7) cfr. Santo
Agostinho, Sermão 51, 2; (8) Santo Agostinho, Sermão 94; (9) cfr. Pio XI, Carta Encíclica Quas
primas, 11.12.25; (10) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 913.
(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)