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Ética e Biotecnologia
Biotecnologia.
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Leewnhoek (1675). No século seguinte, XVIII Eward Jenner inocula o seu filho para o
proteger da varíola; Louis Paster propõe em 1857 a teaoria microbiana do processo de
fermentação; em 1859 Charles Darwin publica a teoria da evolução através da selecção
natural; em 1890 Walther Flemming descobre os cromossas, em 1922 Se produz o
primeiro tratamento de uma pessoa com insulina de origem animal; em 1928 Alexander
Fleming descobre a penicilina; o primeiro milho híbrido (obtido por cruzamento forçado
entre duas plantas é comercializado em 1933.
1. Aplicações em saúde
a). O Diagnóstico
*Biossensores são pequenos dispositivos que utilizam componentes biológicos como elementos
de reconhecimento, ligados a um sistema de detecção, transdução e amplificação do sinal
gerado na reação com o analito-alvo. Podem ser utilizados diversos elementos, sendo os
principais, atualmente, aqueles baseados em aptâmeros e nanomateriais, por sua alta
especificidade e sensibilidade. Seu potencial de utilização varia desde a detecção e tratamento
de doenças ou a medição de componentes nos fluidos biológicos, até o monitoramento ambiental
e prevenção de contaminação e bioterrorismo.
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Implicações éticas
b). A terapêutica
Existem vários artefactos oriundos da biotecnologia usados no tratamento de várias
doenças, como leucemia e outras doenças cancerígenas, anemia, fibrose cística (é uma
doença genética que afeta principalmente os pulmões, mas também o pâncreas, fígado, rins e intestino),
deficiências de crescimento, artrite reumática, hemofilia (é uma doença que impede a
coagulação do sangue, favorecendo hemorragias), Hepatite (é a inflamação do fígado), etc. As
estratégias são diversas, recorrendo, entre outros, de forma mais ou menos frequente,
a proteínas recombinantes.
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As proteínas recombinantes são amplamente utilizadas em doenças causadas por
deficiências genéticas que reduzem ou anulam a presença de uma dada proteína.
Tipicamente, a proteína em falta numa dada doença é produzida por tecnologia de ADN
(ácido desoxirribonucleico) recombinante, associada à cultura de células, podendo ser
administrada posteriormente em pacientes. Exemplos destas proteínas são o factor VIII
(em falta em alguns homofílicos), a insulina (para os diabéticos) ou a hormona de
crescimento (para crianças com distúrbios de crescimento.
Implicações éticas
Não obstante, a aplicação da terapia genética continua a criar zonas de sombra e dúvidas de
natureza moral.
• Como promover a aceitação pela diferença, na sequ~encia do uso desta terapia que
tendencialmente diminui a diferença? Como gerir as necessidades/vontades de
aplicação da terapia para melhorar traços gerais, como altura, inteligência ou
capacidade atlética.
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ético, embora pode ser aceitável num contexto terapêutico. A sua aplicação a fins não
terapêuticos, (por exemplo, melhorar o desempenho de atletas, prevenir o
comportamento violento ou diminuir os vícios) são questões cuja resposta envolve
controvérsia e requer um debate social profundo. Por outro lado, a aplicação do sistema
CRISPR-Cas9 em células de linhas germinativas é ainda mais controversa. Esta aplicação
vem permitir o nascimento de indivíduos com qualidades desejadas, por substituição
das qualidades indesejadas expressas geneticamente, mas também permite que estas
alterações se propaguem às gerações futuras. Actualmente o risco de mutações
genéticas imprevistas é maior do que os benefícios da terapia, algo que tem contribuído
para atrasar a aplicação da técnica em células germinativas.
De forma geral, é relevante assinalar que o conhecimento sobre o funcionamento das
células de linhas germinativas, a regeneração de tecidos ou os mecanismos de controlo
de resposta imunitária é bastante limitado, levantando algumas preocupações sobre os
efeitos indesejados da terapia genética a longo prazo.
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O mercado oferece actualmente diversos alimentos geneticamente modificados por
biotecnologia, incluindo batatas, beringelas, morangos, cenouras e peixe, como salmão.
O principal argumento para o desenvolvimento de alimentos geneticamente por
biotecnologia surge do desafio em 1) lidar com o aumento da população mundial e a
respectiva necessidade alimentar, 2) a par do decréscimo de terrenos aráveis e 3) do
reconhecimento das limitações das técnicas tradicionais de produção animal e vegetal.
No contexto actual, podem apontar-se vários benefícios dos alimentos geneticamente
modificados: 1) agronómicos, ao permitir poupar/evitar terreno arável, fertilizantes,
irrigação ou desflorestação; 2) económicos, pelo aumento do rendimento devido aos
avanços genéticos e á resistência a pestes e ervas daninhas e ao concomitante
decréscimo dos custos de produção (menor utilização de pesticidas e herbicidas); 3) para
a saúde, pela alteração da composição química dos alimentos de forma a enriquecê-los
em determinantes nutrientes ou substâncias com valor terapêutico ou saudável; 4) No
processamento alimentar, em que a alteração genética permite abrandar o
amadurecimento, possibilitando aumentar o tempo em prateleira de frutas ou melhorar
a estabilidade e factores de brilho, tornando a aparência mais atrente; 5) Para produtos
para fins terapêuticos, em que alimentos transgénicos são preparados como alternativa
a vacinas ou tratamentos.
Implicações éticas
Porém, existe um debate ético, político, económico, científico, filosófico e até religioso,
principalmente centrado nas incertezas dos potenciais efeitos adversos decorrentes da
utilização de alimentos geneticamente modificados por biotecnologia na saúde humana
e na segurança ambiental.
Além disso, a comunidade científica tem dificuldade em: 1) explicar ao público, de
forma concisa, as técnicas biológicas envolvidas; 2) Responder às preocupações sobre
a disseminação inadequada desses alimentos; 3) enunciar os princípios éticos
inerentes ao processamento tradicional de alimentos; 4) esclarecer as dúvidas relativas
à avaliação adequada desses alimentos; 5) De entre os riscos de saúde associados aos
alimentos geneticamente modificados destacam-se as questões de toxicidade,
alergenicidade e perigos genéticos, caso do milho starlink, (um tipo de milho transgénico,
teoricamente de uso animal e industrial), melhorado para resistir a insectos, que provoca uma
alergia nas pessoas, e da soja transgénica enriquecida com aminoácido metionina
obtido de um gene de noz brasileira (A metionina é um aminoácido necessário para o crescimento
e o desenvolvimento normal do corpo e para a síntese de creatina, um composto necessário na produção
de energia celular. A maioria das pessoas pode obter as quantidades adequadas do aminoácido com
alimentos ricos em metionina, como frutos do mar, carne e produtos lácteos)
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sucessivamente até ao topo da cadeia; ou , em outro sentido, com os resíduos das
plantas modificadas a gerarem efeitos negativos nos microrganismos do solo.
O desenvolvimento de resistências a antibióticos +e outro risco apontado. Os
antibióticos são comumente usados como marcadores de selecção nas etapas de
transfecçaõ genética em bactérias podendo transferir genes da resistência a antibióticos
para as bactérias da microflora intestinal humana ou animal.
São muitas as dúvidas e as questões por responder na utilização de alimentos e
organismos geneticamente modificados.