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ZÉ JOÃO DO SERTÃO

Lá no meio do sertão, E já quase sem alimento,


Onde o sol quente do dia Com olhar de lamento,
Batia naquele quente chão. Zé João observou,
Onde floresta não nascia, A morte que a seus animais levou.
Nem água abundante escorria, E a mesma morte, agora,
Mas a esperança sempre florescia Vinha na mesma hora,
Sem fantasias ou ilusões, Para perto de Zé João e sua família,
Como o amanhecer do dia, Que aquilo tudo via,
Enchendo muitos corações. Mas sabia que a ajuda viria.

Dia após dia E num momento desesperador,


O sol sempre aparecia Zé João lembra-se do Criador,
E cada vez mais ardia, E de joelhos ele fica,
Imperando no céu sozinho E aos céus suplica,
Em nuvens em seu caminho. Que a chuva descesse,
E, então, a seca dominava Que a sua família não morresse,
E o povo a Deus clamava E a vida naquele chão,
Que deles lembrasse No sertão do Zé João,
E que, do céu, chuva mandasse. Não morresse.

E nesse quente sertão E no amanhecer do dia,


Continuava a perseverar Zé João, Mais uma vez o sol aparecia,
Ainda plantando naquele seco chão Sozinho no céu reinava
Com esperança de obter pão. E a seca continuava.
Ele olhava para sua família O chão seco torrava,
Pensando: como a sustentaria? A vida não brotava,
Como por aquela situação, A morte se aproximava,
Mesmo difícil, ele venceria? A esperança de Zé João cessava,
Voltaria a ter paz no coração? E tudo se acabava.

E sem água, nada crescia, Mas ele não fora esquecido,


Tudo plantado morria, O Zé João sofrido,
Até a água se escondia e fugia. Pelo Criador fora ouvido,
E Zé João procurava, E num toque milagroso,
Com ardor ele labutava O meio dia quente,
Para a água achar Meio de repente,
E sua família saciar e sustentar, Virou dia chuvoso,
Para ver o sorriso de alegria, Molhando a terra ardente,
Novamente, seus rostos adornar. Pelo Criador Glorioso.

Zé João tentava de tudo, Zé João com alegria


Cavava o chão “cascudo” Toda aquela chuva via,
Para que, talvez, encontrasse Água abundante jorrando,
No fundo da terra, O chão ardente molhando,
Água que a sede saciasse. E a esperança voltando.
Porém, somente se ouvia, E uma a certeza forte,
O som dá pá no chão, Que o Criador deu suporte,
Mas água nenhuma vertia, E a Zé João e família,
Para desespero de Zé João. Livrou da morte.

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