UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

RELATÓRIO

Pêndulo simples

Trabalho apresentado ao
professor George Kouzo Shinomiya
da disciplina Introdução à Física
pelos alunos Fredson Berti S.
Costa, Josafá Cássio B. Santos e
Marcos Santos Alves.

Ilhéus – BA
Junho de 2008
 INTRODUÇÃO

Conta-se que, Galileo Galilei aos 19 anos, enquanto estava na catedral

de Pisa observava atentamente um candelabro que balançava de um lado para
o outro preso ao teto por uma corrente. Ele percebeu que o período de
oscilação parecia ser o mesmo, independente da amplitude das oscilações.
Para confirmar essa suposição, utilizou suas próprias pulsações, como um
“relógio” improvisado de modo a marcar o tempo para cada oscilação.
Um pêndulo simples é um sistema mecânico formado por uma partícula
de massa m suspensa por um fio de comprimento L de massa desprezível e
inextensível. Quando o pêndulo está em repouso, as forças que agem sobre
ele, força peso e tração do fio, se anulam.
Mas ao afastar o pêndulo de sua posição de equilíbrio, de modo que a
direção do fio que o sustenta forme um ângulo θ com a linha vertical que
passa pela posição de equilíbrio, a componente do peso perpendicular ao fio,
Px, agirá de forma a restaurar o equilíbrio e, desta forma, o pêndulo oscilará.
O tempo gasto para o pêndulo realizar uma oscilação completa (ir e
voltar a uma determinada posição) é denominado período T.
A figura 1, abaixo, representa um pêndulo simples e as forças que agem
sobre.

Figura 1:
 Objetivo

Estudar as características do pêndulo simples.

Materiais

- Discos metálicos de 10 g
- Linha de nylon
- Cronômetro digital Mondaime (precisão: 0,01s)
- Trena (incerteza: 0,1 cm; fundo de escala 25 m)
- Transferidor
- Suporte metálico de base retangular
- Tesoura

Procedimentos

Para analisar o período do pêndulo simples, para uma massa m

constante, variando o comprimento L do fio, foram feitos os seguintes
procedimentos:
1. Agrupou-se 04 discos metálicos, totalizando 40 g de massa.
2. Cortou-se, com o auxílio da tesoura, 150 cm do fio de nylon.
3. Amarrou-se os discos metálicos com o fio de nylon e prendeu-o no
suporte metálico de base retangular.
4. Mediu-se o comprimento do fio do ponto onde foi amarrado no
suporte até o centro dos discos agrupados, quando anotou-se o valor
para o comprimento: 138 cm.
5. Com o auxílio do transferidor, fixando-o de modo que o pêndulo em
repouso, verticalmente, coincidisse com o valor de 0º, deslocou-se o
pêndulo até que ele formasse com a reta vertical um ângulo de 10º.
6. Soltou-se o pêndulo desse ponto (ângulo de 10º) e, com o
cronômetro, marcou-se o tempo gasto para efetuar uma oscilação.
7. Repetiu-se o procedimento anterior dez vezes, anotando-se os
valores do período do pêndulo.
 8. Em seguida, enrolou-se o fio de nylon no suporte metálico de modo
que seu comprimento fosse igual a 100 cm.
9. Repetiu-se os procedimentos 5, 6 e 7.
10. Enrolou-se novamente o fio de nylon no suporte metálico de modo
que seu comprimento fosse igual a 75 cm.
11. Repetiu-se os procedimentos 5, 6 e 7.
12. Os resultados obtidos estão expressos na Tabela 1.

Para analisar o período do pêndulo simples, para um comprimento L do

fio constante, variando a massa m, foram feitos os seguintes procedimentos:
1. Amarrou-se uma das extremidades do fio de nylon no suporte
metálico e a outra no centro dos discos metálicos agrupados, de
modo que seu comprimento fosse igual a 100 cm.
2. Agrupou-se 04 discos metálicos, totalizando 40 g de massa.
3. Com o auxílio do transferidor, fixando-o de modo que o pêndulo em
repouso, verticalmente, coincidisse com o valor de 0º, deslocou-se o
pêndulo até que ele formasse com a reta vertical um ângulo de 10º.
4. Soltou-se o pêndulo desse ponto (ângulo de 10º) e, com o
cronômetro, marcou-se o tempo gasto para efetuar uma oscilação.
5. Repetiu-se o procedimento anterior dez vezes, anotando-se os
valores do período do pêndulo.
6. Em seguida, agrupou-se 08 discos metálicos, totalizando 80 g de
massa.
7. Repetiu-se os procedimentos 3, 4 e 5.
8. Os resultados obtidos estão expressos na Tabela 2.
 Resultados
Foram obtidas as seguintes medidas:

Tabela 1: Períodos (T) do pêndulo simples em função do comprimento

(L) do fio, mantendo a massa constante (m = 40g)
L = (138,0 ± 0,1) cm L = (100,0 ± 0,1) cm L = (75,0 ± 0,1) cm
T1 (s) (2,02± 0,01)s (1,49± 0,01)s (1,32± 0,01)s
T2 (s) (2,06± 0,01)s (1,47± 0,01)s (1,46± 0,01)s
T3 (s) (2,04± 0,01)s (1,57± 0,01)s (1,44± 0,01)s
T4 (s) (2,05± 0,01)s (1,47± 0,01)s (1,40± 0,01)s
T5 (s) (2,17± 0,01)s (1,63± 0,01)s (1,33± 0,01)s
T6 (s) (2,03± 0,01)s (1,59± 0,01)s (1,36± 0,01)s
T7 (s) (2,04± 0,01)s (1,60± 0,01)s (1,34± 0,01)s
T8 (s) (2,03± 0,01)s (1,58± 0,01)s (1,36± 0,01)s
T9 (s) (2,05± 0,01)s (1,59± 0,01)s (1,43± 0,01)s
T10 (s) (2,03± 0,01)s (1,58± 0,01)s (1,42± 0,01)s
Tmédio (s) (2,05± 0,01)s (1,56± 0,01)s (1,39± 0,01)s
g (cm/s²) 1295,06 (cm/s²) 1620,57 (cm/s²) 1530,91 (cm/s²)

Tabela 2: Períodos (T) do pêndulo simples em função da massa (m),

para um mesmo comprimento do fio L = (100,0 ± 0,1) cm
m = 40 g m = 80 g
T1 (s) (1,49± 0,01)s (1,59± 0,01)s
T2 (s) (1,47± 0,01)s (1,61± 0,01)s
T3 (s) (1,57± 0,01)s (1,63± 0,01)s
T4 (s) (1,47± 0,01)s (1,68± 0,01)s
T5 (s) (1,63± 0,01)s (1,82± 0,01)s
T6 (s) (1,59± 0,01)s (1,70± 0,01)s
T7 (s) (1,60± 0,01)s (1,69± 0,01)s
T8 (s) (1,58± 0,01)s (1,67± 0,01)s
T9 (s) (1,59± 0,01)s (1,75± 0,01)s
T10 (s) (1,58± 0,01)s (1,70± 0,01)s
Tmédio (s) (1,56± 0,01)s (1,51± 0,01)s
g (cm/s²) 1620,57 (cm/s²) 1729,68 (cm/s²)
 Discussão

Para calcular a média ( T ) dos períodos (T), foi utilizada a seguinte

fórmula:
1 10
T = ∑Ti
10 i =1
(1)

Para calcular o valor da aceleração da gravidade (g), foi utilizada a

seguinte fórmula:
4π 2L
g= (2)
T2
Os resultados obtidos, tanto os períodos quanto a média destes, foram
expressos com duas casas decimais, sendo a segunda casa decimal o primeiro
algarismo duvidoso, pois, o cronômetro não permite avaliar uma medida. A
precisão do instrumento, neste caso 0,01 s, é igual à incerteza da medida dos
períodos.
Para o cálculo da aceleração da gravidade, aproximou-se o valor de π
para 3,14.
 CONCLUSÃO

Os valores obtidos para a aceleração da gravidade g diferem tanto entre

si quanto em relação ao valor 9,8 m/s², valor este aproximado para g próximo à
superfície terrestre.
Isso se deve à imprecisão nas medidas devido ao reflexo humano ao
acionar o cronômetro, no início e/ou no fim da oscilação do pêndulo,
aumentando ou diminuindo o valor para os períodos; ou imprecisão na
oscilação do pêndulo, podendo ter ocorrido um deslocamento para frente ou
para trás, ao invés do deslocamento lateral.
Observa-se que o comprimento L do fio influencia no período do
pêndulo, pois ao diminuir o comprimento do fio, o tempo gasto para realizar
uma oscilação completa também diminuiu. Para um mesmo comprimento do
fio, o período do pêndulo diminuiu ao aumentar a sua massa, fato que não
deveria ter acontecido, visto que o período não depende da massa, conforme a
equação (3), pois quando esta varia, varia o peso e, consequentemente, a
força restauradora.
L
T = 2π (3)
g