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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

CENTRO DAS CIÊNCIAS EXATAS E DAS TECNOLOGIAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

DESEMPENHO TÉRMICO DE PAREDES: UMA ANÁLISE DE


PARÂMETROS TÉRMICOS RELACIONADOS AO CUSTO E
BENEFÍCIOS TÉRMICOS VOLTADOS PARA O MUNICÍPIO DE
BARREIRAS-BA

HINDIRA FEITOZA DE ARAÚJO

BARREIRAS-BA
AGOSTO-2018
HINDIRA FEITOZA DE ARAÚJO

DESEMPENHO TÉRMICO DE PAREDES: UMA ANÁLISE DE


PARÂMETROS TÉRMICOS RELACIONADOS AO CUSTO E
BENEFÍCIOS TÉRMICOS VOLTADOS PARA O MUNICÍPIO DE
BARREIRAS-BA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do
Oeste da Bahia, como requisito à obtenção do grau de
Engenheiro Civil.

Orientador(a): Professor D.Sc. Elier Pavón de la Fé

BARREIRAS-BA
AGOSTO-2018
Dedico este trabalho a Deus e minha família,
em especial à minha mãe: Fátima
e minha irmã: Hiza.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, toda honra e toda glória seja dada a ele. Sou grata
por ter me permitido alcançar meu objetivo, por ser essencial em minha vida, por ser a minha
força, o meu ânimo e a minha coragem para enfrentar todas as adversidades e me ensinar a
importância da gratidão.
A meus pais, Eduino e Fátima, obrigada pelos ensinamentos e pelo sustento ao longo
de toda a minha vida. Mas agradeço especialmente a minha mãe, que lutou incansavelmente
para que eu e minha irmã tivéssemos sempre o melhor, mesmo que para isso precisasse
realizar sacrifícios físicos, emocionais e financeiros. Agradeço também a ela, pelo apoio
incondicional quando decidi trilhar essa profissão, desde o dia que comecei a cursar o técnico
em edificações até hoje, sempre me encorajando a prosseguir; pretendo continuar honrando
cada esforço que realizou e buscar retribuir um pouco de todo seu amor e cuidado.
À minha irmã, Hiza, obrigada por todo o companheirismo, cumplicidade, apoio,
cuidado, paciência e amor, com toda certeza nossa ligação não é apenas genética, mas sim de
alma e coração. Obrigada por me ensinar todos os dias, com as suas atitudes, a buscar sempre
um coração sem maldade e com amor; sem dúvida alguma, se eu pudesse escolher uma irmã,
escolheria novamente você.
À minha avó, Bia, obrigada por ser meu exemplo e minha inspiração de mulher forte e
guerreira, por me encorajar a seguir sempre em frente e por todo seu amor e cuidado.
A Tácito, meu companheiro de mais de 8 anos, minha gratidão e amor. Obrigada por
todo apoio, incentivo, cuidado, atenção e principalmente, compreensão ao longo de todos
esses anos, desde o IFBA até hoje; tenho consciência de quão difícil foi a minha ausência e
limitação em participar de diversos momentos por estar me dedicando aos estudos. Obrigada
pelos ensinamentos, pelas risadas, pelos sonhos compartilhados e por despertar sempre o
melhor de mim ao longo de todos esses anos juntos.
Ao meu padrasto, Adalberto, obrigada pela atenção, dedicação e cuidado que tem por
mim e por minha irmã e pelo apoio durante esses anos de graduação.
Ao meu cachorro e fiel companheiro, Balotelli, obrigada pela companhia nas
madrugadas e por me fazer esquecer dos problemas a cada vez que me recebia no portão com
sua alegria e amor.
Às minhas amigas e irmãs de coração: Tati, Cris e Bia, obrigada pelo apoio, incentivo
e amizade ao longo de todos esses anos, por compreenderem minhas ausências e por me
encorajarem sempre a seguir em frente.
À Ju, uma amiga que a UFOB me deu, obrigada pelo apoio, disponibilidade e
incentivo durante esses anos de graduação e, principalmente, durante os meses de realização
deste trabalho, me auxiliando e aconselhando todas as vezes em que busquei sua ajuda.
Aos amigos que a UFOB também me trouxe: Carol, Gleyson, Tay, Érica Deai e Day,
muito obrigada pelos anos compartilhados, pelos auxílios dados, pelo companheirismo e,
principalmente, pelas risadas; sem dúvida alguma, esses anos foram melhores com vocês.
Aos meus colegas de curso: Letícia, Rana, Uiliam, Leide, Helves, Clara, Guilherme,
Victor, Vinicius, Galindo e Camila; obrigada pela companhia durante esses anos e por todo
auxílio e disponibilidade quando precisei de vocês.
À equipe, atual e passada, da REHAB/BI: Rodrigo, Francisco, João, Aline,
Melquizedeck, Maiara, Dani e Keilla; agradeço por todo apoio, incentivo e ensinamentos
profissionais e pessoais, que foram essenciais na minha formação. Agradeço em especial a
Maiara e João, pelo cuidado, preocupação e amizade que tiveram comigo durante esse tempo
de estágio e, principalmente, durante os meses de realização deste trabalho.
Aos professores que tive ao longo de toda a minha formação, minha gratidão e
respeito, sem vocês não teria sido possível alcançar meu objetivo.
Ao meu professor e orientador Elier, pelo qual tenho grande admiração, minha
gratidão pela atenção e dedição que depositou neste trabalho, obrigada pela disponibilidade,
ajuda e generosidade traduzida em palavras de confiança.
Aos professores que tive na UFOB durante a minha graduação, a minha mais sincera
gratidão pela formação que me proporcionaram. Agradeço especialmente aos professores:
Pedro Cláudio, Juarez, Elier, Oisy, Luizão, Kuelson, Vinicius Kuhn e Luis Gustavo pela
dedicação e disponibilidade que sempre tiveram comigo.
Agradeço aos professores Cláudio Alex de Oliveira Pires e Juarez Hoppe Filho, por
terem cedido seu tempo para avaliar meu trabalho e aproveito para manifestar minha
admiração e respeito aos profissionais e professores competentes que são.
Ao Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias (CCET) da Universidade Federal do
Oeste da Bahia (UFOB), por ter proporcionado condições para o desenvolvimento deste
trabalho.
RESUMO

O desempenho térmico de edificações é função das características dos materiais que


compõem seus elementos e repercute no conforto térmico de seus usuários. Uma boa forma de
melhorar o desempenho de uma edificação é através da envoltória (paredes externas e
coberturas) e seu isolamento térmico correto. Neste estudo foi avaliado o desempenho térmico
de paredes, analisando parâmetros térmicos, custo/m² e custo-benefício no município de
Barreiras-Ba. O estudo consistiu na definição das soluções de paredes comumente utilizadas
no município e na elaboração de 27 propostas de composições de paredes, que tiveram seus
parâmetros de transmitância térmica, capacidade térmica e atraso térmico calculados com
base na ABNT NBR 15220-2: 2003; sendo realizada a verificação do atendimento destes
parâmetros calculados às diretrizes da ABNT NBR 15.220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4:
2013. As soluções comuns e as propostas de composições de paredes que atenderam às
diretrizes de ambas as normas, tiveram seus custos/m² calculados. O custo-benefício foi
analisado com base nos índices elaborados para os parâmetros de desempenho térmico e nos
percentuais de aumento dos custos/m² das propostas em relação às soluções comuns. Os
resultados obtidos permitiram verificar que: as soluções de paredes comumente adotadas no
município não atendem às diretrizes normativas e das 27 propostas elaboradas, 16 atenderam
às diretrizes. Para atingir-se os parâmetros normativos recomendados para Barreiras-Ba não é
suficiente a utilização de paredes com alvenarias simples e revestimentos convencionais. Com
relação aos custos/m² verificou-se que: as soluções comuns apresentaram custos/m² dentro do
intervalo de 100R$/m² a 150R$/m² e as propostas elaboradas apresentaram custos/m² denro
do intervalo de 178R$/m² a 216R$/m². Com relação ao custo-benefício conclui-se que: as
propostas de composições de paredes selecionadas apresentaram índices de desempenho
térmico superiores aos das soluções comumente adotadas no município; e que apesar do
aumento do custo/m², a utilização de paredes com um adequado desempenho térmico propicia
um maior conforto térmico da edificação e a redução dos custos com resfriamento artificial.

Palavras-chave: paredes, conforto térmico; desempenho térmico, custo/m² e custo-benefício.


LISTA DE SÍMBOLOS

  Condutividade térmica 
c Calor específico
  Absortância à radiação solar
U Transmitância térmica
Capacidade térmica de componentes
  traso térmico
Resistência térmica da câmara de ar
Resistência térmica superficial interna
Resistência térmica superficial externa
TERMOS E DEFINIÇÕES

Para os efeitos deste estudo, aplicam-se os seguintes termos e definições.

Absortância à radiação solar:


Quociente da taxa de radiação solar absorvida por uma superfície pela taxa de radiação solar
incidente sobre esta mesma superfície (Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-1: 2003).

Atraso térmico:
Tempo transcorrido entre uma variação térmica em um meio e sua manifestação na superfície
oposta de um componente construtivo submetido a um regime periódico de transmissão de
calor. Sua unidade é traduzida em horas (Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-1: 2003).

Calor específico:
Quociente da capacidade térmica pela massa. Sua unidade é J/(kg.K) (Projeto 02 da ABNT
NBR 15.220-1: 2003).

Capacidade térmica:
Quantidade de calor necessária para variar em uma unidade a temperatura de um sistema . Sua
unidade é J/K (Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-1: 2003).

Capacidade térmica de componentes:


Quociente da capacidade térmica de um componente pela sua área, sua unidade é J/(m2.K)
(Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-1: 2003).

Condutividade térmica:
Propriedade física de um material homogêneo e isótropo, no qual se verifica um fluxo de
calor constante, com densidade de 1 W/m2, quando submetido a um gradiente de temperatura
uniforme de 1 Kelvin por metro. Sua unidade é W/(m.K) (Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-
1: 2003).

Fluxo de calor:
Quociente da quantidade de calor que atravessa uma superfície durante um intervalo de tempo
pela duração desse intervalo. Sua unidade é W (Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-1: 2003).

Resistência térmica:
Quociente da diferença de temperatura verificada entre as superfícies de um elemento ou
componente construtivo pela densidade de fluxo de calor, em regime estacionário. Sua
unidade é (m2.K)/W (Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-1: 2003).

Resistência superficial interna:


Resistência térmica da camada de ar adjacente à superfície interna de um componente que
transfere calor por radiação e/ou convecção. Sua unidade é (m2.K)/W (Projeto 02 da ABNT
NBR 15.220-1: 2003).

Resistência superficial externa:


Resistência térmica da camada de ar adjacente à superfície externa de um componente que
transfere calor por radiação e/ou convecção. Sua unidade é (m2.K)/W (Projeto 02 da ABNT
NBR 15.220-1: 2003).

Resistência térmica total:


Somatório do conjunto de resistências térmicas correspondentes às camadas de um elemento
ou componente, incluindo as resistências superficiais interna e externa. Sua unidade é
(m2.K)/W (Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-1: 2003).

Transmitância térmica:
Inverso da resistência térmica total. Sua unidade é W/(m2.K) (Projeto 02 da ABNT NBR
15.220-1: 2003).
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Carta Bioclimática de Olgyay (1963) .................................................................... 26


Figura 2: Reprodução do diagrama de Givoni (1969). .......................................................... 27
Figura 3: Carta Bioclimática Adaptada para o Brasil. ........................................................... 28
Figura 4: Zoneamento Bioclimático brasileiro. ..................................................................... 32
Figura 5: Esquema do fenômeno da transmitância térmica em uma parede. ......................... 39
Figura 6: Esquema da capacidade térmica do envelopamento de uma edificação. ................. 40
Figura 7: Fluxograma contendo as etapas da metodologia do trabalho. ................................. 45
Figura 8: Carta bioclimática do município de Barreiras-Ba................................................... 48
Figura 9: Detalhamento das seções utilizadas na composição de parede apresentada na
planilha de cálculo nas Figuras 11 e 12. ............................................................................... 66
Figura 10: Planilha elaborada para auxiliar nos cálculos dos parâmetros térmicos- parte 1. .. 67
Figura 11: Planilha elaborada para auxiliar nos cálculos dos parâmetros térmicos- parte 2. .. 68
Figura 12: Composição de custo do assentamento de alvenaria de vedação de blocos 9x19x19
cm, com preparo manual da argamassa................................................................................. 73
Figura 13: Composição de custo da Solução Comum 1 com o preparo manual da argamassa.
............................................................................................................................................ 74
Figura 14: Proposta 10. ....................................................................................................... 93
Figura 15: Proposta 20. ........................................................................................................ 94
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Diretrizes construtivas das Zonas Bioclimáticas. ................................................... 33


Tabela 2: Transmitância térmica de paredes externas. .......................................................... 36
Tabela 3: Capacidade térmica de paredes externas. .............................................................. 36
Tabela 4- Crescimento da população do município de Barreiras. .......................................... 46
Tabela 5: Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimática
7. ......................................................................................................................................... 48
Tabela 6: Vedações externas para Zona Bioclimática 7. ....................................................... 48
Tabela 7: Estratégias de condiocionamento térmico para a Zona Bioclimática 7. .................. 49
Tabela 8: Aberturas para ventilação. .................................................................................... 49
Tabela 9: Tipos de vedações externas para a Zona Bioclimática 7. ....................................... 49
Tabela 10: Capacidade térmica de paredes externas.............................................................. 50
Tabela 11: Capacidade térmica de paredes externas.............................................................. 50
Tabela 12: Caracterização dos blocos utilizados nas composições de paredes. ...................... 52
Tabela 13: Caracterização das argamassas utilizadas nas composições de paredes. ............... 54
Tabela 14: Materiais utilizados para compor os sistemas de isolamento térmico utilizados nas
composições de paredes. ...................................................................................................... 55
Tabela 15: Composições de paredes comumente adotadas no município de Barreiras-Ba. .... 59
Tabela 16: Propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco cerâmico. ............. 60
Tabela 17: Propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco de concreto. ......... 63
Tabela 18: Propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco de concreto celular.
............................................................................................................................................ 64
Tabela 19: Propriedades térmicas dos materiais utilizados nas composições de paredes. ...... 65
Tabela 22: Códigos dos materiais para caracterização das composições de paredes na Tabela
21......................................................................................................................................... 76
Tabela 23: Resumo dos parâmetros térmicos das composições de paredes estudadas.
(continua)............................................................................................................................. 78
Tabela 24: Propostas de composições de paredes que atenderam aos parâmetros térmicos
definidos. ............................................................................................................................. 82
Tabela 25: Índices dos parâmetros térmicos e percentuais de aumento das propostas em
relação às soluções comuns. ................................................................................................. 90
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 17

1.1. Objetivos ................................................................................................................... 18

1.2. Estrutura do Trabalho ................................................................................................ 19

2. REVISÃO BIBLOGRÁFICA ..................................................................................... 21

2.1. Conforto Térmico ...................................................................................................... 21

2.1.1. Variáveis do Conforto Térmico ........................................................................... 22

2.2. Desempenho Térmico ................................................................................................ 24

2.3. Bioclimatologia ......................................................................................................... 24

2.3.1. Carta Bioclimática de Olgyay (1963) .................................................................. 25

2.3.2. Carta Bioclimática de Givoni (1969) ................................................................... 26

2.3.3. A Carta Bioclimática Brasileira .......................................................................... 28

2.4. A Norma NBR 15220 ................................................................................................ 30

2.4.1. Zoneamento Bioclimático Brasileiro ................................................................... 30

2.4.2. As Zonas Bioclimáticas Brasileiras ..................................................................... 32

2.5. A Norma NBR 15575 ................................................................................................ 34

2.5.1. Desempenho Térmico das Paredes ...................................................................... 35

2.5.2. NBR 15575-4: Fachadas e paredes internas ........................................................ 35

2.6. Inércia Térmica ......................................................................................................... 36

2.6.1. Propriedades Térmicas dos Materiais, Elementos e Componentes.................... 37

2.7. Estudos sobre Conforto e Desempenho Térmico no Brasil ......................................... 40

2.8. Estudos de Desempenho Térmico em Paredes ........................................................... 42

3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 44

3.1. A Escolha da Área ..................................................................................................... 45

3.1.1. O Município de Barreiras .................................................................................... 46

3.2. Diretrizes Construtivas Estabelecidas pela NBR 15220-3 e NBR 15575-4 ................. 47
3.2.1. O Município de Barreiras-Ba de acordo com a NBR 15220-3 ........................... 47

3.2.2. A Norma NBR 15575-4 ........................................................................................ 49

3.3. Caracterização dos Materiais ..................................................................................... 51

3.3.1. Blocos.................................................................................................................... 51

3.3.2. Argamassas .......................................................................................................... 54

3.3.3. Materiais Utilizados para o Isolamento Térmico............................................... 55

3.4. Composições de Paredes ........................................................................................... 58

3.4.1. Composições de Paredes Comumente Adotadas no Município de Barreiras-BA


58

3.4.2. Propostas de Composições de Paredes ................................................................ 59

3.5. Cálculo dos Parâmetros de Conforto Térmico das Composições de Paredes .............. 65

3.5.1. Propriedades Térmicas dos Materiais ................................................................. 65

3.5.2. Apresentação da Tabela de Cálculo dos Parâmetros Térmicos ......................... 66

3.5.3. Cálculo dos Parâmetros Térmicos ....................................................................... 69

3.6. Calculo do Custo das Composições de Paredes .......................................................... 71

3.6.1. Composição dos Custos dos Serviços .................................................................. 72

3.6.2. Composição dos Custos/m² das Composições das Paredes ................................. 74

3.7. Metodologia de Apresentação dos Resultados ........................................................... 75

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 76

4.1. Parametros de Desempenho Térmico ......................................................................... 76

4.2. Custos/m² .................................................................................................................. 83

4.3. Custo-benefício ......................................................................................................... 88

CONCLUSÕES .................................................................................................................. 96

SUGESTÕES ................................................................................................................... 100

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 101

APÊNDICE A: DETALHAMENTO DAS COMPOSIÇÕES DE PAREDES ............... 108

APÊNDICE B: COMPOSIÇÕES DOS CUSTOS DOS SERVIÇOS ............................. 114


APÊNDICE C: COMPOSIÇÕES DOS CUSTOS/M² DAS COMPOSIÇÕES DE
PAREDES ........................................................................................................................ 124

APÊNDICE D: RESUMOS DOS CUSTOS/M² DAS COMPOSIÇÕES DE PAREDES


.......................................................................................................................................... 137
1. INTRODUÇÃO

Segundo Lamberts e Duarte (2016), o conforto térmico é considerado uma sensação


humana e, dessa forma, está situado no campo subjetivo, dependendo além de fatores físicos,
de fatores fisiológicos e psicológicos.
De acordo com Dias (2009) até o final do século XIX e início do século XX, a
arquitetura estava ligada às condições bioclimáticas, mas em meados do século XX houve um
desligamento entre a arquitetura e o clima. Tal fato está associado, segundo Lamberts et. al
(2014) às transformações sociais, econômicas e técnicas ocorridas após a Segunda Guerra
Mundial, aliado a disponibilidade de um novo elenco de materiais, como o aço e o concreto,
surgidos após a Revolução Industrial e que modificaram os métodos construtivos.
Nesse contexto de transformações, de acordo com Carvalho (2012) houve uma grande
despreocupação dos projetistas em relação às questões climáticas e passou-se a utilizar em
larga escala os sistemas de climatização e iluminação artificiais, gerando uma elevada
demanda energética. Lamberts et al. (2014) afirmam que a situação agravou-se com a crise
do petróleo de 1973 e, para superar a crise, a produção de energia teve que crescer muito
desde então, trazendo os inconvenientes do impacto ambiental. Dessa forma, a alternativa que
se mostrou mais adequada foi a de buscar aumentar a eficiência no uso de energia.
Na busca pela eficiência energética, a Arquitetura Bioclimática se tornou uma grande
aliada, de acordo com Romero (2000) nessa arquitetura é o próprio ambiente construído que
atua como mecanismo de controle das variáveis do meio, a partir de sua envoltória (paredes
externas e coberturas), seu entorno (água, vegetação, sombras, terra), e, ainda, por meio do
aproveitamento dos elementos e fatores do clima.
Segundo Graf (2011), através do invólucro (paredes externas e coberturas) de uma
edificação e de seu correto isolamento térmico é possível melhorar o desempenho térmico da
mesma. Lima (2014) afirma que o desempenho térmico das edificações é função das
características dos materiais que compoem seus elementos e repercute no conforto térmico de
seus usuários.
Ainda neste sentido, de acordo com a International Energy Agency - IEA (2013) em
seus estudos de perspectiva das tecnologias de energia (Technology Roadmap – Energy
Technology Perspective) voltados para o envelopamento de edificações (Energy eficient
building envelopes), a envolória da edificação determina a quantidade de energia necessária
para aquecê-la ou resfriá-la e, portanto, precisa ser otimizado de modo a manter as cargas

17
mínimas de aquecimento e resfriamento; sendo que, em climas quentes, tecnologias
avançadas de envelopamento podem reduzir significativamente a demanda de energia de
resfriamento.
No Brasil, a evolução do conceito de desempenho térmico efetivou-se na década de
1980, principalmente através de trabalhos realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas-
IPT, localizado no estado de São Paulo, para o Banco Nacional da Habitação - BNH (SACHT
& ROSSIGNOLO, 2009). Nos anos subsequentes, os estudos sobre conforto e desempenho
térmico se intensificaram com o surgimento do Laboratório de Eficiência Energética em
Edificações (LABEEE), da Universidade Federal de Santa Catarina, em 1996; e a criação dos
conjuntos de normas ABNT NBR 15220:2005: Desempenho Térmico de Edificações e
ABNT NBR 15575: 2008: Desempenho de edifícios habitacionais de até 5 pavimentos, sendo
esta última atualizada no ano de 2013.
Apesar dos benefícios citados anteriormente, da intensificação dos estudos sobre
conforto térmico e da criação de normas regulamentadoras sobre tal área, observa-se que
grande parte das edificações já existentes no Brasil não garantem um conforto térmico
adequado a seus usuários; e que nas fases de projeto e planejamento de novas edificações
ainda é insuficiente a atenção dada ao desempenho térmico. Dentre alguns motivos para tal
comportamento, verifica-se o custo como o principal deles; isso porque para melhorar o
desempenho térmico de uma edificação, dentre outras estratégias de projeto, é necessário
melhorar a envoltória do edifício (paredes externas e coberturas), principalmente através de
isolamento térmico, o que aumenta o custo total das edificações.
Neste sentido, considerando as características climáticas do município de Barreiras-
Ba, o qual possui altas temperaturas e elevada amplitude térmica, as observações das
corriqueiras reclamações dos habitantes com relação a sensação de conforto térmico nas
residências, a importância da envoltória da edificação para melhorar o desempenho térmico
das edificações e a necessidade de buscar soluções construtivas que aumentem a eficiência no
uso de energia, pretende-se a partir desta pesquisa estudar o desempenho térmico das paredes
externas das edificações, considerando as especificidades do município.

1.1. Objetivos

Este trabalho tem como objetivo geral:


Avaliar o desempenho térmico de paredes, analisando os parâmetros térmicos:
transmitância térmica, capacidade térmica e atraso térmico, obtidos por meio de uma planilha
18
elaborada com base nos procedimentos de cálculo da NBR 15220-2; e analisando os
custos/m² e custo-benefício, sendo este estudo aplicado ao município de Barreiras-Ba.
E os seguintes objetivos específicos:
 Elaborar uma planilha para realizar os cálculos dos parâmetros com base nos
procedimentos de cálculo da ABNT NBR 15220-2:2003;
 Verificar se as composições de paredes comumente utilizadas no município de
Barreiras-Ba atendem os parâmetros de transmitância, capacidade e atraso
térmicos, definidos pela ABNT NBR 15.220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4:
2013;
 Propor composições de paredes com desempenho térmico superior às soluções
comumente utilizadas no município de Barreiras-Ba;
 Verificar quais das propostas atendem aos parâmetros de transmitância,
capacidade e atraso térmicos, definidos pela ABNT NBR 15.220-3: 2003 e ABNT
NBR 15575-4: 2013 para o município de Barreiras-BA;
 Determinar o custo/m² e analisar as soluções comuns e as propostas de
composições de paredes;
 Analisar o custo-benefício das propostas de composições de paredes, por meio da
elaboração e análise de índices dos parâmetros térmicos e do aumento percentual
do custo/m² em relação às soluções comumente utilizadas.

1.2. Estrutura do Trabalho

Este trabalho está organizado em 5 capítulos:


No capítulo 1 apresentam-se a introdução contendo o contexto e a justificativa, os
objetivos e a organização do trabalho.
O capítulo 2 apresenta os principais conceitos sobre conforto e desempenho térmico,
bioclimatologia; as principais informações sobre os conjuntos de normas da ABNT NBR
15.220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013; as principais propriedades térmicas dos
materiais, elementos e componentes; os principais estudos sobre conforto e desempenho
térmico no Brasil e sobre o desempenho térmico das paredes.
O capítulo 3 apresenta a metodologia utilizada para os cálculos dos parâmetros
térmicos e dos custos/m² das soluções comuns e das propostas de composições de paredes
elaboradas. Foram caracterizados o município pesquisado e os materiais utilizados; detalhados

19
os procedimentos para a elaboração das propostas e realização dos cálculos e apresentada a
forma como os dados serão discutidos.
No capítulo 4 são apresentados e discutidos os resultados dos parâmetros térmicos,
custo/m² e custo-benefício.
Em seguida são apresentadas as conclusões obtidas, sugestões para trabalhos futuros e
os apêndices.

20
2. REVISÃO BIBLOGRÁFICA

Neste capitulo é apresentada uma revisão bibliográfica dos principais conceitos de


conforto térmico, apresentando sucintamente suas variáveis; desempenho térmico; e
bioclimatologia, abordando as estratégias bioclimáticas e as cartas bioclimáticas.
São expostas as normas da ABNT NBR 15.220-3: 2005: Desempenho Térmico de
Edificações e ABNT NBR 15575-4: 2013: Desempenho de Edifícios Habitacionais de Até 5
Pavimentos (2013); com ênfase nas informações referentes à Zona Bioclimática 7, na qual o
município de Barreiras-Ba é classificado; e no desempenho térmico de paredes. São
apresentadas também as propriedades térmicas dos materiais, elementos e componentes,
enfatizando as que são utilizadas neste estudo.
Ademais são apresentados estudos sobre conforto e desempenho térmicos no Brasil, e,
também, de forma sucinta, a evolução dos estudos no país; e os estudos sobre desempenho
térmico em paredes, enfatizando as influências dos principais parâmetros térmicos e as
discussões sobre as recomendações normativas nacionais.

2.1. Conforto Térmico

O homem sempre buscou o conforto e a satisfação do bem-estar físico. Para atender


suas exigências de sobrevivência, construiu abrigos para se proteger, buscou proteção em suas
vestimentas, procurou a proximidade da água, aprendeu a aproveitar a ventilação natural,
entre outros. Desta forma, percebe-se que as exigências humanas de conforto, de modo geral,
sempre estiveram relacionadas ao funcionamento do organismo (FROTA et. al, 2007, apud
CARVALHO, 2012, p.5).
De acordo com Dias (2009), o conforto térmico encontra-se inserido no conforto
ambiental, como também o lumínico, o acústico e o ergonômico. Segundo a American Society
of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers (ASHRAE), Standard 55: Thermal
Environmental Conditions for Human Occupancy (2013, p.3), o conforto térmico é a
“condição da mente que expressa a satisfação com o ambiente térmico que envolve a pessoa”.
Lamberts et al. (2014) afirmam que, se o balanço de todas as trocas de calor a que está
submetido o corpo for nulo e a temperatura da pele e suor estiverem dentro de certos limites,
pode-se dizer que o homem sente conforto térmico.

21
Segundo Lamberts e Duarte (2016), o conforto térmico é considerado uma sensação
humana e, dessa forma, está situado no campo subjetivo, dependendo além de fatores físicos,
de fatores fisiológicos e psicológicos. Os fatores físicos determinam as trocas de calor do
corpo com o meio. Os fatores fisiológicos se referem a alterações na resposta fisiológica do
organismo, resultantes da exposição contínua a determinada condição térmica. Os fatores
psicológicos são aqueles que se relacionam às diferenças na percepção e na resposta a
estímulos sensoriais, frutos da experiência passada e da expectativa do indivíduo.
As principais variáveis que influenciam no conforto térmico são a temperatura, a
umidade, a velocidade do ar, a temperatura radiante média, a atividade desenvolvida e a
resistência térmica das vestimentas do indivíduo. A reunião destas variáveis propicia a perda
de calor em maior ou menor quantidade do que aquela produzida pelo organismo, resultando
em um ambiente considerado frio, quente ou ainda em neutralidade térmica caso propicie a
dissipação do calor na justa medida (ARAÚJO, 2001, apud LOUREIRO, 2003, p.40).
De acordo Lamberts e Duarte (2016), a sensação de conforto térmico está diretamente
relacionada ao esforço realizado pelo organismo para manter o balanço térmico, sendo assim,
se faz necessário conhecer a termorregulação humana. Tal mecanismo, segundo Loureiro
(2003), tem a função de fazer a manutenção da temperatura interna do organismo e de
comandar a redução dos ganhos ou aumento das perdas de calor.
É válido ressaltar ainda, segundo Lamberts e Duarte (2016), que devido à variação
biológica entre as pessoas, é impossível que todos os ocupantes de um ambiente se sintam
confortáveis termicamente, sendo assim, busca-se sempre criar condições de conforto para um
grupo, ou seja, condições nas quais a maior porcentagem das pessoas se encontre em conforto
térmico.

2.1.1. Variáveis do Conforto Térmico

De acordo com Frota e Schiffer (2001), é certo que as condições ambientais capazes
de proporcionar sensação de conforto térmico em habitantes de clima quente e úmido não são
as mesmas que proporcionam sensação de conforto em habitantes de clima quente e seco e,
muito menos, em habitantes de regiões de clima temperado ou frio. Tais condições são função
de uma série de variáveis.
Segundo Lamberts e Duarte (2016), as variáveis do conforto térmico estão divididas
em variáveis humanas e ambientais. As variáveis humanas referem-se ao metabolismo e a

22
vestimenta; já as variáveis ambientais consistem em: temperatura do ar, velocidade do ar e
umidade do ar. Ressalta-se também que variáveis como: sexo, idade, raça, hábitos
alimentares, peso, altura, entre outras, podem exercer influência nas condições de conforto de
cada pessoa e devem ser consideradas.
No que se refere às variáveis ambientais, Lamberts e Duarte (2016) afirmam que a
temperatura do ar é a principal variável do conforto térmico. Segundo o autor, a sensação de
conforto baseia-se na perda de calor do corpo pelo diferencial de temperatura entre a pele e o
ar, complementada pelos outros mecanismos termorreguladores. A diferença de temperatura
entre dois pontos no ambiente provoca a movimentação do ar, chamada de convecção natural:
a parte mais quente torna-se mais leve e sobe enquanto a mais fria, desce, proporcionando
uma sensação de esfriamento do ambiente.
Com relação à velocidade do ar, a ISO 7726: Ergonomics of the thermal environment
– Instruments for Measuring physical quantities (1998, p.4) afirma que tal variável é um
parâmetro “definido por sua magnitude e direção”. Segundo Lamberts e Duarte (2016),
quando o ar desloca-se pela diferença de temperatura no ambiente, onde o ar quente sobe e o
ar frio desce, ocorre à convecção natural. Já quando o ar se desloca por meios mecânicos,
como um ventilador, o coeficiente de convecção aumenta, aumentando a sensação de perda de
calor, ocorrendo a convecção forçada.
A umidade relativa do ar, de acordo com Andreasi (2009), é utilizada para avaliação
do conforto térmico e consiste na quantidade de vapor de água contida em um volume de ar
úmido, em relação ao total de vapor de água que poderia estar contido nesse volume de ar à
mesma temperatura.
Segundo Lamberts e Duarte (2016), a umidade do ar, conjuntamente com a velocidade
do ar, intervém na perda de calor por evaporação. Dessa forma, como aproximadamente 25%
da energia térmica gerada pelo organismo é eliminada sob a forma de calor latente (respiração
e transpiração) é importante que as condições ambientais favoreçam estas perdas.
Para se criar ambientes que possuam conforto térmico é imprescindível que sejam
consideradas a maior quantidade de variáveis possíveis, atentando-se sempre para as
características e necessidades específicas do local onde o ambiente está inserido.

23
2.2. Desempenho Térmico

A ABNT NBR 15575-1: 2013 define desempenho como “comportamento em uso de


uma edificação e de seus sistemas”, sendo seus sistemas considerados pela norma como “um
conjunto de elementos e componentes destinados a cumprir a macrofunção que os define”.
Lima (2014) afirma que o desempenho térmico de edificações é função das
características dos materiais que compõem seus elementos e repercute no conforto térmico de
seus usuários. O adequado desempenho térmico garante “condições adequadas para o sono e
atividades normais em uma habitação, contribuindo ainda para a economia de energia”(CBIC,
2013, p.135).
Ainda segundo Lima (2014), os níveis de desempenho térmico de edificações são
diretamente influenciados pelos materiais constituintes do envelopamento do edifício (paredes
externas e coberturas). De acordo com Graf (2011, p.6),

Uma boa forma de melhorar o desempenho de uma edificação é através do invólucro


e seu isolamento térmico correto conforme o clima estudado. Quanto mais isolado o
invólucro, uma quantidade maior de materiais será utilizada e, consequentemente,
mais energia será incorporada à edificação, porém menor será a transmitância
térmica [...].

2.3. Bioclimatologia

De acordo com Lamberts e Duarte (2016), a bioclimatologia estuda as relações entre o


clima e o ser humano. Como forma de tirar partido das condições climáticas para criar uma
arquitetura com desempenho térmico adequado, Olgyay (1973) criou a expressão Projeto
Bioclimático, que visa à adequação da arquitetura ao clima local.
O projeto bioclimático é uma abordagem que tira vantagem do clima através da
aplicação correta de elementos de projeto e de tecnologia para controle dos processos de
transferência de calor e, contribuindo para conservação de energia, assim como para assegurar
condições confortáveis nos edifícios (BOGO et al., 1994).
Uma boa arquitetura bioclimática é a que permite que o edifício se beneficie de
ambientes internos próximos ao conforto, sem utilizar recursos do condicionamento térmico
artificial. Sob condições extremas, quando os equipamentos artificiais forem necessários, a
adequação da edificação ao clima permite que se consuma uma quantidade bem menor de

24
energia. Contudo, em muitos casos, aparelhos de condicionamento térmico artificial são
necessários para corrigir erros de projeto que poderiam ter sido evitados se fossem tomadas
algumas precauções na fase de concepção (IZARD E GUYOT, 1983, apud DORNELLES,
2004, p.21).
Romero (2000) destaca que na arquitetura bioclimática é o próprio ambiente
construído que atua como mecanismo de controle das variáveis do meio, a partir de sua
envoltória (paredes externas e coberturas).
Alguns métodos diretos de Projetos Bioclimáticos aplicados à edificação utilizam
Cartas Bioclimáticas. Estas cartas associam informações sobre a zona de conforto térmico, o
comportamento climático do local e as estratégias de projeto indicadas para cada período do
ano. As estratégias indicadas pela carta podem ser naturais (sistemas passivos) ou artificiais
(sistemas ativos) (GOULART et. al, 1998).
Neste contexto, as estratégias bioclimáticas consistem em medidas destinadas a
influenciar os processos, sistemas e componentes construtivos de uma edificação e, se
utilizadas corretamente, podem proporcionar melhoras nas condições de conforto térmico.
A seguir serão apresentadas as cartas bioclimáticas de Olgyay, Givoni e a brasileira.

2.3.1. Carta Bioclimática de Olgyay (1963)

De acordo com Cartana (2010), nos anos 60, os pesquisadores irmãos Olgyay criaram
a expressão projeto bioclimático através da aplicação da bioclimatologia ao projeto
arquitetônico, o qual segundo eles deveria ser desenvolvido objetivando dar resposta a
requisitos climáticos específicos.
Olgyay (1963) elaborou o método que relaciona de forma gráfica as variáveis
climáticas e de conforto. Nesse modelo, o pesquisador elaborou um gráfico onde se representa
a temperatura de bulbo seco no eixo das ordenadas, e a umidade relativa do ar no eixo das
abscissas (DIAS, 2009). Segundo Bogo et al. (1994), o gráfico possui uma zona de conforto
indicada no centro e os elementos climáticos indicados com curvas ao redor, que fornecem
medidas necessárias de correção para restabelecer a sensação de conforto em qualquer ponto
fora da área de conforto. De acordo com Dias (2009), como estratégias de controle climático,
a carta de Olgyay apresenta para períodos de calor: ventilação, sombreamento e resfriamento
evaporativo; já para os períodos de frio: irradiação solar. A carta pode ser verificada na
Figura 1.

25
Figura 1: Carta Bioclimática de Olgyay (1963)

Fonte: Lamberts et al. (2014).

Segundo Olgyay, a zona de conforto não tem limites precisos, pois a zona de
neutralidade térmica1 que se encontra no centro do conforto, varia com o mínimo esforço e
facilmente se passa para uma situação de desconforto. Portanto, de acordo com autor, os
limites da zona de conforto se baseiam em suposições mais ou menos arbitrárias. Para definir
os limites da zona de conforto da carta bioclimática de Olgyay, foi adotado um critério em
que a pessoa, na média, não experimenta uma sensação de desconforto (BOGO et al., 1994).

2.3.2. Carta Bioclimática de Givoni (1969)

A carta bioclimática para o edifício BBCC “Building Bioclimatic Chart” foi


desenvolvida por Givoni (1969) e segundo Cartana (2010), procura suprimir as limitações do
modelo de Olgyay, buscando avaliar as condições internas de conforto térmico, procurando
ser mais inerte ao clima externo.
Outra diferença em relação ao proposto por Olgyay (1963) é que a carta de Givoni
sugere que as condições de temperatura e umidade se plotem como curvas fechadas ou
ciclogramas das médias diárias de hora em hora, para cada mês do local em estudo, o que

1
Estado físico no qual todo o calor gerado pelo organismo através do metabolismo é trocado na mesma
proporção com o ambiente ao redor, não havendo nem acúmulo de calor, nem perda excessiva do mesmo,
mantendo a temperatura corporal constante. Sendo assim, a neutralidade térmica é uma condição necessária, mas
não suficiente, para que uma pessoa esteja em conforto térmico (BOGO et al., 1994).
26
permite descrever o clima de uma região por dois pontos: por meio das médias de temperatura
e pela umidade do ar externo. Esse método serve para comprovar de forma simultânea as
exigências humanas e as variações climáticas de uma região, com o intuito de propor soluções
arquitetônicas, de forma qualitativa e global, favoráveis as características locais (IZARD E
GUYOT, 1983, apud DIAS, 2009, p.66). A Figura 2 apresenta a reprodução do diagrama de
Givoni (1969).

Figura 2: Reprodução do diagrama de Givoni (1969).

Fonte: Adaptada de Bogo et al. (1994).

Assim como Olgyay (1963), Givoni (1969) posteriormente realizou revisões sobre seu
modelo originalmente desenvolvido visando adaptá-lo a climas quentes. Pesquisas realizadas
em países em desenvolvimento constataram que os usuários relatam estarem confortáveis
mesmo sob condições de temperatura acima da zona de conforto estabelecida pela ASHRAE,
apresentando assim aclimatação às condições locais. Em 1992, como resultado de alterações
baseadas em tais questionamentos e observações de estudos desenvolvidos por outros
pesquisadores, Givoni apresentou dois modelos distintos de sua carta bioclimática, uma para
países desenvolvidos e outro para países em desenvolvimento (CARTANA, 2010).

27
Devido ao ano de publicação dos estudos não localizou-se dentre as referências
bibliográficas utilizadas os dois modelos de cartas elaboradas por Givoni(1969) e tratados no
parágrafo acima.
A carta bioclimática adequada por Givoni para os países em desenvolvimento foi
utilizada como base para a elaboração da carta bioclimática brasileira, que será tratada no
próximo item.

2.3.3. A Carta Bioclimática Brasileira

O modelo de carta bioclimática brasileira, apresentado no Projeto 02 da ABNT NBR


15220-3:2003, foi elaborado com base na Carta Bioclimática de Givoni (1992) adaptada para
países em desenvolvimento. Segundo Bogo et al. (1994) no modelo de carta brasileiro, Figura
3, as áreas correspondentes às estratégias de projeto foram adotadas, na maioria, iguais as da
carta de Givoni (1992) para países em desenvolvimento. Dessa forma, as alterações feitas
foram de adaptação nas zonas de Ventilação e Resfriamento Evaporativo e de
complementação com as zonas de Umidificação, Aquecimento e Zona de Ar-Condicionado.

Figura 3: Carta Bioclimática Adaptada para o Brasil.

Fonte: Adapatada do Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003.

O Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003 apesenta as seguintes estratégias


bioclimáticas e seus respectivos detalhamentos:

28
 Estratégia A- Zona de aquecimento artificial: O uso de aquecimento artificial será
necessário para amenizar a eventual sensação de desconforto térmico por frio.
 Estratégia B – Zona de aquecimento solar da edificação: A forma, a orientação e a
implantação da edificação, além da correta orientação de superfícies envidraçadas,
podem contribuir para otimizar o seu aquecimento no período frio através da
incidência de radiação solar. A cor externa dos componentes também desempenha
papel importante no aquecimento dos ambientes através do aproveitamento da
radiação solar.
 Estratégia C – Zona de massa térmica para aquecimento: A adoção de paredes
internas pesadas pode contribuir para manter o interior da edificação aquecido.
 Estratégia D – Zona de conforto térmico: Caracteriza a zona de conforto térmico (a
baixas umidades).
 Estratégia E – Zona de conforto térmico: Caracteriza a zona de conforto térmico.
 Estratégia F – Zona de desumidificação: As sensações térmicas são melhoradas
através da desumidificação dos ambientes. Esta estratégia pode ser obtida através
da renovação do ar interno por ar externo através da ventilação dos ambientes.
 Estratégias G + H – Zona de resfriamento evaporativo: Em regiões quentes e
secas, a sensação térmica no período de verão pode ser amenizada através da
evaporação da água. O resfriamento evaporativo pode ser obtido através do uso de
vegetação, fontes de água ou outros recursos que permitam a evaporação da água
diretamente no ambiente que se deseja resfriar.
 Estratégias H + I – Zona de massa térmica de refrigeração: Temperaturas internas
mais agradáveis também podem ser obtidas através do uso de paredes (externas e
internas) e coberturas com maior massa térmica, de forma que o calor armazenado
em seu interior durante o dia seja devolvido ao exterior durante a noite, quando as
temperaturas externas diminuem.
 Estratégias I + J – Zona de ventilação: A ventilação cruzada é obtida através da
circulação de ar pelos ambientes da edificação. Isto significa que se o ambiente
tem janelas em apenas uma fachada, a porta deveria ser mantida aberta para
permitir a ventilação cruzada. Também deve-se atentar para os ventos
predominantes da região e para o entorno, pois o entorno pode alterar
significativamente a direção dos ventos.

29
 Estratégia K – Zona de refrigeração artificial: O uso de resfriamento artificial será
necessário para amenizar a eventual sensação de desconforto térmico por calor.
 Estratégia L – Zona de umidificação do ar: Nas situações em que a umidade
relativa do ar for muito baixa e a temperatura do ar estiver entre 21°C e 30°C, a
umidificação do ar proporcionará sensações térmicas mais agradáveis. Essa
estratégia pode ser obtida através da utilização de recipientes com água e do
controle da ventilação, pois esta é indesejável por eliminar o vapor proveniente de
plantas e atividades domésticas.

É importante salientar que para cada cidade existe uma carta bioclimática específica,
que podem ser obtidas por meios de softwares gratuítos como o Analisys Bio fornecido pelo
LABEE da UFSC, que contém as estratégias adotadas de acordo ao clima do local. Tais
estratégias são utilizadas também para a classificação de uma cidade em uma zona
bioclimática. A seguir será apresentado o zoneamento bioclimático brasileiro, bem como a
sua classificação, os quais constam na NBR 15220.

2.4. A Norma NBR 15220

O conjunto de normas NBR 15220: Desempenho Térmico de Edificações entrou em


vigor em 2005 e trata especificamente sobre desempenho térmico, sendo organizada em cinco
partes. Neste trabalho utilizou-se com referência bibliográfica o Projeto 02 da NBR
15220:2003, devido a dificuldade de obter-se a norma oficial de 2005.
A primeira parte detalha as definições das características térmicas de materiais,
elementos e componentes construtivos. A segunda parte, por sua vez, trata dos cálculos
necessários para a análise de desempenho térmico das edificações, apresentando dados de
algumas propriedades térmicas. A terceira parte apresenta as informações a respeito do
Zoneamento Bioclimático das cidades brasileiras, associado às recomendações e diretrizes
para edifícios unifamiliares de interesse social. A quarta e quinta partes apresentam métodos
diferenciados de medição da resistência e da condutividade térmica, pelo princípio da placa
quente protegida e pelo método fluximétrico.

2.4.1. Zoneamento Bioclimático Brasileiro

30
O Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003 apresenta o Zoneamento Bioclimático
Brasileiro (ZBB), no qual o Brasil foi dividido em oito Zonas Bioclimáticas, que consistem
em regiões geográficas relativamente homogêneas quanto aos elementos climáticos que
interferem nas relações entre ambiente construído e conforto humano. Segundo Gomes
(2015), o zoneamento tem o intuito de dar recomendações construtivas para que as
edificações tenham um melhor desempenho térmico, o que ocorre quando são consideradas as
peculiaridades do clima local, proporcionando redução no consumo de energia da edificação
e benefícios para a sociedade.
A metodologia utilizada na definição do atual Zoneamento Bioclimático brasileiro
baseia-se nos desvios da zona de conforto adaptada do diagrama psicrométrico proposto por
Givoni (1992). Para a classificação das cidades brasileiras, foram utilizados dados normais
climatológicos divulgadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para 330
cidades, as quais foram utilizadas, também, para estimar, através de interpolação, o clima das
demais cidades (GOMES, 2015).
A classificação de uma cidade em uma Zona Bioclimática é feita através dos seus
dados climáticos, que permitem elaborar uma carta bioclimática para o local. Com base em
tais dados obtêm-se os percentuais das horas/ano de cada estratégia (representadas por letras)
e são selecionadas as cinco principais, organizando-as em uma sequência em ordem
alfabética. Com base na sequência obtida e na Tabela B.1- Critérios para classificação
bioclimática, contida do anexo B do Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003, classifica-se a
cidade percorrendo a tabela, de cima para baixo, procurando a primeira zona cujos critérios
aceitem a sequência definida anteriormente.
De acordo com Lamberts et al. (2010), as diretrizes construtivas são específicas para
cada Zona Bioclimática e a avaliação é prescritiva, realizada com base na verificação do
atendimento de cada parâmetro identificado pela norma, a saber:
 Tamanho das aberturas para ventilação (expressas como percentual de área de piso);
 Proteção das aberturas;
 Vedações externas, parede externa e cobertura, informando o tipo de vedação (leve ou
pesada, refletora ou isolada);
 Estratégias de condicionamento térmico passivo.

Apesar da norma NBR 15.220-3 fazer referência à habitação de interesse social, as


recomendações e diretrizes que expressa visam à otimização do desempenho térmico e são

31
fundamentadas em estratégias de adaptação da edificação ao clima. Portanto, tal norma é uma
importante referência normativa para a prescrição de estratégias bioclimáticas a serem
incorporadas no projeto de edificações de qualquer porte (LAMBERTS et al., 2010).
O Zoneamento Bioclimático brasileiro permitiu classificar as cidades brasileiras em
zonas de acordo com suas características climáticas. Dessa forma, as recomendações
construtivas, baseiam-se nas peculiaridades climáticas destas zonas, o que proporciona um
melhor desempenho térmico das edificações e, consequentemente, uma economia de energia.
Além disso, o zoneamento bioclimático norteia os projetistas quanto aos aspectos a serem
considerados para obtenção de uma edificação com conforto térmico adequado, fornecendo
também subsídios para o alcance de tal objetivo.

2.4.2. As Zonas Bioclimáticas Brasileiras

O Brasil é dividido em oito Zonas Bioclimáticas, as quais são denominadas no formato


de texto “Zona Bioclimática X”, conforme figura 4.

Figura 4: Zoneamento Bioclimático brasileiro.

Fonte: Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003.

As zonas diferem-se entre si no que se refere às diretrizes construtivas relativas à


aberturas para ventilação, sombreamento de aberturas, vedações externas (parede e cobertura)
e as estratégias para o condicionamento térmico. Tais diferenças serão apresentadas na Tabela
1.

32
Tabela 1: Diretrizes construtivas das Zonas Bioclimáticas.
ABERTURA VEDAÇÕES EXTERNAS ESTRATÉGIAS DE CONDICIONAMENTO TÉRMICO
SOMBREAMENTO
ZONA PARA
DAS ABERTURAS PAREDE COBERTURA INVERNO VERÃO
VENTILAÇÃO
B) Aquecimento solar da
Permitir sol durante o edificação
1 Médias Leve Leve isolada Não consta
período frio C) Vedações internas pesadas
(inércia térmica)
B) Aquecimento solar da
Permitir sol durante o edificação
2 Médias Leve Leve isolada J) Ventilação cruzada
período frio C) Vedações internas pesadas
(inércia térmica)
B) Aquecimento solar da
Permitir sol durante o Leve edificação
3 Médias Leve isolada J) Ventilação cruzada
período frio refletora C) Vedações internas pesadas
(inércia térmica)
H) Resfriamento evaporativo e massa térmica
B) Aquecimento solar da
para resfriamento
edificação
4 Médias Sombrear aberturas Pesada Leve isolada J) Ventilação seletiva (nos períodos quentes em
C) Vedações internas pesadas
que a temperatura interna seja superior a
(inércia térmica)
externa)
Leve C)Vedações internas pesadas
5 Médias Sombrear aberturas Leve isolada J) Ventilação cruzada
refletora (inércia térmica)
H) Resfriamento evaporativo e Massa térmica
para resfriamento
C)Vedações internas pesadas
6 Médias Sombrear aberturas Pesada Leve isolada J) Ventilação seletiva (nos períodos quentes em
(inércia térmica)
que a temperatura interna seja superior a
externa)
H) Resfriamento evaporativo e Massa térmica
para resfriamento
7 Pequenas Sombrear aberturas Pesada Pesada Não consta J)Ventilação seletiva (nos períodos quentes em
que a temperatura interna seja superior a
externa)
Leve
8 Grandes Sombrear aberturas Leve refletora Não consta J) Ventilação cruzada permanente
refletora
Fonte: Adaptado da NBR 15220-3:2003.
33
2.5. A Norma NBR 15575

De acordo com Kappaun (2012), a norma ABNT NBR 15575: Edificações


habitacionais de até 5 pavimentos - Desempenho, foi criada em 2008 e é o conjunto de
normas organizadas em seis partes. Ela se preocupa com a edificação como um todo,
abordando temas relacionados a sistemas estruturais, sistemas de pisos internos, sistemas de
vedações internas e externas, sistemas de cobertura e sistemas hidrossanitários. A ABNT
NBR 15575 foi atualizada em 2013.
Segundo Lamberts e Duarte (2016), a forma de estabelecimento do desempenho é
comum e internacionalmente pensada por meio da definição de requisitos (qualitativos),
critérios (quantitativos ou premissas) e métodos de avaliação, os quais sempre permitem a
mensuração clara do seu cumprimento. Dessa forma, de acordo com Carvalho (2012), a
ABNT NBR 15575: 2013 define os requisitos, critérios e métodos de avaliação do
desempenho mínimo obrigatório para sistemas das edificações, considerando-se as
necessidades dos usuários e as condições de exposição da edificação, ao longo de uma vida
útil mínima obrigatória.
A ABNT NBR 15575-1:2013 apresenta a classificação dos níveis de desempenho em
três categorias: nível M (mínimo), I (intermediário) ou S (superior), sendo tal classificação
feita de acordo com a conformidade do projeto aos critérios definidos pela norma.
De acordo com ABNT NBR 15575-1:2013, esse conjunto de normas de desempenho
possui caráter não prescritivo e são consideradas complementares às normas prescritivas, sem
substituí-las. Dessa forma, o conteúdo presente nas normas não define de que forma os
resultados serão obtidos, mas sim os resultados que se deseja atingir em relação à construção
e o projeto como um todo, definindo seu comportamento e uso.
Lins (2012) afirmou, com relação a primeira versão da norma que entrou em vigor em
2008, que a mesma pode ser aplicada para edifícios maiores de cinco pavimentos, para itens
que não dependem da altura. Independente dos sistemas construtivos utilizados, a edificação
deverá ter um desempenho global mínimo determinado em norma.
Neste sentido, percebe-se que a importância dessa norma está em garantir que todos os
sistemas de uma edificação possuam os desempenhos mínimos obrigatórios, considerando as
necessidades dos usuários e as condições de exposição da edificação, de modo que esta
cumpra sua vida útil mínima obrigatória.

34
2.5.1. Desempenho Térmico das Paredes

De acordo com a ABNT NBR15575-1: 2013, o desempenho térmico é um dos


requisitos qualitativos de desempenho que deve ser atendido adequadamente pelos sistemas
de vedações verticais internas e externas e pela cobertura.
A ABNT NBR15575-1: 2013 estabelece três procedimentos de avaliação do
desempenho térmico, são eles:
 Procedimento 1 A – Simplificado: presta-se a verificar o atendimento aos
requisitos e critérios para o envelopamento da obra, com base na transmitância
térmica (U) e capacidade térmica (CT) das paredes de fachada e das coberturas.
 Procedimento 1 B – Simulação por software EnergyPlus: para os casos em que
os valores obtidos para a transmitância térmica e/ou capacidade térmica se
mostrarem insatisfatórios frente aos critérios e métodos estabelecidos nas partes
4 e 5 da norma NBR 15.575. Neste caso, o desempenho térmico global da
edificação deve ser avaliado por meio de simulação computacional com o
software EnergyPlus.
 Procedimento 2 – Medição in loco: prevê a verificação do atendimento aos
requisitos e critérios estabelecidos na NBR 15.575 por meio da realização de
medições em edificações existentes ou protótipos construídos com essa
finalidade. Tem caráter meramente informativo e não se sobrepõe aos
procedimentos descritos nos itens anteriores.

2.5.2. NBR 15575-4: Fachadas e paredes internas

De acordo com Lamberts e Duarte (2016), a parte 4 da ABNT NBR 15575: 2013 trata
dos sistemas de vedações verticais internas e externas (SVVIE) dos edifícios habitacionais de
até cinco pavimentos. Mesmo sem função estrutural, as vedações podem atuar como
contraventamento de estruturas reticuladas, ou sofrer as ações decorrentes das deformações
das estruturas, requerendo assim uma análise conjunta do desempenho dos elementos que
interagem. As vedações verticais exercem ainda importantíssimas funções de estanqueidade, à
água, isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de peças suspensas e
compartimentação em casos de incêndio.

35
Com relação ao desempenho térmico, essa parte da norma traz os requisitos e critérios
para verificação dos níveis mínimos de desempenho das vedações verticais externas e
internas, bem como os métodos de avaliação. Neste sentido, são definidos na norma, os
limites para a transmitância térmica, conforme Tabela 2; e os limites para capacidade térmica,
conforme Tabela 3.

Tabela 2: Transmitância térmica de paredes externas.

TRANSMITÂNCIA TÉRMICA – U
(W/m².K)
ZONAS 1 e 2 ZONAS 3,4,5,6,7 e 8
α≤0,6 α˃0,6
U≤2,50
U≤3,7 U≤2,5
α – Absortância à radiação solar da superfície externa da parede.
Fonte: Adaptado da NBR 15575-4: 2013.

Tabela 3: Capacidade térmica de paredes externas.

CAPACIDADE TÉRMICA (CT)


(kJ / m².K)
ZONA 8 ZONAS 1,2,3,4,5,6 e 7
Sem exigência ≥130
Fonte: Adaptado da NBR 15575-4: 2013.

2.6. Inércia Térmica

Segundo Lamberts et al. (2014), a inércia térmica é a capacidade que o material tem
de reter no seu interior parte do calor que é conduzido através dele, conseqüência de sua
massa térmica2. Quanto maior a massa térmica, maior o calor retido.
De acordo com Dornelles (2004), uma das estratégias arquitetônicas e construtivas que
auxiliam na obtenção de um melhor desempenho térmico é a utilização da Inércia Térmica,
importante característica dos sistemas construtivos, que provoca dois importantes efeitos
sobre os fluxos de calor entre o ambiente interno das edificações e o meio externo: redução

2
Massa Térmica- Análise combinada entre a densidade do material que compõe o fechamento e sua espessura
(PAPST, 1999, apud DORNELLES, 2004).

36
das amplitudes (Amortecimento) das temperaturas internas e defasagem (Atraso) das mesmas
em relação às temperaturas externas.
O efeito quantitativo da massa no desempenho térmico das edificações depende da
interação entre a massa e a condutividade térmica dos materiais que formam os elementos
massivos, assim como da posição relativa das diferentes camadas, com diferentes massas e
resistências térmicas. Muitos tipos de paredes e coberturas são compostos de camadas de
materiais com diferentes propriedades térmicas, como elevada massa (concreto ou pedra) e
materiais isolantes. Tal efeito pode ser exemplificado considerando que uma edificação com
paredes de 20 cm de espessura, isoladas externamente por 5 cm de poliestireno, é
efetivamente de maior massa térmica do que uma edificação com paredes de 40 cm de
concreto sem isolante, apesar de ter apenas metade da massa desta (GIVONI, 1998, apud
DORNELLES, 2004, p.40).

2.6.1. Propriedades Térmicas dos Materiais, Elementos e Componentes

De acordo com Kappaun (2012), sendo o envelope da edificação responsável pelas


trocas térmicas entre o meio externo e interno, é importante para o estudo do desempenho
térmico o conhecimento das propriedades térmicas dos materiais e fechamentos.
As recomendações sobre os materiais a serem utilizados na construção de edificações,
muitas vezes, tratam apenas de uma das suas características térmicas. Mas não é possível
basear-se em somente uma de suas propriedades térmicas, de forma independente, uma vez
que todo o material combina essas propriedades como uma unidade. Um material isolante
(baixa condutividade térmica) também tem determinados valores de densidade e de calor
específico que podem diferenciá-lo de outro material, mesmo com condutividade igual
(GONZALES CRUZ, 2003).
Sendo assim, conhecer as propriedades térmicas permite que seja realizada a correta
seleção de materiais construtivos, de modo a se atingir as estratégias bioclimáticas planejadas
obtendo-se um desempenho térmico satisfatório.
A seguir serão apresentadas as propriedades térmicas utilizadas nessa pesquisa.

37
 Condutividade Térmica

Segundo Gonzales Cruz (2003), a condutividade dos materiais é muito ampla,


variando de 0,026 W/(m.K) para a espuma de poliuretano a 389 W/(m.K) para o cobre. Dessa
forma, quanto maior a condutividade térmica de um material, melhor condutor ele é e menor
será a resistência térmica do elemento ou componente construído.
Neste sentido, para se obter um melhor desempenho térmico das vedações externas
(paredes e coberturas) podem ser utilizados materiais isolantes térmicos, os quais possuem
condutividade térmica baixa, são exemplos: poliestireno, poliuretano, lã de rocha e lã de
vidro.

 Calor Específico

O calor específico caracteriza a capacidade de um material acumular calor e, de acordo


com Gonzales Cruz (2003), o valor do calor específico depende do material, tendo um
intervalo de variação pequeno para a maioria dos materiais de construção, entre 500 e 2000
J/(kg.K). Neste sentido, materiais que possuem elevado calor específico propiciam a obtenção
de vedações externas (paredes e coberturas) com alta capacidade térmica.

 Absortância à radiação Solar

De acordo com Pereira (2015) a absortância é um parâmetro adimensional que varia


do 0 (menor absortância) até o 1 (máxima absortância). A cor tem uma grande influência na
absortância das vedações e, segundo Ferreira, Souza e Assis (2017), o emprego das
superfícies escuras (α>0,6) em climas que não sejam os frios pode comprometer bastante o
desempenho térmico da edificação, dessa forma, deve-se evitar cores escuras em qualquer
localidade que pertença às Zonas Bioclimáticas 6, 7 ou 8.

 Resistência Térmica

Segundo Pereira (2015), a resistência térmica total é dada pelo somatório do conjunto
de resistências térmicas correspondentes às camadas de um elemento ou componente,
incluindo as resistências superficiais interna e externa, que variam de acordo com fatores

38
como velocidade do ar sobre a superfície e temperaturas da superfície, do ar e de superfícies
próximas.
Para obter-se vedações externas com elevada resistência térmica total devem ser
utilizados materiais com baixa condutividade térmica e componentes com câmaras de ar.

 Transmitância Térmica

De acordo com Kappaun (2012), a transmitância térmica está relacionada à espessura


do componente e à condutividade térmica dos seus materiais constituintes, e representa sua
capacidade de conduzir maior ou menor quantidade de energia por unidade de área e de
diferença de temperatura, sendo o inverso da resistência térmica do material (Figura 5).
Quanto menor a transmitância mais isolada é a superfície e, dessa forma, para se obter
vedações externas (paredes e coberturas) com baixos valores de transmitância térmica busca-
se aumentar a espessura das mesmas, utilizar materiais com baixa condutividade térmica e
explorar o uso de câmaras de ar, sejam elas nos componentes, como os blocos, ou nas
composições das vedações

Figura 5: Esquema do fenômeno da transmitância térmica em uma parede.

Fonte: Lamberts & Duarte (2016).

 Capacidade térmica

De acordo com Kappaun (2012), quanto maior a capacidade térmica dos componentes
de uma edificação, maior sua inércia térmica resultando em maior amortecimento das
temperaturas internas em relação aos valores correspondentes no ambiente externo. A Figura

39
6 ilustra a capacidade térmica dos componentes construtivos de uma edificação que
amortecem as temperaturas provenientes do ambiente externo.
Neste sentido, para se obter vedações externas (paredes e coberturas) com alta
capacidade térmica, deve-se utilizar materiais que possuam alta densidade de massa aparente,
calor específico elevado e camadas de materiais com grande espessura.

Figura 6: Esquema da capacidade térmica do envelopamento de uma edificação.

Fonte: Lamberts & Duarte (2016).

 Atraso térmico

O atraso térmico é o tempo transcorrido entre uma variação térmica em um meio e sua
manifestação na superfície oposta de um componente construtivo submetido a um regime
periódico de transmissão de calor. O atraso térmico depende da capacidade térmica do
componente construtivo e da ordem em que as camadas estão dispostas ( Projeto 02 da ABNT
NBR 15220-1: 2003). Neste sentido quanto maior o atraso térmico maior será o intervalo de
tempo para que o calor chegue ao interior da edificação.

2.7. Estudos sobre Conforto e Desempenho Térmico no Brasil

A preocupação com a avaliação de conforto térmico no Brasil, em meados de 1930,


procurava nos métodos, propostos e utilizados internacionalmente, condições de adaptá-los às
variáveis brasileiras. Tem-se conhecimento do trabalho de dois pesquisadores brasileiros
sobre índices de conforto térmico nessa época: Paulo Sá e Benjamim Alves Ribeiro, os quais
40
buscaram estabelecer uma relação entre a sensação individual de conforto térmico e os índices
obtidos pelos vários métodos utilizados na época (OLIVEIRA, 2003).
Ainda segundo Oliveira (2003), Paulo Sá é conhecido pela sua pesquisa na cidade
universitária do Rio de Janeiro, na década de 1950, por contribuir com os estudos de insolação
para a construção da mesma, bem como, pelos diagramas de iluminação natural para as
capitais brasileiras e pela contribuição sobre avaliação de conforto térmico no Brasil. Além
disso, Paulo Sá já se preocupava com a delimitação de uma zona térmica para criar uma
escala ou um índice de temperaturas efetivas para os brasileiros.
Barbosa (1997) elaborou uma metodologia para especificar e analisar o desempenho
térmico em edificações residenciais unifamiliares térreas, verificando as condições de
conforto térmico da população local em relação a diferentes sistemas construtivos.
Xavier (1999), elaborou uma metodologia para a obtenção de índices e parâmetros de
conforto térmico com base em estudos de campo realizados sobre a atividade escolar em uma
instituição de Florianópolis, onde coletou-se as variáveis ambientais e sensações pessoais. O
autor comentou também sobre a necessidade de especificação de zonas de conforto
diferenciadas para cada região e evidenciou a adaptação de pessoas ao clima.
Ruas (2002) afirmou que era corriqueiro, nos ambientes de trabalho do Brasil, o
desconforto térmico, tanto pelo calor como pelo frio, sendo que no entendimento do autor, tal
desconforto ocorria pela escassez de literatura, pelas poucas pesquisas sobre o tema no país e,
também, pela falta de normas, até então não existentes, que estabelecessem condições limites
de desconforto térmico.
No âmbito nacional é importante destacar o Laboratório de Eficiência Energética em
Edificações (LABEEE), que foi criado no ano de 1996 e está vinculado ao Núcleo de
Pesquisa em Construção do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de
Santa Catarina. O laboratório atua visando reduzir o consumo específico de energia em
edificações novas e existentes, através da implantação de novas tecnologias de iluminação,
condicionamento de ar e isolamento térmico sem, no entanto, reduzir os níveis de conforto.
Das pesquisas nacionais e referências de normas internacionais surgiram as normas de
desempenho no Brasil, primeiro a ABNT NBR 15220: 2005 e depois a ABNT NBR 15575:
2008, atualizada em 2013. Além de ser referência para avaliação da qualidade das edificações,
as normas de desempenho possibilitam ao consumidor ter um parâmetro de comparação,
podendo escolher sua casa avaliando o seu nível de desempenho (MATTOS, 2015).

41
2.8. Estudos de Desempenho Térmico em Paredes

De acordo com os estudos realizados por Pereira (2009); Graf (2011); Brito et. al
(2012); Mazzaferro (2013); International Energy Agency (2013), Sorgato et. al (2014), Silva
et. al (2014); Chvatal (2014); Teixeira et. al (2017) e Ferreira et. al (2017) observou-se o
interesse de pesquisadores nacionais e instituições internacionais sobre a temática de conforto
e desempenho térmico, em especial, sobre as influências dos principais parâmetros térmicos e
discussões sobre as recomendações normativas nacionais.
Pereira (2009) avaliou a influência da envoltória no desempenho térmico de
edificações residenciais unifamiliares ocupadas e ventiladas naturalmente e verificou que a
propriedade que apresentou maior correlação com o conforto foi a capacidade térmica, e a
pior correlação ocorreu para a transmitância térmica. Concluiu assim que, para as condições
do estudo, o mais indicado era a adoção de envelopes com maiores valores de capacidade e
atraso térmicos.
Graf (2011) realizou uma pesquisa visando saber se existia uma relação de equilíbrio,
ou seja, um ponto ótimo entre transmitância térmica e energia incorporada para edificações
residenciais usualmente construídas no Brasil, localizadas em Curitiba-PR, e verificar se a
tecnologia construtiva (materiais e sistemas construtivos) usada em todo o país de forma
padrão atendia às condições locais dessa cidade. Através da pesquisa, concluiu-se que o uso
da mesma tecnologia construtiva em um país de diversos climas não é recomendável em
função do desconforto térmico ou do excessivo uso de climatização para tornar os ambientes
habitáveis.
Brito et al. (2012) estudaram a influência das propriedades térmicas dos materiais
empregados nas paredes de uma habitação, caracterizadas pela capacidade térmica e pela
resistência térmica, na inércia térmica da edificação. As análises realizadas evidenciaram a
importância da inércia térmica da edificação para se conseguir uma atenuação da amplitude de
variação diária da temperatura do ar interior, tendo em vista reduzir assim, os valores
máximos da temperatura do ar interior num dia típico de verão.
Mazzaferro (2013) realizou um estudo com o objetivo de investigar a influência dos
elementos construtivos do envelope no desempenho térmico de edificações residenciais
unifamiliares. O autor verificou que a transmitância térmica teve forte influência nos
somatórios de graus-hora, obedecendo à seguinte tendência: quanto menor a transmitância
térmica, menor o somatório de graus-hora e, consequentemente, melhor o desempenho
térmico.
42
Ainda neste sentido, de acordo com International Energy Agency - IEA (2013) em
seus estudos de perspectiva das tecnologias de energia (Technology Roadmap – Energy
Technology Perspective) voltados para o envelopamento de edificações (Energy eficient
building envelopes), o envelopamento da edificação determina a quantidade de energia
necessária para aquecê-la ou resfriá-la e, portanto, precisa ser otimizado de modo a manter as
cargas mínimas de aquecimento e resfriamento; sendo que, em climas quentes, tecnologias
avançadas de envelopamento podem reduzir significativamente a demanda de energia de
resfriamento.
Sorgato et al. (2014) verificaram através de seu estudo que haviam discrepâncias entre
os resultados obtidos pelos procedimentos simplificado e de simulação da NBR 15575-1 e
afirmaram que o desempenho térmico da edificação deve ser equivalente ao desempenho do
procedimento simplificado, de forma a garantir um nível mínimo de desempenho térmico para
as edificações residenciais.
Silva et al. (2014) investigaram a incerteza de valores subjetivos adotados para as
variáveis desconsideradas pelo método de simulação da NBR 15575-1 e concluiram que tais
variáveis exercem considerável influência no nível de classificação do desempenho térmico, o
que causa falta de precisão do resultado final, visto que os usuários podem definir quaisquer
valores para as mesmas.
Chvatal (2014) avaliou as incoerências entre os procedimentos simplicado e de
simulação propostos pela NBR 15575-1 e os resultados indicaram que o procedimento
simplificado não representa de forma correta os impactos da transmitância e da absortância da
envolvente avaliados pelo método de simulação, podendo levar a uma classificação de
desempenho equivocada. A autora considerou essencial que discussões sobre a NBR 15575:
2013 levem em consideração sua coerência com a NBR 15220: 2005, de modo que esses
documentos não sejam contraditórios, a fim de garantir sua confiabilidade e permitir sua
implementação de forma apropriada.
Teixeira et al. (2017) analisaram os consumos de resfriamento e de aquecimento dos
ambientes de permanência prolongada de duas tipologias de edificações residenciais
unifamiliares. Concluíram que além da escolha dos limites do método normativo da NBR
15575 exercer uma influência significativa no consumo de energia das edificações, a zona
bioclimática e a variação do percentual de abertura, que é uma variável desconsiderada pela
norma, também exercem uma influência considerável.

43
Ferreira et al. (2017) analisaram a influência das propriedades termofísicas com maior
impacto no desempenho térmico de edificações para diferentes contextos climáticos
brasileiros, comparando os resultados obtidos com as recomendações normativas nacionais,
NBR 15220: 2005 e NBR 15575: 2013. Os autores concluíram ainda que, os valores
adotados para a transmitância térmica das paredes e coberturas nas normas mostraram-se
muito elevados, enquanto os valores da capacidade térmica das paredes são mais baixos do
que o indicado para garantir o melhor desempenho térmico da edificação; além disso,
sugeriram coibir uso de superfícies escuras senão para os climas frios.
De modo geral, verificou-se que as pesquisas abordaram a influência dos elementos
construtivos no invólucro das edificações e no desempenho térmico de paredes, realizando
análises por meio dos parâmetros normativos; considerando como parâmetro mais relevante a
capacidade térmica, seguido pelo atraso térmico, e, por último a transmitância térmica. Com
relação às normas vigentes que tratam sobre conforto e desempenho térmico, observou-se a
existência de muitos estudos recomendando a revisão das normas, principalmente da NBR
15575, onde tem se verificado incongruências nos procedimentos apresentados; além da
coerência entre a NBR 15220: 2005 e a NBR 15575: 2013, de modo a não haver contradições
entre as normas, garantindo a confiabilidade dos procedimentos normativos.

3. MATERIAL E MÉTODOS

O presente capítulo apresentada: a área do estudo de caso; as diretrizes construtivas do


Projeto 02 da ABNT NBR 15220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013; as composições de
paredes estudadas, sendo estas subdivididas em: soluções comumente utilizadas no município
de Barreiras-BA e em propostas de possíveis composições; as propriedades dos materiais, o
detalhamento dos cálculos de transmitância térmica, capacidade térmica e atraso térmico, bem
como o cálculo dos custos/m² das composições de paredes.
O fluxograma, apresentado na Figura 7, resume as etapas da metodologia do trabalho.

44
Figura 7: Fluxograma contendo as etapas da metodologia do trabalho.

Fonte: Elaborado pela autora.

3.1. A Escolha da Área

Para a realização do estudo de caso, selecionou-se o município de Barreiras, situado


no Oeste do estado da Bahia, por alguns fatores, dentre os quais cabe destacar:
 O município está situado numa região de clima predominantemente seco e com altas
temperaturas, fatores bioclimáticos característicos de diversos outros munícipios do
país;
 As edificações existentes na cidade, em sua maioria, não atendem aos parâmetros
mínimos de desempenho térmico das paredes, visto que boa parte delas são antigas,
dessa forma, necessitam da utilização de climatização artificial em larga escala;
 As observações feitas às corriqueiras reclamações dos habitantes com relação a
sensação de conforto térmico nas residências;
 A necessidade de buscar soluções construtivas que aumentem a eficiência no uso de
energia e melhorem o desempenho térmico das edificações situadas nesta localidade.

45
3.1.1. O Município de Barreiras

O município de Barreiras está situado na região Oeste do estado da Bahia, possuindo


como principais informações as expostas no Quadro 1.

Quadro 01: Resumo das características do município de Barreiras.

Município: Barreiras

Extensão territorial: 7 538,152 km²

Coordenadas geográficas: 12° 09’ 10” de latitude


sul e 44° 59’ 24” de longitude oeste

População: 157.638 habitantes

Clima: Sub úmido e seco

Temperatura anual: média 24,3 °C, máxima 42°,


mínima 20,3°.
Pluviosidade anual média: 1018 mm

O município de Barreiras é considerado a capital de serviços da região Oeste da Bahia,


possuindo um comércio forte e tendo como base de sua economia o agronegócio, o qual tem
sido o grande responsável pelo crescimento da cidade nos últimos 30 anos, impulsionando
outros setores da economia, dentre eles, a construção civil. A Tabela 04 apresenta o
crescimento da população do município e as alterações ocorridas na população urbana e rural.

Tabela 4- Crescimento da população do município de Barreiras.

População População % do total População % do total População % do total


(1991) (1991) (2000) (2000) (2010) (2010)
População total 84.683 100,00 112.409 100,00 137.427 100,00
População residente 42.544 50,24 56.081 49,89 67.913 49,42
masculina
População residente 42.139 49,76 56.328 50,11 69.514 50,58
feminina
População urbana 70.870 83,69 100.085 89,04 123.741 90,04
População Rural 13.813 16,31 12.324 10,96 13.686 9,96
Fonte: Adaptado de: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/barreiras_ba>. Acesso em:
22 de Julho de 2018.

46
De acordo com os dados do IBGE (2010), o município de Barreiras possuía 38.553
domicílios particulares permanentes, sendo que deste total, 90,33 % estavam situados na
malha urbana do município. Ainda segundo o IBGE (2010), no que se refere ao material
construtivo, a grande maioria dos domicílios é de alvenaria, sendo 86,56% compostos de
alvenaria com revestimento e 12,60% compostos de alvenaria sem revestimento; existindo
ainda os domicílios construídos com madeira, palha, taipa e outros materiais, que juntos
representam 0,84% dos domicílios totais.

3.2. Diretrizes Construtivas Estabelecidas pela NBR 15220-3 e NBR 15575-4

A normatização do desempenho térmico no Brasil é realizada através do conjunto de


normas da ABNT NBR 15220: 2005, a qual trata especificamente sobre o desempenho
térmico das edificações; e da ABNT NBR 15575: 2013, a qual trata sobre o desempenho em
geral de uma edificação e apresenta em uma de suas partes as diretrizes sobre desempenho
térmico.

3.2.1. O Município de Barreiras-Ba de acordo com a NBR 15220-3

O município de Barreiras situa-se na região Oeste do estado da Bahia e é classificado


na Zona Bioclimática 7. A região possui clima sub úmido e seco, com a ocorrência de chuvas
concentradas entre os meses de Novembro a Março e apresenta uma elevada amplitude
térmica diária, em torno de 10°C a 15°C. A carta bioclimática dessa cidade foi gerada pelo
programa Analysis Bio - versão 2.1.5, um software gratuito fornecido pelo LABEE da UFSC,
e é apresentada na Figura 8. O anexo A do Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003
recomenda as seguintes estratégias bioclimáticas para a cidade: DFHIJ.
De acordo com Lamberts et al. (2014), a Zona Bioclimática 7 inclui como
recomendações construtivas o uso de aberturas pequenas e sombreadas o ano todo, o uso de
paredes externas e de coberturas pesadas, o uso de resfriamento evaporativo, de inércia
térmica para resfriamento e de ventilação seletiva no verão.

47
Figura 8: Carta bioclimática do município de Barreiras-Ba.

Fonte: Programa Analysis Bio –versão 2.1.5 (LABEE- Universidade Federal de Santa Catarina).

O Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003 apresenta as diretrizes construtivas,


conforme Tabelas 5, 6, e 7. O anexo C da mesma norma, apresenta com base nas definições
das diretrizes, os percentuais de abertura para ventilação, Tabela 8; e os parâmetros de
transmitância térmica, atraso térmico e fator solar para as vedações externas, Tabela 9.

Tabela 5: Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para a Zona Bioclimática 7.

ABERTURAS PARA VENTILAÇÃO SOBREAMENTO DAS ABERTURAS

Pequenas Sombrear aberturas

Fonte: NBR 15.220-3: 2003.

Tabela 6: Vedações externas para Zona Bioclimática 7.

VEDAÇÕES EXTERNAS

PAREDE Pesada
COBERTURA Pesada
Fonte: NBR 15.220-3: 2003.

48
Tabela 7: Estratégias de condiocionamento térmico para a Zona Bioclimática 7.

ESTAÇÃO ESTRATÉGIAS DE CONDICIONAMENTO TÉRMICO

H) Resfriamento evaporativo e Massa térmica para resfriamento


Verão J) Ventilação seletiva (nos períodos quentes em que a temperatura interna seja superior à
externa)
Os códigos H e J são os mesmos adotados na metodologia utilizada para definir o Zoneamento Bioclimático do
Brasil
Fonte: NBR 15.220-3: 2003.

Tabela 8: Aberturas para ventilação.

ABERTURAS PARA VENTILAÇÃO A (em % da área de piso)

Pequenas 10%˂ A ˂ 15%


Médias 15%˂ A ˂ 25%
Grandes A ˃ 40%
Fonte: Anexo C da NBR 15.220-3: 2003.

Tabela 9: Tipos de vedações externas para a Zona Bioclimática 7.

TRANSMITÂNCIA
ATRASO TÉRMICO – φ FATOR SOLAR- FSo
VEDAÇÕES EXTERNAS TÉRMICA – U
(HORAS) (%)
(W/m².K)
PAREDES Pesada U≤2,20 φ≥6,50 FSo ≤3,5
COBERTURAS Pesada U≤2,20 φ≥6,50 FSo ≤3,5

Fonte: Anexo C da NBR 15.220-3: 2003.

Dessa forma, verifica-se que o Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003 estabelece
que para a Zona Bioclimática 7 os seguintes parâmetros: Transmitância térmica, U≤ 2,20
(W/m².K); e Atraso térmico, ϕ≥ 6,5 horas.

3.2.2. A Norma NBR 15575-4

Com relação ao desempenho térmico, a ABNT NBR 15575-4: 2013 estabelece que as
paredes externas devem atender aos parâmetros de transmitância térmica e capacidade térmica
estabelecidos na referida norma.

49
Quanto à capacidade térmica, os valores mínimos admissíveis para as paredes externas
são definidos de acordo as Zonas Bioclimáticas, conforme apresenta-se na Tabela 10. Sendo
assim, para Zona Bioclimática 7 a capacidade térmica é definida como Ct≥130 (kJ/m².K).

Tabela 10: Capacidade térmica de paredes externas.

CAPACIDADE TÉRMICA (CT)(kJ / m².K)


ZONA 8 ZONAS 1,2,3,4,5,6 e 7
Sem exigência ≥130
Fonte: NBR 15575-4: 2013.

No que refere à transmitância térmica, os valores máximos admissíveis para as paredes


externas são definidos de acordo às Zonas Bioclimáticas e ao parâmetro de absortância para
radiação solar (caso a zona analisada seja diferente das zonas 1 e 2), conforme Tabela 11 a
seguir. Para a verificação deste parâmetro, este estudo considerou que a absortância para
radiação solar é superior a 0,6 caracterizando a superfície externa das composições de paredes
como similar a de um concreto aparente, sendo assim, o parâmetro máximo de transmitância
térmica para a Zona Bioclimática 7 foi de U≤ 2,50 (W/m².K) .

Tabela 11: Capacidade térmica de paredes externas.

TRANSMITÂNCIA TÉRMICA – U (W/m².K)

ZONAS 1 e 2 ZONAS 3,4,5,6,7 e 8


α≤0,6 α˃0,6
U≤2,50
U≤3,7 U≤2,5
α – Absortância à radiação solar da superfície externa da parede.
Fonte: NBR 15575-4: 2013.

A adoção tratada no parágrafo anterior se deve ao fato de que as composições de


paredes foram consideradas até a execução do revestimento argamassado na superfície
externa, não sendo definidas cores para pintura. Dessa forma, caso fosse considerada uma
absortância menor ou igual a 0,6, característica de superfícies mais claras, o parâmetro
máximo de transmitância seria de U≤3,7, sendo inadequado caso a superfície externa fosse
mais escura. Sendo assim, optou-se pelo parâmetro que atendesse a pior situação.

50
3.3. Caracterização dos Materiais

Os materiais utilizados para a composição das paredes foram blocos cerâmicos


(estruturais e de vedação), blocos de concreto (estruturais e de vedação), bloco de concreto
celular, argamassas preparadas no canteiro de obras, argamassas industrializadas, materiais de
baixa condutividade térmica como: gesso, placas de poliestireno expandido (EPS), painéis
semirrígidos de lã de vidro e lã de rocha e painel de gesso acartonado. Também foram
considerados os materiais complementares utilizados para executar os sistemas de isolamento
térmico, sendo eles: aditivo/adesivo para colagem do EPS, tela de aço soldada galvanizada,
pinos de aço e perfis metálicos.
A seguir serão apresentadas as características dos materiais citados.

3.3.1. Blocos

Para as composições de paredes foram utilizadas alvenarias com blocos cerâmicos, blocos de
concreto e blocos de concreto celular, com função de vedação e estrutural; os quais serão
caracterizados na Tabela 12 a seguir.

51
Tabela 12: Caracterização dos blocos utilizados nas composições de paredes.

(continua)

NOME FUNÇÃO DIMENSÕES GEOMETRIA OBSERVAÇÕES


(MM)

As geometrias apresen-tadas
Bloco
Vedação 90x190x190 foram adotadas com base nas
cerâmico
definições da ABNT NBR
15270-1: 2005, a qual não define
as dimensões internas dos furos,
apenas específica como caracte-
rísticas geométricas: a forma do
bloco, as dimensões das faces, as
tolerâncias dimensionais, as
espessuras dos septos e das
Bloco
Vedação 115x190x190 paredes externas, o desvio em
cerâmico
relação ao esquadro e a planeza
das faces.

Considerando as diferentes
dimensões de blocos utilizados
para alvenaria estrutural e a
limitação deste estudo, adotou-se
como bloco representativo o de
dimensão 140x190x390 mm, por
ter o maior percentual de
utilização dentre os blocos que
Bloco
Estrutural 140x190x390 compõe a alvenaria estrutural.
cerâmico
A geometria apresentada foi
adotada com base nas definições
da ABNT NBR 15270-2: 2005, a
qual não define a forma nem as
dimensões dos furos internos,
especificando apenas as medidas
das faces e espessuras dos septos
e paredes externas dos blocos.

52
(continuação)

NOME FUNÇÃO DIMENSÕES GEOMETRIA OBSERVAÇÕES


(MM)

O bloco classifica-se,
segundo ABNT NBR 6136:
2007, como bloco módulo M-10
e Classe D - sem função
Bloco de estrutural, para uso em elementos
Vedação 90x190x390
concreto de alvenaria acima do nível do
solo. A geometria foi adotada
considerando os limites mínimos
apresentados na Tabela 2 da
NBR 6136. .

Considerando as diferentes
dimensões de blocos utilizados
para alvenaria estrutural e a
limitação deste estudo, adotou-se
como bloco representativo o de
dimensão 140x190x390 mm, por
ter o maior percentual de
utilização dentre os blocos que
compõe a alvenaria estrutural.
Bloco de
Estrutural 140x190x390 O bloco utilizado classifica-
concreto
se, segundo ABNT NBR 6136:
2007, como bloco módulo M-15
e Classe B - com função
estrutural, para uso em elementos
de alvenaria acima do nível do
solo. A geometria foi adotada
considerando os limites mínimos
apresentados na Tabela 2 da
NBR 6136.
-

53
(conclusão)

NOME FUNÇÃO DIMENSÕES GEOMETRIA OBSERVAÇÕES


(MM)

A dimensão do bloco foi


escolhida dentre as dimensões
Bloco de fabricadas para o mesmo e
concreto Vedação 100x300x600 buscando uma largura similar aos
celular demais blocos de vedação
utilizados neste estudo, que
possuem 90 mm.

Fonte: Elaborado pela autora.

3.3.2. Argamassas

Para as composições de paredes foram utilizadas argamassas para os serviços de


assentamento de alvenaria, chapisco e massa única. Na Tabela 13 a seguir serão
caracterizadas as argamassas, sendo as mesmas subdividas em pré-fabricadas
(industrializadas) e as preparadas no canteiro de obras.

Tabela 13: Caracterização das argamassas utilizadas nas composições de paredes.

(continua)
FORMA DE
SERVIÇO TIPO/TRAÇO ESPESSURAS OBSERVAÇÕES
PREPARO
Adotou-se um traço comumente
utilizado e que já possuía uma
1:3 (cimento e
Chapisco 5 mm composição de custo de argamassa,
areia)
apresentada na tabela SINAPI, com a
Preparadas no mesma dosagem.
canteiro de Adotou-se um único traço para estes
obras Assentamento serviços, sendo o mesmo comumente
1:2:8 (cimento,
de alvenaria 10 mm utilizado nacionalmente e que já possuí
cal e areia)
uma composição de custo de
1:2:8 (cimento, argamassa, apresentada na tabela
Massa única 20 mm
cal e areia) SINAPI, com a mesma dosagem.

54
(conclusão)
FORMA DE
SERVIÇO TIPO/TRAÇO ESPESSURAS OBSERVAÇÕES
PREPARO
Assentamento A adoção desta argamassa foi feita
de alvenaria considerando as recomendações dadas,
Industrializada com bloco de AC-I 10 mm por diversos fabricantes de blocos de
concreto concreto celular, no que se refere ao
celular. assentamento da alvenaria.
Fonte: Elaborado pela autora.

3.3.3. Materiais Utilizados para o Isolamento Térmico

Para as composições de paredes buscou-se utilizar materiais com baixa condutividade


térmica, com o intuito de melhorar o desempenho térmico das paredes. Na Tabela 14 serão
apresentados os materiais utilizados para compor os sistemas de isolamento térmico utilizados
neste estudo.

Tabela 14: Materiais utilizados para compor os sistemas de isolamento térmico utilizados nas
composições de paredes.

(continua)

CARACTERÍSTICAS
MATERIAL DIMENSÕES ESPESSURA UTILIZAÇÃO/OBSERVAÇÕES
DO MATERIAL
O gesso é um
aglomerante aéreo, que O gesso foi utilizado em algumas
possui valor interme- composições de paredes como
Área da
diário de condutividade revestimento interno, sendo sua
Gesso parede de 15 mm
térmica e pode ser aplicação manual realizada com a
aplicação
utilizado para reves- utilização de taliscas e execução do
timento de tetos e sarrafeamento.
paredes internas.

55
(continuação)

CARACTERÍSTICAS
MATERIAL DIMENSÕES ESPESSURA UTILIZAÇÃO/OBSERVAÇÕES
DO MATERIAL
A placa de EPS foi utilizada
como parte do revestimento
O EPS utilizado é externo, sendo colada nas
classificado com F3, alvenarias por meio de um
retardante a chama, aditivo/adesivo específico para
Placa de
sendo a placa utilizada tal material, fixada com tela de
Poliestireno 1000x500
indicada para isola- 15,20 e 30 mm aço soldada galvanizada e pinos
Expandido mm
mentos termoacústicos de aço, recebendo posteriormente
(EPS)
e tendo como o chapisco e a massa única.
fornecedor: Grupo A placa de EPS também foi
ISORECORT. utilizada para o preenchimendo
das câmaras de ar formadas entre
as alvenarias duplas.
O aditivo/adesivo foi utilizado
para colagem das placas de EPS
O aditivo/adesivo nas alvenarias e sua aplicação é
consiste em uma realizada com o produto puro,
Aditivo/adesiv
massa betuminosa, Área da com desempenadeira dentada,
o para colagem
que tem como parede onde diretamente sobre a superfície
de EPS,
composição básica será aplicada 6 a 8 mm que irá receber a placa e, após a
semelhante ao
emulsão asfáltica e a placa de aplicação do produto deve-se
Frioasfalto da
permite a colagem de EPS. pressionar as placas de EPS sobre
marca Vedacit.
placas leves termo- ele, concluindo a colagem.
acústicas de EPS.

As telas de aço são


eletrossoldadas, galva-
As telas foram utilizadas para
nizadas e semirrí- Φ
Malhas de reforçar a fixação das placas de
Tela de aço gidas, utilizadas cor- arame=1,24m
25x25 mm EPS e eram prendidas por pinos
riqueiramente para m
de aço.
reforço de argamassas
com grande espessura

56
(continuação)

CARACTERÍSTICAS
MATERIAL DIMENSÕES ESPESSURA UTILIZAÇÃO/OBSERVAÇÕES
DO MATERIAL
Os pinos de aço foram
Os pinos de aço
Comprimento utilizados para fixar as telas de
possuem arruela côni- Φ
Pinos de aço da aço e são aplicados com pistolas
ca e sua ação é indi- arruela=23mm
haste=27mm de pressão específicas para tal
reta.
utilização.
Consiste em um
painel incombustível,
constituído de lã de
Painel vidro e aglomerado O painel PSI foi utilizado para
semirrígido de com resinas especiais, o preenchimento das câmaras de
lã de vidro, possui baixa condu- 1200x600 ar formadas entre as alvenarias
25mm
PSI-20, tividade térmica e é mm duplas e o preenchimento interno
densidade indicado para isola- da estrutura metálica de suporte
20kg/m³ mento termoacústico das placas de gesso acartonado.
em altas e baixas
temperaturas.
Fornecedor: ISAR
Consiste em um
painel incombustível,
constituído de lã de
Painel rocha basáltica e aglo- O painel PSI foi utilizado para
semirrígido de merado com resinas o preenchimento das câmaras de
lã de rocha, especiais, possui baixa 1200x600 ar formadas entre as alvenarias
25mm
PSL-32, condutividade térmica mm duplas e o preenchimento interno
densidade e é indicado para isso- da estrutura metálica de suporte
32kg/m3. lamento termoacústico das placas de gesso acartonado.
em temperaturas até
250°C. Fornecedor:
ISAR

57
(conclusão)

CARACTERÍSTICAS
MATERIAL DIMENSÕES ESPESSURA UTILIZAÇÃO/OBSERVAÇÕES
DO MATERIAL
Consiste em um
painel (sanduíche) O painel de gesso acartonado
composto por um com uma face simples foi
miolo de gesso utilizado como complemento do
Placas de endurecido entre duas revestimento interno de algumas
gesso camadas de papel composições de parede. As
1200x2400mm 12,5 mm
acartonado, cartão. A placa utili- placas de gesso acartonado foram
standard (st). zada é do tipo fixadas em uma estrutura
standard (st), reco- metálica, preenchida
mendada para uso internamente com painéis de lã
geral em ambientes de vidro ou lã de rocha.
internos.
A estrutura metálica
é constituída por guias
Perfis Os perfis foram utilizados para
simples, com perfis de
metálicos de compor a estrutura metálica de
aço zincado, sendo o 70x3000 mm 0,5mm
formatos U e suporte das placas de gesso
perfil guia em formato
C. acartonado.
U e o perfil montante
em formato C.
Fonte: Elaborado pela autora.

3.4. Composições de Paredes

As paredes, constituídas por alvenarias com função estrutural ou de vedação, são


compostas por camadas de materiais com espessuras variáveis.
Neste estudo, com o intuito de avaliar o desempenho térmico das paredes através dos
parâmetros: transmitância térmica, capacidade térmica e atraso térmico, foram definidas as
composições de paredes, especificando as camadas de materiais e suas respectivas espessuras.
A seguir serão detalhadas as composições de paredes usualmente adotadas no
município de Barreiras-Ba e as propostas de possíveis composições.

3.4.1. Composições de Paredes Comumente Adotadas no Município de Barreiras-BA

58
As composições de paredes utilizadas no município de Barreiras-Ba, tanto com
alvenarias com função estrutural como de vedação, tendem a seguir os modelos já utilizados
em larga escala no país. Na Tabela 15 são apresentadas as duas composições de paredes mais
utilizadas no município em estudo, definidas com base nas observações feitas das edificações
já existentes na localidade. No Apêndice A são apresentadas as descrições detalhadas das
soluções comuns.

Tabela 15: Composições de paredes comumente adotadas no município de Barreiras-Ba.

NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA

Solução
Comum
Solução
Comum 1 2

Fonte: Elaborado pela autora.

3.4.2. Propostas de Composições de Paredes

As propostas de possíveis composições de paredes começaram a ser definidas com


base nos resultados obtidos, por meio de cálculos, para os parâmetros de transmitância
térmica, capacidade térmica e atraso térmico, das composições de paredes comumente
utilizadas no município de Barreiras-Ba e já tratadas no item 3.4.1. Dessa forma, buscou-se
alterar tais composições e propor novos arranjos de paredes no intuito de atingir os
parâmetros definidos pelo Projeto 02 da 3 e ABNT NBR 15575-4: 2013.
Inicialmente procurou-se realizar pequenos ajustes nas composições já utilizadas,
como alterar revestimento interno e a posição de assentamento dos blocos, porém verificou-se
através dos parâmetros obtidos que tais alterações não eram suficientes. Sendo assim, passou-
se a utilizar nas composições de paredes, materiais com baixa condutividade térmica
(poliestireno expandido, lã de vidro e lã de rocha e painel de gesso acartonado) além dos

59
blocos cerâmicos, de concreto e de concreto celular. Os materiais citados foram utilizados
nas propostas com dimensões e espessuras variadas, de acordo com a oferta de mercado e
com o intuito de atingir os parâmetros definidos.
É importante salientar que no município de Barreiras não há disponibilidade dos
materiais com baixa condutividade térmica, os quais foram utilizados para o isolamento
térmico das composições de paredes, o que foi constatado após pesquisas nos comércios
locais da área da construção civil.
A seguir serão apresentadas as descrições ilustrativas das propostas elaboradas e
estudadas, as quais foram subdivididas de acordo ao bloco utilizado nas alvenarias: bloco
cerâmico (Tabela 16), bloco de concreto (Tabela 17) e bloco de concreto celular (Tabela 18).
No Apêndice A são apresentadas as descrições detalhadas de cada proposta.

Tabela 16: Propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco cerâmico.


(continua)

NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA

Proposta 2

Proposta 1

Proposta 4

Proposta 3

60
(continuação)

NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA

Proposta 6

Proposta 5

Proposta 8

Proposta 7

Proposta 10
Proposta 9

61
(continuação)

NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA

Proposta 12

Proposta 11

Proposta 14

Proposta 13

Proposta 16

Proposta 15

62
(conclusão)

Proposta 18

Proposta 17

Fonte: Elaborado pela autora.

Tabela 17: Propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco de concreto.

(continua)

NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA

Proposta 19 Proposta 20

Proposta 21
Proposta 22

63
(conclusão)

NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA

Proposta 23
Proposta 24

Proposta 25

_______ __________________________

Fonte: Elaborado pela autora.

Tabela 18: Propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco de concreto celular.

NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA NOME DESCRIÇÃO ILUSTRATIVA

Proposta 26 Proposta 27

Fonte: Elaborado pela autora.


64
3.5. Cálculo dos Parâmetros de Conforto Térmico das Composições de Paredes

Para verificar se as composições de paredes propostas atendiam aos limites definidos


no Projeto 02 da ABNT NBR 15.220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013 foram realizados
cálculos para a obtenção dos parâmetros de desempenho térmico: transmitância térmica,
capacidade térmica e atraso térmico.
No próximo item serão apresentadas as propriedades térmicas dos materiais, a planilha
elaborada para auxiliar os cálculos e o detalhamento dos procedimento de cálculo.

3.5.1. Propriedades Térmicas dos Materiais

As propriedades térmicas dos materiais, utilizadas para o cálculo dos parâmetros


térmicos, foram a condutividade térmica (λ), densidade de massa aparente (ρ) e calor
específico (c). Os valores de tais propriedades foram obtidos a partir da Tabela B.3 do
Projeto 02 da ABNT NBR 15220-2: 2003 e pelas informações técnicas dos fornecedores, no
caso da placa de EPS e painéis de lã de vidro e lã de rocha.
Para os materiais apresentados na Tabela B.3 da ABNT NBR 15220-2: 2003 que
tinham os valores de suas propriedades térmicas expressas através de intervalos de densidade
de massa aparente, adotou-se um valor de densidade próxima à média, como foi o caso do
bloco cerâmico (onde assumiu-se a ρ=1600 kg/m³ para o material cerâmico), bloco de
concreto (onde assumiu-se a ρ=2300 kg/m³ para o concreto), argamassa comum (ρ=2000
kg/m³), gesso (ρ=1200 kg/m³) e gesso acartonado (ρ=900 kg/m³).
Os materiais que foram utilizados com base em um fornecedor específico tiveram suas
propriedades térmicas consideradas de acordo as informações técnicas do produto e, caso não
fosse informada alguma das propriedades necessárias, a mesma era considerada de acordo
com a tabela B.3 da ABNT NBR 15220-2: 2003. Nesse sentido, os valores de calor específico
da placa de EPS e painéis de lã de vidro e lã de rocha foram adotados de acordo com a Tabela
B.3 da norma.
A Tabela 19 apresenta os códigos de tais materiais (utilizados na planilha de cálculos)
e os valores considerados para as propriedades térmicas dos mesmos. As infomações em
destaque referem-se aos dados que foram utilizados de acordo as informações dos fabricantes.

Tabela 19: Propriedades térmicas dos materiais utilizados nas composições de paredes.

65
CONDUTIVIDADE DENSIDADE DE CALOR
MATERIAL CÓDIGO TÉRMICA MASSA APARENTE ESPECÍFICO
(W/(m.K)) (kg/m³) (kJ/(kg.K))
Bloco cerâmico bloco1 0,9 1600 0,92
Bloco de concreto bloco2 1,75 2300 1,75
Bloco de concreto celular bloco3 0,175 550 1,00
Argamassa comum, utilizada para
assentamento de alvenaria argamassa 1,15 2000 1,00
Argamassa comum, utilizada para execução de
massa única massaunica 1,15 2000 1,00
Argamassa comum, utilizada para execução do
chapisco chapisco 1,15 2000 1,00
Gesso utilizado como revestimento interno gesso 0,5 1200 0,84
Placas de poliestireno expandido- F3,
fornecedor ISORECORT eps 0,04 14 1,42
Painel semirrígido de lã de vidro (PSI-20),
e=25 mm, fornecedor ISAR la1 0,043 20 0,70
Painel semirrígido de lã de rocha (PLS-32),
e=25 mm, fornecedor ISAR la2 0,045 32 0,75
Placas de gesso acartonado, stardart (st) gesso1 0,35 900 0,84
Fonte: Elaborado pela autora.

3.5.2. Apresentação da Tabela de Cálculo dos Parâmetros Térmicos

A planilha utilizada para os cálculos foi elaborada pela própria autora e contem 29
colunas subdivididas em: descrições das composições de paredes (colunas 1 a 3); dados do
elemento isolado (bloco)(colunas 4 a 7); dados referentes às seções definidas para o cálculo
(colunas 8 a 17); os parâmetros térmicos obtidos e as verificações pela ABNT NBR 15220-3:
2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013 (colunas 18 a 29). A sequência das colunas representam a
ordem de preenchimento da tabela e a ordem dos cálculos realizados, os quais serão
detalhados no item 3.5.3.
Para facilitar o entendimento, a Figura 09 exemplifica as seções utilizadas no exemplo
apresentado nas Figuras 10 e 11, da planilha contendo uma das composições de paredes.

Figura 9: Detalhamento das seções utilizadas na composição de parede apresentada na planilha de


cálculo nas Figuras 11 e 12.

Fonte: Elaborado pela autora.

66
Figura 10: Planilha elaborada para auxiliar nos cálculos dos parâmetros térmicos- parte 1.

Fonte: Elaborado pela autora.

67
Figura 11: Planilha elaborada para auxiliar nos cálculos dos parâmetros térmicos- parte 2.

Fonte: Elaborado pela autora.

68
3.5.3. Cálculo dos Parâmetros Térmicos

Os parâmetros de transmitância térmica, capacidade térmica e atraso térmico das


composições de paredes foram obtidos com o auxílio da planilha elaborada e já apresentada
no item 3.5.2, a qual foi construída com base nos métodos de cálculo definidos na ABNT
NBR 15220-2: 2003.
No que se refere ao cálculo da capacidade térmica, a ABNT NBR 15575-4: 2013 no
item 11.2.2.1, informa que os cálculos desse parâmetro devem seguir os procedimentos da
ABNT NBR 15220-2: 2003, mas apresenta a seguinte ressalva:

No caso de paredes que tenham na sua composição materiais isolantes térmicos de


condutividade térmica menor ou igual a 0,065 W/(m.K) e resistência térmica maior
que 0,5 (m2.K)/W, o cálculo da capacidade térmica deve ser feito desprezando-se
todos os materiais voltados para o ambiente externo, posicionados a partir do
isolante ou espaço de ar (NBR 15575-4: 2013).

Apesar de tal ressalva alguns autores têm questionado a norma no que tange ao
desempenho térmico. Sorgato et al. (2014) verificaram que haviam discrepâncias entre os
resultados obtidos pelos procedimentos simplificado e de simulação da ABNT NBR 15575-1:
2013. Chvatal (2014) considera essencial que discussões sobre a ABNT NBR 15575: 2013
levem em consideração sua coerência com a ABNT NBR 15220: 2003 e afirma que é
importante que esses documentos não sejam contraditórios, a fim de garantir sua
confiabilidade e permitir sua implementação de forma apropriada. Ferreira et al. (2017)
verificaram incongruências entre os valores-limite da NBR 15575 e NBR 15220 para uma
mesma zona bioclimática.
Sendo assim, neste estudo utilizou-se como método de cálculo da capacidade térmica
apenas o procedimento da ABNT NBR 15220-2: 2003. Tal adoção, baseou-se nas
considerações feitas pelos autores citados sobre a incongruência verificada entre as normas
NBR 15575-4 e NBR 15220-2 com relação ao cálculo da capacidade térmica e ponderando
que o cálculo do atraso térmico leva em consideração o valor da capacidade térmica da
parede, sendo calculado de acordo ao procedimento da NBR 15220-2, já que a NBR 15575-4
não considera como critério o atraso térmico.

69
A seguir é apresentado o roteiro para a obtenção dos parâmetros de desempenho
térmico e verificação ao atendimento das diretrizes da ABNT NBR 15220-3: 2003 e ABNT
NBR 15575-4: 2013 através da tabela elaborada:

 Inserir o nome da composição de parede (coluna 1), utilizando para as soluções já


usadas o termo “Solução comum X” e para as propostas de composições o termo
“Proposta X”, sendo que a variável “X” deve iniciar com o número 1 e seguir em
ordem crescente;
 Descrever a composição de parede (coluna 2) com relação aos serviços a serem
executados, os materiais utilizados e suas espessuras;
 Inserir a descrição ilustrativa da composição em estudo (coluna 3), ilustrando as
camadas;
 Inserir os valores da largura, altura e profundidade do bloco (colunas 4 a 6) que será
utilizado na composição em estudo;
 Informar a orientação em que o bloco (coluna 7) será utilizado para a execução da
parede, se na vertical ou na horizontal;
 Inserir as seções que serão utilizadas para os cálculos (coluna 8), expressas em ordem
alfabética;
 Inserir as espessuras das seções (coluna 9) que foram definidas;
 Inserir as camadas de materiais de cada seção (coluna 10), informando os nomes das
mesmas através dos códigos apresentados na Tabela 17. As camadas devem ser
inseridas de cima para baixo, respectivamente, da camada mais externa (face externa
da parede) para a mais interna (face interna da parede);
 Inserir a espessura das camadas (coluna 11);
 Verificar se a planilha forneceu adequadamente os dados programados para a
condutividade térmica, densidade de massa aparente, calor específico, espessura da
câmara de ar e resistência do ar (quando houver) para cada camada definida (colunas
12 a 16) ;
 Calcular a área de cada seção (coluna 17), que consiste na área do elemento isolado,
respectivamente, perpendicular à cada seção;
 Calcular a resistência térmica de cada seção (coluna 18), de acordo com a Equação 4
da ABNT NBR 15220-2: 2003;

70
 Calcular a resistência térmica da parede (coluna 19), da superfície externa à superfície
interna, de acordo com a Equação 6 da ABNT NBR 15220-2: 2003;
 Calcular a resistência térmica total (coluna 20), do ambiente externo ao ambiente
interno, de acordo com a Equação 7 da ABNT NBR 15220-2: 2003; considerando
e , de acordo a Tabela A.1 da mesma norma.
 Calcular a transmitância térmica (coluna 21), de acordo com a Equação 2 da ABNT
NBR 15220-2:2003;
 Calcular a capacidade térmica de cada seção (coluna 22), de acordo com a Equação 3
da ABNT NBR 15220-2: 2003;
 Calcular a capacidade térmica da parede (coluna 23), de acordo com a Equação 9 da
ABNT NBR 15220-2: 2003;
 Calcular o parâmetro (coluna 24), de acordo com a Equação 15 da ABNT NBR
15220-2: 2003;
 Calcular o parâmetro (coluna 25), de acordo com a Equação 13 da ABNT NBR
15220-2: 2003;
 Calcular o parâmetro (coluna 26), de acordo com a Equação 14 da ABNT NBR
15220-2: 2003;
 Calcular o atraso térmico da parede (coluna 27), de acordo com a Equação 12 da
ABNT NBR 15220-2: 2003;
 Os parâmetros obtidos tiveram seus valores verificados com base na NBR 15220-3
(coluna 28) e NBR 15575-4 (coluna 29), conforme os itens 3.2.1 e 3.2.2;
 Através da programação feita na planilha, se a composição atendesse a todos os
parâmetros da norma era retornado que a mesma “atende”, caso contrário, era
retornado “não atende”, conforme pode ser visto na Figura 11 nas colunas 28 e 29.

3.6. Calculo do Custo das Composições de Paredes

Após a verificação do atendimento das composições de paredes aos parâmetros


definidos pela ABNT NBR 15220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013 foram definidas
quais composições seriam encaminhadas para a obtenção do custo/m². Para tal definição
considerou-se que o custo das composições já utilizadas no município de Barreiras-Ba deveria
ser levantado, visto que as mesmas são referências neste estudo.

71
A definição de quais propostas seriam encaminhadas para a análise do custo foi feita
com base no seguinte critério: atendimento aos parâmetros definidos tanto pela NBR 15220-3,
quanto pela NBR 15575-4. Dessa forma, há a garantia que as composições selecionadas
atendem tanto aos parâmetros mais flexíveis da NBR 15575-4, como aos mais restritivos da
NBR 15220-3.
A seguir será apresentada a metodologia utilizada para a obtenção dos custos de cada
serviço e, posteriormente a obtenção dos custos/m² das propostas.

3.6.1. Composição dos Custos dos Serviços

Inicialmente foi realizado um levantamento dos serviços que seriam utilizados nas
composições de paredes selecionadas e elaborado um modelo de planilha contendo os dados
que deveriam ser levantados. Quanto ao serviço: código da composição, descrição e a
unidade; quanto aos insumos: descrição, unidade, quantidade, custo unitário e seu respectivo
código. A Figura 12 apresenta, como exemplo, a composição de custo de um dos serviços.
O custo de cada serviço foi obtido com base em composições de preço, as quais
apresentam a quantidade de materiais e mão de obra para executar uma unidade daquele
serviço. Os insumos descritos pela composição tiveram seus custos unitários levantados e,
dessa forma, obteve-se o preço total do serviço, que consiste no somatório do produto das
quantidades pelos custos unitários de todos os insumos.
As composições dos serviços foram definidas com base nas composições
apresentadas pelo SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção
Civil), TCPO (Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos) e ORSE (Orçamento de
Obras de Sergipe). A sequência em que as fontes foram apresentadas, corresponde a ordem de
busca das composições neste estudo, sendo que tal ordem foi definida considerando o
procedimento usualmente adotado para elaboração de orçamentos, que prioriza a busca dos
dados nas fontes mais completas e confiáveis.
As paredes são compostas, de modo geral, pela execução dos serviços de alvenarias e
revestimentos, sendo que neste estudo também realizou-se a execução de isolamento térmico.
Dentre tais serviços, verifica-se que a argamassa é um dos principais insumos utilizados para
levantamento de alvenaria, chapisco e massa única e, portanto, para uma maior padronização
definiu-se dois traços para as argamassas preparadas no canteiro de obras.

72
Figura 12: Composição de custo do assentamento de alvenaria de vedação de blocos 9x19x19 cm,
com preparo manual da argamassa

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Para o serviço de produção de argamassa e os serviços que utilizavam a argamassa


como insumo foram feitas duas composições de custo, uma considerando o preparo manual da
argamassa e a outra considerando o preparo mecânico, visto que a forma do preparo
influencia no custo final dos serviços.
As composições de serviços apresentam materiais definidos, com características,
espessuras, dimensões, traços e demais especificidades. Neste sentido, houve a necessidade de
realizar adaptações em algumas composições, no que se refere aos materiais, como por
exemplo: alterar a argamassa definida na composição original para considerar a que foi
definida neste estudo; alterar a espessura da placa de EPS da composição
original para considerar as utilizadas nas propostas e complementar a composição de custo
das paredes de gesso acartonado, adicionando os painéis de lã de vidro ou lã de rocha,
adequando-as ao serviço que seria executado.
Os custos dos serviços tiveram como fonte primária de obtenção, a tabela SINAPI-Bahia com
data base de Abril/2018. Para os materiais utilizados de fornecedor definido, como é o caso
das placas de EPS e dos painéis de lã de vidro e lã de rocha, os custos dos mesmos foram
considerados de acordo ao preço informado pelas empresas por contato via e-mail em
Maio/2018.
As composições de custo de todos os serviços utilizados para obter o custo/m² das
composições de paredes selecionadas estão apresentadas de forma detalhada no Apêndice B.

73
3.6.2. Composição dos Custos/m² das Composições das Paredes

O custo do metro quadrado das composições de paredes já utilizadas em Barreiras-Ba


e das propostas selecionadas foi elaborado com base nos custos unitários dos serviços, já
obtidos no item 3.6.1. Para isso, verificou-se quais serviços eram necessários para a execução
de uma unidade de área das composições de paredes e definiu-se seus respectivos
quantitativos. Em seguida, obteve-se o custo total através do somatório do produto dos
quantitativos dos serviços pelos seus respectivos custos unitários, conforme exemplo
apresentado na Figura 13.
Os serviços necessários para a execução das composições de paredes eram definidos
observando a descrição da mesma, ou seja, verificando qual alvenaria seria utilizada, se a
alvenaria era dupla ou não, se seria utilizado um serviço especifico para isolamento térmico e
quais revestimentos seriam utilizados na face interna e externa.
Com base nas descrições das composições de paredes, definia-se também o
quantitativo a ser utilizado, ou seja, se a alvenaria fosse simples o quantitativo seria apenas
1m², se a alvenaria fosse dupla e as paredes fossem iguais seriam 2 m²; se o revestimento
externo e interno fossem iguais o quantitativo seria de 2 m², caso os revestimentos fossem
diferentes seria 1 m² para cada.

Figura 13: Composição de custo da Solução Comum 1 com o preparo manual da argamassa.

Fonte: Elaborado pela autora.

Considerando que todas as composições de paredes possuíam serviços que utilizavam


argamassa e que o custo da argamassa se difere de acordo a forma de preparo (manual ou
mecânico), confome foi esclarecido no item 3.6.1; para cada composição de parede foram
74
obtidos dois custos/m²: um custo baseado nos serviços que utilizam o preparo manual da
argamassa e outro nos que utilizam o preparo mecânico.
As composições de custo/m² das composições de paredes já utilizadas em Barreiras e
das propostas selecionadas estão apresentadas de forma detalhada no Apêndice C.

3.7. Metodologia de Apresentação dos Resultados

Os resultados obtidos por meio dos cálculos descritos anteriormente serão


apresentados subdivididos em: parâmetros de desempenho térmico, custos/m² e custo-
benefício.
No subitem de parâmetros de desempenho térmico serão apesentadas duas tabelas:
uma contendo os materiais e seus respectivos códigos, que serão utilizados para
caracterização das propostas; e outra tabela contendo: nome, sequência de caracterização,
espessura, os valores dos parâmetros de transmitância, capacidade e atraso térmicos, as
verificações destes parâmetros pela ABNT NBR 15220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013
e a verificação final, das soluções comuns 1 e 2 e das 27 propostas de composições de
paredes. Com base em tais dados será discutido o atendimento ou não das soluções comuns 1
e 2 e das 27 propostas elaboradas, analisando as principais informações sobre os parâmetros
térmicos. Ao final da análise será apresentada uma tabela resumo com as propostas que
atenderam aos parâmetros normativos e, portanto, foram selecionadas.
No subitem de custos/m² serão apresentados três gráficos: um contendo os custos/m²
das composições de paredes em função da forma de preparo da argamassa (manual ou
mecânico); e os outros dois apresentando os percentuais de custo/m² da mão de obra e dos
materiais em relação ao custo total/m², sendo um gráfico considerando os dados referentes ao
preparo manual da argamassa e o outro gráfico considerando os dados do preparo mecânico.
De acordo com nos gráficos serão discutidos com relação as composições de paredes: os
intervalos de custos/m², a variação dos custos/m² de acordo a forma de preparo da argamassa
e os percentuais de custos/m² dos materiais e da mão de obra em relação ao custos totais/m².
No subitem de custo-benefício será apresentada uma tabela contendo os índices
elaborados para os parâmetros térmicos e o percentual de aumento do custo/m² das propostas
de composições de paredes em relação às soluções comuns. Com base em tal tabela serão
discutidos: os índices dos parâmetros térmicos obtidos para as soluções comuns 1 e 2, as
propostas que apresentaram o melhor custo-benefício e os aumentos percentuais dos
custos/m² das propostas em relação às soluções comuns 1 e 2.
75
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta os resultados dos cálculos realizados, no qual se pretende:


verificar o atendimento ou não, das soluções comuns 1 e 2 e das 27 propostas elaboradas, aos
parâmetros da ABNT NBR 15220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013; definir quais das
propostas atenderam aos critérios verificados; analisar o custos/m² das soluções comuns 1 e 2
e das propostas selecionadas; e analisar o custo-benefício das propostas selecionadas.

4.1. Parametros de Desempenho Térmico

Por meio dos cálculos já descritos anteriormente no item 3.5 foi possível obter, para as
composições de paredes estudadas, os resultados dos parâmetros de transmitância térmica (U),
capacidade térmica (Ct) e atraso térmico (ϕ). Tais resultados serão apresentados na Tabela
20.
Para facilitar a identificação das composições de paredes pelo leitor, na Tabela 20,
sem que haja a necessidade de retornar ao item 3.4 para relembrar as características,
elaborou-se a tabela 19, na qual atribuiu-se para cada material utilizado uma letra do alfabeto
como código do material. Dessa forma, as propostas serão caracterizadas com a sequência
dos códigos dos materiais, sendo que tal sequência representará da esquerda para direita,
respectivamente, as camadas de materiais da superfície externa da parede para a superfície
interna da parede.

Tabela 20: Códigos dos materiais para caracterização das composições de paredes na Tabela 21.

(continua)

MATERIAL CÓDIGO DO
MATERIAL
Bloco cerâmico de vedação de 9x19x19cm, assentado na vertical A
Bloco cerâmico de vedação de 9x19x19cm, assentado na horizontal B
Bloco cerâmico de vedação de 11,5x19x19cm, assentado na vertical C
Bloco cerâmico estrututal de 14x19x39cm, assentado na horizontal D
Bloco de concreto estrutural de 14x19x39cm, assentado na horizontal E
Bloco de concreto de vedação de 9x19x39cm, assentado na horizontal F
Bloco de concreto celular de 10x30x60cm, assentado na vertical G

76
(conclusão)

MATERIAL CÓDIGO DO
MATERIAL
Massa única, espessura de 2 cm H
Chapisco, espessura de 0,5 cm I
Gesso sarrafeado, espessura de 1,5cm J
Placas de gesso acartonado, espessura de 1,25cm K
Estrutura metálica de suporte das placas de gesso acartonado L
Painel semirrígido de lã de vidro (PSI-20), espessura de 2,5 cm M
Painel semirrígido de lã de rocha(PSL-32), espessura de 2,5 cm N
Placa de EPS, espessura de 1,5cm O
Placa de EPS, espessura de 2,0cm P
Placa de EPS, espessura de 3,0cm Q
Câmara de ar, espessura de 2,0 cm R
Câmara de ar, espessura de 4,0 cm S
Fonte: Elaborado pela autora.

A partir dos resultados apresentados na Tabela 20 constatou-se que a solução comum


1 atendeu aos parâmetros da ABNT NBR 15575-4: 2013, mas não atendeu aos parâmetros da
ABNT NBR 15.220-3: 2003. Com base nos resultados é possível observar que a transmitância
térmica é superior ao limite máximo da NBR 15220-3 (U≤2,20 (m².K)/W), o que se deve a
pequena espessura da parede e a ausência de materiais com baixa condutividade térmica. O
atraso térmico, por sua vez, pode ser considerado como o parâmetro mais crítico,
apresentando valor bem inferior ao mínimo necessário e, dessa forma, permitindo que o calor
chegue ao interior da edificação em um curto intervalo de tempo.
A solução comum 2 atendeu apenas ao parâmetro de capacidade térmica, apresentando
um valor consideravelmente superior ao limite mínimo, o que deve-se ao fato desta
composição de parede utilizar blocos de concreto, os quais possuem alta densidade aparente e
calor específico elevado. A geometria do bloco influenciou, também, no parâmetro de
transmitância térmica, isso porque o bloco de concreto possui apenas uma câmara de ar e,
dessa forma, não contribuiu tanto para o aumento da resistência térmica total da parede e,
consequentemente, a redução da transmitância térmica. O atraso térmico dessa composição de
parede é superior ao da solução comum 1, devido a maior capacidade térmica da parede,
porém ainda está abaixo do mínimo necessário.

77
Tabela 21: Resumo dos parâmetros térmicos das composições de paredes estudadas. (continua)

VERIFICAÇÃO PELA VERIFICAÇÃO PELA


NBR 15220-3:2003 NBR 15575-4:2013
(U≤,2,20 e ϕ≥6,5) (U≤,2,50 e Ct≥130)
TRANSMITÂNCIA CAPACIDADE ATRASO
SEQUÊNCIA DE ESPESSURA TÉRMICA TÉRMICA TÉRMICO VERIFICAÇÃO
NOME CARACTERIZAÇÃO (M) (m².K)/W (kJ/(kg.K)) (horas) U (m².K)/W ϕ (horas) U (m².K)/W Ct (kJ/(kg.K)) FINAL
Solução
comum1 HIAIH 0,14 2,31 146,87 3,32 NÃO ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Solução
comum2 HIEJ 0,18 2,63 302,51 4,84 NÃO ATENDE NÃO ATENDE NÃO ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 1 HIAJ 0,13 2,25 109,68 3,39 NÃO ATENDE NÃO ATENDE ATENDE NÃO ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 2 HIBIH 0,24 1,75 193,47 5,00 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 3 HIOAIH 0,155 1,18 147,18 5,33 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 4 HIPAIH 0,165 0,91 147,39 6,27 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 5 HIQAIH 0,17 0,81 147,50 6,68 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 6 HIARAIH 0,25 1,22 186,53 6,18 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 7 HIASAIH 0,27 1,19 186,53 6,29 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 8 HIAMAIH 0,255 0,77 186,92 8,19 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 9 HIANAIH 0,255 0,78 187,19 8,10 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 10 HIAOAIH 0,25 0,82 186,97 7,87 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 11 HIAIHLMRK 0,1975 0,81 155,78 6,98 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 12 HIAIHLNRK 0,1975 0,83 156,04 6,90 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 13 HICIH 0,165 2,20 149,97 3,51 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 14 HIOCIH 0,18 1,16 150,29 5,46 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 15 HIQCIH 0,195 0,81 150,61 6,82 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 16 HIDIH 0,19 1,91 172,28 4,33 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 17 HIODIH 0,205 1,07 172,60 6,36 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 18 HIPDIH 0,205 0,95 172,70 6,82 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 19 HIOEJ 0,195 1,31 302,83 8,05 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 20 HIERFIH 0,29 1,52 482,92 9,56 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 21 HIEMFIH 0,295 0,90 483,29 13,17 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
78
(conclusão)
VERIFICAÇÃO PELA VERIFICAÇÃO PELA
TRANSMITÂNCIA CAPACIDADE ATRASO NBR 15220-3:2003 NBR 15575-4:2013
SEQUÊNCIA DE ESPESSURA TÉRMICA TÉRMICA TÉRMICO (U≤,2,20 e ϕ≥6,5) (U≤,2,50 e Ct≥130) VERIFICAÇÃO
NOME CARACTERIZAÇÃO (M) (m².K)/W (kJ/(kg.K)) (horas) FINAL
U (m².K)/W ϕ (horas) U (m².K)/W Ct (kJ/(kg.K))
Proposta 22 HIENFIH 0,295 0,92 483,55 12,99 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 23 HIEOFIH 0,285 1,11 483,23 11,61 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 24 HIEHLMRK 0,2425 0,88 339,24 10,98 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 25 HIEHLNRK 0,2425 0,90 339,50 10,84 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Proposta 26 HIGIH 0,15 1,45 158,69 4,95 ATENDE NÃO ATENDE ATENDE ATENDE NÃO ATENDE
Proposta 27 HIOGIH 0,165 0,90 158,99 6,67 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Fonte: Elaborado pela autora.

É possível observar que entre algumas propostas existem apenas pequenas variações como: a alteração da espessura da placa de EPS; o
material isolante (lã de vidro, lã de rocha ou EPS) que preenchia as câmaras de ar das alvenarias duplas; o material isolante (lã de vidro ou lã de
rocha) que preenchia internamente a estrutura metálica de sustentação do painel de gesso acartonado; as dimensões dos blocos ou ainda o
material do blocos (cerâmico, concreto ou concreto celular). Isso ocorreu pois durante a elaboração das propostas buscou-se atingir os parâmetros
definidos da forma mais efetiva possível, ou seja, aliando qualidade técnica e economia.
Quanto às propostas de composições de paredes que utilizaram alvenarias de bloco cerâmico, tanto de vedação como estrutural, propostas
1 a 18, observou-se que com exceção da proposta 1, todas as outras atenderam aos parâmetros de transmitância e capacidade térmicas definidos
pela ABNT NBR 15220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013; o que ocorreu pelo aumento das espessuras das paredes devido às alterações nas
alvenarias como: assentamento dos blocos na horizontal, blocos com maiores dimensões e alvenarias duplas; e a utilização de materiais com
baixa condutividade térmica para o isolamento térmico. Quanto ao atraso térmico apenas as propostas 5,8,9,10,11, 12, 15 e 18 atenderam ao

79
limite mínimo, sendo que as mesmas apresentaram altas capacidades térmicas e baixas
transmitâncias térmicas, o que justifica-se por essas propostas possuírem melhores sistemas
de isolamento térmico como: isolamento térmico externo com placas de EPS (e=30 mm);
alvenarias duplas com câmaras de ar preenchidas por painéis de lã de vidro ou lã de rocha ou
placa de EPS; e painel de gesso acartonado com preenchimento interno da estrutura metálica
com painéis de lã de vidro ou lã de rocha.
As propostas de composições de paredes que utilizaram alvenarias de bloco de
concreto, propostas 19 a 25, atenderam a todos os parâmetros definidos pela ABNT NBR
15220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013, o que se deve a utilização de blocos de
concreto, os quais possuem densidade aparente e calor especifico altos, proporcionando o
aumento da capacidade térmica e contribuindo também para um maior atraso térmico. Já em
relação a transmitância térmica, observou-se valores abaixo do limite máximo, isso porque
apesar de o bloco de concreto influenciar negativamente neste parâmetro, pois reduz a
resistência térmica total, as paredes dessas propostas possuem grandes espessuras (variando
de 0,195 cm a 0,295 cm) e utilizam materiais com baixa condutividade térmica nos
revestimentos internos e/ou externos das paredes.
Quanto as propostas 26 e 27, que utilizam para a composição de paredes a alvenaria
de bloco de concreto celular, verificou-se que a proposta 27 atendeu a todos os parâmetros das
normas de referência, porém a proposta 26 apresentou atraso térmico inferior ao limite
mínimo. Com relação a essas propostas verifica-se que a diferença entre elas está no
revestimento externo, visto que na proposta 26 utilizou-se apenas revestimento argamassado e
na proposta 27 acrescentou-se material isolante (EPS). Tal diferença não influenciou nos
valores de capacidade térmica, os quais são bem próximos nas duas propostas, porém teve
grande influência no valor da transmitância térmica e do atraso térmico, isso porque com a
utilização de material isolante a resistência térmica da parede aumentou, provocando redução
do valor da transmitância térmica e aumento do valor do atraso térmico.
É possível verificar através da Tabela 20 que a proposta 8 possui o menor valor de
transmitância térmica e o maior valor de resistência térmica das paredes, porém os parâmetros
de capacidade e atraso térmicos possuem valores intermediários. Já as propostas 21 e 22, que
possuem os melhores desempenhos com relação a capacidade e atraso térmicos, possuem
valores de transmitância térmica e resistência térmica das paredes, respectivamente, superior e
inferior ao verificado para proposta 8. Nesse sentido, Brito et al. (2012) afirmam que o

80
aumento da capacidade térmica das paredes propicia elevação na inércia térmica da
edificação, o que não ocorre com o simples aumento da resistência térmica das paredes.
No que se refere as espessuras das composições de paredes das propostas, observa-se
que as mesmas variaram de 0,13 m a 0,295 m. Porém, as propostas que atenderam às
diretrizes das normas tiveram suas paredes com espessuras variando de 0,165 m a 0,295 m,
sendo que as paredes com maiores espessuras tinham maiores valores de capacidade e atraso
térmicos, como é o caso das propostas 21 e 22. Brito et al. (2012) afirmam nesse sentido, que
edifícios com alta inércia térmica geralmente possuem componentes construtivos com alta
capacidade térmica, com o uso de materiais com valores elevados de calor específico e massa
específica, bem como grandes espessuras.
Através da Tabela 20 pode-se observar que das 27 propostas elaboradas: 1 proposta
teve o valor de transmitância térmica um pouco superior ao limite máximo da NBR 15220-3;
1 proposta teve sua capacidade térmica consideravelmente inferior ao limite mínimo da NBR
15575-4 e 6 propostas tiveram seu atraso térmico inferior ao limite mínimo da NBR 15220-
3. Dentre as 11 propostas que não atenderam ao parâmetro de atraso térmico, apenas 1
proposta não atendeu, também, aos parâmetros de transmitância e capacidade térmica.
Com base nos resultados obtidos, é possível observar que, neste estudo, o parâmetro
com maior dificuldade de atendimento e, portanto, um dos mais decisivos foi o atraso
térmico; seguido pela capacidade térmica, que apresentou grande parte dos valores
relativamente próximo ao limite mínimo; e, por último, a transmitância térmica. Neste
sentido, Pereira (2009) avaliou a influência da envoltória no desempenho térmico de
edificações residenciais unifamiliares e verificou que a propriedade que apresentou maior
correlação com o conforto foi a capacidade térmica, e a pior correlação ocorreu para a
transmitância térmica; concluindo que, o mais indicado é a adoção de envelopes com maiores
valores de capacidade e atraso térmicos.
De modo geral verificou-se que para o município de Barreiras-Ba é possível a
utilização de paredes com alvenarias de blocos cerâmicos, blocos de concreto e blocos de
concreto celular. Porém, para atingir-se os parâmetros de desempenho térmico: transmitância
térmica, capacidade térmica e atraso témico, recomendados pelas NBR 15220-3 e NBR
15575-4 para esta localidade, é necessária a utilização, também, de sistemas de isolamento
térmico e não apenas de revestimentos convencionais. Nesse sentido, ressalta-se que as
paredes que utilizam alvenaria de bloco cerâmico necessitam de melhores sistemas de

81
isolamento térmico para atingir parâmetros satisfatórios de desempenho térmico; seguidas pelas que utilizam alvenaria de bloco de concreto
celular. Dentre as 27 propostas elaboradas, apenas 16 atenderam ao critério definido no item 3.6, sendo estas as propostas selecionadas para as
análises de custo/m² e custo benefício. Tais propostas são apresentadas resumidamente na Tabela 21.

Tabela 22: Propostas de composições de paredes que atenderam aos parâmetros térmicos definidos.
(continua)
VERIFICAÇÃO PELA VERIFICAÇÃO PELA NBR
NBR 15220-3 15575-4
CAPACIDADE ATRASO
SEQUÊNCIA DE ESPESSURA TRANSMITÂNCIA TÉRMICA TÉRMICO VERIFICAÇÃO
NOME CARACTERIZAÇÃO (M) TÉRMICA (m².K)/W (kJ/(kg.K)) (horas) U (m².K)/W ϕ (horas) U (m².K)/W Ct (kJ/(kg.K)) FINAL

Proposta 5 HIQAIH 0,170 0,81 147,50 6,68 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 8 HIAMAIH 0,255 0,77 186,92 8,19 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 9 HIANAIH 0,255 0,78 187,19 8,10 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 10 HIAOAIH 0,25 0,82 186,97 7,87 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 11 HIAIHLMRK 0,198 0,81 155,78 6,98 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 12 HIAIHLNRK 0,198 0,83 156,04 6,90 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 15 HIQCIH 0,195 0,81 150,61 6,82 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 18 HIPDIH 0,205 0,95 172,70 6,82 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 19 HIOEJ 0,195 1,31 302,83 8,05 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 20 HIERFIH 0,290 1,52 482,92 9,56 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 21 HIEMFIH 0,295 0,90 483,29 13,17 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 22 HIEMFIH 0,295 0,92 483,55 12,99 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 23 HIEOFIH 0,285 1,11 483,23 11,61 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 24 HIEHLMRK 0,243 0,88 339,24 10,98 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 25 HIEHLNRK 0,243 0,90 339,50 10,84 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE

Proposta 27 HIOGIH 0,165 0,90 158,99 6,67 ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE ATENDE
Fonte: Elaborado pela autora.
82
4.2. Custos/m²

Os custos/m² das soluções comumente utilizadas no município de Barreiras-Ba e das


16 propostas elaboradas que atenderam aos critérios definidos no item 3.6, foram obtidos por
meio das composições dos custos dos serviços e, posteriormente, a composição de custo/m²
das propostas, sendo os procedimentos apresentados, respectivamente, nos itens 3.6.1 e 3.6.2.
Tais composições são apresentadas nos Apêndices B e C.
Conforme esclarecimentos feitos no item 3.6.1, para cada proposta obteve-se dois
custos/m², um considerando o preparo manual da argamassa e outro considerando o preparo
mecânico, tais resultados são apresentados na Tabela D.1 do Apêndice D. A partir dos dados
da tabela citada foram elaborados o Gráfico 01, que expressa os custos totais/m² das
composições de paredes em função da forma de preparo da argamasa; e os Gráficos 02 e 03
que expressam, para cada composição de parede selecionada, os percentuais de custos/m² dos
materiais e da mão de obra em relação ao custo total/m².

Gráfico 01: Custos totais/m² das composições de paredes de acordo a forma de preparo da argamassa.

Fonte: Elaborado pela autora.


83
Com base no Gráfico 01 é possível observar, para todas as composições de paredes,
que o custo total/m² obtido com preparo manual da argamassa é superior ao com o preparo
mecânico. O resultado obtido já era esperado levando em consideração a diferença de
produtividade existente entre a mão de obra mecânica e a humana, o que reflete diretamente
no custo do serviço. Tal consideração pode ser justificada pela análise das composições de
custo do serviço de argamassa, apresentadas no Apêndice B, nas quais é possível verificar que
o custo do m³ da argamassa preparada manualmente é aproximadamente 19% superior ao da
argamassa preparada mecanicamente.
Através do Gráfico 01 é possível verificar que apenas as soluções comuns 1 e 2
apresentam custo/m² dentro do intervalo de 100R$/m² a 150R$/m², isso porque tais
composições de paredes utilizam, respectivamente, alvenaria de vedação de bloco cerâmico
(9x19x19 cm) e alvenaria estrutural de bloco de concreto, sendo as paredes revestidas, interna
e externamente, com revestimento argamassado convencional. Dessa forma, apresentam
custos/m² inferiores às propostas elaboradas, que utilizaram sistemas de isolamento térmico.
Quanto às propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco
cerâmico, propostas 5, 8, 9,10, 11, 12, 15 e 18; verificou-se através do Gráfico 01, três
comportamentos distintos: As propostas 5, 15 e 18 apresentaram os maiores custos/m²,
superiores a 200R$/m² para ambas as formas de preparo da argamassa; as propostas 11 e 12
apresentaram os menores custos/m² , dentro do intervalo de 150R$/m² a 200R$/m² para ambas
formas de preparo da argamassa; já as propostas 8, 9 e 10 apresentaram um comportamento
intermediário, apresentando custos/m² dentro do intervalo de 150R$/m² a 200R$/m² para o
preparo mecânico da argamassa e acima de 200R$/m² para o preparo manual da argamassa.
Os comportamentos apresentados pelas propostas que utilizaram alvenaria de bloco
cerâmico, podem ser justificados pelos custos dos sistemas de isolamento térmico utilizados.
As propostas 5, 15 e 18 utilizaram isolamento térmico externo com placas de EPS, que possui
um elevado custo/m², elevando-se assim os custos totais/m² dessas propostas. As propostas 11
e 12 , por sua vez, utilizaram isolamento térmico interno com painel de gesso acartonado,
sendo estrutura metálica de suporte preenchida com lã de vidro ou lã de rocha; tal sistema
apresentou o menor custo/m² em relação aos outros tipos de isolamento térmico utilizados
neste estudo. Já as propostas 8, 9 e 10 utilizaram alvenarias duplas com câmara de ar
preenchidas com lã de vidro ou lã de rocha ou placa de EPS, dessa forma, utilizou-se uma
quantidade maior de argamassa para a execução das alvenarias, potencializando a influência

84
deste serviço no custo total/m²; sendo que custo/m³ da argamassa preparada manualmente é
superior ao da argamassa preparada mecanicamente, justificando assim o comportamento
apresentado pelas propostas.
Quanto às propostas 19 a 25, que utilizaram alvenaria de bloco de concreto, verifica-se
através do Gráfico 01 que com execessão da proposta 19, que apresentou custo/m² superior a
200R$/m², as demais propostas apresentaram custo/m² dentro do intervalo de 150R$/m² a
200R$/m². As propostas 19, 24 e 25 utilizaram sistemas de isolamento térmico,
respectivamente, semelhantes às propostas 5 e 18, 11 e 12, mas apresentaram maiores
custos/m²; o que justifica-se devido ao custo/m² da alvenaria estrutural com bloco de concreto
ser superior ao custo/m² da alvenaria de vedação com blocos cerâmicos. As propostas 20, 21,
22 e 23 utilizaram sistemas de isolamento térmico, respectivamente, semelhantes às propostas
8, 9, 10 e 15, mas apresentaram menores custos/m²; o que pode ser explicado por estas
propostas utilizarem como revestimento interno das paredes o gesso sarrafeado, que possui
custo/m² inferior ao do revestimento argamassado convencional (chapisco e massa única), que
foram utilizados nas paredes com alvenaria de bloco cerâmico.
A proposta 27, que utilizou alvenaria de bloco de concreto celular, apresentou
custos/m² dentro do intervalo de 150R$/m² a 200R$/m² para o preparo mecânico da
argamassa e acima de 200R$/m² para o preparo manual da argamassa. Tal comportamento é
discrepante dos comportamentos apresentados pelas propostas 5, 18 e 19, que também
utilizaram o sistema de isolamento térmico externo com placas de EPS, mas apresentaram
custos/m² superiores a 200R$/m².
Comparando entre a Tabela D.1 e Tabela D.2 do Apêndice D, os custos/m² de mão de
obra de cada composição de parede, é possível verificar que os valores são iguais. Tal fato se
justifica, pois, o custo da mão de obra utilizada para o preparo da argamassa foi incorporado
na composição do custo total do serviço de argamassa, o qual foi utilizado como insumo de
material nas composições dos demais serviços que utilizavam argamassa, são eles: chapisco,
massa única e alvenaria. Dessa forma, os custos/m² de mão de obra expressos nos gráficos
referem-se apenas a mão de obra utilizada para a execução dos demais serviços e não para o
preparo da argamassa.
Com relação as soluções comuns observa-se nos Gráficos 02 e 03 que a solução 1 teve
o percentual do custo/m² de mão de obra superior ao dos materiais, enquanto na solução 2
ocorreu o inverso. Inicialmente é necessário considerar que as composições de paredes
tratadas possuem alvenarias completamente distintas, sendo a solução 1 executada com

85
alvenaria de vedação de blocos cerâmicos e a solução 2 executada com alvenaria estrutural de
blocos de concreto. Nesse sentido, analisando as composições de custo das alvenarias citadas,
apresentadas no Apêndice B, é possível verificar para a alvenaria de vedação, que o custo da
mão de obra é aproximadamente 2 vezes superior ao dos materiais; já para a alvenaria
estrutural o custo dos materiais é cerca de 1,4 vezes superior ao da mão de obra. Dessa forma,
considerando que as composições de custos totais/m² das soluções comuns 1 e 2 têm a
alvenaria como insumo significativo, é justificável que tais soluções apresentem composições
de custo com comportamentos semelhantes aos das suas respectivas alvenarias.
É possível observar nos Gráficos 02 e 03 que as propostas de composições de paredes
que utilizam blocos cerâmicos, apresentam dois comportamentos distintos quanto aos
percentuais de custo/m² de materiais e de mão de obra. As propostas 8, 9 e 10 apresentaram o
percentual de custo/m² da mão de obra superior aos dos materiais, já as propostas 5,11, 12, 15
e 18 tiveram comportamento inverso.
O comportamento apresentado pelas propostas 5, 11, 12, 15 e 18 foi semelhante aos
das demais composições de paredes compostas por alvenarias de bloco de concreto e bloco
de concreto celular. Isso se deve, pois apesar das alvenarias serem de blocos cerâmicos que,
em geral, possuem um percentual de custo maior para mão de obra; as propostas possuem
isolamentos térmicos executados com placas de EPS e com painel de gesso acartonado, com
estrutura metálica de suporte preenchida internamente por lã de vidro ou lã de rocha;
conforme descrito no Apêndice B. Analisando as composições de custo desses serviços de
isolamento térmico, verifica-se que o custo dos materiais é aproximadamente: duas vezes
superior ao de mão de obra, para o isolamento com placas de EPS; e três vezes superior ao de
mão de obra, para o isolamento com painel de gesso acartonado. Dessa forma, há um aumento
significativo no percentual de custo total dos materiais, justificando o comportamento
observado.
Quanto às propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco de
concreto, propostas 19 a 25, e a que utiliza bloco de concreto celular, proposta 27, é possível
verificar nos Gráficos 02 e 03 que todas elas apresentam percentual do custo/m² de materiais
superior ao da mão de obra. Tal comportamento se justifica, pois os serviços que incidem com
maior peso na composição de custos dessas propostas possuem custo de materiais superior ao
de mão de obra, justificando assim o comportamento verificado.

86
Gráfico 02: Composição de custo das composições de paredes utilizando argamassa preparada
manualmente.

Argamassa preparada manualmente


100%
Percentual do custo total

90%

31%
37%

40%
40%
40%
41%
44%

44%
44%
45%
45%

45%
47%
47%
80%
54%

56%
56%

57%
70%
60%
50%
VERIFICAÇÃO FINAL
40%

69%
63%

60%
60%
% MÃO DE OBRA

60%
59%
56%

56%
56%
55%
55%

55%
53%

53%
30%
46%

44%
44%

43%
20% VERIFICAÇÃO FINAL
10% % MATERIAIS
0%

P25-(HIEHLNRK)
P11-(HIAIHLMRK)
SC1-(HIAIH)

P8-(HIAMAIH)

P19-(HIOEJ)
SC2-(HIEJ)

P10-(HIAOAIH)

P12-(HIAIHLNRK)

P20-(HIERFIH)

P27-(HIOGIH)
P5-(HIQAIH)

P23-(HIEOFIH)
P9-(HIANAIH)

P21-(HIEMFIH)
P22-(HIEMFIH)
P15-(HIQCIH)
P18-(HIPDIH)

P24-(HIEHLMRK)
Soluções Alvenaria de bloco cerâmico Alvenaria de bloco de concreto Alvenaria de bloco
comuns de concreto celular
Composições de paredes

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 03: Composição de custo das composições de paredes utilizando argamassa preparada
mecanicamente.

Argamassa preparada mecanicamente


100%
90%
32%
Percentual do custo total

39%

41%
41%
41%
43%
45%

46%
47%
47%
47%
47%

48%
48%

80%
58%

58%
58%

59%

70%
60% VERIFICAÇÃO FINAL
50% % MÃO DE OBRA
40%
68%
61%

59%
59%
59%
57%
55%

54%
53%
53%
53%
53%

52%
52%

30%
42%

42%
42%

41%

VERIFICAÇÃO FINAL
20% % MATERIAIS
10%
0%
P10-(HIAOAIH)

P25-(HIEHLNRK)
P11-(HIAIHLMRK)

P19-(HIOEJ)
SC1-(HIAIH)
SC2-(HIEJ)

P8-(HIAMAIH)

P12-(HIAIHLNRK)

P27-(HIOGIH)
P9-(HIANAIH)
P5-(HIQAIH)

P18-(HIPDIH)

P21-(HIEMFIH)

P23-(HIEOFIH)
P22-(HIEMFIH)
P15-(HIQCIH)

P20-(HIERFIH)

P24-(HIEHLMRK)

Soluções Alvenaria de bloco cerâmico Alvenaria de bloco de concreto Alvenaria de bloco


comuns de concreto celular
Composições de paredes

Fonte: Elaborado pela autora.

87
No que se refere às 16 propostas de composições de paredes selecionadas, é possível
verificar através da Tabela D.1 do Apêndice D , os seguintes intervalos de custos/m²: com
preparo manual da argamassa, R$183,75≤Custo/m²≤R$215,77; com preparo mecânico da
argamassa, R$178,09≤Custo/m²≤R$210,86; sendo que os menores custos/m² pertencem à
proposta 20 e os maiores à proposta 19. Realizando uma média dos custos/m² de todas as
propostas obtêm-se para o preparo de argamassa manual 201,25R$/m² e para o preparo de
argamassa mecânico 194,12R$/m², sendo possível verificar uma diferença de
aproximadamente 3,5% entre a média dos custos/m².

4.3. Custo-benefício

A partir dos resultados obtidos para os parâmetros de desempenho térmico


(transmitância térmica, capacidade térmica e atraso térmico) e os custos/m² das composições
de paredes, elaborou-se a Tabela 25, a qual contém os dados citados, os índices para os
parâmetros de desempenho térmico e os percentuais de aumento dos custos/m² das propostas
em relação às soluções comuns.
Os índices foram elaborados considerando como 100% os valores dos parâmetros de
referência, os quais foram utilizados para verificação de atendimento ao Projeto 02 da ABNT
NBR 15220-3: 2005 e ABNT NBR 15575-4: 2013. Nesse sentido, quanto maiores os índices
melhor o atendimento ao parâmetro analisado; já para os índices menores que 100%, verifica-
se que não houve atendimento aos parâmetros de referência.
É possível verificar na Tabela 25 que as composições de paredes estão subdividas pelo
tipo de bloco utilizado na alvenaria (cerâmico, concreto e concreto celular) e em cada
subdivisão está inserida uma solução comum. As propostas que utilizaram alvenaria de bloco
cerâmico tiveram seus custos comparados com o custo da solução comum 1, a qual utiliza
alvenaria de bloco cerâmico; de forma semelhante ocorreu com as propostas que utilizaram
alvenaria de bloco de concreto, que tiveram seus custos comparados com o custo da solução
comum 2. Porém a proposta que utilizou alvenaria de bloco de concreto celular, não possuía
uma solução comum que utilizasse o mesmo bloco, dessa forma, comparou-se o seu custo
com o da solução comum 1, levando em consideraçao que ambas utilizam alvenaria com
função de vedação.
Com relação a transmitância térmica verifica-se na Tabela 25 que quanto menores os
seus valores maiores eram os índices, isso porque este parâmetro é inversamente
88
proporcional, ou seja, quanto menor a transmitância térmica melhor é o desempenho térmico
da parede. Nesse sentido, confirma-se a verificação já feita com relação as soluções comuns 1
e 2, as quais possuem como índices, respectivamente, 95% e 84%, demonstrando que ambas
não atendem ao parâmetro de referência e que a solução comum 2 possui um pior
desempenho com relação a este parâmetro.
No que se refere ao atraso térmico e a capacidade térmica verifica-se na Tabela 25 que
quanto maiores são seus valores maiores também são seus índices, isso porque tais parâmetros
são diretamente proporcionais. É possível confirmar também para esses parâmetros a
verificação feita com relação as soluções comuns 1 e 2, as quais atenderam ao parâmetro de
referência da capacidade térmica apresentando, respectivamente, os índices 113% e 233%; e
não atenderam ao parâmetro mínimo do atraso térmico apresentando, respectivamente, os
seguintes índices, 51% e 74%.

89
Tabela 23: Índices dos parâmetros térmicos e percentuais de aumento das propostas em relação às soluções comuns.
(continua)
TRANSMITÂNCIA ATRASO CAPACIDADE
CUSTO/M²
TÉRMICA TÉRMICO TÉRMICA
CÓDIGO/ % Aumento % Aumento
% Médio de
NOME SEQUÊNCIA DE das das
Preparo Preparo aumento das
CARACTERIZAÇÃO U ÍNDICE ϕ ÍNDICE Ct ÍNDICE propostas propostas
manual de mecânico de propostas em
(m².K)/W (%) (horas) (%) (kJ/(kg.K)) (%) em relação a em relação a
argamassa argamassa relação a
solução solução
soluçao comum
comum comum
Parâmetros
- 2,2 100% 6,5 100% 130 100% - - - -
de referência

COMPOSIÇÕES DE ALVENARIAS COM BLOCOS CERÂMICOS


Solução
SC1-(HIAIH) 2,31 95% 3,32 51% 146,87 113% R$ 135,73 - R$127,89 -
comum 1
Proposta 5 P5-(HIQAIH) 0,81 271% 6,68 103% 147,50 113% R$ 215,41 58,71% R$ 207,58 62,31% 60,51%
Proposta 8 P8-(HIAMAIH) 0,77 287% 8,19 126% 186,92 144% R$ 204,67 50,79% R$ 195,99 53,24% 52,02%
Proposta 9 P9-(HIANAIH) 0,78 281% 8,10 125% 187,19 144% R$ 205,12 51,12% R$ 196,44 53,60% 52,36%
Proposta 10 P10-(HIAOAIH) 0,82 268% 7,87 121% 186,97 144% R$203,51 49,94% R$194,83 52,34 % 51,14%
Proposta 11 P11-(HIAIHLMRK) 0,81 272% 6,98 107% 155,78 120% R$ 193,46 42,54% R$ 185,63 45,14% 43,84%
Proposta 12 P12-(HIAIHLNRK) 0,83 267% 6,90 106% 156,04 120% R$ 193,92 42,87% R$ 186,09 45,50% 44,19%
Proposta 15 P15-(HIQCIH) 0,81 273% 6,82 105% 150,61 116% R$ 213,40 57,22% R$ 205,33 60,55% 58,89%
Proposta 18 P18-(HIPDIH) 0,95 231% 6,82 105% 172,70 133% R$ 209,96 54,69% R$ 201,42 57,49% 56,09%

COMPOSIÇÕES DE ALVENARIAS COM BLOCOS DE CONCRETO

Solução
SC2-(HIEJ) 2,63 84% 4,84 74% 302,51 233% R$ 142,29 - R$ 137,38 -
comum 2
Proposta 19 P19-(HIOEJ) 1,31 168% 8,05 124% 302,83 233% R$ 215,77 51,64% R$ 210,86 53,48% 52,56%
Proposta 20 P20-(HIERFIH) 1,52 145% 9,56 147% 482,92 371% R$ 183,75 29,14% R$ 178,09 29,63% 29,38%
Proposta 21 P21-(HIEMFIH) 0,90 245% 13,17 203% 483,29 372% R$ 192,77 35,48% R$ 187,11 36,20% 35,84%

90
(conclusão)
TRANSMITÂNCIA ATRASO CAPACIDADE
CUSTO/M²
TÉRMICA TÉRMICO TÉRMICA
CÓDIGO/ % Aumento % Aumento
% Médio de
NOME SEQUÊNCIA DE das das
Preparo Preparo aumento das
CARACTERIZAÇÃO U ÍNDICE ϕ ÍNDICE Ct ÍNDICE propostas propostas
manual de mecânico de propostas em
(m².K)/W (%) (horas) (%) (kJ/(kg.K)) (%) em relação a em relação a
argamassa argamassa relação a
solução solução
soluçao comum
comum comum
Parâmetros
- 2,2 100% 6,5 100% 130 100% - - - -
de referência
Proposta 22 P22-(HIEMFIH) 0,92 239% 12,99 200% 483,55 372% R$ 193,22 35,80% R$ 187,56 36,52% 36,16%
Proposta 23 P23-(HIEOFIH) 1,11 199% 11,61 179% 483,23 372% R$ 189,65 33,29% R$ 183,99 33,92% 33,61%
Proposta 24 P24-(HIEHLMRK) 0,88 250% 10,98 169% 339,24 261% R$ 200,02 40,57% R$ 195,12 42,02% 41,30%
Proposta 25 P25-(HIEHLNRK) 0,90 244% 10,84 167% 339,50 261% R$ 200,48 40,90% R$ 195,58 42,36% 41,63%

COMPOSIÇÕES DE ALVENARIAS COM BLOCOS DE CONCRETO CELULAR


*Solução
SC1-(HIAIH) 2,31 95% 3,32 51% 146,87 113% R$ 135,73 - R$ 127,89 -
comum 1
Proposta 27 P27-(HIOGIH) 0,90 246% 6,67 103% 158,99 122% R$ 204,92 50,98% R$ 197,93 54,76% 52,87%
Fonte: Elaborado pela autora.

Com base nas informações da tabela 25 elaboraou-se o Gráfico 04, o qual apresenta para cada proposta de composição de parede, os
índices dos parâmetros: transmitância, capacidade e atraso térmicos, bem como os percentuais médios de aumento do custos/m² das propostas em
relação as soluções comuns.

91
Gráfico 04: Relação dos índices dos parâmetros com os custos

Relação dos índices dos parâmetros térmicos com o


percentual médio de aumento do custo
400%

350%

300% Transmitância (%)

250% Atraso (%)


Percentuais

200% Capacidade(%)

150% % médio de
aumento de
100% custo/m²

50%

0%

P27-(HIOGIH)
P25-(HIEHLNRK)
P11-(HIAIHLMRK)
P8-(HIAMAIH)

P19-(HIOEJ)
P10-(HIAOAIH)

P12-(HIAIHLNRK)
P5-(HIQAIH)

P9-(HIANAIH)

P21-(HIEMFIH)
P22-(HIEMFIH)
P18-(HIPDIH)

P20-(HIERFIH)

P23-(HIEOFIH)
P15-(HIQCIH)

P24-(HIEHLMRK)

Propostas de composições de paredes

Fonte: Elaborado pela autora.

Analisando as propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco


cerâmico, observa-se através do Gráfico 04, que as propostas 5, 11, 12, 15 e 18 apresentam
bons índices para a transmitância térmica, superiores a 200%, mas para os parâmetros do
atraso térmico e capacidade térmica, considerados os mais decisivos, apresentam valores
próximos a 100%. No que se refere ao custo, as propostas 5, 15 e 18 são as 3 mais caras e as
propostas 11 e 12 são as 2 mais baratas. As propostas 8, 9 e 10 foram as que apresentaram, de
modo geral, os melhores índices para os parâmetros analisados e os custos/m² intermediários.
Dentre as propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco
cerâmico, verifica-se que a proposta 10 é a de melhor custo benefício, visto que apresenta
índices próximos aos das propostas 8 e 9 e o terceiro menor custo/m², possuindo um aumento
médio de 51,14% em relação aos custo/m² da solução comum 1. Comparando tal proposta
com a que apresenta menor custo/m², a proposta 11, observa-se que a diferença de aumento
percentual do custo/m² é de aproximadamente 7%, porém, a proposta 10 possui os índices de
92
capacidade e atraso térmicos, considerados os mais decisivos, aproximadamente 15% superior
aos índices da proposta 11. Comparando a proposta 10 com as propostas 8 e 9, verifica-se
que ela possui os índices dos parâmetros térmicos inferiores aos das outras duas propostas e
custos/m² próximos; porém, as propostas 8 e 9 utilizam o preenchimento da alvenaria dupla,
respectivamente, com lã de vidro e lã de rocha, materiais que requerem um maior cuidado no
manuseio; ao contrário do EPS que é utilizado na proposta 10. Dessa forma, considera-se que
o melhor custo-benefício é o da proposta 10 (Figura 14).

Figura 14: Proposta 10.

Fonte: Elaborado pela autora.

Analisando as propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco


de concreto, observa-se através do Gráfico 04, que as as propostas 19, 24 e 25 apresentaram
índices intermediários para transmitância térmica, capacidade térmica e atraso térmico, mas
apresentam os 3 maiores custos/m² dentre o grupo de propostas analisadas. As propostas 20,
21, 22 e 23 apesentaram, de modo geral, melhores índices, atendendo de forma satisfatória os
parâmetros de referência e o desempenho térmico das paredes externas; no que se refere ao
custo/m², observa-se que tais propostas apresentam os menores custos/m².
Dentre as propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco de
concreto, verifica-se que a proposta 20 é a de melhor custo-benefício, isso porque apresenta
índices intermediários que atendem de forma satisfatória ao desempenho térmico das paredes
93
e possui o menor custo/m² dentre todas as propostas com alvenarias de bloco de concreto,
possuindo um aumento médio 29,38% em relação aos custos/m² da solução comum 2.
Comparando tal proposta com a que apresenta o segundo menor custo/m², proposta 23,
verifica-se que os índices dos parâmetros térmicos são inferiores, porém observa-se um
aumento percentual de aproximadamente 4%, que apesar de não ser tão alto não justifica a
utilização da proposta 23, pois, de modo geral, ambas as propostas tratadas apresentaram
índices para todos os parâmetros térmicos, superiores aos índices de referência, garantindo
assim um bom desempenho térmico das paredes. Dessa forma, considera-se que o melhor
custo-benefício é o da proposta 20 (Figura 15).

Figura 15: Proposta 20.

Fonte: Elaborado pela autora.

No que se refere à proposta 27, a qual utilizou alvenaria de bloco de concreto celular,
verifica-se que a mesma apresenta um alto índice para transmitância térmica, semelhante as
outras propostas apresentadas; mas apresenta índices baixos para atraso térmico e capacidade
térmica. No que se refere ao custo/m², seu preço será comparado com o da solução comum 1,
como já foi esclarecido anteriormente e, nesse sentido, a proposta possui um aumento médio
de 52,87% em relação ao custo/m² da solução comum 1 e apresenta custo/m² semelhante às
propostas que utilizaram alvenaria de bloco cerâmico. Analisando o custo-benefício
considera-se que essa não é uma proposta vantajosa para a localidade deste estudo de caso,
94
pois existem propostas com menores custos/m² e que atendem melhor ao desempenho térmico
das paredes, além de utilizarem alvenarias de bloco cerâmico e de concreto, que são os mais
usuais na construção civil.
Em relação aos parâmetros de desempenho térmico é possível verificar que, de modo
geral, as propostas de composições de paredes selecionadas possuem índices bem superiores
às soluções comuns 1 e 2. No que se refere ao custo/m², as propostas de composições de
paredes que utilizaram alvenaria de bloco cerâmico e bloco de concreto celular tiveram um
aumento percentual médio variando de 43,84% a 60,51% em relação ao custo/m² da solução
comum 1, já as propostas que utilizaram alvenaria de bloco de concreto tiveram aumento
percentual médio variando de 29,38% a 52,56% em relação ao custo/m² da solução comum 2.
Os resultados obtidos estão de acordo ao esperado, isso porque as soluções comuns
apresentaram parâmetros de desempenho térmico inferiores aos definidos pelo Projeto 02 da
ABNT NBR 15220-3: 2003 e ABNT NBR 15575-4: 2013 e, para se atingir um melhor
desempenho térmico das paredes, foram realizadas alterações que aumentaram os custos/m²
das composições de paredes. No entanto, é válido ressaltar que as propostas foram elaboradas
com o intuito de atender ao desempenho térmico das paredes de vedação externa, as quais
representam apenas uma parte do quantitativo de paredes de uma edificação, no qual haveria o
aumento do custo.
De modo geral, apesar do aumento no custo total das paredes e, consequentemente, da
edificação, considera-se que a utilização de paredes com um desempenho térmico adequado
traz benefícios de curto prazo, com um maior conforto térmico da edificação; e a longo prazo,
com a redução dos custos com climatização artificial.

95
CONCLUSÕES

Este trabalho teve como intuito avaliar o desempenho térmico de paredes, analisando
os parâmetros de desempenho térmico, custo/m² e custo-benefício no município de Barreiras-
Ba. Neste sentido, foram definidas e analisadas as composições de paredes comumente
utilizadas no município e as 27 propostas de composições de paredes elaboradas. As
conclusões principais deste estudo serão expostas a seguir.

Parâmetros de Desempenho Térmico

Com relação aos parâmetros de desempenho térmico analisados: transmitância


térmica, atraso térmico e capacidade térmica, as principais conclusões obtidas foram:

 A solução comum 1 (composta por alvenaria de vedação de bloco


cerâmico 9x19x19 cm e revestimento argamassado convencional), atendeu
aos limites da ABNT NBR 15575-4: 2013, mas não atendeu aos limites do
Projeto 02 ABNT NBR 15.220-3: 2003, sendo o atraso térmico
considerado como parâmetro crítico por apresentar um valor bem inferior
ao limite mínimo.
 A solução comum 2 (composta por alvenaria estrutural de bloco de
concreto, revestimento argamassado convencional na superfície externa da
parede e gesso sarrafeado na superfície interna da parede), atendeu apenas
ao parâmetro de capacidade térmica, o que se justificou devido ao uso do
bloco de concreto que possui um alto calor específico.
 entre as 18 propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria
de bloco cerâmico, apenas 8 atenderam aos limites de todos os parâmetros
analisados, sendo que o parâmetro do atraso térmico foi o de maior
dificuldade de atendimento.
 Quanto às propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de
bloco de concreto, verificou-se que todas atenderam aos parâmetros
analisados, o que justificou-se pelo uso dos blocos de concreto que
possuem alto calor específico, aumentando assim a capacidade térmica e,
consequentemente, o atraso térmico. Além disso as grandes espessuras das

96
paredes e a utilização de materiais com baixa condutividade térmica
reduziram os valores da transmitância térmica.
 Quanto às propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de
bloco de concreto celular, apenas a proposta que utilizou isolamento
térmico no revestimento externo atendeu a todos os parâmetros.
 As propostas de paredes (compostas por alvenarias de bloco cerâmico, de
bloco de concreto e bloco de concreto celular) que possuíam maiores
espessuras, apresentaram melhores resultados para os parâmetros térmicos,
principalmente para a capacidade e atraso térmicos.
 O parâmetro com maior dificuldade de atendimento foi o do atraso térmico,
seguido pela capacidade térmica e, por último, a transmitância térmica.
 Para o município de Barreiras-Ba é possível a utilização de paredes com
alvenarias de blocos cerâmicos, blocos de concreto e blocos de concreto
celular. Porém, para atingir-se os parâmetros de desempenho térmico:
transmitância térmica, capacidade térmica e atraso témico, recomendados
pelas NBR 15220-3 e NBR 15575-4 para esta localidade é necessária a
utilização, também, de sistemas de isolamento térmico e não apenas de
revestimentos convencionais.
 As composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco de concreto
apresentaram um melhor desempenho térmico em relação às demais
propostas, sendo este ponderamento feito através da análise conjunta dos
três parâmetros de desempenho térmico estudados.

Custos/m²

No que se refere aos custos/m² das soluções comuns 1 e 2 e das 16 propostas de


composições de paredes selecionadas, as principais conclusões obtidas foram:

 Em todas as composições de paredes o custo total/m² obtido com preparo


manual da argamassa é superior ao obtido com preparo mecânico.
 As soluções comuns 1 e 2 apresentaram custos/m² dentro do intervalo de
127,89 R$/m² a 142,29 R$/m²; inferiores aos custos/m² das propostas de

97
composições de paredes elaboradas, que utilizaram sistemas de isolamento
térmico.
 As propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco
cerâmico e de bloco de concreto celular apresentaram custos/m² dentro do
intervalo de 185,63 R$/m² a 215,41R$/m²;
 As propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de bloco
de concreto apresentaram custos/m² dentro do intervalo de 178,09R$/m² a
215,77R$/m²;
 Verificou-se que o comportamento das propostas de composições de
paredes, quanto aos percentuais de custo/m² de materiais e mão de obra, é
influenciado pela composição de custo dos serviços considerados como
insumos significativos na composição de custo total das propostas. Dentre
tais serviços, os principais são as alvenarias e o isolamento térmico.
 Observou-se, dentre as 16 propostas de composições de paredes, que a
média dos custos/m² das propostas é de 201,52R$/m², para a argamassa
preparada manualmente; e de 194,61R$/m², para a argamassa preparada
mecanicamente; sendo verificada uma diferença de aproximadamente 3,5%
entre esses custos/m².

Custo-benefício

Quanto ao custo-benefício das propostas de composições de paredes selecionadas em


relação aos parâmetros térmicos e as soluções comuns 1 e 2, as principais conclusões obtidas
foram:

 As soluções comuns 1 e 2 apresentaram índices abaixo de 100% para os


parâmetros da transmitância e atraso térmicos, o que indica o não
atendimento aos parâmetros de referência.
 Quanto ao parâmetro de capacidade térmica, as duas soluções comuns
apresentaram índices superiores às exigências normativas.
 Dentre as propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria
de bloco cerâmico, verificou-se que a proposta 10 (composta por
alvenaria de vedação dupla, com bloco cerâmico 9x19x19 cm; câmara
98
de ar de 2,0 cm, entre as alvenarias, preenchida com placa de EPS; e
revestimento argamassado convencional nas superfícies interna e
externa da parede), apresenta o melhor custo-benefício, pois possui
bons índices para os parâmetros térmicos, facilidade de execução e o
terceiro menor custo/m².
 Dentre as propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria
de bloco de concreto, a proposta 20 (composta por alvenaria dupla de
bloco de concreto, sendo uma alvenaria estrutural e a outra de vedação,
com câmara de ar de 2,0 cm entre as alvenarias; revestimento
argamassado convencional na superfícies externa e gesso sarrafeado na
superfície interna da parede), apresenta o melhor custo-benefício, pois
possui índices satisfatórios para os parâmetros térmicos e o menor
custo/m² .
 A proposta 27 (composta por alvenaria de bloco de concreto celular;
revestimento argamassado convencional nas superfícies interna e
externa da parede; e isolamento térmico externo com placas de EPS),
não apresenta um bom custo-beneficio quando comparada com as
demais propostas; visto que existem propostas com menores custos/m²,
melhores índices dos parâmetros térmicos e que utilizam blocos
cerâmicos e de concreto, os mais usuais na construção civil.
 As propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de
bloco cerâmico e de concreto celular tiveram um aumento percentual
variando de 43,84% a 60,51% em relação ao custo/m² da solução
comum 1.
 As propostas de composições de paredes que utilizaram alvenaria de
bloco de concreto tiveram um aumento percentual variando de 29,38%
a 52,56% em relação ao custo/m² da solução comum 2.

99
SUGESTÕES

Com base nos resultados obtidos nesta pesquisa e nos diversos estudos que podem
complementar tais resultados, com o intuito de melhorar o desempenho térmico das
edificações do município de Barreiras-Ba, sugere-se que seja estudado em pesquisas futuras:
 Avaliar o desempenho térmico das coberturas comumente utilizadas no
município de Barreiras-BA;
 Simular através de softwares de conforto térmico, edificações que
utilizem as composições de paredes propostas e as soluções comuns
definidas nesta pesquisa, realizando uma análise comparativa dos
resultados;
 Realizar os estudos definindo cores para as paredes externas, a fim de
verificar a influência da absortância solar e o parâmetro térmico do
fator solar;
 Verificar para uma edificação padrão definida, qual a variação no custo
total da edificação com a utilização das propostas de composições de
paredes;
 Verificar através de simulação por softwares, a temperatura interna de
uma edificação que utilize as composições de paredes propostas e
analisar a influência dos resultados obtidos na demanda de aparelhos de
resfriamento artificial;
 Avaliar a influência das aberturas no desempenho térmico das
edificações no município de Barreiras-BA e estudar possíveis medidas
construtivas nesse sentido.

100
REFERÊNCIAS

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documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. 3. ed. Rio de Janeiro. 2011;

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107
APÊNDICE A: DETALHAMENTO DAS COMPOSIÇÕES DE PAREDES

Detalhamento das Composições de Paredes Usualmente Utilizadas no Município de


Barreiras-Ba

Tabela A.1- Detalhamento das soluções comuns.


NOME DESCRIÇAO DA COMPOSIÇÃO
Solução Parede composta por alvenaria de vedação de bloco cerâmico, dimensão 9x19x19 cm, com furos
comum 1 na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10mm. Os
revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única
(espessura de de 20 mm).
Solução Parede composta por alvenaria estrutural de blocos de concreto de dimensão 14x19x39 cm, com
comum 2 furos na vertical, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O Revestimento
externo executado com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de 20 mm) e o
revestimento interno executado com gesso (espessura de 15 mm).
Fonte: Elaborado pela autora

Detalhamento das Propostas de Composições de Paredes que Utilizaram Alvenaria de


Bloco Cerâmico

Tabela A.2: Detalhamento das propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco cerâmico.
(continua)
NOME DESCRIÇAO DA COMPOSIÇÃO
Proposta 1 Parede composta por alvenaria de vedação de bloco cerâmico, dimensão 9x19x19 cm, com furos
na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessua 10mm. O
Revestimento externo executado com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de
20 mm) e o revestimento interno executado com gesso (espessura de 15 mm).
Proposta 2 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm, com
furos na horizontal, assentados na horizontal com juntas de argamassa de espessura 10mm. Os
revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única
(espessura de 20 mm).
Proposta 3 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm, com
furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10mm. O
Revestimento interno é executado com chapisco (espessura de 5mm) e massa única (espessura de
20 mm). O revestimento externo composto por: placa de EPS (e=15 mm), colada com
aditivo/adesivo e fixada com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).

108
(continuação)
NOME DESCRIÇAO DA COMPOSIÇÃO
Proposta 4 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm, com
furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10mm. O
Revestimento interno é executado com chapisco (espessura de 5mm) e massa única (espessura de
20 mm). O revestimento externo composto por: placa de EPS (e=20 mm), colada com
aditivo/adesivo e fixada com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Proposta 5 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm, com
furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10mm. O
Revestimento interno é executado com chapisco (espessura de 5mm) e massa única (espessura de
20 mm). O revestimento externo composto por: placa de EPS (e=30 mm), colada com
aditivo/adesivo e fixada com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Proposta 6 Parede composta por alvenaria de vedação dupla de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm,
com furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10 mm,
possuindo câmara de ar de 20 mm entre as duas paredes.
Os revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa
única (espessura de 20 mm).
Proposta 7 Parede composta por alvenaria de vedação dupla de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm,
com furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10 mm,
possuindo câmara de ar de 40 mm entre as duas paredes.
Os revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa
única (espessura de 20 mm).
Proposta 8 Parede composta por alvenaria de vedação dupla de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm,
com furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10 mm,
possuindo câmara de ar de 25 mm entre as duas paredes, preenchida com painel semi-rígido de lã
de vidro (PSI-20), dimensão 1200x600x25 mm. Os revestimentos internos e externos executados
com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Proposta 9 Parede composta por alvenaria de vedação dupla de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm,
com furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10 mm,
possuindo câmara de ar de 25 mm entre as duas paredes, preenchida com painel semi-rígido de lã
de rocha (PSL-32), dimensão 1200x600x25 mm. Os revestimentos internos e externos executados
com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Proposta 10 Parede composta por alvenaria de vedação dupla de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm,
com furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10 mm,
possuindo câmara de ar de 20 mm entre as duas paredes, preenchida com placas de poliestireno
F3,dimensão 1000x1000x20mm. Os revestimentos internos e externos executados com chapisco
(espessura de 5 mm) e massa única (espessura de 20 mm).

109
(continuação)
NOME DESCRIÇAO DA COMPOSIÇÃO
Proposta 11 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm, com
furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10mm. Os
revestimentos externo e interno executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única
(espessura de 20 mm). O isolamento térmico é feito na superfície interna com painel de gesso
acartonado (e=12,5 mm), com uma face simples e estrutura metálica com guia simples,
preenchida internamente com painel semi-rígido (PSI-20)-lã de vidro (e=25 mm).
Proposta 12 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 9x19x19 cm, com
furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10mm. Os
revestimentos externo e interno executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única
(espessura de 20 mm).
O isolamento térmico é feito na superfície interna com painel de gesso acartonado (e=12,5 mm),
com uma face simples e estrutura metálica com guia simples, preenchida internamente com painel
semi-rígido (PSI-32)-lã de rocha (e=25 mm).
Proposta 13 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 11,5x19x19 cm,
com furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura de 10 mm.
Os revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa
única (espessura de 20 mm).
Proposta 14 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 11,5x19x19 cm,
com furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O
Revestimento interno é executado com chapisco (espessura de 5mm) e massa única (espessura de
20 mm). O revestimento externo composto por: placa de EPS (e=15 mm), colada com
aditivo/adesivo e fixado com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Proposta 15 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos cerâmicos de dimensão 11,5x19x19 cm,
com furos na horizontal, assentados na vertical com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O
Revestimento interno é executado com chapisco (espessura de 5mm) e massa única (espessura de
20 mm).O revestimento externo composto por: placa de EPS (e=30 mm), colada com
aditivo/adesivo e fixado com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Proposta 16 Parede composta por alvenaria estrutural de blocos cerâmicos estruturais de dimensão 14x19x39
cm, com furos na vertical, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. Os
revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única
(espessura de 20 mm).

110
(conclusão)

NOME DESCRIÇAO DA COMPOSIÇÃO


Proposta 17 Parede composta por alvenaria de estrutural de blocos cerâmicos estruturais de dimensão
14x19x39 cm, com furos na vertical, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O
Revestimento interno é executado com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de
20 mm). O revestimento externo composto por: placa de EPS (e=15 mm), colada com
aditivo/adesivo e fixado com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Proposta 18 Parede composta por alvenaria de estrutural de blocos cerâmicos estruturais de dimensão
14x19x39 cm, com furos na vertical, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O
Revestimento interno é executado com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de
20 mm). O revestimento externo composto por: placa de EPS (e=20 mm), colada com
aditivo/adesivo e fixado com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Fonte: Elaborado pela autora.

Detalhamento das Propostas de Composições de Paredes que Utilizaram Alvenaria de


Bloco de Concreto

Tabela A.3: Detalhamento das propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco de
concreto.
(continua)
NOME DESCRIÇAO DA COMPOSIÇÃO
Proposta 19 Parede composta por alvenaria de estrutural de blocos estruturais de concreto de dimensão
14x19x39 cm, com furos na vertical, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O
Revestimento interno é executado com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura
de 20 mm). O revestimento externo composto por: placa de EPS (e=15 mm), colada com
aditivo/adesivo e fixada com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).
Proposta 20 Parede composta por alvenaria dupla, sendo uma alvenaria estrutural de blocos estruturais de
concreto de dimensão 14x19x39 cm com furos na vertical e e uma alvenaria com bloco de
vedação de concreto de dimensão 9x19x39 com furos na vertical; possuindo uma câmara de ar de
20 mm entre as duas alvenarias. O assentamento executado com juntas de argamassa de
espessura 10 mm. Os revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5
mm) e massa única (espessura de 20 mm).

111
(conclusão)
NOME DESCRIÇAO DA COMPOSIÇÃO
Proposta 21 Parede composta por alvenaria dupla, sendo uma alvenaria estrutural de blocos estruturais de
concreto com furos na vertical e dimensão 14x19x39 cm e uma alvenaria com bloco de vedação
de concreto com furos na vertical e dimensão 9x19x39 cm; possuindo uma câmara de ar de 25
mm entre as duas paredes, preenchida com painel semi-rígido de lã de vidro (PSI-20), dimensão
1200x600x25 mm. O assentamento executado com juntas de argamassa de espessura 10 mm.
Os revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa
única (espessura de 20 mm).
Proposta 22 Parede composta por alvenaria dupla, sendo uma alvenaria estrutural de blocos estruturais de
concreto com furos na vertical e dimensão 14x19x39 cm e uma alvenaria com bloco de vedação
de concreto com furos na vertical e dimensão 9x19x39; possuindo uma câmara de ar de 25 mm
entre as duas paredes, preenchida com painel semi-rígido de lã de rocha (PSL-32), dimensão
1200x600x25 mm. O assentamento executado com juntas de argamassa de espessura 10 mm.
Os revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa
única (espessura de 20 mm).
Proposta 23 Parede composta por alvenaria dupla, sendo uma alvenaria de blocos estruturais de concreto de
dimensão 14x19x39 cm com furos na vertical e e uma alvenaria com bloco de vedação de
concreto de dimensão 9x19x39 cm com furos na vertical; possuindo uma câmara de ar de 15 mm
entre as duas paredes, preenchida com placa de poliestieno expandido F3, dimensão
1000x1000x15 mm. O assentamento executado com juntas de argamassa de espessura 10 mm.
Os revestimentos internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa
única (espessura de 20 mm).
Proposta 24 Parede composta por alvenaria estrutural de blocos de concreto de dimensão 14x19x39 cm com
furos na vertical, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O revestimento
externo executado com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de 20 mm). O
Revestimento interno executado com painel de gesso acartonado (e=12,5 mm), com uma face
simples e estrutura metálica com guia simples, preenchida internamente com painel semi-rígido
de lã de vidro (PSI-20), espessura de 25 mm.
Proposta 25 Parede composta por alvenaria estrutural de blocos de concreto de dimensão 14x19x39 cm com
furos na vertical, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O revestimento
externo executado com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de 20 mm). O
Revestimento interno executado com painel de gesso acartonado (e=12,5 mm), com uma face
simples e estrutura metálica com guia simples, preenchida internamente com painel semi-rígido
de lã de rocha (PSL-32), espessura de 25 mm.
Fonte: Elaborado pela autora.

112
Detalhamento das Propostas de Composições de Paredes que Utilizaram Alvenaria de
Bloco de Concreto Celular

Tabela A.4: Detalhamento das propostas de composições de paredes com alvenaria de bloco de
concreto celular .
NOME DESCRIÇAO DA COMPOSIÇÃO
Proposta 26 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos de concreto celular de dimensão
10x30x60cm, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. Os revestimentos
internos e externos executados com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de
20 mm).
Proposta 27 Parede composta por alvenaria de vedação de blocos de concreto celular de dimensão
10x30x60cm, assentados com juntas de argamassa de espessura 10 mm. O Revestimento interno é
executado com chapisco (espessura de 5 mm) e massa única (espessura de 20 mm). O
revestimento externo composto por: placa de EPS (e=15 mm), colada com aditivo/adesivo e
fixado com tela de aço galvanizado e pinos de aço; chapisco (espessura de 5 mm) e massa única
(espessura de 20 mm).
Fonte: Elaborado pela autora.

113
APÊNDICE B: COMPOSIÇÕES DOS CUSTOS DOS SERVIÇOS

Apresenta-se neste apêndice as composições de custo dos serviços utilizados nas composições
de paredes.

Figura B.1: Composição de custo do serviço de preparo de argamassa traço 1:2:8 preparada
manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.2: Composição de custo do serviço de preparo de argamassa traço 1:2:8 preparada
mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

114
Figura B.3: Composição de custo do serviço de gesso sarrafeado.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.4: Composição de custo do serviço de massa única com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.5: Composição de custo do serviço de massa única com argamassa preparada
mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

115
Figura B.6: Composição de custo do serviço de chapisco com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.7: Composição de custo do serviço de chapisco com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.8: Composição de custo do serviço de alvenaria de vedação de bloco cerâmico 9x19x19 cm,
com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

116
Figura B.9: Composição de custo do serviço de alvenaria de vedação de bloco cerâmico 9x19x19 cm,
com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.10: Composição de custo do serviço de alvenaria de vedação de bloco cerâmico 11,5x19x19
cm, com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

117
Figura B.11: Composição de custo do serviço de alvenaria de vedação de bloco cerâmico 11,5x19x19
cm, com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.12: Composição de custo do serviço de alvenaria estrutural de bloco cerâmico 14x19x39cm,
com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

118
Figura B.13: Composição de custo do serviço de alvenaria estrutural de bloco cerâmico 14x19x39cm,
com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.14: Composição de custo do serviço de alvenaria estrutural de bloco de concreto


14x19x39cm, com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.


119
Figura B.15: Composição de custo do serviço de alvenaria estrutural de bloco de concreto
14x19x39cm, com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.16: Composição de custo do serviço de alvenaria de vedação de bloco de concreto


9x19x39cm, com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

120
Figura B.17: Composição de custo do serviço de alvenaria de vedação de bloco de concreto
9x19x39cm, com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.18: Composição de custo do serviço de isolamento térmico com placas de EPS (e=1,5 cm).

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.19: Composição de custo do serviço de isolamento térmico com placas de EPS (e=2,0 cm).

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.


121
Figura B.20: Composição de custo do serviço de isolamento térmico com placas de EPS (e=3,0 cm).

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.21: Composição de custo do serviço de isolamento térmico com painel de gesso acartonado,
com preenchimento interno da estrutura metálica de sustentação com painel de lã de vidro (e=2,5cm)..

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

122
Figura B.22: Composição de custo do serviço de isolamento térmico com painel de gesso acartonado,
com preenchimento interno da estrutura metálica de sustentação com painel de lã de rocha (e=2,5cm).

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

Figura B.23: Composição de custo do serviço de alvenaria de vedação com bloco de concreto celular
de 10x30x60cm e argamassa industrializada.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas composições do SINAPI.

123
APÊNDICE C: COMPOSIÇÕES DOS CUSTOS/M² DAS COMPOSIÇÕES DE
PAREDES

Apresenta-se neste apêndice as composições de custo/m² das composições de paredes


selecionadas.

Figura C.1: Composiçao de custo/m² da solução comum 1 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.2: Composiçao de custo/m² da solução comum 1 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

124
Figura C.3: Composiçao de custo/m² da solução comum 2 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.4: Composiçao de custo/m² da solução comum 2 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.5: Composiçao de custo/m² da proposta 5 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.


125
Figura C.6: Composiçao de custo/m² da proposta 5 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.7: Composiçao de custo/m² da proposta 8 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.8: Composiçao de custo/m² da proposta 8 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.


126
Figura C.9: Composiçao de custo/m² da proposta 9 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.10: Composiçao de custo/m² da proposta 9 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.11: Composiçao de custo/m² da proposta 10 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.


127
Figura C.12: Composiçao de custo/m² da proposta 10 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.13: Composiçao de custo/m² da proposta 11 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.14: Composiçao de custo/m² da proposta 11 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.


128
Figura C.15: Composiçao de custo/m² da proposta 12 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.16: Composiçao de custo/m² da proposta 12 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.17: Composiçao de custo/m² da proposta 15 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.


129
Figura C.18: Composiçao de custo/m² da proposta 15 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.19: Composiçao de custo/m² da proposta 18 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.20: Composiçao de custo/m² da proposta 18 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.


130
Figura C.21: Composiçao de custo/m² da proposta 19 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.22: Composiçao de custo/m² da proposta 19 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.23: Composiçao de custo/m² da proposta 20 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.


131
Figura C.24: Composiçao de custo/m² da proposta 20 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.25: Composiçao de custo/m² da proposta 21 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.26: Composiçao de custo/m² da proposta 21 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.


132
Figura C.27: Composiçao de custo/m² da proposta 22 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.28: Composiçao de custo/m² da proposta 22 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.29: Composiçao de custo/m² da proposta 23 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.


133
Figura C.30: Composiçao de custo/m² da proposta 23 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.31: Composiçao de custo/m² da proposta 24 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.32: Composiçao de custo/m² da proposta 24 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.


134
Figura C.33: Composiçao de custo/m² da proposta 25 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.34: Composiçao de custo/m² da proposta 25 com argamassa preparada mecanicamente.

Fonte: Elaborado pela autora.

135
Figura C.35: Composiçao de custo/m² da proposta 27 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura C.36: Composiçao de custo/m² da proposta 27 com argamassa preparada manualmente.

Fonte: Elaborado pela autora.

136
APÊNDICE D: RESUMOS DOS CUSTOS/M² DAS COMPOSIÇÕES DE PAREDES
Tabela D.1- Composição de custo/m² das composições de paredes com argamassa preparada manualmente.
ARGAMASSA PREPARADA MANUALMENTE
CÓDIGO/
VERIFICAÇÃO CUSTO/M² CUSTO/M² DA
NOME SEQUÊNCIA DE % % MÃO DE CUSTO
FINAL DOS MÃO DE %TOTAL
CARACTERIZAÇÃO MATERIAIS OBRA TOTAL
MATERIAIS OBRA
Solução
SC1-(HIAIH) NÃO ATENDE R$ 62,07 45,73% R$ 73,66 54,27% R$ 135,73 100,00%
comum1
Solução
SC2-(HIEJ) NÃO ATENDE R$ 76,01 53,42% R$ 66,28 46,58% R$ 142,29 100,00%
comum2
Proposta 5 P5-(HIQAIH) ATENDE R$ 121,18 56,25% R$ 94,23 43,75% R$ 215,41 100,00%
Proposta 8 P8-(HIAMAIH) ATENDE R$ 90,07 44,01% R$ 114,60 55,99% R$ 204,67 100,00%
Proposta 9 P9-(HIANAIH) ATENDE R$ 90,53 44,13% R$ 114,60 55,87% R$ 205,12 100,00%
Proposta 10 P10-(HIAOAIH) ATENDE R$ 88,91 43,69% R$ 114,60 56,31% R$ 203,51 100,00%
Proposta 11 P11-(HIAIHLMRK) ATENDE R$ 106,60 55,10% R$ 86,87 44,90% R$ 193,46 100,00%
Proposta 12 P12-(HIAIHLNRK) ATENDE R$ 107,06 55,21% R$ 86,87 44,79% R$ 193,92 100,00%
Proposta 15 P15-(HIQCIH) ATENDE R$ 126,03 59,06% R$ 87,37 40,94% R$ 213,40 100,00%
Proposta 18 P18-(HIPDIH) ATENDE R$ 131,31 62,54% R$ 78,65 37,46% R$ 209,96 100,00%
Proposta 19 P19-(HIOEJ) ATENDE R$ 128,91 59,75% R$ 86,85 40,25% R$ 215,77 100,00%
Proposta 20 P20-(HIERFIH) ATENDE R$ 98,20 53,44% R$ 85,56 46,56% R$ 183,75 100,00%
Proposta 21 P21-(HIEMFIH) ATENDE R$ 107,22 55,62% R$ 85,56 44,38% R$ 192,77 100,00%
Proposta 22 P22-(HIEMFIH) ATENDE R$ 107,67 55,72% R$ 85,56 44,28% R$ 193,22 100,00%
Proposta 23 P23-(HIEOFIH) ATENDE R$ 104,10 54,89% R$ 85,56 45,11% R$ 189,65 100,00%
Proposta 24 P24-(HIEHLMRK) ATENDE R$ 120,54 60,26% R$ 79,49 39,74% R$ 200,02 100,00%
Proposta 25 P25-(HIEHLNRK) ATENDE R$ 121,00 60,35% R$ 79,49 39,65% R$ 200,48 100,00%
Proposta 27 P27-(HIOGIH) ATENDE R$ 140,98 68,80% R$ 63,94 31,20% R$ 204,92 100,00%
Fonte: Elaborado pela autora.
137
Tabela D.2- Composição de custo/m² das composições de paredes com argamassa preparada mecanicamente.
ARGAMASSA PREPARADA MECANICAMENTE
CÓDIGO/
VERIFICAÇÃO CUSTO/M² CUSTO/M² DA
NOME SEQUÊNCIA DE % % MÃO DE CUSTO
FINAL DOS MÃO DE %TOTAL
CARACTERIZAÇÃO MATERIAIS OBRA TOTAL
MATERIAIS OBRA
Solução
SC1-(HIAIH) NÃO ATENDE R$ 54,23 42,41% R$ 73,66 57,59% R$ 127,89 100,00%
comum1
Solução
SC2-(HIEJ) NÃO ATENDE R$ 71,10 51,76% R$ 66,28 48,24% R$ 137,38 100,00%
comum2
Proposta 5 P5-(HIQAIH) ATENDE R$ 113,34 54,60% R$ 94,23 45,40% R$ 207,58 100,00%
Proposta 8 P8-(HIAMAIH) ATENDE R$ 81,40 41,53% R$ 114,60 58,47% R$ 195,99 100,00%
Proposta 9 P9-(HIANAIH) ATENDE R$ 81,85 41,66% R$ 114,60 58,34% R$ 196,44 100,00%
Proposta 10 P10-(HIAOAIH) ATENDE R$ 80,24 41,18% R$ 114,60 58,82% R$ 194,83 100,00%
Proposta 11 P11-(HIAIHLMRK) ATENDE R$ 98,76 53,20% R$ 86,87 46,80% R$ 185,63 100,00%
Proposta 12 P12-(HIAIHLNRK) ATENDE R$ 99,22 53,32% R$ 86,87 46,68% R$ 186,09 100,00%
Proposta 15 P15-(HIQCIH) ATENDE R$ 117,96 57,45% R$ 87,37 42,55% R$ 205,33 100,00%
Proposta 18 P18-(HIPDIH) ATENDE R$ 122,77 60,95% R$ 78,65 39,05% R$ 201,42 100,00%
Proposta 19 P19-(HIOEJ) ATENDE R$ 124,01 58,81% R$ 86,85 41,19% R$ 210,86 100,00%
Proposta 20 P20-(HIERFIH) ATENDE R$ 92,53 51,96% R$ 85,56 48,04% R$ 178,09 100,00%
Proposta 21 P21-(HIEMFIH) ATENDE R$ 101,55 54,27% R$ 85,56 45,73% R$ 187,11 100,00%
Proposta 22 P22-(HIEMFIH) ATENDE R$ 102,00 54,38% R$ 85,56 45,62% R$ 187,56 100,00%
Proposta 23 P23-(HIEOFIH) ATENDE R$ 98,43 53,50% R$ 85,56 46,50% R$ 183,99 100,00%
Proposta 24 P24-(HIEHLMRK) ATENDE R$ 115,63 59,26% R$ 79,49 40,74% R$ 195,12 100,00%
Proposta 25 P25-(HIEHLNRK) ATENDE R$ 116,09 59,36% R$ 79,49 40,64% R$ 195,58 100,00%
Proposta 27 P27-(HIOGIH) ATENDE R$ 133,99 67,70% R$ 63,94 32,30% R$ 197,93 100,00%
Fonte: Elaborado pela autora.

138

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