Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Niterói
2018
LUIS GUSTAVO DA COSTA PORTELA
Niterói
2018
LUIS GUSTAVO DA COSTA PORTELA
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
The metal mechanic industry, responsible for the transformation of metals into finished
products, has been in a state of evolution since the beginning of your story, mainly due
to the constant increase of the quality levels required for a company to become
competitive in the midst of an increasingly globalized market, full of external threats
and risks able to hinder the success of the enterprise. The correct choice of cutting
tool, as well as the parameters used in machining processes, become, in this context,
fundamental to avoid overheating in the cutting area and, consequently, unexpected
deformations caused by tool wear that will limit sharply the geometric and dimensional
accuracy of the whole process. In this way, the present research addressed concepts
presented by renowned authors in the area of mechanical manufacture, with the
purpose of analyzing, by means of a literature review, the influence of cutting speed
on the results planned for turning processes with hard metal. Finally, it was verified
that the surface finish improves as the tool material allows the use of higher cutting
speeds, and it is possible to synthesize, also, that tools made of hard metal suffer high
levels of wear before the application of low speeds, representing a direct consequence
of the shear of the cutting edge. At high speeds, however, cutting tools generally
deteriorate by the influence of temperature-dependent mechanisms such as
mechanical abrasion, oxidation and diffusion. In this respect, the hard metal takes on
a leading role in modern manufacture due to its hardness at room temperature, hot
hardness, wear resistance and toughness, especially concerning to processes that
demand quality and precision.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
2. FUNDAMENTOS DOS PROCESSOS DE USINAGEM ..................................... 14
2.1 METAL DURO NA CONSTRUÇÃO DE FERRAMENTAS DE CORTE ............ 15
2.2 ASPECTOS GERAIS DOS PROCESSOS DE TORNEAMENTO .................... 16
2.3 FORMAÇAO DO CAVACO ............................................................................. 18
2.4 PARÂMETROS DE CORTE............................................................................ 20
2.4.1 Velocidade de corte ................................................................................. 22
3. DESGASTE E MECANISMOS DE DESGASTE DA FERRAMENTA DE CORTE
24
3.1 PRINCIPAIS FORMAS DE DESGASTE DA FERRAMENTA DE CORTE ....... 26
3.1.1 Desgaste de flanco .................................................................................. 26
3.1.2 Desgaste de cratera ................................................................................ 27
3.1.3 Desgaste de entalhe................................................................................ 28
3.2 MECANISMOS DE DESGASTES INCIDENTES EM FERRAMENTAS DE
METAL DURO ........................................................................................................... 29
3.2.1 Difusão .................................................................................................... 30
3.2.2 Abrasão mecânica ................................................................................... 31
3.2.3 Aderência e aresta postiça de corte ........................................................ 32
3.2.4 Oxidação ................................................................................................. 33
4. INTEGRIDADE SUPERFICIAL .......................................................................... 35
4.1 CONTROLE E DEFINIÇÃO DA RUGOSIDADE .............................................. 38
4.2 INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE CORTE NA RUGOSIDADE DE
SUPERFÍCIES USINADAS POR TORNEAMENTO .................................................. 39
1. INTRODUÇÃO
(SCIELO), Scholar Google, Biblioteca Digital USP e Periódicos CAPES/MEC por meio
dos seguintes descritores: Usinagem com Metal Duro, Parâmetros de Corte, Desgaste
da Ferramenta de Corte, Usinabilidade de Materiais e Processos de Usinagem por
Torneamento.
14
Sobre tais operações, Meireles (2000) destaca ainda que para elevar o grau de
precisão de todo o processo e consequentemente atingir bons níveis de qualidade de
acabamento final, é recomendável a utilização de mais de uma operação de desbaste
e mais de uma operação de acabamento, sendo comum a utilização da mesma
ferramenta para ambas as situações, embora para alguns casos a aplicação de uma
ferramenta especial se faça necessário.
cavaco. Diante disto, Diniz, Marcondes e Coppini (2008) destacam quatro etapas
marcantes neste processo:
• Uma pequena porção do material é recalcado, por meio de deformações elásticas
e plásticas, contra a superfície de saída da ferramenta.
• As deformações aumentam progressivamente até que as tensões de cisalhamento
provoquem um deslizamento entre o material recalcado e a peça (DINIZ;
MARCONDES; COPPINI, 2008).
• A depender da ductilidade do material e das condições de corte empregadas, a
continuidade da penetração da ferramenta ocasionará uma ruptura parcial ou
completa do cavaco, conforme o plano de cisalhamento.
• Seguindo o movimento relativo entre a ferramenta e a peça, o cavaco escorregará
pela superfície de saída da ferramenta, enquanto que uma nova porção de material
está deformando e cisalhando no início do processo, repetindo todo o fenômeno
(DINIZ; MARCONDES; COPPINI, 2008).
Diante do exposto acima, pode-se afirmar que todo esse processo é periódico,
dividindo-se cada ciclo em quatro etapas distintas. Machado e Silva (2004) ressaltam
que as condições nas quais ocorre este escorregamento pela superfície de saída da
ferramenta impactam não apenas no mecanismo de formação do cavaco, mas
também na força de usinagem, no calor gerado durante o corte, e, consequentemente,
nos mecanismos de desgaste da ferramenta.
= (1)
1000
Onde:
D = Diâmetro Inicial da Peça (mm)
n = Número de Rotações por Minuto (rpm)
23
Diante dos conceitos apresentados ao longo deste capítulo, pode-se inferir que
a correta aplicação da velocidade de corte impacta diretamente na manutenção do
ciclo de vida útil da ferramenta de usinagem. Desta forma, Cook (1973) citado por
Bertoncini (2007, p. 2), afirma que o desgaste da ferramenta é fortemente influenciado
pelas altas temperaturas presentes na região de corte. Deste modo, compreende-se
a importância do controle da velocidade de corte em níveis coerentes com as
necessidades de aplicação para que se evite o aumento excessivo da temperatura na
zona de corte, bem como seu respectivo impacto elevado no desgaste da ferramenta.
24
Onde:
f é o avanço em mm / rev;
VBb= 0,3 mm; e,
VBbmáx = 0,6 mm
Fonte: SÁ (2010)
3.2.1 Difusão
De acordo com Sá (2010), o processo de difusão é um fenômeno microscópico
ativado pela temperatura presente na zona de corte, sendo característico da aplicação
de altas velocidades em processos de usinagem. A figura 12 representa a difusão
incidente na superfície de saída da ferramenta.
31
Fonte: SÁ (2010)
fato da superfície de folga exercer atrito com um elemento rígido como a peça que
está sendo trabalhada, enquanto a superfície de saída exerce atrito com um elemento
flexível como o cavaco, faz com que este mecanismo atue mais incisivamente no
desgaste frontal. A figura 13 abaixo demonstra a consequência prática da ocorrência
deste mecanismo em uma ferramenta de corte.
Neste sentido, Amorim (2002) caracteriza a aresta postiça de corte como sendo
uma camada de cavaco que permanece aderida à aresta de corte, tornando o contato
entre a peça e a ferramenta menos contínuo, modificando o comportamento da aresta
cortante quanto a força de corte, desgaste da ferramenta e acabamento superficial da
peça.
3.2.4 Oxidação
Representando um mecanismo de desgaste por ação direta, Sá (2010) explica
que o mecanismo de desgaste por oxidação tem sua zona de atuação direcionada
principalmente para a as extremidades do contato cavaco-ferramenta devido ao
acesso de ar nesta região, representando uma possível causa para o surgimento de
desgastes por entalhe. A figura 15 demonstra os efeitos da oxidação na ferramenta.
Segundo Almeida (2010), a oxidação para a grande maioria dos metais ocorre
em altas velocidades, com a presença de ar e água contida nos fluidos de corte. O
tungstênio e o cobalto formam filmes de óxidos porosos na ferramenta, de modo que
durante as operações de usinagem estes são facilmente retirados por atrito, gerando
desgaste. Diniz, Marcondes e Coppini (2008) ressaltam, contudo, que alguns óxidos
como o de alumínio são mais duros e resistentes a este tipo de desgaste, de forma
que materiais de ferramentas que não contém óxido de alumínio em sua composição
estão sujeitos a maiores níveis de desgaste por oxidação.
A partir dos conceitos apresentados, torna-se possível analisar o nível de
influência exercida pela velocidade de corte na atuação de cada mecanismo de
desgaste, onde combinado com as especificidades de cada tipo de material,
produzem efeitos variados na ferramenta de corte. Desta forma, em baixas
velocidades de corte o desgaste é relativamente alto em função da formação da aresta
postiça de corte e da aderência, enquanto que em altas velocidades de corte o
desgaste é resultado de mecanismos dependentes da temperatura de corte tais como
abrasão, difusão e oxidação.
35
4. INTEGRIDADE SUPERFICIAL
Com a devida atenção às variáveis que influenciam nos resultados finais dos
processos de usinagem por torneamento, torna-se possível inferir o que vem a ser
integridade superficial e o quão importante podem ser seus estudos prévios para a
atividade industrial. Neste aspecto, Machado e Silva (2004) destacam que a condição
final da superfície usinada está relacionada a fatores como a deformação plástica,
recuperação elástica, geração de calor, vibração, tensões residuais, ruptura e reações
químicas que, juntos, determinam a qualidade do produto final de um processo de
fabricação por usinagem. Ao descrever a situação da superfície, a integridade se
relaciona a um grande número de variações da mesma, de tal modo que seria
imprudente gerar definições a partir da análise isolada de fatores como a rugosidade
superficial e sua forma geométrica, pois este estudo deve se preocupar também com
outras características da superfície e das camadas abaixo dela. A figura 16 demonstra
a classificação de alterações decorrentes da aplicação de processos de usinagem
convencional.
Conforme pode ser visto na figura 16, estas alterações classificam-se de acordo
com seu impacto superficial em Rugosidade, Ondulações e Falhas. Em relação a
impactos gerados em camadas sub-superficiais, subdividem-se em alterações
36
De acordo com Amorim (2002), qualquer superfície real, por mais perfeita que
aparente ser, apresenta tais irregularidades, as quais muitas vezes representam a
herança do processo e condições de corte empregadas. Este posicionamento é
compartilhado por Gripp e Davariz (2007) que elencam alguns fatores que justificam
a importância do estudo da rugosidade como:
• Precisão e tolerância - especialmente importante para peças de acoplamentos
onde furo e eixo estejam em movimento relativo, pois nestes casos superfícies com
rugosidades mais destacadas estarão mais propensas a sofrer desgastes mais
intensos do que aqueles que ocorreriam caso tivessem um acabamento mais
apurado (GRIPP; DAVARIZ, 2007).
• Resistência à corrosão – este fator se justifica, pois, pela capacidade de retenção
de líquidos e vapores por superfícies com grau de acabamento inferior, quando
comparado àquelas de acabamento superior, de modo que se tornam assim, mais
suscetíveis a se deteriorarem por corrosão (AMORIM, 2002).
37
L”. A figura 20 demonstra que este parâmetro fornece excelente descrição no que diz
respeito às variações de alturas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COOK, N. H. Tool wear and tool life. Journal of Engineering for Industry, p. 931-938,
nov 1973.
GORCZYCA, F.E. Application of Metal Cutting Theory. Industrial Press, USA, 1987.
44
ISO “Tool Life Testing with Single-Point Turning Tools”, ISO 3685, 1993.
MACHADO, Álisson Rocha; SILVA, Marcio Bacci da. Usinagem dos metais. 8. ed.
Uberlândia, 2004.
Trent, M. C.; Wright, P. K., 2000. "Metal cutting principles” – 4th edition, Butterworth-
Heinemann, USA.