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Textura e relações de orientação em camadas obtidas por

nitretação superficial de aços inoxidáveis em alta temperatura


A.P. Tschiptschin e C.M.Garzón
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
CEP 05508-900, São Paulo - SP.

Resumo
A obtenção de componentes de elevada resistência mecânica e elevada tenacidade, associadas à
resistência ao desgaste e à corrosão constitui um desafio. A nitretação de aços inoxidáveis em alta
temperatura permite obter camadas austeníticas ou martensíticas com boa resistência ao desgaste e à
corrosão. A textura do material a ser nitretado é alterada, na superfície, pelo tratamento termoquímico.
Neste trabalho relata-se a mudança de textura durante tratamento termoquímico de nitretação em alta
temperatura. Discute-se a formação e o crescimento de camadas austeníticas sobre a estrutura dos aços
inoxidáveis bifásicos ferrítico-martensíticos e dúplex. São discutidos, também, os resultados obtidos por
Difração de Elétrons Retroespalhados – EBSD - referentes às texturas desenvolvidas durante nitretação
dos aços inoxidáveis dúplex. O crescimento da camada ocorre inicialmente através da formação de
agulhas de austenita que estabelece relações de orientação tipo KS com a ferrita pré-existente, gerando
textura {011}<122>. Para tempos maiores de tratamento, ocorre engrossamento da microestrutura que
adota as texturas reportadas para os aços dúplex laminados a quente ou solubilizados {011}<211>.

Palavras-chave: Aços inoxidáveis, nitretação gasosa, textura, difração de elétrons retroespalhados, EBSD.


Contato: e-mail: aptschip@usp.br

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1. Introdução níquel dos aços da série 17/7 e 18/8 foi
O nitrogênio foi considerado, por muito tempo, substituída por Mn e N, elementos de liga que
uma impureza deletéria às propriedades dos aços. garantiam a estabilidade da estrutura austenítica
Esse elemento, abundante na atmosfera, era na temperatura ambiente. Posteriormente,
normalmente encontrado na composição química descobriu-se que esses aços apresentavam
dos aços em decorrência dos processos utilizados propriedades mecânicas mais elevadas que os
na sua fabricação. aços austeníticos com níquel e maior estabilidade
da austenita em relação à transformação
Nos aços estruturais a presença de nitrogênio, martensítica induzida por deformação.
elemento intersticial que interage fortemente
com as discordâncias, torna o material suscetível Somente em meados dos anos 80 foram
ao envelhecimento e diminui a ductilidade. Em formulados e estudados os novos aços
aços de baixa-liga, sua presença promove martensíticos (às vezes chamados de ferríticos)
diferentes tipos de fragilização. Quando com 9 a 12% Cr e alto teor de nitrogênio para
associado ao Al forma nitretos AlN que atuam aplicações de alta temperatura[1], usados em
como refinadores de grão, melhorando as discos de turbinas a gás entre 400 e 500C.
propriedades mecânicas dos aços estruturais e
dos de construção mecânica. São considerados aços de alto nitrogênio os aços
ferríticos, martensíticos e dúplex com teores de
Novas técnicas de fabricação permitiram, a partir nitrogênio maiores que 0,08% em peso e os aços
do final da década de 70 e início da década de austeníticos com teores maiores que 0,4% de N
80, obter aços livres de intersticiais IF em peso[2]. Já Gavriljuk[3] define como “alto”
(“Interstitial Free”), os quais, por possuírem um teor de nitrogênio em torno de 0,1% em aços
teores muito baixos de elementos intersticiais em resistentes à fluência, 0,9% em peso em aços
solução, apresentam alta plasticidade, textura inoxidáveis austeníticos e 2% em peso em aços-
conveniente, excelentes propriedades de ferramenta. Comenta, entretanto, que a melhor
conformação e alta estampabilidade. definição para “alto” talvez seja um teor de
nitrogênio intencionalmente aumentado com a
Basicamente esses aços vêm sendo obtidos pela finalidade de melhorar as propriedades.
desgaseificação a vácuo com circulação, em Feichtinger[4] define “aço de alto nitrogênio”
reator RH-KTB, no qual o sopro de oxigênio é como um material que possui um teor de
feito durante uma fase do tratamento a vácuo, nitrogênio superior ao limite de solubilidade a
com intensa descarburação e eliminação de 1.600C ou na temperatura solidus. Para cada
nitrogênio carreado nas bolhas de CO que família de aços, portanto, o termo tem um
evoluem durante o tratamento. significado diferente: para os aços martensíticos,
teores abaixo de 0,2% podem ser considerados
Se, por um lado, as técnicas de refino evoluíram “altos” enquanto os austeníticos podem ser
no sentido de reduzir drasticamente o teor de denominados de “alto nitrogênio” caso possuam
nitrogênio nos aços estruturais, por outro, uma teores maiores que 0,4%.
linha de pesquisa se estabeleceu no sentido de
aumentar o teor de nitrogênio de certos tipos de O nitrogênio em solução sólida melhora as
aços ligados. Aços resistentes à fluência, aços propriedades mecânicas e de resistência à
inoxidáveis e aços-ferramenta ligados corrosão dos aços ferríticos, martensíticos,
apresentam melhora sensível de propriedades austeníticos e dúplex.
mecânicas, de resistências ao desgaste e à
corrosão, quando o nitrogênio faz parte de sua A melhoria de propriedades se deve ao aumento
constituição. do caráter metálico das ligações químicas,
conferido pelo nitrogênio quando em solução
O estudo dos aços de alto nitrogênio foi iniciado sólida na austenita[3]. Nos aços inoxidáveis
durante a Segunda Guerra Mundial, com o austeníticos, o nitrogênio diminui a energia de
objetivo de substituir o níquel nos aços defeito de empilhamento com conseqüente
inoxidáveis austeníticos, por razões estratégicas. melhora de propriedades mecânicas e de
No final da guerra, a escassez desse elemento resistência à corrosão. Já nos aços inoxidáveis
nos Estados Unidos impulsionou o martensíticos, a estrutura da solução sólida é tal
desenvolvimento dos aços 201 e 202. Parte do que a formação de pares Cr-N é favorecida em
relação à formação de pares Cr-C. Em Nas soluções sólidas ternárias contendo
conseqüência, ocorre precipitação fina e elementos substitucionais X e intersticiais I, os
coerente de Cr2N e CrN que promovem forte átomos de nitrogênio apresentam forte tendência
endurecimento com preservação da resistência à a formar pares com os átomos substitucionais
corrosão. que se situam à esquerda do ferro na tabela
periódica. Cálculos termodinâmicos[6] mostraram
Cálculos teóricos da estrutura de bandas que a interação entre átomos de nitrogênio e
eletrônicas para austenita de ferro puro e para elementos substitucionais situados à esquerda do
austenita em ligas Fe-C e Fe-N permitem prever ferro é mais forte do que a interação do carbono
uma redistribuição da densidade eletrônica do com esses mesmos elementos. Ni e Si, ao
ferro devido à presença de carbono ou nitrogênio contrário, repelem os intersticiais carbono e
em solução. Esses cálculos mostram que em ligas nitrogênio.
Fe-C os átomos de carbono podem ocupar
posições intersticiais vizinhas no reticulado, com Essas diferenças de estrutura e distribuição
uma distribuição eletrônica contendo menos eletrônica resultam em diferenças pronunciadas
elétrons livres na estrutura, o que favorece um entre as propriedades termodinâmicas das ligas
caráter mais covalente das ligações químicas Fe-X-N e Fe-X-C. Desde o trabalho pioneiro de
nessas soluções. Nas ligas Fe-N, a distribuição Turkdogan[8], que estudou a solubilidade do
dos átomos de nitrogênio na austenita é típica de nitrogênio em ligas Fe-Cr em temperaturas entre
estruturas com ordem de curto alcance. Os 900 e 1.400 ºC, sabe-se que o grau de ordenação
átomos de N têm dificuldade em ocupar sítios dos átomos de cromo e nitrogênio em solução
intersticiais vizinhos, a estrutura fica ordenada, sólida no ferro é muito mais pronunciado do que
há mais elétrons livres e é maior o caráter de átomos de cromo e carbono em solução. Em
metálico da ligação[5]. Essas previsões foram seu trabalho, mostra-se como o cromo aumenta a
confirmadas por espectroscopia Mössbauer[6]. solubilidade do nitrogênio nas fases alfa, gama e
líquido, como conseqüência dessa configuração.
Os elementos substitucionais também afetam a
distribuição eletrônica da austenita[7]. O Ni As propriedades mecânicas também são
aumenta muito a concentração de elétrons livres influenciadas pela distribuição dos átomos e
assim como o caráter metálico da ligação, elétrons na solução sólida. Quanto maior for o
enquanto o Mn, Cr e Mo atuam de maneira caráter metálico da ligação, maior é a
oposta. Mn, Cr e Mo favorecem a formação de plasticidade do material. A maior concentração
aglomerados de átomos de mesma espécie na de elétrons livres na estrutura facilita a
solução, enquanto Ni, Si e Al favorecem a movimentação de discordâncias, tornando a liga
ordenação. De forma geral, os elementos mais tenaz. São conhecidas as propriedades
situados à esquerda do ferro na tabela periódica criogênicas dos aços de elevado teor de níquel,
diminuem a concentração de elétrons livres na explicadas pelo maior número de elétrons livres
estrutura e os da direita aumentam sua na estrutura. De forma semelhante, as ligas Fe-
concentração. Cr-Ni-N e Fe-Cr-Mn-N apresentam boas
propriedades mecânicas em baixa temperatura
Comparando a distribuição eletrônica de em virtude do tipo de ligação química que se
soluções sólidas substitucionais e intersticiais, estabelece. Speidel[2] mostrou os efeitos opostos
pode-se dizer que as ligas Fe-N são semelhantes que carbono e nitrogênio têm sobre as
às ligas de ferro com elementos substitucionais propriedades mecânicas de aços austeníticos
situados à direita do ferro na tabela periódica. A 18%Cr 18%Mn: os aços contendo nitrogênio
componente metálica da ligação química é mais mantêm alta tenacidade à fratura, acompanhada
forte e há mais elétrons livres na estrutura. Nas de valores elevados de limite de escoamento
ligas Fe-C, a distribuição eletrônica é mais mesmo em temperaturas criogênicas. Nos aços
parecida com as ligas de ferro com elementos com carbono, a tenacidade fica seriamente
substitucionais situados à esquerda do ferro na comprometida.
tabela periódica. O caráter covalente da ligação é
mais forte e há menor número de elétrons livres Embora os efeitos benéficos do nitrogênio sobre
na estrutura[3]. as propriedades dos aços tenham sido
reconhecidos, sua introdução em teores elevados
nos aços foi um dos grandes desafios
tecnológicos, que freqüentemente inviabilizaram superficialmente em alta temperatura sendo
a obtenção destes materiais. possível obter teores de nitrogênio na superfície
desde 0,3 até 1,3% em peso até profundidades de
O nitrogênio apresenta baixa solubilidade no Fe 1 mm. A obtenção destas camadas de alto teor de
líquido e sua solubilidade diminui ainda mais na nitrogênio, semelhantes às camadas cementadas
ferrita delta. Na passagem do estado líquido para formadas em aços para cementação, ocorre por
o sólido, o nitrogênio é liberado na forma de crescimento de grãos austeníticos sobre a matriz
bolhas, impedindo sua incorporação. Duas ferrítica, dúplex ou austenítica de baixo teor de
maneiras têm sido utilizadas para aumentar a nitrogênio. O resultado deste tratamento é uma
solubilidade do nitrogênio no aço: aumentando a camada superficial com boas propriedades
pressão sob a qual o aço é processado ou mecânicas e de resistência à corrosão.
adicionando elementos de liga que atuam
positivamente sobre a solubilidade desse
A nitretação de aços em alta temperatura foi
elemento.
utilizada pela primeira vez na década de 50 por
Turkdogan[8], que estudou a solubilidade do
Os aços de elevado teor de nitrogênio fabricados
nitrogênio em ligas Fe-Cr em temperaturas
por rotas que envolvem a fusão e a solidificação
entre 900 a 1.400ºC Para estabelecer o equilíbrio
do material somente podem ser obtidos sob
entre as amostras com diferentes teores de cromo
pressões elevadas que garantem a retenção
e o nitrogênio, elas foram colocadas em contato
daquele elemento no banho líquido. Esses aços
com a atmosfera por tempos prolongados,
têm custo elevado e o ganho de propriedades
ocorrendo a incorporação de nitrogênio no aço.
pode, em muitos casos, não apresentar uma
Os teores de nitrogênio na austenita e na ferrita
relação custo-benefício favorável.
delta em equilíbrio com o gás, nas respectivas
temperaturas, a uma pressão de 0,1 MPa, foram
Processos alternativos de introdução de
medidos, resultando em curvas de solubilidade
nitrogênio no estado sólido têm sido
de N em ligas Fe-Cr.
desenvolvidos, como uma forma de contornar o
problema da baixa solubilidade no aço líquido.
São processos em que o nitrogênio é introduzido Bell e colaboradores[9] foram os primeiros a
por meio de nitretação em alta temperatura, em propor e realizar tratamentos termoquímicos de
que moléculas do gás N2 sofrem dissociação, o aços inoxidáveis ferríticos e ferrítico-austeníticos
que possibilita a entrada de nitrogênio no estado em atmosferas contendo nitrogênio, em
atômico na liga. temperaturas entre 1.100 a 1.300ºC, com a
finalidade de obter aços de alto teor de
2. Nitretação gasosa em alta temperatura nitrogênio. Conseguiram, por meio desses
tratamentos, obter aços com estruturas totalmente
A nitretação em alta temperatura é possível martensítica ou totalmente austenítica,
porque a solubilidade do nitrogênio na austenita dependendo da composição química inicial do
é bem mais elevada que no aço líquido. Em tais material. Trabalharam com aço martensítico
processos, podem ser obtidas peças com camadas contendo 18%Cr e 0,04%C. Obtiveram uma
superficiais de elevadas dureza, resistência ao camada nitretada com espessura de 0,8 mm e
desgaste e resistência à corrosão. Pós de aço teor de nitrogênio de aproximadamente 0,45%N
podem, também, ser nitretados em alta após tratamento a 1.200ºC por 4 horas e
temperatura, no campo austenítico, obtendo-se potencial de nitrogênio na atmosfera de 0,1
partículas de composição química homogênea, MPa . Foram pioneiros em vislumbrar a
com elevado teor de nitrogênio, que após possibilidade de obter aços inoxidáveis
sinterização resultam em peças com propriedades endurecidos superficialmente com nitrogênio
físicas e mecânicas características de aços de alto com boas propriedades de dureza e resistência ao
teor de nitrogênio. desgaste. Não tiveram, entretanto, a preocupação
de proteger, por meio de patentes, o resultado de
Essas rotas de obtenção envolvem etapas na suas investigações.
seqüência de fabricação onde o controle de
textura pode ser de grande importância.
O tratamento termoquímico de nitretação em alta
temperatura foi patenteado por Zoch e Berns[10],
Os aços inoxidáveis ferríticos, martensíticos, com a denominação de endurecimento
austeníticos e dúplex podem ser nitretados
superficial com nitrogênio1 (“case hardening Uma forma de promover refino de grão
with nitrogen/gasnitrieren”) e posteriormente por superficial é submeter os aços nitretados a
Berns[11], tendo sido chamado de nitrogenação ciclagem térmica[12]. O tratamento consiste no
(“solution nitriding/aufstickung”). resfriamento lento do material após
austenitização, momento em que ocorre
Durante o tratamento, estabelece-se o equilíbrio precipitação descontínua de Cr2N + austenita,
entre a superfície do aço e o nitrogênio gasoso. O formando “falsa perlita”. Em seguida, durante a
teor de nitrogênio absorvido na superfície do aço re-austenitização, ocorrem sucessivos eventos de
depende da temperatura, da pressão e da nucleação em contornos de grão de alto ângulo,
composição química do aço. Aços ligados ao com promoção de refino de grão, de forma
cromo e ao manganês absorvem mais nitrogênio análoga à proposta por Grange para os aços baixa
que aços não ligados, e exigem pressões de liga e alta resistência[13].
nitretação menores. Temperaturas mais elevadas
limitam o teor de nitrogênio absorvido em razão O controle da textura dos grãos austeníticos
da diminuição de solubilidade do nitrogênio na superficiais após a nitretação e sua evolução
austenita com o aumento da temperatura. durante o tratamento de refino de grão podem
Maiores teores de nitrogênio exigem resultar, por um lado, em informações valiosas
temperaturas de nitretação menores para as quais sobre os mecanismos de nucleação de novos
a difusividade do nitrogênio é também menor, grãos austeníticos a partir de estruturas contendo
prejudicando a entrada desse elemento no precipitação descontínua. Por outro, pode vir a
interior do material. Gavriljuk[3] cita alguns possibilitar um melhor controle das propriedades
valores de tratamento resultantes da otimização de superfície destes materiais.
do processo: teores de cromo maiores que 13%,
temperaturas entre 1.100 e 1.150ºC, pressões de A resistência à corrosão intergranular e à
nitrogênio entre 0,01 MPa e 0,3 MPa, tempos corrosão sob tensão de aços inoxidáveis é
menores que 24 horas e espessuras de camada dependente da estrutura e da orientação dos
menores que 3 mm. contornos de grão[14]. Nem todos os contornos de
grão sofrem ataque por igual, no caso de
O enriquecimento superficial de nitrogênio pode, corrosão intergranular. Isto se deve,
dependendo da composição química do aço, provavelmente, a diferentes intensidades de
resultar em uma camada totalmente austenítica precipitação de M23C6 em contornos de grão com
com alta resistência mecânica, e alta resistência à diferentes estruturas e diferentes relações de
corrosão, porém ainda dúctil, ou uma camada orientação. Vale a pena mencionar que contornos
totalmente martensítica de alta dureza e alta de grão de pequeno ângulo não são sensitizados
resistência ao desgaste. Neste último caso, o por tratamentos feitos a 650ºC por 3 horas. Pode-
processo é denominado tratamento de se dizer o mesmo sobre a propagação de trincas
endurecimento superficial com nitrogênio. de corrosão sob tensão, que é dependente das
orientações dos grãos nos quais estão se
As Figuras 1 e 2 mostram a microestrutura de um propagando.
aço inoxidável bifásico, ferrítico-martensítico,
AISI 410S nitretado superficialmente a 1050ºC O desenvolvimento de uma Engenharia de
sob 0,20 MPa por 24 h. Contornos de Grão através de um efetivo
controle da textura da camada nitretada, após
Esse processo, entretanto, apresenta uma forte tratamentos de refino de grão por ciclagem
limitação decorrente das temperaturas (1100 a térmica, é uma ferramenta importante para
1200ºC) em que é feito: ocorre crescimento conseguir um bom controle de propriedades
exagerado de grão com formação de grãos relacionadas com a textura de recristalização.
colunares de diâmetro médio de 0,2 a 1 mm. Um dos problemas encontrados nesse tipo de
tratamento é o exagerado crescimento de grão
austenítico na superfície enriquecida em
nitrogênio. Enquanto o núcleo se mantém com
1
Tratamento semelhante à cementação dos aços, uma microestrutura bifásica constituída de ferrita
em que há formação de camadas espessas, sem e austenita, na superfície totalmente austenítica,
transição brusca de microestrutura e de não há impedimento para o crescimento de grão,
propriedades entre a região da camada e o núcleo
do material.
atingindo valores de até 300 m[15]. Padilha e
colaboradores[16] também observaram

Figura 1- Microestrutura da seção transversal de um aço inoxidável bifásico, ferrítico-martensítico, AISI


410S, nitretado a 1050oC por 24h sob 0,20 MPa. Montagem de duas microfotografias obtidas em
superfícies opostas. 50X. Ataque: Villela.

crescimento de grão em aços inoxidáveis dúplex %)[19]. Davison[20], por outro lado, relata aumento
submetidos a nitretação em alta temperatura, da componente de textura {111}<211> com o
tendo obtido na superfície grãos austeníticos com aumento da deformação. A textura de
tamanho médio de 100 m. recristalização é constituída predominantemente
pelas componentes {111}<011> e {111}<112>.
3. Textura de aços inoxidáveis As texturas de recristalização dependem dos
A textura de deformação a frio dos aços locais em que ocorre a nucleação. A nucleação
inoxidáveis austeníticos pode ser descrita como em contornos de grão pré-existentes favorece
sendo do tipo do latão pois há predominância da textura to tipo {100}<001>, enquanto a
componente {110}<112> em detrimento de nucleação em bandas de deformação gera textura
outras menos intensas {110}<001>, {135}<211> do tipo {110}<001> e a nucleação em partículas
e {211}<011>. A textura de recristalização pode de segunda fase, textura do tipo {111}<112>[16].
ser descrita como sendo {113}<211>,
característica dos metais CFC de baixa energia Hutchinson[21] estudou a textura de
de falha de empilhamento[17]. Dickson[18] mostrou recristalização de um aço inoxidável dúplex DIN
que a textura de recristalização {113}<211> é 1.4462 encontrando {100}<011> para a ferrita e
decorrente de um mecanismo de crescimento de {110}<112> para a austenita.
grãos seletivo e orientado que pode ser obtida
por meio de uma rotação de 40 da componente Ul-Haq[22] relata para o mesmo aço, laminado a
{110}<112> em relação à direção <111>. quente, textura da ferrita constituída de uma fibra
<110>//DN com intensidade máxima 19,5 maior
Nos aços inoxidáveis ferríticos, são freqüentes as que a média para a orientação {001}<110>. Uma
texturas {111}<112> para pequenas segunda fibra com direção <110> a 30 à DN
deformações, passando para {111}<110> e contém as componentes {111}<112> + 5 e
{112}<110> com o aumento da deformação e {211}<011>. Para a austenita, o autor relata uma
{100}<110> para as maiores deformações (~95 textura situada entre a textura do latão e a textura
do cobre {112}<111>+5 ou {4 4 11}<11 11 8>.

(a) (b) (c)


Figura 2- Microestrutura em diferentes regiões da seção transversal de um aço inoxidável bifásico,
ferrítico-martensítico, AISI 410S, nitretado a 1.050 oC por 24h sob 0,20 MPa. (a) Superfície: martensita; (b)
transição entre a superfície e o núcleo não nitretado: martensita e grãos de ferrita e (c) núcleo não nitretado:
estrutura dúplex de martensita + ferrita. 100X. Ataque: Villela.

De Lima[23] relatou as componentes de textura de devido às condições de laminação e recozimento


um aço dúplex da mesma classe, após utilizadas em cada um dos trabalhos
recozimento, encontrando {011}<110> e mencionados.
{112}<110> para a ferrita e {110}<112> e
{011}<100> para a austenita. A textura de um aço dúplex depende de um
grande número de variáveis. Pode-se observar na
Padilha[16] observou que as componentes de Figura 3 (diagrama de equilíbrio 74% Fe-Cr-Ni)
textura relatadas por De Lima para a ferrita e a que a seqüência de solidificação de ligas com
austenita são texturas de deformação típicas de baixos teores de níquel é
aços inoxidáveis ferríticos e austeníticos
monofásicos. L  L  

Padilha[16] mediu a textura do mesmo tipo de aço A seqüência de solidificação de ligas com teores
inoxidável dúplex, tendo encontrado as de níquel mais altos é
componentes de textura (100)[0 1 1], (110)[ 1
11] e (110)[111] para a ferrita e (001)[ 1 10], L  L   
(110)[ 1 11] e (110)[112] para a austenita.
Para as ligas com teores de níquel entre 7% e
Seus resultados concordam em parte com os de 12%, a sequência de solidificação não é tão clara.
Hutchinson e De Lima, no que diz respeito às Suutala[24], estudando soldas de aços austeníticos
componentes de textura encontradas na austenita da série 300, chegou à conclusão que somente
{110}<112>, como pode ser visto na Tabela 1. Já aços com relação 1,48  Ceq/Neq  1,95 com Creq
para a ferrita, os resultados são diferentes dos e Nieq dados pelo diagrama de Schaeffler,
obtidos pelos dois pesquisadores, provavelmente apresentam modo de solidificação totalmente
austenítico.

Tabela 1- Texturas de laminação e recristalização de aços inoxidáveis ferríticos, austeníticos e dúplex.

Ferrita Austenita

{111}<112> , {111}<110>
FERRITA (LAMINAÇÃO)
{112}<110> , {100}<110>

{111}<011> , {111}<112>
FERRITA (RECRISTALIZAÇÃO)
{100}<001>

AUSTENITA {110}<112> , {110}<001>


(LAMINAÇÃO) {211}<011>

AUSTENITA
{113}<211>
(RECRISTALIZAÇÃO)

AÇOS [HUTCHINSON,
{100}<011> {110}<112>
DÚPLEX 1985]

[UL-HAQ, 1994] {001}<110> , {211}<011> {112}<111> + 5

[DE LIMA, 1994] {011}<110> , {112}<110> {110}<112> , {011}<100>


{001}<110>, {110}<111>
[PADILHA, 1999] {100}<011> , {110}<111>
{110}<112>

Figura 3- Corte vertical do diagrama Fe-Cr-Ni para 74% Fe.

Nos aços dúplex e austeníticos que solidificam crescimento de  sobre , as relações de


formando ferrita, a precipitação de austenita orientação entre  e  e as seis variantes de
ocorre durante o resfriamento com nucleação e Kurdjumov–Sachs existentes nessas condições.
crescimento dessa fase nos contornos de grão da
ferrita delta. No processo de deformação plástica a quente
desses materiais ocorre recristalização dinâmica
Ray[25] discute as relações de orientação entre  e com formação de textura de deformação e
 nos aços ressaltando as relações de Bain, textura de recristalização. De Lima[23] discute as
Kurdjumov-Sachs e Nishiyama-Wasserman texturas resultantes da laminação a frio e da
como indicado na Tabela 2, onde é possível recristalização desses materiais concluindo que
observar 24 variantes da relação de orientação de para altas taxas de deformação a frio, o material
Kurdjumov-Sachs. praticamente não apresenta mais textura após
recristalização.
Segundo Ameyama[26], a austenita nucleia e
cresce com relações de orientação do tipo 4. Textura resultante de nitretação em
Kurdjumov-Sachs com a ferrita, com (011)// alta temperatura com formação de
(111)e <111>//<110>. Mostrou, ainda, que camada de grãos austeníticos
podem ocorrer duas variantes com relação de A análise feita anteriormente permite concluir
maclação entre si que exercem uma função de que o histórico termomecânico do material gera
auto-acomodação. A Figura 4 mostra a projeção grandes variações de textura em função do grau
estereográfica com a análise das direções de de deformação, da recristalização e das

Tabela 2- Relações de orientação entre  e  em transformações de fase nos aços[25].


Relação de Relação de correspondência Número de Número total de
orientação do reticulado alternativas variantes
{001}||{001} 3
Bain (B) 3
<110>||<110> 1
Kurdjumov- {111}||{011} 4 24
Sachs <011>||<111> 3
(K-S) (variantes com relação de
macla) 2
Nishiyama- {111}||{011} 4
Wasserman 12
(N-W) <012>||<011> 3
(e)

Figura 4- Relações de orientação entre  e  para austenita precipitada a partir de ferrita  durante
resfriamento[26]. (a), (b), (c) e (d) são variantes macladas. Em (e) podem ser vistas as seis variantes K-S
existentes.
transformações de fase que ocorrem no material. durante resfriamento de aços dúplex após a
Isso sugere que deva haver mudança de textura solidificação.
durante tratamentos de nitretação superficial de
aços inoxidáveis bifásicos (ferrítico- O crescimento de grãos de austenita sobre a
martensíticos) e dúplex (ferrítico-austeníticos). estrutura dúplex se daria de maneira análoga ao
De fato, Padilha[16] mediu a textura de uma crescimento de grãos colunares a partir da
camada austenítica produzida por nitretação superfície de lingotes: somente grãos com
superficial em alta temperatura de um aço dúplex relações de orientação favoráveis cresceriam
DIN 1.4462, relatando fortalecimento das sobre a estrutura ferrítica no sentido do núcleo
componentes (110)[1 1 1] e (110)[ 1 11] e não nitretado, em decorrência do gradiente de
enfraquecimento da componente (001)[110]. composição química.
Argumentou que a seletividade de textura
poderia ser oriunda do crescimento anormal de Tempos mais longos de tratamento causam uma
grãos iniciado com a dissolução da ferrita em mudança na morfologia da austenita precipitada,
decorrência do avanço da frente de nitretação. O com engrossamento de agulhas já para 3 horas de
crescimento anormal de grãos ocorreria devido à tratamento, resultando numa estrutura de grãos
dissolução de parte da ferrita existente e de austenita eqüiaxiais com formação de uma
ancoramento de somente alguns contornos de interface plana austenita/austenita + ferrita.
grão. Nessa condição, o teor de nitrogênio na
superfície tende a um valor de equilíbrio de 1,1
Tschiptschin e Garzón[27], trabalhando com aços % em peso, segundo simulação termodinâmica
inoxidáveis dúplex 1.4462 nitretados feita com o Thermocalc.®
superficialmente a 1.150ºC sob 0,065 MPa,
concluíram que o tratamento de nitretação gera Medidas realizadas no material solubilizado e
forte textura que varia com o tempo de após nitretação por 45 minutos, 3 horas e 8 horas
tratamento. A Figura 5 mostra a microestrutura mostram uma variação de textura, como pode ser
da chapa solubilizada a 1.150ºC. vista nas Figuras 7, 8, 9 e 10, a seguir.

A Figura 6 mostra a variação microestrutural da A Tabela 3 mostra a evolução das componentes


superfície para o núcleo após nitretação a de textura com o tempo de nitretação. Os dados
1.150ºC sob 0,065 MPa por 45 min, 3 horas e 8 correspondentes ao aço laminado a quente foram
horas. relatados por Herrera e colaboradores [28]. Nesta
tabela, nota-se que o tratamento de nitretação
As evidências encontradas em amostras gera fortes mudanças de textura, a qual varia
nitretadas por tempos curtos (Figura 6 – 45 min) com o tempo de tratamento. A relação de
sugerem que, nos estágios iniciais da nitretação, orientação entre a austenita precipitada e a ferrita
a precipitação de grãos de austenita ocorre a pré-existente foi calculada a partir das texturas
partir da superfície, principalmente na forma de encontradas para a ferrita da amostra solubilizada
agulhas, de maneira muito semelhante à e para a austenita formada nos primeiros estágios
formação de austenita a partir de ferrita delta de nitretação.
Figura 5- Microestrutura do aço dúplex 1.4462 solubilizado a 1.150ºC. Ferrita e austenita. Ataque: Água
régia.

Obteve-se {111} formando 15º com {110}, precipitação com relações de orientação tipo K-
relativamente próxima à relação de Kurdjumov- S.
Sachs. Essa relação de orientação ocorre com
formação de interfaces semi-coerentes de baixa O aumento do tempo de tratamento promove
energia e baixa mobilidade, que necessitam altos engrossamento da microestrutura com mudanças
potenciais termodinâmicos para se movimentar. na textura dos grãos. A textura final medida no
aço nitretado por 8 h {011}<211> é a mesma
Nos estágios iniciais da nitretação, o potencial observada no aço laminado a quente, bem como
químico para a reação  é muito alto no aço solubilizado, e corresponde à textura
(pronunciados gradientes de concentração de relatada por vários autores referenciados neste
nitrogênio), o que possibilita ocorrência de trabalho[21],[23] e[16] para a austenita de aços dúplex
solubilizados.

(45 min)

N2

(3 h)
(8 h)

Figura 6- Aço dúplex 1.4462 nitretado a 1.150ºC sob 0,065 MPa, por 45 min, 3 h e 8 h. Ataque: Água régia.
Ferrita

Austenita

Figura 7- ODFs da ferrita e da austenita no aço dúplex 1.4462 solubilizado a 1.150ºC.


Figura 8- ODF da superfície do aço dúplex 1.4462 nitretado a 1.150ºC sob 0,065 MPa por 45 min.

Figura 9- ODF da superfície do aço dúplex 1.4462 nitretado a 1.150ºC sob 0,065 MPa por 3 h.
Figura 10– ODF da superfície do aço dúplex 1.4462 nitretado a 1.150ºC sob 0,065 MPa por 8 h.

Tabela 3- Texturas encontradas nos aços dúplex com e sem nitretação.

Condição Textura forte Textura fraca

 {100}<110> {332}<131>
Laminado a quente
 {011}<211>

{001}<110> (muito forte)



Solubilizado a 1150oC {112}<111>

 {110}<112> {312}<112>

Nitretado a 1150oC
{011}<122> (001)<120>
0,065 MPa por 45 min

Nitretado a 1150oC {001}<110>


0,065MPa por 3 h {221}<114>

Nitretado a 1150oC {016}<100>


0,065MPa por 8 h {011}<211>
5. Conclusões 8. TURKDOGAN, E.; IGNATOWICZ, S. –
1. O uso da técnica EBSD associada ao “The Solubility of Nitrogen in Iron-Chromium
Microscópio Eletrônico de Varredura é adequada Alloys” – Journal of the Iron and Steel
ao estudo das texturas desenvolvidas durante o Institute, March, pp. 242-247, 1958.
tratamento termoquímico de nitretação de aços 9. BELL, T.; KUMAR, D. – “Thermochemical
inoxidáveis em alta temperatura; production of nitrogen stainless steels” – Metals
Technology, pp. 293-301, 1978.
2. A nitretação superficial em alta temperatura
de aços inoxidáveis dúplex gera forte textura que 10. ZOCH, H.; BERNS, H. – “Stainless Steel
varia com o tempo de tratamento. A textura for Case Hardening With Nitrogen” – United
desenvolvida para tempos curtos de tratamento é States Patent US005.503.797A, 8pp., 1995.
determinada pela formação de agulhas de 11. BERNS, H. - Deutsches Patent n. 4033706-
austenita com relações de orientação com a 1995.
ferrita pré-existente, próximas de Kurdjumov-
Sachs. Para tempos maiores de tratamento, 12. TANAKA, M. – “Grain Refinement by
ocorre engrossamento da microestrutura que Thermal Cycling in High-Nitrogen Austenitic
adota as texturas relatadas para os aços dúplex Heat Resistant Steels”- Zeitschrift für
laminados a quente ou solubilizados. Metallkunde – Vol. 85, pp 446-452, 1994.
13. GRANGE, R.A.– “Strengthening steel by
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