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O Realismo surgiu primeiramente na França e foi o encontro de fatores políticos e teóricos no começo da

segunda metade do século XIX. O grande fator político que alimentou a mudança cultural do romantismo
para o realismo foi a Primavera dos Povos, 1848, movimento revolucionário originalmente apoiado pelo
romantismo.
Mesmo significando o fim do absolutismo francês, o governo de Lamartine que era um escritor e poeta
romântico, causou grande insatisfação já em seu terceiro mês no poder. O que seguiu foi uma greve geral
que foi fortemente reprimida pelo exército. Essa repressão brutal foi apoiada pelos românticos.
Em fim, com a decepção foi inaugurada uma nova linha cultural: o realismo.
2 filosofias anti-românticas ganharam adeptos.
Em primeiro lugar, o positivismo de Augusto Comte incitou a valorização da lógica e da ciência e dos
fatos observáveis.
A segunda filosofia teve mais impacto na literatura: o pesssimismo radical de Schopenhauer. Para o
filósofo sempre existia a certeza de que viver é sofrer. A humanidade no entanto cria ilusões para
esconder a dor dessa realização como o amor, a amizade, o trabalho, a família, o sexo e a religião. Sua
filosofia influenciou Machado de Assis e Eça de Queirós.
CARACTERÍSTICAS DO REALISMO
O método realista pode ser resumido em: observação, análise e pessimismo.
Objetivismo;universalismo;personagens esféricas;contemporaneidade;detalhismo
CONTEXTO HISTÓRICO: A Segunda Revolução Industrial
O Realismo também reflete uma série de doutrinas filosóficas que eram muito difundidas na época. Entre
elas, destacam-se, cronologicamente, o Positivismo de Augusto Comte, que rejeitava interpretações
metafísicas da vida e defendia o pensamento científico; o Socialismo de Marx, através de seu Manifesto
Comunista e o Evolucionismo de Charles Darwim, através da teoria da origem das espécies que punha
em cheque as verdades pregadas pela igreja.
Choques ideológicos de classe: burguesia ; Industrial X Proletariado ; Manifesto comunista (1848) –
Karl Marx e Engels ; Capitalismo industrial (burguesia) ; Principio do lucro empresarial ;Avanço
tecnológico ;Mecanização dos centros industriais
Tecnologia: Melhoria e rapidez dos meios de transportes e comunicação;- Construção de estradas
de ferro;- O telégrafo; O avião;- O automóvel;- - A navegação a vapor
REALISMO EM PORTUGAL
O início do realismo em Portugal se deu com a chamada Questão Coimbrã que durou de 1865 à 1867.
Nota-se que a inserção de idéias realistas aconteceu 15 anos após o início do realismo na França e 40
anos depois do início do romantismo. O incidente envolveu Antero de Quental, jovem de 23 anos e
Feliciano Castilho, romântico conservador.
Castilho julgou duramente o livro de poesias publicado por Antero de Quental “Odes Modernas” pois fugia
do padrão romântico. Como reposta, Antero de Quental publicou o artigo “Bom senso e bom gosto”
satirizando a imagem do escritor. Inicia-se assim o realismo em Portugal.
Os maiores representantes do realismo em Portugal foram o próprio Antero, Cesário Verde e Eça de
Queirós.
A grande figura da prosa realista portuguesa foi sem dúvida alguma Eça de Queirós, ele estudou na
Universidade de Coimbra, mas não participou com eles da polêmica Questão Coimbrã.
Participou ativamente das Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense, Nessas conferências
os autores, ao contrário do sentimentalismo e subjetivismo dos românticos, pregavam a difusão de uma
arte crítica, voltada para a realidade social, para o presente.
Nessa ocasião, influenciado pelas idéias deterministas Eça afirmou:
“ O homem é um resultado, uma conclusão e um procedimento das circunstâncias que o envolvem. Abaixo
os heróis!”. Eça de Queirós
Segundo o determinismo, o homem era influenciado por três grandes forças: o meio, a raça e o
momento.
Divisão da obra de Eça de Queirós
1ª Fase (influência romântica) • O mistério da estrada de Sintra
2ª Fase (caráter realista/naturalista)• O crime do Padre Amaro; • O primo Basílio;• Os Maias
3ª Fase (pós-realista);• A ilustre casa de Ramires; • A cidade e as serras; • A relíquia
Eça dedicou-se ao romance de tese, muito popular na época. Esse tipo de romance parte de uma idéia
central, de uma tese que vai ser demonstrada pela ação das personagens.
Ao elaborar um painel da sociedade portuguesa, através de minuciosas descrições, Eça analisa e critica
os comportamentos femininos, as ambições masculinas, a corrupção do clero, entre outros aspectos da
sociedade lisboeta do século XIX.

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