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Noções de Orçamento Público para Técnico do TST

Aula 00
• Orçamento público: conceitos. Princípios orçamentários

Professor Graciano Rocha


Noções de Orçamento Público para Técnico Administrativo do TST
Aula 00
Prof. Graciano Rocha

Aula 00

Saudações, caros alunos!

Este é nosso curso de Noções de Orçamento Público para Técnico


Administrativo do TST, com vistas à preparação para o próximo concurso do
tribunal.

Inicialmente, vamos às apresentações: eu me chamo Graciano Rocha Mendes,


sou Consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados; professor de Orçamento
Público e de matérias correlatas, em Brasília e na internet; especialista em
Orçamento Público pelo Instituto Serzedello Corrêa (ISC/TCU).

Vamos falar de nosso curso. Costumo dizer que uma grande vantagem desse
curso online está na agregação da matéria em uma só publicação. Se você
tentar reunir, por conta própria, todas as referências necessárias para cobrir o
edital, vai amontoar uma dezena de normativos – que não vai utilizar
completamente –, além de livros e materiais esparsos. Com nossas aulas, além
de ter acesso a todo o conteúdo, bem mastigado, você ainda verá os comentários
e ênfases conforme o comportamento das bancas nos últimos anos.

Algumas questões serão comentadas durante a própria aula, ilustrando a forma


de cobrança recente do assunto. Outras serão propostas ao final, para resolução
individual.

Para quem quiser se exercitar antes da resolução, as questões comentadas


durante as aulas estarão reproduzidas ao final dos arquivos, sem gabarito visível,
para quem quiser enfrentá-las “em estado puro”, juntamente com as não
comentadas. O gabarito de todas ficará na última página.

Vamos lá então. Boa aula!

GRACIANO ROCHA

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SUMÁRIO
ORÇAMENTO PÚBLICO .......................................................................................................................... 4
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS.............................................................................................................. 6
LEGALIDADE ........................................................................................................................................... 7
UNIDADE/TOTALIDADE .......................................................................................................................... 10
UNIVERSALIDADE .................................................................................................................................. 14
ORÇAMENTO BRUTO ............................................................................................................................. 18
ANUALIDADE/P ERIODICIDADE................................................................................................................. 20
EXCLUSIVIDADE..................................................................................................................................... 22
N ÃO AFETAÇÃO/NÃO VINCULAÇÃO......................................................................................................... 27
ESPECIFICAÇÃO/ESPECIALIZAÇÃO/DISCRIMINAÇÃO..................................................................................... 33
CLAREZA.............................................................................................................................................. 39
EQUILÍBRIO .......................................................................................................................................... 41
P UBLICIDADE........................................................................................................................................ 44
OUTROS PRINCÍPIOS .............................................................................................................................. 46
RESUMO DA AULA ............................................................................................................................... 49
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ............................................................................................. 51
QUESTÕES ADICIONAIS ....................................................................................................................... 64
GABARITO ............................................................................................................................................ 72

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ORÇAMENTO PÚBLICO
Reconhece a doutrina que o orçamento nasceu como instrumento de controle
e limitação dos gastos do governo (principalmente do Poder Executivo) por
parte do Legislativo. Os documentos históricos aceitos como “antepassados” da
peça orçamentária confirmam essa sistemática:

• com a Magna Carta, de 1215, os nobres ingleses impuseram ao rei João


Sem Terra a aceitação da regra de que a cobrança de tributos só ocorreria
mediante aprovação do Conselho Comum;

• ainda na Inglaterra, a “Bill of Rights” (Carta de Direitos), em 1689,


confirmou a regra de que a arrecadação de impostos deveria ser autorizada
pelo Parlamento;

• a Constituição Francesa, promulgada em decorrência da Revolução de


1789, estabeleceu que cabia aos representantes do povo a votação dos
impostos; ainda antes dela, a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão afirmava que “Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou
pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de
consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a
repartição, a coleta, a cobrança e a duração”;

• nos EUA, em contraposição ao domínio inglês, a Assembleia Nacional da


Virgínia, em 1765, decidiu que somente ela, a assembleia, tinha o poder de
exigir impostos dos habitantes da colônia.

O orçamento público, como solicitação do Executivo ao Legislativo para


arrecadar receita e efetuar gastos, tem seu nascimento reconhecido em
1822, quando o chanceler do Erário da Inglaterra apresentou ao Parlamento um
documento com esse teor.

Há uma variedade considerável de formas de conceituar o orçamento, das quais


podemos destacar as seguintes:

• lista de receitas e de despesas do governo, para execução em determinado


exercício;

• instrumento de controle dos gastos do governo pelo Legislativo;

• documento de divulgação das atividades e serviços a serem prestados pelo


governo, com a discriminação dos respectivos custos e origens dos
recursos;

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• instrumento de concretização do planejamento governamental, com vistas


ao alcance dos objetivos e metas aprovados para determinado período.

Durante nossos estudos sobre orçamento, perceberemos em diversos momentos


a mudança de ênfase no sentido de alguma dessas noções.

1. (VUNESP/CONTADOR/PREF. S. J. DOS CAMPOS/2012) O plano de governo


disposto na forma da lei, no qual se estima a receita a arrecadar e fixa -se a
despesa para o exercício financeiro subsequente, é o Orçamento

(A) Variável.

(B) Público.

(C) Empresarial.

(D) Estático.

(E) de Capital.

Na questão acima, aborda-se a conceituação do orçamento público como


instrumento legal indicativo das receitas a arrecadar e das despesas a executar.
Gabarito: B.

2. (AOCP/AUDITOR/TCE-PA/2012) Dentre os conceitos apresentados nas


alternativas a seguir, assinale a alternativa que apresenta corretamente o
conceito de Orçamento Público.

a) Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe


do Poder Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite
contingenciamentos ao longo do ano.

b) Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado


ano fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para
contingenciamento ao longo do ano.

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c) Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado


ano fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite
contingenciamento ao longo do ano.

d) Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe


do Poder Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para
contingenciamentos ao longo do ano.

e) Corresponde às ações do Estado durante um dado ano fiscal, não tendo


caráter autorizador de receitas e despesas, mas permite contingenciamento ao
longo do ano.

Como detalharemos mais adiante, um dos princípios aplicáveis ao orçamento é o


da anualidade, segundo o qual o orçamento deve vigorar durante um ano. Isso
afasta as opções A e D. Além disso, o orçamento é um instrumento autorizador
da realização de receitas e despesas, e admite o cont ingenciamento (limitação)
de despesas. Gabarito: C.

3. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) Expressão físico-financeira do


planejamento governamental, o orçamento público será entendido,
sobretudo, como um instrumento que expressa, anualmente, o conjunto de
ações visando alcançar maiores níveis de eficiência e eficácia da ação do
governo.

Questão CERTA. Um dos aspectos característicos do orçamento público é sua


utilização em favor do alcance de objetivos governamentais, o que passa pela
busca de maior qualidade da ação pública.

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Os princípios orçamentários consistem ora em normas, ora em simples
orientações aplicáveis à elaboração e à execução do orçamento público.

Em vários casos, a legislação e a própria Constituição refletem a adoção desses


princípios em seus dispositivos. Apesar disso, não é possível entender esses
princípios como determinações rígidas; eles são cercados de exceções e
flexibilizações, como ficará claro no decorrer de nossa aula.

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Legalidade

“O orçamento deve ser aprovado e publicado como lei”.

Uma das discussões mais antigas sobre o orçamento público diz respeito ao
conflito entre sua forma e seu conteúdo.

Quanto à forma, desde que os primeiros documentos contábeis foram


apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, em países europeus e
nos Estados Unidos, a título de pedido de autorização de gastos, o orçamento
ganhou estatura de lei. Assim, a expressão “lei do orçamento” é mais que
secular – os Parlamentos aprovam os orçamentos na forma de leis desde o século
XIX.

Atualmente, o princípio da legalidade orçamentária encontra-se, entre outros, no


seguinte trecho da Constituição:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

(...)

III - os orçamentos anuais.

Por outro lado, quanto ao conteúdo, não há dúvidas de que o orçamento público
tem natureza de ato administrativo. A organização das finanças em
programas, a atribuição de recursos a certas despesas, a indicação de
competências de órgãos e entidades relativamente a certos setores de atividade
governamental, tudo isso tem a ver com a organização e o planejamento da
Administração Pública – atividades tipicamente administrativas.

A partir disso que estamos vendo, ao se confrontar a lei orçamentária com o


significado jurídico-histórico da palavra “lei”, verifica-se certa desarmonia. “Lei”
representa um ato normativo abstrato, que pode, entre outras coisas,
disciplinar direitos e deveres, normatizar condutas, impor punições etc. Para
aplicar-se a lei, nesse sentido estrito, faz-se necessário verificar os dados da
realidade e compará-los com a descrição abstrata trazida pela norma.

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O que ocorre com o orçamento público é que ele não cria nem regulamenta
direitos e deveres, não disciplina condutas, não prevê punições etc. NÃO TEM
CARÁTER ABSTRATO; pelo contrário, um orçamento deve se revestir de
concretude, para aplicação mais apropriada e racional dos recursos públicos.

É dessa discussão que nasce a definição do orçamento como “lei em sentido


formal”. A estatura do orçamento é de uma lei, aprovada pelo Parl amento,
sancionada pelo Chefe do Executivo, mas sua essência é de um ato
administrativo.

Essa “legalidade flexível” do orçamento fica evidente também ao se constatar que


ele tem natureza apenas autorizativa, e não, impositiva. O governo não é
obrigado a executar o orçamento tal qual ele é veiculado pela lei orçamentária
(com exceção das despesas obrigatórias em virtude de outros normativos). Isso
contrasta bastante com as leis “normais”, que se caracterizam pela
obrigatoriedade de aplicação.

A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária,


podemos indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que
programas e projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é
necessária a prévia inclusão desses programas e projetos na Lei
Orçamentária Anual (ou em leis que a retifiquem).

Pelo contrário, a modificação, a retificação, a inversão de aspectos e itens no


orçamento durante sua execução, em comparação com o texto aprovado, são
fatos bastante comuns, distanciando o orçamento de sua “aparência” inicial.

A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária, podemos


indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que programas e
projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é necessária a prévia
inclusão desses programas e projetos na Lei Orçamentária Anual (ou em leis que
a retifiquem).

Nesse sentido, têm surgido diversas críticas, no âmbito parlamentar e na opinião


pública em geral, tendo como alvo o “descompromisso” do governo quanto à
execução do orçamento em observância ao texto original aprovado pelo
Congresso.

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Não obstante a essência de ato administrativo, o fato de o orçamento ser uma lei
lhe proporciona a normatização de certos requisitos e obrigações de natureza
orçamentária, na esfera concreta.

4. (IBFC/ANALISTA/TRE-AM/2014) Princípio Orçamentário, o qual cabe ao


Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. Trata-se
do Princípio:

a) Da Transparência.

b) Da Publicidade.

c) Da Competência.

d) Da Legalidade.

A obediência às regras e condições estabelecidas em lei diz respei to ao princípio


da legalidade, o qual, no esfera orçamentária, veda a realização de despesas que
não tenham sido autorizadas quantitativa ou qualitativamente na lei
orçamentária.

Gabarito: D.

5. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Para ser considerada um princípio


orçamentário, a norma precisa obrigatoriamente estar incluída na
Constituição Federal ou na legislação infraconstitucional.

Questão ERRADA. Como em todos os ramos do direito, os princípios


orçamentários são independentes de sua positivação no arcabouço legal.
Atualmente, diversos desses princípios encontram-se recepcionados na CF/88 ou
em leis (principalmente a Lei 4.320/64), mas essa não é uma condição para sua
existência e validade.

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Unidade/totalidade

“O orçamento deve ser um só”.

A unidade é um dos “ancestrais” dos princípios orçamentários. Encontra -se


normatizado na Lei 4.320/64, que estabelece “normas gerais de direito
financeiro”, obrigatórias para todos os entes federados.

A Lei 4.320/64 representou um avanço na época de sua edição. Ela trazia os


conceitos e procedimentos mais avançados a respeito da utilização do dinheiro
público. Porém, como se vê, ela já é bastante antiga, e a atividade financeira
dos entes federados brasileiros precisa de atualizações.

É por isso que se espera, por parte do Congresso Nacional, a edição de uma lei
complementar que atualize as normas gerais de direito financeiro. Enquanto
isso não ocorre, diversas “atualizações” relacionadas ao direito financeiro e ao
orçamento público são instituídas anualmente, com as Leis de Diretrizes
Orçamentárias.

No art. 2º, a Lei 4.320/64 estabelece que “A Lei do Orçamento conterá a


discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica
financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de
unidade, universalidade e anualidade”

Desses outros princípios, falaremos em seguida.

Pelo princípio da unidade, o orçamento público deve ser uno, uma só peça,
garantindo uma visão de conjunto das receitas e das despesas.

Nesse momento, vale registrar uma informação histórica sobre o Orçamento


Público. Inicialmente, a peça orçamentária era bastante simples, primeiro

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porque a participação do governo na vida econômica dos países europeus (onde


a lei orçamentária surgiu primeiro) não era muito ampla.

Nesses tempos, prestigiava-se o liberalismo econômico, a livre iniciativa dos


atores econômicos, e a intromissão do Estado nesse contexto era mal vista,
porque, desde sempre, o setor público foi visto como um mau gastador.
Portanto, o melhor que o governo poderia fazer seria gastar pouco e deixar os
recursos financeiros fluírem nas relações entre atores privados, sem
intervenções, sem tributação.

Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação na


economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia numa
autorização de gastos que também representava o controle do tamanho do
Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como ferramenta de controle
da ação do Executivo.

Para facilitar esse controle, era necessário que o orçamento tivesse certas
características. Essas características vieram a constituir os primeiros princípios
orçamentários, dos quais, como já falamos, a unidade é um dos exemplares.

Sendo o orçamento público uma peça única, a tarefa de controle e


acompanhamento dos gastos públicos estaria assegurada. Caso a execução
orçamentária obedecesse a diversos instrumentos, diversas leis, quadros,
normativos, os controladores teriam bem mais dores de cabeça.

Porém, ocorre que o crescimento do aparelho do Estado, em praticamente todos


os países, a partir do século XX, ocasionou a criação de estruturas
descentralizadas e autônomas – as conhecidas entidades da administração
indireta. Essas entidades também cumpriam (cumprem) funções estatais, mas
sua autonomia, inclusive financeira, dificultava a consolidação do orçamento
público numa só peça, bem como o acompanhamento de sua execução.

No caso brasileiro, a Constituição de 1988 trouxe uma disposição “fatal” para a


visão tradicional do princípio da unidade:

Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

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I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e


entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou


indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos


a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Pisou pra valer, hein?

Assim, a própria Constituição estabeleceu três orçamentos diferentes. É dessa


evolução que a doutrina instituiu o “princípio da totalidade”, como uma
“atualização” do da unidade.

Segundo o professor James Giacomoni (in “Orçamento Público”, ed. Atlas, 14ª
edição), pelo princípio da totalidade, é possível a coexistência de orçamentos
variados, desde que estejam consolidados numa peça, de forma que
continue sendo possível uma visão geral das finanças públicas.

Dessa forma, os três orçamentos instituídos pela CF/88 respeitam o princípio


da unidade/totalidade, já que, como diz o § 5º do art. 165, eles compõem
uma só peça: a Lei Orçamentária Anual.

6. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2014) Sob a justificativa de dar maior


transparência aos gastos públicos, o Poder Executivo de dete rminado Estado
elaborou e encaminhou à Assembleia Legislativa dois projetos de Lei
Orçamentária Anual para o exercício de 2015. Um projeto de Lei
Orçamentária destinado somente ao Poder Executivo e o outro projeto
somente para o Poder Legislativo. Considerando as regras norteadoras para
elaboração do orçamento, NÃO foi atendido o princípio orçamentário

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a) do orçamento bruto.

b) da independência orçamentária.

c) do equilíbrio.

d) da competência orçamentária.

e) da unidade.

A segmentação do orçamento em duas peças distintas constituiria uma violação


ao princípio orçamentário da unidade/totalidade, segundo o qual a aprovação do
orçamento deve concretizar-se numa só peça consolidada. Isso facilita o controle
pelo Legislativo e o acompanhamento das finanças públi cas do exercício.

Gabarito: E.

7. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2013) Ao assumir o cargo de prefeito, o Sr. José


Silva não conseguia compreender por que o orçamento da Fundação de
Amparo à Criança e ao Adolescente, fundação instituída e mantida pelo poder
público municipal, deveria estar contido na Lei Orçamentária Anual do
Município. O princípio orçamentário que deve ser utilizado para justificar a
inclusão do orçamento da fundação na Lei Orçamentário Anual do Município
éo

(A) da unidade.

(B) da anualidade.

(C) da exclusividade.

(D) do orçamento bruto.

(E) da não-vinculação das receitas de impostos.

A obrigatoriedade de o orçamento de uma fundação pública municipal ser


integrado ao orçamento único do município diz respeito ao princípio da unidade.
Gabarito: A.

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8. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) De acordo com o princípio da unidade, o


ente governamental deve dispor de apenas um orçamento, que inclua todas
as receitas estimadas e despesas fixadas pelo Estado.

A existência de apenas um orçamento, em que sejam expostos todos os detalhes


das finanças do ente público, corresponde ao ideal do princípio da unidade
orçamentária. Questão CERTA.

9. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a


lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra
ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o
orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social.

A unidade orçamentária atualmente vigente encontra reflexo na edição de uma


única lei orçamentária editada pelos entes federados a cada ano. O fato de haver
orçamentos especializados em sua composição não afetaria o princípio clássico.
Questão CERTA.

Universalidade

“O orçamento deve abranger todas as receitas e despesas”.

O princípio da universalidade e o recém-visto, da unidade/totalidade, são


complementares, articulados em torno da garantia do controle sobre o
orçamento. Enquanto a unidade/totalidade prioriza a agregação das receitas e
despesas do governo em poucos documentos (num só agregado, de preferência),
a universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem constar
da lei orçamentária.

Um orçamento único e universal é, portanto, o sonho de consumo de alguém


que tenha a titularidade do controle sobre as finanças públicas.

Além do art. 2º da Lei 4.320/64, que já vimos, o princípio da universalidade


também pode ser percebido nos arts. 3º e 4º da mesma lei:

Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de


operações de crédito autorizadas em lei.

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Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos


do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se
devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.

Novamente, segundo a lição do professor Giacomoni, o princípio da


universalidade proporciona ao Legislativo:

• conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia


autorização para a respectiva arrecadação e realização;

• impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e despesa


sem prévia autorização parlamentar;

• conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim
de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-
las.

Alguns trechos acima poderão causar estranhamento. É que essa história


de a lei orçamentária “autorizar a arrecadação” da receita não se aplica
mais.

Até a Constituição de 1967, isso era verdade, mas, de lá para cá, os tributos
e sua arrecadação são regulamentados por leis próprias. A lei
orçamentária, atualmente, não autoriza a arrecadação, apenas a prevê. A
arrecadação ocorre havendo ou não orçamento publicado.

Entretanto, não é raro encontrar questões que se refiram a esse aspecto de


maneira “tradicional”, já que, historicamente, a função do orçamento
também foi de autorização da arrecadação.

Portanto, surgindo questões totalmente teóricas, sem aplicação à


realidade atual, que confirmem o papel autorizador da lei orçamentária
quanto à arrecadação, marque CERTO.

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Pragmatismo: devemos dançar conforme a música! Depois de acertar o


gabarito, você pode esbravejar o quanto quiser contra a banca.

10. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2014) Sobre os princípios orçamentários, é correto


afirmar:

a) O princípio da unidade refere-se à contemplação na lei orçamentária anual


de todas as receitas e despesas de todos os poderes e órgãos, entidades, fundos
e fundações instituídas e mantidas pelo poder público.

b) O princípio da exclusividade refere-se à vedação da vinculação da receita


de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo as exceções previstas.

c) Não conter dispositivo estranho à previsão da receita e fixação da despesa


refere-se ao cumprimento do princípio da exclusividade.

d) O princípio da legalidade refere-se à delimitação do exercício financeiro


orçamentário, que de acordo com a Lei no 4.320/1964 coincidirá com o ano civil.

e) O princípio da universalidade refere-se à integração da Lei Orçamentária


Anual (LOA) em um único documento legal dentro de cada esfera federativa.

A: a inclusão, no orçamento, das receitas e despesas de todos os órgãos,


entidades, fundos etc. reflete a adoção do princípio da universalidade.

B: a vedação à vinculação de receitas de impostos refere-se ao princípio da não


afetação, ou não vinculação.

C: o princípio da exclusividade exige que a lei orçamentária contenha apenas


matéria financeira (previsão da receita e fixação da despesa).

D: a delimitação da execução orçamentária a um exercício financeiro é


decorrência do princípio da anualidade.

E: a aprovação do orçamento na forma de um só documento legal, em cada ente


federado, reflete o princípio da unidade.

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Gabarito: C.

11. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Os princípios orçamentários visam


estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e
transparência aos processos de elaboração, execução e controle do
orçamento público. Nestas condições, o princípio orçamentário, o qual
estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA de cada ente federado
deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos,
entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público é
denominado de

(A) exclusividade.

(B) legalidade.

(C) anualidade.

(D) universalidade.

(E) totalidade.

Na questão acima, a expressão chave “todas as receitas e todas as despesas”


remete à observância do princípio da universalidade. Gabarito: D.

12. (FCC/TÉCNICO/TRT-04/2015) De acordo com o princípio orçamentário da


universalidade, a Lei Orçamentária Anual deve conter todas as receitas e
despesas do Estado, não alcançando, contudo, as

a) receitas provenientes de operações de crédito.

b) despesas e receitas operacionais das empresas estatais.

c) despesas dos poderes judiciário e legislativo.

d) despesas correntes.

e) despesas decorrentes de projetos inseridos no Plano Plurianual.

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Dos itens trazidos pelas alternativas da questão, apenas as despesas e receitas


operacionais das empresas estatais independentes (a questão não trouxe esse
detalhe) não se encontram evidenciadas na lei orçamentária.

As receitas e despesas relacionadas aos órgãos e entidades da administração


direta e indireta, inclusive das empresas estatais dependentes, são
previstas/fixadas na lei orçamentária.

Gabarito: B.

13. (VUNESP/CONTADOR/IAMSPE-SP/2012) A Constituição Federal determina a


inclusão de todas as rendas e despesas dos Poderes, fundos, órgãos,
entidades da administração direta e indireta, etc., no orçamento anual geral.
Referida determinação constitucional traduz o princípio orçamentário da

(A) não vinculação.

(B) universalidade.

(C) anualidade.

(D) transparência.

(E) legalidade.

A “inclusão de todas as rendas e despesas” no orçamento é um traço próprio do


princípio da universalidade. Gabarito: B.

Orçamento Bruto

“O orçamento deve apresentar valores brutos, sem dedução”.

Já deixamos bem destacado que a necessidade de controle dos gastos públicos


fundamentou bastante a maturação de princípios orçamentários.

Se qualquer fato chega a afetar as receitas públicas, diminuindo o volume que


realmente deveria entrar em caixa, a ocultação desse fato geraria insegurança,
desinformação e, quem sabe, algum prejuízo futuro ao ente público.

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A contabilidade pública tem como uma de suas funções a prestação de


informações fidedignas sobre o patrimônio e o orçamento, a fim de que
decisões por parte dos responsáveis sejam baseadas em dados corretos. Desse
modo, deduções, abatimentos, diminuições que afetam o conjunto das receitas
públicas devem ser considerados no orçamento.

É essa preocupação com a transparência e a fidedignidade das informações


orçamentárias que baseia o princípio do orçamento bruto, cujo teor é
complementar ao princípio da universalidade. Enquanto a universalidade
estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar do
orçamento, o princípio do orçamento bruto acrescenta a observação “pelos
seus valores brutos, sem deduções”.

Assim, se for o caso de se fazer uma dedução a uma receita, o ente público
não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a arrecadação
bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração da peça
orçamentária.

14. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio do orçamento bruto tem


seu cerne no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que estatui que as receitas e
despesas constarão da lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.

A questão apenas reproduz o embasamento legal do princípio do orçamento


bruto, que vimos mais acima. Questão CERTA.

15. (FGV/TÉCNICO/AL-MT/2013) Determinado poder executivo recém-eleito


decidiu incluir no projeto de lei do orçamento anual as receitas pelos valores
líquidos já descontados os repasses obrigatórios para outros órgãos, bem
como excluir desse projeto de lei o orçamento de suas entidades da
administração indireta e do poder legislativo por entender que estes dispõem
de receita própria e autonomia orçamentária para gerir suas despesas. Essa
medida desrespeita aos princípios orçamentários

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a) do equilíbrio e da anualidade.

b) da exclusividade e da totalidade.

c) do orçamento bruto e da unidade.

d) da legalidade e da não vinculação da receita.

e) da autonomia e da racionalidade.

A exposição das receitas na lei orçamentária conforme os valores líquidos,


descontados repasses obrigatórios, desobedeceria ao princípio do orçamento
bruto; e a exclusão das entidades da administração indireta e do Legislativo do
âmbito da lei orçamentária representaria descumprimento ao princípio da
unidade.

Gabarito: C.

Anualidade/Periodicidade

“O orçamento deve limitar-se a um período de tempo”.

Trataremos agora do terceiro princípio orçamentário mencionado pelo art. 2º da


Lei 4.320/64.

Segundo o prof. Giacomoni (mais uma vez!), o princípio de que o orçamento deve
ser elaborado e autorizado para o período normalmente de um ano está ligado à
antiga “regra da anualidade do imposto”, vigente até a Constituição de 1967.
Como já estudamos, até esse momento a lei orçamentária é que autorizava a
arrecadação tributária para um exercício, para cobrir as despesas
pertencentes a esse mesmo exercício.

Portanto, a disposição sobre o princípio da anualidade na Lei 4.320/64 ainda é


válida, tanto no art. 2º, já estudado, quanto no art. 34 (O exercício financeiro
coincidirá com o ano civil). Por isso, entre outras coisas, justifica-se a
terminologia da lei orçamentária anual.

A elaboração do orçamento para um período limitado de tempo favorece a


atividade de planejamento, pois, dessa forma, é possível programar a aplicação

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dos recursos em objetivos do governo e verificar o alcance das metas nos prazos
estabelecidos.

Não obstante o que estamos dizendo, há vários programas e despesas


assumidas pelo poder público cuja duração ultrapassa um exercício.

Para alcançar objetivos de maior dimensão, apenas ações plurianuais


podem garantir o sucesso dessas iniciativas governamentais. A conciliação
entre esses programas plurianuais e o princípio da
anualidade/periodicidade ocorre por meio da execução “fatiada” dessas
despesas plurianuais, com parcelas distribuídas pela sequência de
orçamentos anuais.

Como exceção ao princípio da anualidade, há a possibilidade de execução, em


outro exercício, de créditos adicionais (especiais e extraordinários) autorizados
no final do ano. Esse ponto será comentado posteriormente, quando tratarmos
dos créditos adicionais, que constituem novas autorizações de despesa, além
das consignadas na lei orçamentária.

16. (FUNCAB/AGENTE/FUNASG/2015) O princípio orçamentário em que o


orçamento público deve ser elaborado e autorizado para um período
determinado, geralmente de um ano, denomina-se:

a) da exclusividade.

b) periodicidade.

c) orçamento bruto.

d) universalidade.

e) da especialização.

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O estabelecimento de um lapso de tempo durante o qual vale a autorização para


realizar despesas e obter as correspondentes receitas relaciona -se ao princípio
da anualidade ou periodicidade. Gabarito: B.

17. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio da anualidade estabelece


que o orçamento deve ter vigência de um ano, que não necessariamente
precisa coincidir com o ano civil.

Para julgar essa questão, bastaria uma rápida leitura do art. 34 da Lei 4.320/64
para matar a questão. O exercício financeiro, período em que se observa a
execução orçamentária da receita e da despesa, necessariamente coincide com
o ano civil, pelo dispositivo legal referido. Questão ERRADA.

18. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) O princípio da anualidade orçamentária


fundamenta-se em critérios puramente técnicos, relativos às questões
operacionais de apuração contábil da receita e da despesa, não estando
relacionado, portanto, com o controle político do Poder Executivo.

Questão ERRADA. A autorização anual para execução do orçamento reflete o


controle do Poder Legislativo sobre o Executivo. Não se confere a este último um
“cheque em branco” para sua atuação, mas, ao contrário, renova-se a
autorização para realizar despesas e arrecadar receitas a cada período. Dessa
forma, criam-se as condições para acompanhamento, fiscalização e julgamento
das contas públicas em prazos mais apropriados ao controle.

Exclusividade

“O orçamento deve tratar apenas de matéria financeira”.

Esse é um dos princípios mais manjados em concursos públicos. Figurinha


carimbada!

Segundo a doutrina, a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira,


não trazendo conteúdos alheios à previsão da receita e à fixação da
despesa.

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O princípio da exclusividade pode ser traduzido pela afirmação inicial do art. 165,
§ 8º, da CF/88:

“A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita


e à fixação da despesa (...)”.

A ideia subjacente ao princípio da exclusividade é evitar que matérias não


financeiras “caronas” (caudas orçamentárias) sejam tratadas na lei orçamentária,
aproveitando-se do ritmo mais rápido de sua aprovação pelo Parlamento .
Em tempos passados, o Executivo utilizava-se dessa manobra, para colocar
rapidamente, em pauta de votação, assuntos de seu interesse; decorre daí o
termo “orçamentos rabilongos”, utilizado por Rui Barbosa para caracterizar os
orçamentos à época.

Entretanto, temos que destacar as exceções que a própria Constituição


impôs, na continuidade do dispositivo que começamos a analisar:

“(...) não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos


suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação
de receita, nos termos da lei”.

Os créditos suplementares serão mais bem estudados nas aulas seguintes,


mas adianto que eles representam um acréscimo às despesas já previstas na
lei orçamentária anual, devendo apontar também as receitas que suportarão esse
incremento. É como uma “revisão para mais” da lei orçamentária.

A outra exceção à exclusividade orçamentária trata da autorização para


contratação de operações de crédito. A própria LOA pode se antecipar a uma
necessidade futura de recursos além dos estimados, e autorizar a tomada de
empréstimos pelo ente público.

Vamos separar aqui a operação de crédito “normal” da operação de


crédito por antecipação da receita orçamentária, ambas referidas no
dispositivo constitucional acima, e passíveis de autorização pela LOA.

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As operações de crédito “normais” constituem receitas orçamentárias, que


servirão para custear despesas orçamentárias. Ou seja, para determinadas
despesas, o dinheiro disponível não é próprio do governo; deverá ser
tomado junto a agentes financiadores.

Por outro lado, as operações por antecipação da receita orçamentária


(ARO’s) são empréstimos tomados pelos entes públicos para suprir
insuficiências momentâneas de caixa. Para as despesas, nesse caso, existe
receita própria atribuída, que deverá ser arrecadada.

Em outras palavras, ARO’s não são receitas orçamentárias, mas sim


empréstimos que substituem receitas orçamentárias que não foram
arrecadadas no momento esperado. Essas receitas atrasadas, ao serem
finalmente realizadas, servirão então para honrar as ARO’s que as
substituíram, ao invés das despesas originais.

Portanto, além de prever receitas e fixar despesas, a lei orçamentária anual, no


Brasil, pode trazer esses dois tipos de autorização – que, no fundo, não fogem
da temática orçamentária.

Grave essas exceções, porque é difícil achar um tópico tão cobrado quanto
esse quando o tema é princípios orçamentários!

19. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Determinado ente público, considerando o


excesso de arrecadação da receita patrimonial obtido no exercício financeiro
de 2012, no seu projeto de Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2013
propõe a criação de 20 cargos de analistas de notícias para a secretaria de
publicidade, e a concessão aos demais servidores públicos reajuste salarial

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de 10% a partir de primeiro de janeiro de 2013. Este projeto NÃO atende ao


princípio orçamentário da

(A) moralidade.

(B) anualidade.

(C) exclusividade.

(D) não vinculação da receita.

(E) impessoalidade.

A criação de cargos e a concessão de aumento remuneratório não são matéria


financeira, que possa ser veiculada pela lei de orçamento. O papel cumprido pela
LOA, no tocante ao aumento de remuneração, ou a outras despesas quaisquer,
é veicular a autorização para o gasto, a partir da previsão dos recursos
necessários. A previsão das medidas que envolvam despesas é feita por outros
diplomas legais, sob pena de contrariar o princípio da exclusividade. Gabarito: C.

20. (FCC/ADMINISTRADOR/DPE-SP/2015) No projeto da Lei Orçamentária


Anual, para o exercício de 2015, de determinada entidade do setor público,
o art. 8° autoriza o Poder Executivo, quando houver excesso de arrecadação,
a concessão de reajustes aos servidores, para vigorar em abril de 2016. A
autorização contida nesse artigo NÃO atende ao princípio orçamentário da

a) anualidade ou periodicidade.

b) universalidade.

c) não vinculação de receita.

d) exclusividade.

e) moralidade.

A autorização para concessão de reajustes de remuneração de servidores


públicos, na hipótese de constar de uma lei orçamentária anual, representaria
descumprimento ao princípio orçamentário da exclusividade.

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Segundo esse princípio, positivado no art. 165, § 8º, da Constituição, a lei de


orçamento somente pode tratar da previsão da receita e da fixação da despesa.
São exceções a autorização para abertura de créditos suplement ares, até
determinado montante, e a autorização para a realização de operações de
crédito, inclusive aquelas por antecipação da receita orçamentária.

Gabarito: D.

21. (FUNCAB/TÉCNICO/MPE-RO/2012) Pode-se considerar como uma EXCEÇÃO


ao Princípio Orçamentário da Exclusividade:

a) a destinação de recursos para Fundos Especiais.

b) a autorização para contratação de operação de crédito por antecipação de


receita.

c) a criação de dotação de recursos para reserva de contingências.

d) o pagamento de restos a pagar e de despesas de exercícios anteriores.

e) o orçamento de investimento em empresas nas quais o ente é sócio


majoritário.

Nos termos da Constituição, que acolheu em seu texto a exclusividade


orçamentária (art. 165, § 8º), são exceções a esse pri ncípio a autorização para
abertura de créditos suplementares, até determinado montante, e a autorização
para a realização de operações de crédito, inclusive aquelas por antecipação da
receita orçamentária. Gabarito: B.

22. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) A inclusão de dispositivo estranho à


previsão da receita e à fixação da despesa na lei orçamentária anual fere o
princípio da universalidade.

Na questão acima, houve uma inversão de princípios e conceitos. Todo o


vocabulário da questão indica que estamos tratando do princípio da
exclusividade, como deve ter ficado evidente depois dos últimos comentários, e
não da universalidade. Questão ERRADA.

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23. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) A existência do orçamento fiscal, da


seguridade social e de investimento das empresas contraria o princípio
orçamentário da exclusividade.

Questão ERRADA: o princípio da exclusividade não é afetado pela existência dos


diferentes tipos de orçamento.

Não Afetação/Não Vinculação

“As receitas do orçamento devem ter livre aplicação”.

Esse princípio orçamentário também tem um pé no Direito Tributário. Desse ramo


do direito, cabe trazer para nossas anotações o conceito de arrecadação
vinculada.

No Brasil, existem cinco espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de


melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios.

Os tributos podem ser arrecadados já com uma destinação legal para a


aplicação dos recursos correspondentes. Ou, por outro lado, os recursos
provenientes dos tributos podem estar “livres”, para aplicação em despesas
conforme as decisões do administrador público, sem interferência legislativa.

Assim, existem espécies tributárias com arrecadação vinculada, para aplicação


obrigatória em certas despesas, e outras com arrecadação não vinculada.
Os impostos são os típicos representantes desta última categoria.

As outras espécies tributárias (taxas, contribuições “lato sensu”, contribuições de


melhoria e empréstimos compulsórios) têm, comumente, arrecadação vinculada.

Isso obedece ao arcabouço teórico da tributação, segundo o qual os impo stos são
os tributos apropriados para que o ente público possa auferir renda, sem estar
obrigado a prestar esta ou aquela obrigação junto à sociedade. Impostos teriam
a característica da fiscalidade (obtenção de recursos como finalidade principal).

Então, voltando ao princípio da não vinculação, cabe destacar que ele ganhou
estatura constitucional, mas com uma série de exceções:

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Art. 167. São vedados:

(...)

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas


a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts.
158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde,
para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §
2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
deste artigo;

(...)

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que


se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159,
I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para
pagamento de débitos para com esta.

Destrinchando os dispositivos acima, as vinculações à receita de impostos,


permitidas pela Constituição, são:

• repartição da arrecadação do imposto de renda e do imposto sobre produtos


industrializados, compondo o Fundo de Participação dos Estados e o de
Participação dos Municípios (CF/88, art. 159, inc. I);

• destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde (CF/88,


art. 198, § 2º);

• destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino


(CF/88, art. 212);

• destinação de recursos para realização de atividades da administração


tributária (CF/88, art. 37, inc. XXII);

• prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita –


ARO (CF/88, art. 165, § 8º);

• prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de


débitos para com esta.

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Portanto, o princípio da não vinculação da receita de impostos está no início do


inciso IV do art. 167, e as exceções a ele compõem todo o resto do texto e o §
4º.

Tratando-se de dispositivo constitucional, para acrescentar mais alguma exceção


ao princípio da não vinculação, ou para suprimir uma exceção já existente, só por
meio de emenda à Constituição.

Vale escrever uma nota, destacando o alto nível de vinculação que a


arrecadação tributária sofre no Brasil.

As taxas e contribuições são naturalmente destinadas a certas despesas;


os impostos, embora sejam relacionados ao princípio da não vinculação,
também são destinados a diversas despesas, por ordem da própria
Constituição, como se depreende das exceções vistas acima.

Nesse sentido, há um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que


reforça essa necessidade de aplicação das receitas vinculadas nas
despesas para as quais foram atribuídas. Vejamos a lei seca:

Art. 8º, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade


específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua
vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Portanto, a partir dessa determinação da LRF, nem mesmo a arrecadação


que “sobrar” em determinado exercício está livre, se sua origem estiver
ligada a alguma vinculação legal.

Pois bem, diante desse quadro de alta vinculação dos recursos, para
“desamarrar” um pouco as receitas tributárias de suas aplicações
obrigatórias, instituiu-se, desde 1994, um mecanismo de desvinculação,
por meio de emenda à Constituição.

A chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU) libera 20% dos


impostos e contribuições vinculados, para livre aplicação pelos

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administradores públicos. O objetivo desse mecanismo é evitar situações


nas quais certos setores da ação governamental tenham recursos
abundantes, enquanto outros passam por penúria.

24. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2013) Sobre os princípios orçamentários, é


correto afirmar que o princípio

(A) da exclusividade representou o fim às chamadas caudas orçamentárias


que serviam para nomeações, promoções e abertura de créditos adicionais
suplementares.

(B) da unidade determina que receitas e despesas devem aparecer no


orçamento de maneira discriminada, no mínimo, por elementos de despesa.

(C) do orçamento bruto determina que deve existir somente uma Lei
Orçamentária Anual, sendo proibida a existência de orçamentos paralelos.

(D) da não-afetação das receitas veda vinculação da receita de impostos a


órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pel a Constituição Federal
de 1988.

(E) da universalidade determina que a lei orçamentária deve ser divulgada


por mecanismos oficiais de comunicação e de divulgação para garantir amplo
conhecimento público.

Na questão acima, temos o seguinte:

A: os créditos suplementares não estão contemplados nas “caudas


orçamentárias”, visto que são exceções admitidas pela própria CF/88 ao princípio
da exclusividade.

B: o enunciado diz respeito ao princípio da discriminação.

C: o enunciado trata do princípio da unidade.

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D: a CF/88 estabelece tanto o princípio da não afetação quanto as respectivas


exceções.

E: trata-se do princípio da publicidade.

Gabarito: D.

25. (VUNESP/ADMINISTRADOR/MPE-ES/2013) O princípio que postula o


recolhimento de todos os recursos a um único caixa do Tes ouro (conta
única), sem discriminação quanto à sua destinação e vedando a apropriação
de receitas de impostos a despesas específicas, salvo as exceções
constitucionais, é denominado

a) Publicidade.

b) Clareza.

c) Uniformidade.

d) Não-afetação da receita.

e) Legalidade da tributação.

O enunciado da questão é bastante estranho, parecendo misturar mais de um


princípio. O recolhimento dos recursos a uma única conta diz respeito ao princípio
(financeiro, não orçamentário) da unidade de caixa; a ausência de
destinação/apropriação de receitas de impostos a despesas específicas relaciona-
se com o princípio da não afetação da receita, que é o foco da questão. Vale a
pena destacar como antecedente da banca! Gabarito: D.

26. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2014) De acordo com a Constituição Federal, é


vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas, entre outras, a destinação de recursos para

a) a amortização e encargos da dívida pública, e a manutenção e


desenvolvimento do ensino.

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b) as ações e serviços de assistência social, e as ações e serviços públicos


de saúde.

c) as ações e serviços de segurança pública, e o pagamento de servidores


ativos e inativos.

d) a amortização e encargos da dívida pública, e as ações e serviços públicos


de saúde.

e) as ações e serviços públicos de saúde, e a manutenção e desenvolvimento


do ensino.

A questão faz referência ao dispositivo consti tucional que trata do princípio da


não vinculação da receita (art. 167, inciso IV e § 4º).

As áreas de segurança, assistência social, encargos da dívida e pagamento de


servidores não estão entre as exceções permitidas à vinculação da receita de
impostos. Apenas as ações e serviços públicos de saúde e a manutenção e
desenvolvimento do ensino, entre as opções da questão, encaixam-se nessa
excepcionalidade.

Gabarito: E.

27. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a


finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto
de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer
o ingresso.

A questão apenas reproduziu o dispositivo da LRF que reforça a vinculação legal


das receitas. Questão CERTA.

28. (FUNCAB/CONTADOR/IF-RR/2013) O Princípio da Não Afetação das Receitas


postula o recolhimento de todos os recursos a um caixa único do Tesouro
Nacional, sem discriminação quanto à sua destinação e o mesmo princípio
veda a apropriação de algumas receitas a despesas específicas, salvo
exceções constitucionais. A única opção que evidencia a receita que NÃO

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pode ser vinculada à despesa específica conforme o Princípio da Não


Afetação das Receitas é de:

a) dividendos recebidos.

b) contribuições

c) impostos

d) serviços.

e) operações de créditos

O princípio da não afetação foi positivado na Constituição apenas em relação aos


impostos, e, mesmo assim, admitindo diversas exceções. Assim, as outras
espécies tributárias existentes no Brasil não observam esse princípio. Gabarito:
C.

Especificação/Especialização/Discriminação

“O orçamento deve ser detalhado”.

Historicamente, nos países em que o orçamento foi primeiramente adotado como


peça institucional, observou-se a exigência, feita pelos parlamentos, de
discriminação das receitas e despesas por parte do Executivo. Os
controladores desejavam saber de onde sairiam os recursos arrecadados e a sua
aplicação. Assim, o fato de as receitas e despesas serem publicadas de forma
detalhada também favorecia a tarefa de controle do orçamento.

Esse mandamento perdurou na evolução da peça orçamentária, e


institucionalizou-se no Brasil sob a forma legal. Na Lei 4.320/64, encontram-se
os seguintes trechos:

Art. 5º. A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender
indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
parágrafo único.

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por


elementos.

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O que se buscou na Lei 4.320/64 foi algo parecido com a exigência inicial, nos
países em que se originou o orçamento público, quanto à discriminação das
receitas e despesas.

Para a Lei, também era necessário disponibilizar informações detalhadas, na LOA,


deixando evidente qual fim teriam os recursos públicos, e para evitar que as
decisões sobre a aplicação da arrecadação ficassem concentradas nas mãos
dos gestores, fora das vistas do controle externo.

Entretanto, o que se percebeu, com o passar do tempo, e com a maior


complexidade do orçamento, foi a necessidade de um “meio termo” quanto ao
princípio da especificação.

Por um lado, um orçamento excessivamente detalhado pode se tornar uma peça


sem correspondência com a realidade, já que as circunstâncias no momento
da execução do orçamento podem fugir aos pequenos detalhes fixados na LOA.

Ao mesmo tempo, a edição de um orçamento totalmente genérico, com dotações


globais, significa a renúncia, pelo Parlamento, de seu papel de controlador ,
o que também desrespeitaria vários princípios constitucionais e não seria benéfico
de maneira alguma para o bem-estar coletivo.

Bem, agora que já delineamos o princípio da discriminação, vamos falar das


exceções/flexibilizações.

A doutrina reconhece alguns exemplos de exceção ao princípio da discriminação,


ou seja, situações em que o orçamento transparece uma “face genérica”, sem
detalhamento.

Originalmente, a Lei 4.320/64 determinou que “Na Lei de Orçamento a


discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos”, como vimos agora
há pouco. Isso estava conforme o princípio da discriminação; o detalhamento da
despesa em elementos tornava a LOA bastante minuciosa.

Porém, essa classificação detalhista foi flexibilizada há pouco tempo. Segundo a


Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001, que atualizou a classificação pela
natureza da despesa, a LOA não precisa mais trazer a despesa em nível de
elemento.

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Ao invés disso, a alocação de recursos aos diferentes elementos de despesa pode


ficar a cargo das unidades executoras do orçamento, posteriormente à
aprovação da Lei.

Assim, podem-se verificar atualmente dotações destinadas ao mesmo tempo à


aquisição de materiais de consumo, pagamento de serviços de terceiros,
indenizações, pagamentos de diárias a servidores etc. (todas seriam
consideradas “despesas de custeio”, ou, na classificação atual, “outras despesas
correntes”).

Outra exceção refere-se à reserva de contingência, que constitui uma dotação


genérica, sem aplicação definida, a partir da qual o poder público pode atender a
“passivos contingentes”, como pagamentos devidos a execuções judiciais, ou
executar novas dotações, por meio de créditos adicionais.

Além disso, como sinaliza a redação do art. 5º da Lei 4.320/64, o art. 20 e seu
parágrafo único, da mesma lei, trazem mais uma exceção ao princípio da
discriminação:

Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os


projetos de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não
possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa
poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de
Capital.

Trata-se dos “programas especiais de trabalho” (PET’s), grandes


investimentos públicos que, por sua complexidade e abrangência, não podem ter
toda sua composição de despesas explicitada de antemão. Assim, eles são
autorizados a partir de dotações globais, genéricas, e a correspondente
discriminação das despesas se dá durante a própria execução.

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29. (UFMT/ADMINISTRADOR/DETRAN-MT/2015) O princípio orçamentário da


_______________ estabelece que as receitas e as despesas devem constar
no orçamento de forma clara, demonstrando a origem e a aplicação dos
recursos. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.

a) discriminação.

b) unidade.

c) reserva legal.

d) universalidade.

A indicação da origem e da aplicação dos recursos de forma bastante explicitada


no orçamento, facilitando o trabalho dos responsáveis pelo controle e outros
interessados, evidencia a adoção do princípio da discriminação. Gabarito: A.

30. (FCC/ANALISTA/TRT-19/2014) O princípio orçamentário da especificação,


também denominado discriminação ou especialização, veda a consignação
na Lei Orçamentária Anual - LOA de dotações globais destinadas a atender
indiferentemente as despesas com pessoal, transferências ou quaisquer
outras. Alguns tipos de dotação de despesa, todavia, podem ser previstos
de forma global, como é o caso da destinada a

a) licitações.

b) convênios.

c) encargos sociais.

d) reserva de contingência.

e) aposentadoria.

Atualmente, apenas a reserva de contingência é admitida como dotação global


no orçamento, como previsto no art. 91 do Decreto-Lei 200/1967.

Mesmo assim, deve-se lembrar que a reserva de contingência não pode ser
executada diretamente como despesa. Primeiro, deve ser anulada em favor de
outras dotações, por meio da abertura de créditos adicionais.

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Gabarito: D.

31. (FCC/ANALISTA/TRE-SE/2015) Na elaboração do orçamento público da


União, que inclui o TRE/SE, foram adotadas as seguintes medidas:

I. Não houve consignação de dotação global destinada a atender


indiferentemente a despesa de pessoal.

II. Somente constou matéria relacionada à previsão de receita e fixação de


despesa.

III. Do orçamento constaram todas as receitas e despesas.

Essas medidas correspondem, respectivamente, ao atendimento aos


princípios orçamentários da

a) exclusividade, orçamento bruto e universalidade.

b) especificação, exclusividade e universalidade.

c) exclusividade, especificação e anualidade.

d) especificação, exclusividade e anualidade.

e) especificação, anualidade e universalidade.

I: a ausência de dotações globais, ou seja, o detalhamento das despesas


autorizadas no orçamento, atende ao princípio da discriminação ou especificação
(art. 5º da Lei 4.320/1964).

II: a circunscrição da lei orçamentária às matérias relacionadas à previsão de


receita e fixação de despesa diz respeito ao princípio da exclusividade (art. 165,
§ 8º, da Constituição).

III: o fato de todas as receitas e despesas constarem da lei orçamentária


representa o cumprimento do princípio da universalidade (arts. 3º e 4º da Lei
4.320/1964).

Gabarito: B.

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32. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios orçamentários,


é correto afirmar que

(A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de racionalidade.

(B) as fundações públicas, desde que independentes do erário ce ntral, não


precisam integrar o orçamento.

(C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa


pública.

(D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de


orçamento.

(E) a autorização para abertura de créditos suplement ares excepciona, na


lei orçamentária, o princípio da exclusividade.

Nessa questão, temos o seguinte:

- a letra A pretendeu se referir ao princípio do orçamento bruto (não existe


princípio orçamentário da racionalidade), mas, mesmo que trocássemos
“racionalidade” por “orçamento bruto”, a alternativa estaria errada, já que não é
admitida a contabilização de receitas e despesas pelo valor líquido;

- na letra B, há erro em dizer que as fundações não precisam integrar o


orçamento, que, pelo princípio da universalidade, deve abranger todas as receitas
e despesas públicas;

- a letra C está errada, porque as dotações globais não atendem ao princípio da


especificação (e não especificidade – outro erro), constituindo exceções a esse
princípio;

- a letra D contraria o teor do princípio da não vinculação;

- a letra E está CERTA, por se referir corretamente a uma das exceções do


princípio da exclusividade.

Gabarito: E.

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Clareza

“O orçamento deve ser de fácil compreensão”.

Segundo o princípio da clareza, o orçamento deveria ser apresentado numa


linguagem acessível a todos que precisassem ou se interessassem em
acompanhá-lo.

Entretanto, considerando a atual complexidade inerente ao orçamento, que


agrega informações financeiras, legais, administrativas, contábeis e de
planejamento, sem falar num pano de fundo político, é difícil trazer à realidade o
cumprimento desse princípio.

Uma sugestão do prof. Giacomoni é a elaboração de peças comentadas sobre


a programação orçamentária, a partir de anexos da LOA. Dessa forma, se o
orçamento em si não pode ter sua linguagem simplificada, pela natural
necessidade de codificação, pelo menos se disponibilizaria uma forma paralela de
se compreender a complexidade de seu conteúdo.

Isso foi adotado na esfera federal a partir da elaboração do orçamento de


2011: além da proposta “técnica” de orçamento, foi editada uma cartilha
especial, chamada “Orçamento Federal ao Alcance de Todos”, que busca
expor, de forma mais amigável, como deve se dar a aplicação de recursos
federais nas diferentes áreas do governo. Essa publicação está no link
abaixo, vale visitar:

http://www.orcamentofederal.gov.br/educacao-
orcamentaria/ofat/Revista_OFAT_2014_WEB.pdf

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33. (FCC/ANALISTA/TRE-PE/2011) Sobre princípios orçamentários, é correto


afirmar:

(A) O princípio da não-afetação permite a vinculação de receita a órgão,


fundo ou despesa, desde que a vinculação se enquadre nas hipóteses ressalvadas
pelo art. 167 da Constituição Federal de 1988.

(B) O princípio da universalidade, previsto no art. 6º da Lei nº 4.320/64,


dispõe que todas as receitas e despesas constem do Orçamento pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções.

(C) O princípio da exclusividade, inserto no art. 165, § 8º, da Constituição


Federal de 1988, estabelece que a lei orçamentária anual não contenha
dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa, não admitindo
qualquer exceção a essa regra.

(D) O princípio da especificação permite que o Orçamento contenha dotações


globais destinadas a atender diversas despesas de natureza diferente.

(E) O princípio da clareza estabelece que a lei orçamentária anual deva


evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo.

Vejamos as alternativas:

A: novamente, lembramos que a CF/88 instituiu o princípio da não afetação e as


correspondentes exceções.

B: trata-se do princípio do orçamento bruto.

C: como vimos, há exceções ao princípio da exclusividade (autorização para


abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de crédito).

D: o princípio da especificação veda a prática descrita.

E: o princípio da clareza remete à inteligibilidade e fácil entendimento do


orçamento pelos usuários da informação.

Gabarito: A.

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Equilíbrio

“As receitas e despesas devem equilibrar-se entre si”.

Uma forma simples de entender o princípio do equilíbrio é considerar que deve


haver compatibilidade entre receita e despesa, de forma que as contas
públicas não sejam afetadas por déficits.

Entretanto, aprofundando mais o raciocínio sobre o tema, registram-se duas


formas de encarar esse princípio.

Em primeiro lugar, o equilíbrio formal do orçamento é observado quando a lei


orçamentária prevê receitas e fixa despesas em montantes iguais. Antes, sob a
vigência da Constituição de 1967, o equilíbrio formal do orçamento chegou a ser
firmado num dispositivo dessa Carta:

Art. 66 – O montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não


poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período.

Atualmente, a Constituição não traz determinação semelhante, mas o costume


perdura: as leis orçamentárias anuais fazem a previsão da receita e a fixação da
despesa em valores iguais. Assim, sob o aspecto formal, o princípio do equilíbrio
zela principalmente pela publicação de um orçamento equilibrado.

Porém, na prática, o que se verifica hoje é que os recursos próprios do governo


não são suficientes para cobrir suas despesas. O equilíbrio formal do orçamento
é garantido pela contratação de operações de crédito – dinheiro emprestado.
Na LOA, os valores das operações de crédito são considerados receita, conforme
o mandamento insculpido na Lei 4.320/64 (Art. 3º A Lei de Orçamentos
compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei).

Pelo exposto, o fato de um orçamento ser publicado de forma equil ibrada não
implica o equilíbrio das contas públicas. É com essa preocupação que se fala
em equilíbrio real, ou equilíbrio material. Essa, inclusive, foi uma das principais
bandeiras tratadas na famosa Lei de Responsabilidade Fiscal.

Assim, sob essa ótica, busca-se evitar o crescimento desordenado das despesas,
sem lastro para cobri-las. Da mesma forma, deve-se evitar o comprometimento
das receitas a ponto de não sobrarem recursos para amortizar a dívida pública.

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Conclui-se, desse modo, que o “equilíbrio material” está mais ligado à execução
equilibrada do orçamento do que à sua publicação com montantes iguais de
receita e despesa.

Para garantir o equilíbrio material, o governo pode lançar mão de diversos


expedientes: manutenção de metas de superávit, enxugamento de despesas de
custeio, abertura de créditos adicionais apenas com recursos já arrecadados etc.

34. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) A ocorrência de déficits na execução


orçamentária não implica desrespeito ao princípio do equilíbrio, com base no
qual se deve elaborar a lei orçamentária, podendo ser eles incorporados nas
chamadas operações de crédito e no refinanciamento da dívida pública.

Questão CERTA: considerando que as operações de crédito previstas na LOA são


consideradas como receitas pela legislação, o déficit entre receitas não
financeiras e despesas não financeiras não representa desrespeito ao princípio do
equilíbrio. Este se encontra garantido pelas operações financeiras destacadas no
enunciado.

35. (VUNESP/CONTADOR/UNESP/2010) O princípio orçamentário da(o)


________________ estabelece que o montante da despesa autorizada em
cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas
estimadas para o mesmo período. Havendo reestimativa de receitas com
base no excesso de arrecadação e na observação da tendência do exercício,
pode ocorrer a abertura de crédito adicional. Nesse caso, para fins de
atualização da previsão, devem ser considerados apenas os valores
utilizados para a abertura de crédito adicional. Assinale a alternativa que
preenche corretamente a lacuna.

(A) equilíbrio

(B) universalidade

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(C) legalidade

(D) publicidade

(E) transparência

Os procedimentos listados pelo enunciado, que reforçam a necessidade de


compatibilidade entre os valores de receitas e de despesas, traduzem os esforços
relativos ao princípio do equilíbrio. Gabarito: A.

36. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Em relação ao princípio orçamentário do


equilíbrio, é correto afirmar que

(A) estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se dessa
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação
de operações de crédito, ainda que por Antecipação da Receita Orçamentária −
ARO, nos termos da lei.

(B) estabelece que o total da despesa autorizada em cada exercício


financeiro não deve ultrapassar o total das receitas orçamentárias previstas para
o mesmo período.

(C) estabelece que o resultado da execução orçamentária em cada exercício


financeiro não deve apresentar déficit orçamentário.

(D) preconiza o registro das receitas e despesas na Lei Orçamentária Anual


− LOA pelo valor total e bruto, permitindo somente as deduções constitucionais.

(E) dispõe que as despesas autorizadas no exercício financeiro somente


serão empenhadas quando houver recursos financeiros para seu pagamento.

Podemos afastar de imediato as alternativas A (exclusividade) e D (orçamento


bruto – ainda assim, com erro, visto que não há “deduções constitucionais”).
Adicionalmente, o princípio do equilíbrio, em seu sentido formal, fixa como limite
para as despesas a previsão de receita do exercício. Gabarito: B.

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37. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da unidade estabelece


que o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o
período.

Questão ERRADA. O conceito tratado é do princípio do equilíbrio, não da unidade.

38. (FUNCAB/GESTOR/SEPLAG-MG/2014) O princípio do equilíbrio estabelece


que:

a) o orçamento deverá ser claro e compreensível para qualquer cidadão

b) para cada exercício financeiro deverá haver somente um único orçamento.

c) o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o


período.

d) a lei orçamentária deverá conter somente matéria de natureza


orçamentária.

Consoante a vertente formal do princípio do equilíbrio, a despesa não deve


superar a receita prevista para o exercício financeiro. Apesar de esse aspecto
ainda ser respeitado nos orçamentos dos entes públicos, a Lei de
Responsabilidade Fiscal institucionalizou novos instrumentos de finanças públicas
com vistas à manutenção do equilíbrio fiscal, que vão além da comparação
aritmética entre receitas e despesas. Gabarito: C.

Publicidade

“O orçamento deve ser amplamente divulgado”.

A relevância que o orçamento assume na vida da sociedade torna necessário o


conhecimento amplo do conteúdo da LOA pelas pessoas, já que naquele
instrumento serão notadas as políticas públicas e prioridades escolhidas pelo
governo.

Entretanto, aparece novamente a discussão relativa à clareza do orçamento:


como assegurar, simultaneamente, o entendimento da peça orçamentária pelo
cidadão comum e a necessária complexidade do instrumento, tendo em vista a

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multiplicidade de informações que o integram? Esse é um desafio ainda a se


superar.

Não obstante, atualmente, ao menos em termos de divulgação, o princípio da


publicidade é concretizado, sobretudo pela disponibil ização das leis
orçamentárias em sites governamentais, além dos veículos oficiais.

A partir desse aspecto, é possível perceber a relação do princípio da publicidade


também com o princípio da legalidade. Para vigorar, uma lei deve ser publicada
em veículos oficiais de comunicação (tipicamente, Diário Oficial) – e a lei
orçamentária não é exceção a essa regra.

39. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) O orçamento precisa ser publicado no Diário


Oficial da União correspondente a cada esfera para produzir efeitos. No caso
dos municípios que não tenham diário oficial, o orçamento pode ser
publicado em jornal local.

Questão CERTA. Quanto “maior” o ente público, maior o alcance que deve ser
dado à publicidade de seus atos, incluindo a aprovação do respectivo orçamento.

40. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da publicidade


prescreve que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de
veículos oficiais de comunicação, para o conhecimento público e para a
eficácia de sua validade.

Na questão acima, apresenta-se, além da correta conceituação do princípio da


publicidade, a sua relação com a legalidade. Questão também CERTA.

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Outros princípios

Alguns doutrinadores listam outros princípios menos admitidos no âmbito da


comunidade orçamentária. Entretanto, como algumas vezes as provas dão
ouvidos a essas manifestações, vamos falar rapidamente dos seguintes:

• princípio da exatidão: as estimativas de receita e de despesa devem ser


tão exatas quanto possível, de forma a garantir ao orçamento público
confiabilidade suficiente para que possa ser empregado como instrumento
de programação, gerência e controle;

• princípio da programação: o orçamento deve organizar-se conforme


“programas de trabalho”, que representam o agrupamento das despesas
em termos de ações governamentais destinadas ao alcance de
determinados objetivos e metas;

• princípio da proibição de estorno: conforme o art. 167, inciso VI, da


CF/88, estão vedados a transposição, o remanejamento ou a transferência
de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão
para outro, sem prévia autorização legislativa. Daremos mais atenção a
esse dispositivo quando estudarmos as “vedações orçamentárias”, na aula
sobre Orçamento na Constituição;

• princípio da uniformidade: o orçamento público deve conservar, ao


longo dos exercícios financeiros, uma estrutura uniforme, que permita a
comparação das diversas edições e a análise de cunho gerencial das
receitas e despesas.

41. (VUNESP/ADMINISTRADOR/MPE-ES/2013) O princípio orçamentário da


programação preceitua

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a) a necessidade de estruturar o orçamento pelos chamados programas de


trabalho, que consistem em instrumentos de organização da ação
governamental, visando à concretização dos objetivos definidos.

b) a prescrição legal de subordinação da administração pública aos preceitos


constitucionais.

c) a vedação das autorizações globais, ou seja, a classificação e designação


dos itens que devem constar do orçamento, de forma a apresentar o
planejamento de forma mais analítica possível.

d) que a lei orçamentária não conterá matéria estranha à previsão da receita


e à fixação da despesa.

e) que em cada exercício financeiro, o montante da despesa não deveria


ultrapassar a receita prevista para o período.

Como visto, o princípio da programação preza pela adoção de programas de


trabalho como forma de organizar as despesas públicas em direção ao alcance de
objetivos planejados. Gabarito: A.

42. (VUNESP/ANALISTA/DCTA/2013) O princípio da uniformidade, que decorre


do aspecto formal do orçamento, é também chamado de princípio da:

a) consistência.

b) legalidade.

c) universalidade.

d) programação.

e) exclusividade.

Além de abordar um princípio pouco reconhecido pela doutrina, a questão exigiu


ainda o reconhecimento de um sinônimo. Não obstante, por exclusão, seria
possível aproximar o significado de “uniformidade” de “consistência”, resposta
adotada pela banca. Gabarito: A.

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Muito bem, caro aluno, nossa aula demonstrativa fica por aqui. Espero que o
conteúdo apresentado tenha sido suficiente para demonstrar nossa abordagem
durante o curso.

Aguardo você na Aula 01. Surgindo algum questionamento, ou necessidade de


explicação mais aprofundada, podemos nos falar por meio do fórum de dúvidas.

Forte abraço, até a próxima!

GRACIANO ROCHA

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RESUMO DA AULA
1. O orçamento público tem natureza de ato administrativo, pelo que é
considerado uma lei em sentido formal.

2. O princípio da unidade/totalidade preza a agregação das receitas e despesas


do Estado numa só peça, favorecendo a atividade de controle.

3. O princípio orçamentário da universalidade estabelece que todas as re ceitas


e despesas devem constar da lei orçamentária, garantindo-se uma visão
geral sobre as finanças públicas e evitando-se a realização de operações
orçamentárias sem conhecimento do Poder Legislativo.

4. O princípio do orçamento bruto é complementar ao da universalidade, e


determina que as receitas e despesas devem aparecer no orçamento sem
qualquer dedução.

5. Segundo o princípio da anualidade/periodicidade, o orçamento deve ser


elaborado e autorizado para um período definido, normalmente de um ano.

6. A própria Constituição expressa o princípio da exclusividade, em seu art.


165, § 8º (A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa). Também a Constituição traz as
exceções a esse princípio: a autorização para abertura de créditos
suplementares e a autorização para a realização de operações de crédito
(inclusive ARO).

7. O princípio da não-afetação refere-se à impossibilidade de vinculação da


receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, com as exceções trazidas
pela norma constitucional.

8. As receitas vinculadas deverão atender sempre à execução do objeto de sua


vinculação, ainda que em exercício posterior ao de sua arrecadação.

9. O princípio da discriminação preza pelo detalhamento, até onde for possível,


das receitas e despesas, para verificação, pelos órgãos de controle, da
origem e da aplicação dos recursos públicos.

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10. Conforme o princípio orçamentário da clareza, o orçamento deve ser


apresentado numa linguagem acessível a todos que precisem ou se
interessem em acompanhá-lo.

11. O princípio do equilíbrio abrange as vertentes formal e material. Na vertente


formal, o orçamento deve ser aprovado com receitas e despesas em igual
montante. Na vertente material, a execução orçamentária deve garantir o
equilíbrio das contas públicas.

12. Pelo princípio da publicidade, o orçamento deve ser levado ao conhecimento


do público, por meio de instrumentos oficiais de comunicação ou de outras
formas, garantindo-se também sua eficácia.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA


1. (VUNESP/CONTADOR/PREF. S. J. DOS CAMPOS/2012) O plano de governo
disposto na forma da lei, no qual se estima a receita a arrecadar e fixa -se a
despesa para o exercício financeiro subsequente, é o Orçamento

(A) Variável.

(B) Público.

(C) Empresarial.

(D) Estático.

(E) de Capital.

2. (AOCP/AUDITOR/TCE-PA/2012) Dentre os conceitos apresentados nas


alternativas a seguir, assinale a alternativa que apresenta corretamente o
conceito de Orçamento Público.

a) Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe


do Poder Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite
contingenciamentos ao longo do ano.

b) Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado


ano fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para
contingenciamento ao longo do ano.

c) Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado


ano fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite
contingenciamento ao longo do ano.

d) Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe


do Poder Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão
para contingenciamentos ao longo do ano.

e) Corresponde às ações do Estado durante um dado ano fiscal, não tendo


caráter autorizador de receitas e despesas, mas permite contingenciamento
ao longo do ano.

3. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) Expressão físico-financeira do


planejamento governamental, o orçamento público será entendido,
sobretudo, como um instrumento que expressa, anualmente, o conjunto de

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ações visando alcançar maiores níveis de eficiência e eficácia da ação do


governo.

4. (IBFC/ANALISTA/TRE-AM/2014) Princípio Orçamentário, o qual cabe ao


Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. Trata -se
do Princípio:

a) Da Transparência.

b) Da Publicidade.

c) Da Competência.

d) Da Legalidade.

5. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Para ser considerada um princípio


orçamentário, a norma precisa obrigatoriamente estar incluída na
Constituição Federal ou na legislação infraconstitucional.

6. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2014) Sob a justificativa de dar maior


transparência aos gastos públicos, o Poder Executivo de dete rminado Estado
elaborou e encaminhou à Assembleia Legislativa dois projetos de Lei
Orçamentária Anual para o exercício de 2015. Um projeto de Lei
Orçamentária destinado somente ao Poder Executivo e o outro projeto
somente para o Poder Legislativo. Considerando as regras norteadoras para
elaboração do orçamento, NÃO foi atendido o princípio orçamentário

a) do orçamento bruto.

b) da independência orçamentária.

c) do equilíbrio.

d) da competência orçamentária.

e) da unidade.

7. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2013) Ao assumir o cargo de prefeito, o Sr. José


Silva não conseguia compreender por que o orçamento da Fundação de
Amparo à Criança e ao Adolescente, fundação instituída e mantida pelo poder
público municipal, deveria estar contido na Lei Orçamentária Anual do
Município. O princípio orçamentário que deve ser utilizado para justificar a

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inclusão do orçamento da fundação na Lei Orçamentário Anual do Município


éo

(A) da unidade.

(B) da anualidade.

(C) da exclusividade.

(D) do orçamento bruto.

(E) da não-vinculação das receitas de impostos.

8. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) De acordo com o princípio da unidade, o


ente governamental deve dispor de apenas um orçamento, que inclua todas
as receitas estimadas e despesas fixadas pelo Estado.

9. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a


lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra
ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o
orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social.

10. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2014) Sobre os princípios orçamentários, é correto


afirmar:

a) O princípio da unidade refere-se à contemplação na lei orçamentária anual


de todas as receitas e despesas de todos os poderes e órgãos, entidades,
fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público.

b) O princípio da exclusividade refere-se à vedação da vinculação da receita


de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo as exceções previstas.

c) Não conter dispositivo estranho à previsão da receita e fixação da despesa


refere-se ao cumprimento do princípio da exclusividade.

d) O princípio da legalidade refere-se à delimitação do exercício financeiro


orçamentário, que de acordo com a Lei no 4.320/1964 coincidirá com o ano
civil.

e) O princípio da universalidade refere-se à integração da Lei Orçamentária


Anual (LOA) em um único documento legal dentro de cada esfera federativa.

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11. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Os princípios orçamentários visam


estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e
transparência aos processos de elaboração, execução e controle do
orçamento público. Nestas condições, o princípio orçamentário, o qual
estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA de cada ente federado
deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos,
entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público é
denominado de

(A) exclusividade.

(B) legalidade.

(C) anualidade.

(D) universalidade.

(E) totalidade.

12. (FCC/TÉCNICO/TRT-04/2015) De acordo com o princípio orçamentário da


universalidade, a Lei Orçamentária Anual deve conter todas as receitas e
despesas do Estado, não alcançando, contudo, as

a) receitas provenientes de operações de crédito.

b) despesas e receitas operacionais das empresas estatais.

c) despesas dos poderes judiciário e legislativo.

d) despesas correntes.

e) despesas decorrentes de projetos inseridos no Plano Plurianual.

13. (VUNESP/CONTADOR/IAMSPE-SP/2012) A Constituição Federal determina a


inclusão de todas as rendas e despesas dos Poderes, fundos, órgãos,
entidades da administração direta e indireta, etc., no orçamento anual geral.
Referida determinação constitucional traduz o princípio orçamentário da

(A) não vinculação.

(B) universalidade.

(C) anualidade.

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(D) transparência.

(E) legalidade.

14. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio do orçamento bruto tem


seu cerne no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que estat ui que as receitas e
despesas constarão da lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.

15. (FGV/TÉCNICO/AL-MT/2013) Determinado poder executivo recém-eleito


decidiu incluir no projeto de lei do orçamento anual as receitas pelos valores
líquidos já descontados os repasses obrigatórios para outros órgãos, bem
como excluir desse projeto de lei o orçamento de suas entidades da
administração indireta e do poder legislativo por entender que estes dispõem
de receita própria e autonomia orçamentária para gerir suas despesas. Essa
medida desrespeita aos princípios orçamentários

a) do equilíbrio e da anualidade.

b) da exclusividade e da totalidade.

c) do orçamento bruto e da unidade.

d) da legalidade e da não vinculação da receita.

e) da autonomia e da racionalidade.

16. (FUNCAB/AGENTE/FUNASG/2015) O princípio orçamentário em que o


orçamento público deve ser elaborado e autorizado para um período
determinado, geralmente de um ano, denomina-se:

a) da exclusividade.

b) periodicidade.

c) orçamento bruto.

d) universalidade.

e) da especialização.

17. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio da anualidade estabelece


que o orçamento deve ter vigência de um ano, que não necessariamente
precisa coincidir com o ano civil.

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18. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) O princípio da anualidade orçamentária


fundamenta-se em critérios puramente técnicos, relativos às questões
operacionais de apuração contábil da receita e da despesa, não estando
relacionado, portanto, com o controle político do Poder Executivo.

19. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Determinado ente público, considerando o


excesso de arrecadação da receita patrimonial obtido no exercício financeiro
de 2012, no seu projeto de Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2013
propõe a criação de 20 cargos de analistas de notícias para a secretaria de
publicidade, e a concessão aos demais servidores públicos reajuste salarial
de 10% a partir de primeiro de janeiro de 2013. Este projeto NÃO atende ao
princípio orçamentário da

(A) moralidade.

(B) anualidade.

(C) exclusividade.

(D) não vinculação da receita.

(E) impessoalidade.

20. (FCC/ADMINISTRADOR/DPE-SP/2015) No projeto da Lei Orçamentária


Anual, para o exercício de 2015, de determinada entidade do setor público,
o art. 8° autoriza o Poder Executivo, quando houver excesso de arrecadação,
a concessão de reajustes aos servidores, para vigorar em abril de 2016. A
autorização contida nesse artigo NÃO atende ao princípio orçamentário da

a) anualidade ou periodicidade.

b) universalidade.

c) não vinculação de receita.

d) exclusividade.

e) moralidade.

21. (FUNCAB/TÉCNICO/MPE-RO/2012) Pode-se considerar como uma EXCEÇÃO


ao Princípio Orçamentário da Exclusividade:

a) a destinação de recursos para Fundos Especiais.

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b) a autorização para contratação de operação de crédito por antecipação de


receita.

c) a criação de dotação de recursos para reserva de contingências.

d) o pagamento de restos a pagar e de despesas de exercícios anteriores.

e) o orçamento de investimento em empresas nas quais o ente é sócio


majoritário.

22. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) A inclusão de dispositivo estranho à


previsão da receita e à fixação da despesa na lei orçamentária anual fere o
princípio da universalidade.

23. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) A existência do orçamento fiscal, da


seguridade social e de investimento das empresas contraria o princípio
orçamentário da exclusividade.

24. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2013) Sobre os princípios orçamentários, é


correto afirmar que o princípio

(A) da exclusividade representou o fim às chamadas caudas orçamentárias


que serviam para nomeações, promoções e abertura de créditos adicionais
suplementares.

(B) da unidade determina que receitas e despesas devem aparecer no


orçamento de maneira discriminada, no mínimo, por elementos de despesa.

(C) do orçamento bruto determina que deve existir somente uma Lei
Orçamentária Anual, sendo proibida a existência de orçamentos paralelos.

(D) da não-afetação das receitas veda vinculação da receita de impostos a


órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela Constituição
Federal de 1988.

(E) da universalidade determina que a lei orçamentária deve ser divulgada


por mecanismos oficiais de comunicação e de divulgação para garantir amplo
conhecimento público.

25. (VUNESP/ADMINISTRADOR/MPE-ES/2013) O princípio que postula o


recolhimento de todos os recursos a um único caixa do Tesouro (conta
única), sem discriminação quanto à sua destinação e vedando a apropriação

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de receitas de impostos a despesas específicas, salvo as exceções


constitucionais, é denominado

a) Publicidade.

b) Clareza.

c) Uniformidade.

d) Não-afetação da receita.

e) Legalidade da tributação.

26. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2014) De acordo com a Constituição Federal, é


vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas, entre outras, a destinação de recursos para

a) a amortização e encargos da dívida pública, e a manutenção e


desenvolvimento do ensino.

b) as ações e serviços de assistência social, e as ações e serviços públicos


de saúde.

c) as ações e serviços de segurança pública, e o pagamento de servidores


ativos e inativos.

d) a amortização e encargos da dívida pública, e as ações e serviços públicos


de saúde.

e) as ações e serviços públicos de saúde, e a manutenção e desenvolvimento


do ensino.

27. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a


finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto
de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer
o ingresso.

28. (FUNCAB/CONTADOR/IF-RR/2013) O Princípio da Não Afetação das Receitas


postula o recolhimento de todos os recursos a um caixa único do Tesouro
Nacional, sem discriminação quanto à sua destinação e o mesmo princípio
veda a apropriação de algumas receitas a despesas específicas, salvo
exceções constitucionais. A única opção que evidencia a receita que NÃO

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pode ser vinculada à despesa específica conforme o Princípio da Não


Afetação das Receitas é de:

a) dividendos recebidos.

b) contribuições

c) impostos

d) serviços.

e) operações de créditos

29. (UFMT/ADMINISTRADOR/DETRAN-MT/2015) O princípio orçamentário da


_______________ estabelece que as receitas e as despesas devem constar
no orçamento de forma clara, demonstrando a origem e a aplicação dos
recursos. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.

a) discriminação.

b) unidade.

c) reserva legal.

d) universalidade.

30. (FCC/ANALISTA/TRT-19/2014) O princípio orçamentário da especificação,


também denominado discriminação ou especialização, veda a consignação
na Lei Orçamentária Anual - LOA de dotações globais destinadas a atender
indiferentemente as despesas com pessoal, transferências ou quaisquer
outras. Alguns tipos de dotação de despesa, todavia, podem ser previstos
de forma global, como é o caso da destinada a

a) licitações.

b) convênios.

c) encargos sociais.

d) reserva de contingência.

e) aposentadoria.

31. (FCC/ANALISTA/TRE-SE/2015) Na elaboração do orçamento público da


União, que inclui o TRE/SE, foram adotadas as seguintes medidas:

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I. Não houve consignação de dotação global destinada a atender


indiferentemente a despesa de pessoal.

II. Somente constou matéria relacionada à previsão de receita e fixação de


despesa.

III. Do orçamento constaram todas as receitas e despesas.

Essas medidas correspondem, respectivamente, ao atendimento aos


princípios orçamentários da

a) exclusividade, orçamento bruto e universalidade.

b) especificação, exclusividade e universalidade.

c) exclusividade, especificação e anualidade.

d) especificação, exclusividade e anualidade.

e) especificação, anualidade e universalidade.

32. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios orçamentários,


é correto afirmar que

(A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de racionalidade.

(B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não


precisam integrar o orçamento.

(C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa


pública.

(D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de


orçamento.

(E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na


lei orçamentária, o princípio da exclusividade.

33. (FCC/ANALISTA/TRE-PE/2011) Sobre princípios orçamentários, é correto


afirmar:

(A) O princípio da não-afetação permite a vinculação de receita a órgão,


fundo ou despesa, desde que a vinculação se enquadre nas hipóteses
ressalvadas pelo art. 167 da Constituição Federal de 1988.

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(B) O princípio da universalidade, previsto no art. 6º da Lei nº 4.320/64,


dispõe que todas as receitas e despesas constem do Orçamento pelos seus
totais, vedadas quaisquer deduções.

(C) O princípio da exclusividade, inserto no art. 165, § 8º, da Constituição


Federal de 1988, estabelece que a lei orçamentária anual não contenha
dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa, não
admitindo qualquer exceção a essa regra.

(D) O princípio da especificação permite que o Orçamento contenha dotações


globais destinadas a atender diversas despesas de natureza diferente.

(E) O princípio da clareza estabelece que a lei orçamentária anual deva


evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do
Governo.

34. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) A ocorrência de déficits na execução


orçamentária não implica desrespeito ao princípio do equilíbrio, com base no
qual se deve elaborar a lei orçamentária, podendo ser eles incorporados nas
chamadas operações de crédito e no refinanciamento da dívida pública.

35. (VUNESP/CONTADOR/UNESP/2010) O princípio orçamentário da(o)


________________ estabelece que o montante da despesa autorizada em
cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas
estimadas para o mesmo período. Havendo reestimativa de receitas com
base no excesso de arrecadação e na observação da tendência do exercício,
pode ocorrer a abertura de crédito adicional. Nesse caso, para fins de
atualização da previsão, devem ser considerados apenas os valores
utilizados para a abertura de crédito adicional. Assinale a alternativa que
preenche corretamente a lacuna.

(A) equilíbrio

(B) universalidade

(C) legalidade

(D) publicidade

(E) transparência

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36. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Em relação ao princípio orçamentário do


equilíbrio, é correto afirmar que

(A) estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se dessa
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a
contratação de operações de crédito, ainda que por Antecipação da Receita
Orçamentária − ARO, nos termos da lei.

(B) estabelece que o total da despesa autorizada em cada exercício


financeiro não deve ultrapassar o total das receitas orçamentárias previstas
para o mesmo período.

(C) estabelece que o resultado da execução orçamentária em cada exercício


financeiro não deve apresentar déficit orçamentário.

(D) preconiza o registro das receitas e despesas na Lei Orçamentária Anual


− LOA pelo valor total e bruto, permitindo somente as deduções
constitucionais.

(E) dispõe que as despesas autorizadas no exercício financeiro somente


serão empenhadas quando houver recursos financeiros para seu pagamento.

37. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da unidade estabelece


que o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o
período.

38. (FUNCAB/GESTOR/SEPLAG-MG/2014) O princípio do equilíbrio estabelece


que:

a) o orçamento deverá ser claro e compreensível para qualquer cidadão

b) para cada exercício financeiro deverá haver somente um único orçamento.

c) o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o


período.

d) a lei orçamentária deverá conter somente matéria de natureza


orçamentária.

39. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) O orçamento precisa ser publicado no Diário


Oficial da União correspondente a cada esfera para produzir efeitos. No caso

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dos municípios que não tenham diário oficial, o orçamento pode ser
publicado em jornal local.

40. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da publicidade


prescreve que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de
veículos oficiais de comunicação, para o conhecimento público e para a
eficácia de sua validade.

41. (VUNESP/ADMINISTRADOR/MPE-ES/2013) O princípio orçamentário da


programação preceitua

a) a necessidade de estruturar o orçamento pelos chamados programas de


trabalho, que consistem em instrumentos de organização da ação
governamental, visando à concretização dos objetivos definidos.

b) a prescrição legal de subordinação da administração pública aos preceitos


constitucionais.

c) a vedação das autorizações globais, ou seja, a classificação e designação


dos itens que devem constar do orçamento, de forma a apresentar o
planejamento de forma mais analítica possível.

d) que a lei orçamentária não conterá matéria estranha à previsão da receita


e à fixação da despesa.

e) que em cada exercício financeiro, o montante da despesa não deveria


ultrapassar a receita prevista para o período.

42. (VUNESP/ANALISTA/DCTA/2013) O princípio da uniformidade, que decorre


do aspecto formal do orçamento, é também chamado de princípio da:

a) consistência.

b) legalidade.

c) universalidade.

d) programação.

e) exclusividade.

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QUESTÕES ADICIONAIS
43. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) O princípio da legalidade, um dos primeiros a
serem incorporados e aceitos nas finanças públicas, dispõe que o orçamento
será, necessariamente, objeto de uma lei, resultante de um processo
legislativo completo, isto é, um projeto preparado e submetido, pelo Poder
Executivo, ao Poder Legislativo, para apreciação e posterior devolução ao
Poder Executivo, para sanção e publicação.

44. (FCC/TÉCNICO/TRT-GO/2013) A elaboração do Orçamento Público deve


basear-se em alguns princípios que o tornam mais transparente, facilitando
seu controle e avaliação. Dentre os princípios orçamentários, inclui-se o
princípio

(A) da universalidade, segundo o qual o orçamento deve ser aplicável a todos


os órgãos da Administração direta e indireta, indistintamente.

(B) da periodicidade, segundo o qual o orçamento deve ser reelaborado,


periodicamente, a cada término de mandato eletivo.

(C) da anualidade, segundo o qual a fixação de despesas deve ser alterada


anualmente.

(D) do equilíbrio, segundo o qual deve haver certa equidade orçamentária


entre os Estados da Federação.

(E) da unidade, segundo o qual cada ente federado deve ter apenas um
orçamento.

45. (VUNESP/CONTADOR/TJ-SP/2013) A Lei do Orçamento conterá a


discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os
princípios de

a) universalidade, tempestividade e coerência.

b) sucessão, competência e responsabilidade fiscal.

c) competência, anuidade e essência.

d) unidade, universalidade e anualidade.

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e) retroatividade, homogeneidade e individualidade.

46. (FUNCAB/ANALISTA/MPE-RO/2012) É correto afirmar que a autorização para


abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito,
ainda que por antecipação de receita:

a) é uma exceção permitida ao que determina o Princípio do Equilíbrio.

b) decorre da aplicação do Princípio da Universalidade.

c) decorre da aplicação do Princípio da Clareza.

d) é uma exceção permitida no Princípio da Exclusividade.

e) decorre da aplicação do Princípio da Publicidade.

47. (FCC/ANALISTA/PGE-BA/2013) O exercício financeiro, período de tempo ao


qual a previsão das receitas e a fixação das despesas aprovadas na Lei
Orçamentária Anual irão se referir, atende ao princípio orçamentário da

(A) unidade.

(B) transparência.

(C) universalidade.

(D) temporalidade.

(E) anualidade.

48. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O fato de a lei orçamentária anual


brasileira ser decomposta em três orçamentos (fiscal, da seguridade social
e de investimentos) implica que ela não atende ao princípio da
universalidade orçamentária previsto na Lei nº 4.320/1964 e na Constituição
Federal/1988.

49. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2007) De acordo com o princípio orçamentário da


universalidade,

(A) todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, para


fins de controle pelo Poder Legislativo.

(B) a lei orçamentária anual não pode conter dispositivos estranhos à


previsão da receita e à fixação da despesa.

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(C) as receitas e despesas devem constar do orçamento pelos seus valores


brutos, vedadas quaisquer deduções.

(D) deve haver apenas uma única lei orçamentária anual para cada esfera
do Governo.

(E) a receita de impostos não pode estar vinculada a órgãos, fundos ou


despesas, ressalvados os casos previstos na Constituição.

50. (VUNESP/CONTADOR/UNESP/2010) O princípio orçamentário da(o)


________________ leva em consideração que a lei orçamentária deverá
conter todas as receitas e despesas, possibilitando, assim, o controle
parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios administrados pelo ente
público. Tal princípio, baseia-se ainda na regra do orçamento bruto. Assinale
a alternativa que preenche corretamente a lacuna.

(A) integridade

(B) equilíbrio

(C) igualdade

(D) universalidade

(E) legalidade

51. (FCC/ANALISTA/MPE-PE/2012) Em relação aos princípios orçamentários, é


correto afirmar:

(A) De acordo com o princípio da clareza, o orçamento deve conter todas as


receitas e todas as despesas referentes aos três poderes do ente público
federativo.

(B) O princípio da exclusividade dispõe que o conteúdo orçamentário deve


ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação, para
conhecimento público e para a eficácia de sua validade.

(C) O princípio da não afetação de receitas é obedecido quando, na peça


orçamentária, o montante da despesa orçamentária fixada não exceder a
receita prevista para o período.

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(D) O princípio do orçamento bruto afirma que é vedada a vinculação de


receita de impostos a órgãos, fundos ou despesas, ressalvadas as exceções
previstas na Constituição.

(E) A proibição de consignação de dotações globais na Lei do Orçamento,


destinadas a atender despesas de diversas naturezas sem discriminá-las,
está em consonância com o que estatui o princípio da especificação.

52. (FUNCAB/PERITO/PC-AC/2015) Os princípios orçamentários são premissas a


serem observadas na concepção da proposta orçamentária. A Constituição
Federal de 1988 veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, embora enumere também um grande número de ressalvas que
acabam vinculando boa parte dos recursos orçamentários. Estas ressalvas
enfraquecem um determinado princípio orçamentário. Por sua vez, existe
um princípio orçamentário que surgiu com o objetivo de impedir que a Lei
de Orçamento, em razão de sua natural celeridade de tramitação no
legislativo, fosse utilizada como meio de aprovação de matérias outras que
não estavam relacionadas com o orçamento ou questões financeiras. Essas
definições referem-se, respectivamente, aos princípios orçamentários:

a) unidade – universalidade.

b) equidade – especialização.

c) desvinculação plena – legalidade.

d) não afetação de receitas – exclusividade.

e) equilíbrio – universalidade.

53. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) O princípio da anualidade não implica que o


orçamento coincida com o ano civil.

54. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Ao assumir o cargo de prefeito do Município


X, o Sr. Antônio realizou uma análise minuciosa da Lei Orçamentária e de
seus respectivos anexos. Ele ficou com dúvida sobre o porquê de o valor
fixado para a despesa com a construção de uma nova escola não
correspondia àquele apresentado no Plano Plurianual. Considerando que
para o quadriênio só foi prevista a construção de uma escola, o fato pode
ser justificado pelo princípio orçamentário da

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(A) exclusividade.

(B) unidade.

(C) universalidade.

(D) anualidade.

(E) especificação.

55. (CESPE/INSPETOR/TCE-RN/2009) A autorização para um órgão público


realizar licitações não pode ser incluída na lei orçamentária anual em
observância ao princípio da exclusividade.

56. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) A Lei Orçamentária não conterá dispositivo


estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização
para abertura de créditos especiais e para contratação de operação de
crédito.

57. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2013) A Lei Orçamentária Anual NÃO poderá


conter dispositivo sobre reformas administrativas porque fere o princípio
orçamentário

(A) da exclusividade.

(B) do orçamento bruto.

(C) da universalidade.

(D) da especialização.

(E) da não vinculação da receita.

58. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) Caso determinado estado da Federação


apresente, como garantia ao pagamento de dívida que possui com a União,
5% da receita própria do IPVA, nessa situação, a afetação da receita não
representa violação ao princípio da não vinculação de receitas tributárias.

59. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) O princípio orçamentário que estabelece que


a Lei do Orçamento não consigne dotações globais destinadas a atender
indiferentemente as despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras é denominado Princípio da

(A) Não afetação das Receitas.

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(B) Anualidade.

(C) Clareza.

(D) Exclusividade.

(E) Especificação.

60. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) O princípio orçamentário que determina que as


despesas e receitas devam aparecer de forma detalhada no orçamento, para
que se possa conhecer, pormenorizadamente, as origens e aplicações dos
recursos levantados junto à sociedade é o princípio:

(A) do equilíbrio.

(B) da clareza.

(C) da discriminação.

(D) da não afetação.

(E) da unidade orçamentária.

61. (FUNCAB/TÉCNICO/ANS/2013) Os princípios orçamentários são regras


fixadas em legislação, ou formas utilizadas e aceitas historicamente, com
vistas a dar estabilidade, consistência e transparência às ações públicas.
Identifique, nas alternativas disponibilizadas abaixo, o princípio que
estabelece que cada ente da federação deva possuir apenas um orçamento.

a) Universalidade.

b) Exclusividade.

c) Anualidade.

d) Equilíbrio.

e) Unidade.

62. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2010) O princípio orçamentário que define que


nenhuma parcela da receita de impostos poderá ser posta em reserva para
cobrir certos e específicos dispêndios, salvo as exceções previstas em lei, é
denominado Princípio da Reserva Legal.

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63. (FCC/PROCURADOR/TCE-MA/2005) No caso do Município e sob o princípio


orçamentário da não afetação de receita, os impostos não devem se vincular
a órgão, fundo ou despesa, exceto quando sua aplicação financie

(A) exclusivamente a Educação e a Saúde.

(B) a Educação; a Saúde; as garantias às operações de crédito por


antecipação da receita (ARO) e o pagamento de débitos junto à União.

(C) a Educação e os programas de assistência à criança e ao adolescente.

(D) as garantias a empréstimos realizados pelo Governo Federal.

(E) os programas de renda mínima.

64. (FCC/ANALISTA/TRT-MT/2007) Considere as afirmações abaixo.

I. Todas as receitas e as despesas constarão na Lei Orçamentária pelos seus


totais, vedadas quaisquer deduções.

II. A Lei Orçamentária não conterá qualquer dispositivo estranho à


estimativa da receita e à fixação da despesa, exceto as ressalvas previstas
na Constituição.

III. A Lei Orçamentária não consignará dotações globais destinadas a


atender indiferentemente despesas de pessoal, material, serviços de
terceiros, transferências ou quaisquer outras.

IV. A Lei Orçamentária não poderá vincular a receita de impostos a órgão,


fundo ou despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição.

V. A Lei Orçamentária compreenderá todas as receitas, inclusive das


operações de crédito e todas as despesas próprias dos órgãos do Governo.

O princípio orçamentário da exclusividade está descrito APENAS em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) IV.

(E) V.

65. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) As dotações globais atendem ao princípio da


especificidade da despesa pública.

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Noções de Orçamento Público para Técnico Administrativo do TST
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66. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) Todas as receitas e despesas serão


discriminadas na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.

67. (FUNCAB/CONTADOR/IDAF-ES/2010) A vedação imposta pela Constituição


Federal em vigor com relação à vinculação da receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, corresponde ao Princípio Orçamentário da:

a) Unidade.

b) Universalidade.

c) Equilíbrio.

d) Não afetação da receita.

e) Especificação.

68. (CESPE/ANALISTA/STJ/2008) O princípio do equilíbrio orçamentário é o


parâmetro para a elaboração da LOA, o qual prescreve que os valores fixados
para a realização das despesas deverão ser compatíveis com os valores
previstos para a arrecadação das receitas. Contudo, durante a execução
orçamentária, poderá haver frustração da arrecadação, tornando-se
necessário limitar as despesas para adequá-las aos recursos arrecadados.

69. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) O art. 5º da Lei 4.320/64, ao determinar que


a Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender
indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no art. 20 e seu
parágrafo único, incorpora às suas disposições o princípio orçamentário da

(A) exclusividade.

(B) unidade.

(C) universalidade.

(D) anualidade.

(E) especificação.

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GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B C C D E E A C C C

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

D B B C C B E E C D

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

B E E D D E C C A D

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

B E A C A B E C C C

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

A A C E D D E E A D

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

E D E D C E A C E C

61 62 63 64 65 66 67 68 69

E E B B E C D C E

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