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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA

ALUNO 1

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL:


Planejamento na Gestão Pública

Goiânia
2018
JOANNE MARCUS CANEDO DA COSTA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL:


Planejamento na Gestão Pública

Trabalho apresentado ao Curso Superior de Tecnologia


em Gestão Pública da Universidade Norte do Paraná -
UNOPAR, para a disciplina Atividades Interdisciplinares.

Professores: Andreia Moreira da Fonseca Boechat, Maria


Angela Santini, Eduardo de Faria Nogueira, Cláudia
Cardoso Moreira Napoli.

Goiânia
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO................................................................................................6
2.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.....................................................................6
2.2 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS FEDERATIVOS................................................7
2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA...................................8
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................9
REFERÊNCIAS...........................................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho terá como temática a saúde pública e possui como


objetivo avaliar a aplicabilidade da teleassistência, como uma prática considerada
inovadora para o acesso a serviços de saúde de média e alta complexidade na rede
pública. Será apresentado parecer sobre a viabilidade, ou não, da implantação da
teleassistência no município de Goiânia, capital do estado de Goiás.
Objetiva-se, assim, refletir e analisar o papel do gestor na definição
de políticas públicas e ações que visem o desenvolvimento econômico através da
inovação na prática das organizações públicas. Os dados aqui apresentados serão
coletados por meio de pesquisa em sites, livros, legislação aplicável e artigos.
O art. 196 da Constituição da República Federativa do Brasil de
1988 (CF) preceitua que a saúde é direito de todos e dever do Estado, direito este
que deve ser assegurado através de políticas sociais e econômicas que “visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 2012, p.
86).
A importância deste estudo se dá pelo fato de a saúde ser um dos
direitos sociais elencados pela CF. Além disso, a saúde constitui uma das três
dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.
Desenvolvido pelo economista paquistanês Mahbud Ul Haq, o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é utilizado pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento.
Para a obtenção do IDH, no critério educação, considera-se a taxa
de alfabetização e a taxa de matrícula; no critério longevidade considera-se a
expectativa de vida ao nascer; e no critério renda considera-se o PIB per capita
medido em dólares. O IDH é classificado dentro de uma graduação de 0 a 1, sendo
0 correspondente a nenhum desenvolvimento humano e 1, desenvolvimento
humano total.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o município de Goiânia possuía em 2017 população estimada de 1.466.105
pessoas e PIB per capita R$32.594,32 em 2015. Em 2010, seu Índice de
desenvolvimento humano municipal (IDHM) era de 0,799. Relatório do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) aponta que Goiânia o 45º lugar
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no ranking de cidades brasileiras e situa-se na faixa de desenvolvimento humano


classificada como alta.
Conforme dados do IBGE, em 2015 o salário médio mensal do
goianiense era de 3.3 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em
relação à população total era de 46.7%. Na comparação com os outros municípios
do estado, o município de Goiânia “ocupava as posições 10 de 246 e 4 de 246,
respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição
130 de 5570 e 94 de 5570, respectivamente”.
Conforme notícia veiculada pelo jornal O Hoje no dia 21 de
novembro de 2017, Goiânia registrou a menor taxa de desempregados entre as
capitais brasileiras, com o índice de 6,8%, o correspondente a 57 mil pessoas a
procura de emprego, no trimestre de julho a setembro de 2017.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

De acordo com Carrara e Ventura (2012), “saúde e desenvolvimento


estão intimamente ligados, uma vez que o processo de desenvolvimento envolve a
consolidação do direito à saúde”. Observa-se que o Índice de Desenvolvimento
Econômico (IDH) foi criado com o objetivo de oferecer um contraponto ao Produto
Interno Bruto (PIB), que é um indicador que considera apenas a dimensão
econômica do desenvolvimento.
Conforme dados do IBGE, havia em Goiânia 327 estabelecimentos
de Saúde SUS no ano de 2009. A taxa de mortalidade infantil média na cidade era
de 10.85 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias eram de 0.6
para cada 1.000 habitantes. Importante apontar que a cidade de Goiânia
apresentava 76.1% de domicílios com esgotamento sanitário adequado.
Conforme dados disponíveis no site da Secretaria de Saúde do
Município de Goiânia, tal secretaria conta com 7 Distritos Sanitários; 9 CAIS; 4
CIAMS; 2 UPAs; 22 Centros de Saúde; 62 Centros de Saúde da Família; 21
Unidades de Atendimento à Saúde Mental; 4 Centros de Especialidades
Odontológicas.
Para Chenery (1981, apud SOUZA, 2012, p. 6), o desenvolvimento
econômico é considerado um conjunto de transformações que ocorrem na estrutura
de uma economia e são necessárias ao seu crescimento. Para Cardoso,
desenvolvimento econômico é um conceito qualitativo, pautado em questões e
indicadores de bem-estar social, quais sejam: expectativa de vida e nutrição; índice
de Gini; índice de desenvolvimento humano (IDH).
A saúde integra o indicador expectativa de vida e nutrição,
juntamente com educação, moradia e alimentação de boa qualidade. Além disso, o
IDH é medido levando-se em consideração a expectativa de vida ao nascer, que
está diretamente relacionada com o acesso a serviços de saúde. Além da
expectativa de vida ao nascer, o IDH leva em conta também o PIB per capita e a
educação.
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2.2 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS FEDERATIVOS

Surgida nos Estados Unidos como um sistema de atendimento


emergencial, a teleassistência consiste em prestar assistência à distância, com uso
de tecnologias de telecomunicações. De acordo com Alkmim (2006), no Brasil, as
atividades de telemedicina desenvolvidas englobam ações voltadas para a
teleassistência e tele-educação. O foco seria a atenção primária, buscando melhorar
o acesso ao atendimento especializado e qualidade do atendimento à população.
O planejamento da gestão orçamentária é importante para a
efetivação da rede de teleassistência, pois para que uma despesa seja efetivada, ela
deverá estar fixada em instrumentos de planejamento orçamentário. De acordo com
o princípio da Universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e todas as
despesas do Estado. O planejamento é importante, ainda, para que não haja gastos
desnecessários durante a implantação do sistema de teleassistência.
De acordo com informações do site da Lifelink, empresa pioneira no
mercado brasileiro de monitoramento de emergência pessoal, pesquisa realizada na
década de 80 apontou que o uso da teleassistência gerou uma redução de custo de
$3 bilhões de dólares anualmente à área de saúde americana. A economia gerada e
a capacitação em serviço de profissionais de saúde geram atendimento de
qualidade, potencializando a satisfação no processo de trabalho.
A fim de garantir a adesão dos gestores para a implantação da rede
de teleassistência, devem ser apresentados estudos econômico-financeiros que
comprovem a eficácia do sistema. Além disso, também são importantes debates
públicos a respeito do tema, através dos quais podem ser propostas melhorias e
sanadas dúvidas a respeito dos aspectos técnicos que envolvem o projeto. Deve
haver abertura para que todos sejam ouvidos e possam contribuir.
Importante salientar que tal projeto deve se enquadrar na lei nº
12.401/2011, que trata da assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia em
saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
O sucesso e o alcance dos objetivos da teleassistência dependem
da sensibilização dos gestores, do treinamento e oficinas de capacitação dos
profissionais envolvidos no projeto, da gestão do processo de mudança e do
investimento em tecnologia de ponta.
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2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

De acordo com Alkmim (2006), estudos apontam que os dois


principais motivos para a alta rotatividade de profissionais de saúde em regiões
remotas são a impossibilidade de se atualizar profissionalmente e a sensação de
isolamento. A telessaúde é uma forma de mudar esse cenário, pois possibilita aos
profissionais que atuam nessas regiões aprimorarem seus conhecimentos e fornece
suporte especializado a esses profissionais, trazendo mais segurança às atividades
clínicas rotineiras, diminuindo assim o número de encaminhamentos para outras
regiões.
A solução encontrada pelo governo de Minas Gerais para a alta
rotatividade dos profissionais da área médica e do fluxo das informações entre áreas
centrais e interioranas do estado foi a implantação de uma rede colaborativa que
presta suporte assistencial e educacional a profissionais de saúde remotos.
Esse suporte é prestado por meio de tecnologias de informação e
comunicação. Exames são enviados pela internet para análise/opinião de
especialistas e são analisados/respondidos em poucos minutos. Teleconsultorias são
respondidas em até 12 horas por especialistas de plantão.
A rede colaborativa é composta por seis universidades públicas do
estado de Minas Gerais (as federais de Minas Gerais, de Uberlândia, de Juiz de
Fora, do Triângulo Mineiro, de São João Del Rei e a estadual de Montes Claros),
coordenada pelo Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas de Minas Gerais.
Do ponto de vista econômico, a viabilidade da implantação do
sistema encontrou respaldo em resultados de pesquisas realizadas em 86
municípios. Essas pesquisas resultaram no desenvolvimento de um modelo de
avaliação da sustentabilidade econômica da telessaúde. Concluiu-se, a partir daí,
que a telessaúde é economicamente viável, uma vez que reduz consideravelmente
os gastos públicos de saúde.
Os sistemas de telessaúde tem elevado custo fixo, sendo alto o
número mínimo de atividades para viabilizá-los, atualmente situando-se em torno de
4 mil atividades/mês. No estado de Minas Gerais, o número de atendimento está
atualmente em torno de 35 mil, comprovando sua viabilidade. Assim, a economia
gerada pode ser revertida em investimentos em outras áreas da saúde também
carentes.
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A implantação do sistema de informação envolvendo a área da


saúde encontra alguns limites na sua execução, dentre os quais podemos
destacar o elevado custo, a pouca oferta de tecnologia especializada, a
morosidade no processo legislativo, a aceitação da tecnologia por parte das
pessoas envolvidas.
Os principais desafios da telessaúde são: conseguir o apoio dos
gestores, reduzir a rotatividade dos profissionais, diminuir o receio de
exposição da dúvida pelos profissionais usuários, dentre outros.
Apesar das limitações e desafios enfrentados, os benefícios
econômicos e sociais se sobrepõem a todas as dificuldades uma vez que
torna o acesso à saúde mais universal e igualitário.
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2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No caso de Goiânia, capital do estado de Goiás, a implantação do


sistema de teleassistência seria uma opção extremamente viável, levando-se em
consideração o número de habitantes do município, a quantidade de bairros
periféricos existentes e a necessidade de atendimento especializado.
Atualmente, nos bairros periféricos existe a oferta de atendimento
através dos Profissionais de Saúde da Família – PSF, que prestam atendimento
básico e profilático aos usuários. Caso seja necessário o atendimento por um
especialista, se faz necessário o encaminhamento desse paciente ao profissional
habilitado, gerando necessidade do deslocamento do usuário, aumento nas filas de
espera por agendamentos, elevando os custos e podendo levar ao agravamento do
quadro do paciente em decorrência da demora no atendimento.
As situações supramencionadas podem ser evitadas com a
implantação da teleassistência, gerando agilidade no atendimento ao paciente,
melhor aproveitamento do profissional especialista e uma dinamicidade da equipe
médica envolvida no caso. Assim, os casos poderiam ser resolvidos com maior
agilidade, acarretando maior efetividade no tratamento e redução de seu custo,
diminuindo também os custos com internações e Unidades de Tratamento Intensivo
- UTIs.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil / Marcus Antônio de Oliveira


Fernandes, organização. – 18 ed. – São Paulo: Ridel, 2012. – (Coleção de leis
Rideel. Série Compacta)

BRASIL. Lei nº 12.401/11, de 28 de abril de 2011. Altera a Lei no 8.080, de 19 de


setembro de 1990, para dispor sobre a assistência terapêutica e a incorporação de
tecnologia em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12401.htm>.Acesso
em: 08 maio 2018.

CARDOSO JUNIOR, Leuter Duarte.Disponível em:


<https://www.colaboraread.com.br/aluno/conteudoweb/index/0913835805?
atividadeDisciplinaId=6137088>. Acesso em: 08 maio 2018.

CARRARA, Bruna Sordi; VENTURA, Carla Aparecida Arena. A saúde e o


desenvolvimento humano. Saúde &Transformação. Soc., ISSN 2178-7085, v.3, n.4,
p.89-96, 2012 Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Disponível em:
<http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/14
84/2247> Acesso em: 08 maio 2018.

FARIA, Camila. IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Disponível em:


<https://www.infoescola.com/geografia/idh-indice-de-desenvolvimento-humano/>
Acesso em: 08 maio 2018.

LIMA, Carlos Vital Tavares Corrêa. Saúde e o Índice de Desenvolvimento Humano.


Jornal Medicina, edição nº 264, p. 3, 2017. Disponível em:
<http://www.portal.cfm.org.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=26855:2017-04-17-14-08-15&catid=46>
Acesso em: 08 maio 2018.

MARQUES, Murilo. Caso 1 - Teleassistência em rede para regiões remotas:


melhorando o acesso da população à atenção especializada em saúde. ENAP -
Casoteca de Gestão Pública, 2015. Disponível em:
<http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2184/1/Caso_Inovacoes.pdf> Acesso em:
07 maio 2018.

SOUZA, N. Desenvolvimento Econômico. 6 ed. São Paulo: Atlas. 2012.

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/goiania_go. Acesso em: 08 maio 2018.

https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/por-cidade-estado-estatisticas.html?
t=destaques&c=5208707. Acesso em: 08 maio 2018.
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http://www.saude.goiania.go.gov.br/html/servicos/unidades/unidadesSaude.shtml.
Acesso em: 08 maio 2018.

https://www.lifelink.com.br/teleassistencia/. Acesso em: 09 maio 2018.

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