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CENÁRIOS DE RESPOSTA

Grupo I

1.1. No poema, destacam-se o sujeito poético e a “prima” que representam a cidade e o


campo, respetivamente.

Assim, com base nas suas atitudes e comportamentos, podemos concluir que o campo é
marcado pelo respeito pela natureza (“Fumas? E as fagulhas?/ Apaga o teu cachimbo junto às
eiras”), pela tranquilidade e pela alegria (“Quanto me alegra a calma das debulhas”) e, ainda,
pela energia/trabalho (“enérgica”, “Estas mineiras negras, incansáveis”).

Por sua vez, a cidade surge-nos como sinónimo de ociosidade, de luxo e de desprezo pelo
campo (“E ria-me, eu ocioso, inútil, fraco,/ Eu de jasmim na casa do casaco/ E de óculo deitado
a tiracolo”).

2. O recurso expressivo é a aliteração, uma vez que temos a repetição sucessiva de um som
consonântico (“v”). Esta repetição tem como efeito de sentido transmitir a ideia do verde,
característico do campo, da sua pujança e vitalidade.

3. Inicialmente, entre as duas personagens é usada a forma de tratamento “tu”, conotadora de


proximidade. No final do poema, a forma “senhor” revela distanciamento e formalidade,
consequência da irritação da figura feminina, perante as atitudes “galhofeiras” e ridículas do
sujeito de enunciação, aquando do episódio das formigas.

No seu deambular constante pela cidade, o poeta retrata um espaço de contrastes socias
significativos.

Por um lado, através da sua “luneta de uma lente só”, tomamos conhecimento dos bairros
modernos de largas ruas macadamizadas, das casas apalaçadas dos burgueses (Num Bairro
Moderno), ou dos “hotéis da moda” em O Sentimento dum Ocidental.

Por outro, o seu olhar crítico foca-se, mais demoradamente, nas classes mais desprotegidas,
vindas dos bairros periféricos, “nauseabundos,” para trabalharem na cidade. São exemplo a
vendedeira de hortaliça, “rota e esfarrapada”, mas azafamada, os calceteiros de “cócoras,” os
operários “enfarruscados e secos” que saem dos arsenais, mas também as varinas enérgicas e
corpulentas de canastras à cabeça. Apercebemo-nos ainda de algumas figuras intermédias,
como o criado de Num Bairro Moderno cujas atitudes e prepotência representam todo o
desprezo da cidade pelo campo, ou os lojistas que se “enfadam” às portas.

Em suma, a cidade provoca no poeta “um desejo absurdo de sofrer”, pois sente-se
aprisionado, vendo-a mesmo como sinónimo de decadência e de morte.

Grupo II

1. (D); 2. (B); 3. (A); 4. (D); 5. (C); 6. (B); 7. (A).

8. Francesca Childs.

9. Predicativo do sujeito.

10. Os dois pontos introduzem uma explicação.


Grupo III

Sugestão

Introdução

A cidade, desde sempre, exerceu uma forte atração sobre o ser humano pelas mais variadas
razões.

Desenvolvimento

– Oportunidades profissionais (acesso a melhores empregos, possibilidade de progressão na


carreira, formação mais disponível…).

– Condições de vida atrativas, ao nível da educação (maior variedade de oferta); dos cuidados
de saúde (hospitais, clínicas, centros de saúde); da cultura (museus, exposições, música,
concertos…); da vida noturna, essencialmente para os jovens; facilidade e variedade de
transportes.

– Espaço de contrastes (monumentos históricos/ arquitetura moderna, arrojada; ruas estreitas


e pitorescas, com as suas lojas tradicionais/largas avenidas cosmopolitas; figuras humanas
(diversas, de origens múltiplas …).

– Na cidade há/são:

• o anonimato (“entre a gente”);

• autênticos laboratórios de invenções (científicas, tecnológicas, artísticas…);

• o inusitado, ao virar da esquina (artes de rua, pequenos recantos e jardins…);

• pequenos retalhos do mundo ( pessoas de origens diversas, com as suas peculiaridades,


quais torres de Babel…);

• lugar de encantamento e magia, pela novidade, pelo inesperado. Elas continuarão “acesas” a
“matarem-nos de perfume” (as luzes de Paris, os néons e o frenesim de Nova Iorque).

Conclusão

A diversidade é o seu encanto.

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