Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Globalização e Mudanças
Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, 550, 4º andar – CEP 04571-000 - 55 (11) 99998-6354 – www.kpocs.com.br
-1-
Gestão de Projetos: Globalização e Mudanças
Você já parou para pensar no número de mudanças (culturais, tecnológicas, políticas,
econômicas, etc) que estão ocorrendo em sua volta neste exato momento? De uma maneira
geral, é comum associarmos as mudanças significativas ao resultado de projetos bem sucedidos.
Como consequência, gerenciar projetos de forma eficiente nessa era de grandes mudanças é um
dos grandes desafios do executivo dos tempos modernos.
A humanidade vem planejando e realizando projetos desde o início dos tempos. Todas as
vezes e em todos os lugares em que uma civilização iniciou-se e desenvolveu-se sempre
existiram projetos para gerenciar. Mesmo sem as modernas técnicas, equipamentos e
ferramentas disponíveis atualmente, as pessoas da época conseguiram organizar prazos, custos,
alocação de material e recursos e também avaliar riscos e analisar as melhores alternativas para
a criação, construção e implementação de produtos e serviços. Desta forma, construções foram
erguidas, estradas foram construídas, leis foram escritas e uma infinidade de artefatos foi criada
para agilizar, facilitar e trazer maior conforto, segurança e satisfação às necessidades das
pessoas.
Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, 550, 4º andar – CEP 04571-000 - 55 (11) 99998-6354 – www.kpocs.com.br
-2-
Dentre as medidas que podem ser tomadas para alcançar este objetivo, encontra-se a
prática de gerenciar projetos de uma forma mais profissional e planejada. E para auxiliar os
gerentes nesta prática, uma nova disciplina está em ascensão: a Gestão de Projetos. Para
(KERZNER 2001), com as constantes fusões e aquisições de empresas no atual mundo
globalizado, a gestão de projetos multinacionais será um dos grandes desafios da próxima
década.
Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, 550, 4º andar – CEP 04571-000 - 55 (11) 99998-6354 – www.kpocs.com.br
-3-
A prática de gestão de projetos também ganhou popularidade nas últimas décadas em
razão das transformações significantes no ambiente de trabalho. Algumas dessas transformações
incluem:
• Processos de redução de funcionários e funções (downsizing);
• O crescimento do tamanho e da complexidade dos projetos para elaboração de produtos
e serviços;
• Uma acirrada e feroz competição global;
• O fácil acesso à informações através de uma vasta rede de comunicação (Internet);
• Clientes e consumidores mais sofisticados exigindo alta qualidade em produtos e
serviços;
• O crescimento exponencial da tecnologia;
• Empresas e organizações multinacionais que procuram estabelecer padrões e uniformizar
as práticas de gestão de projetos (PMI®).
Uma prova da efetividade no uso das boas práticas de gestão de projetos é a pesquisa
realizada pelo The Standish Group, publicada no relatório Chaos Report (STANDISH 2003). Nesta
pesquisa foram analisados cerca de 30.000 projetos de aplicações de Tecnologia da Informação
em grandes empresas norte-americanas nos anos de 1994 e 2001, conforme ilustra a tabela a
seguir:
Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, 550, 4º andar – CEP 04571-000 - 55 (11) 99998-6354 – www.kpocs.com.br
-4-
Esta pesquisa aponta um relacionamento direto entre a utilização de técnicas de gestão
de projetos e o progresso observado nas estatísticas apresentadas.
Embora saibamos que a realidade atual ainda não atende às expectativas dos clientes de
maneira satisfatória, podemos observar que houve uma grande evolução no prazo de sete anos.
À proporção que mais empresas despertem para a necessidade de gerenciar seus projetos de
maneira mais efetiva, a tendência deste panorama é evoluir em maiores proporções.
A Gestão de Projetos surgiu como ciência no início da década de sessenta, mas foi a partir
da criação do PMI® (Project Management Institute) em 1969, que a sua disseminação ocorreu
com maior intensidade. O PMI® é uma associação sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é
difundir a gestão de projetos no mundo, de forma a promover ética e profissionalismo no
exercício desta atividade. Em 1987, o PMI® produziu a primeira versão do PMBOK® (Project
Management Body of Knowledge), o qual fornece uma referência básica a nível de
conhecimentos e práticas do gestão de projetos, constituindo-se em um padrão mundial.
Em razão de sua organização modular e estrutura flexível, o modelo PMBOK® pode ser
utilizado em projetos de quaisquer áreas, pois, de acordo com a definição desse guia (PMI 2000):
De acordo com essa definição, entende-se que a função de gestão de projetos pode ser
interpretada como um conjunto de técnicas e práticas padrão, que podem ser aplicadas a vários
tipos de projetos, independente do porte ou do ramo de atividade ao qual o contexto do projeto
possa estar inserido.
Ainda, segundo esse modelo, a execução desses processos deve ser feita considerando
fatores agrupados e classificados de acordo com sua natureza e tipo necessário de controle.
Esses grupos de fatores funcionam como um conjunto de disciplinas que integram as habilidades
e conhecimentos necessários à gestão e que devem ser conhecidas e seguidas pelo gerente de
projetos e recebem o nome de “áreas de conhecimento” do modelo, conforme a classificação a
seguir:
Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, 550, 4º andar – CEP 04571-000 - 55 (11) 99998-6354 – www.kpocs.com.br
-5-
• Integração;
• Escopo;
• Prazo;
• Custo;
• Qualidade;
• Recursos Humanos;
• Comunicações;
• Riscos;
• Aquisição/Contratação.
• Partes Interessadas.
Dentre as técnicas de gestão indicadas pelo PMI® encontram-se desde as práticas mais
conhecidas (tais como cronograma e orçamentação) até as consideradas mais inovadoras (tais
como análise de riscos e gestão de conflitos). Você sabia, por exemplo, que na visão “moderna”
de gestão, um risco pode oferecer uma oportunidade a uma empresa? Ou que um conflito pode
ser considerado benéfico?
Como conseqüência, muitas respostas de contingência para os riscos potenciais não são
devidamente planejadas, fazendo com que os gerentes permaneçam gerenciando por
“improvisos” (tecnicamente conhecidos como workarounds ou o popular “apagar incêndio”).
(VERZUH 2001) afirma que “toda gestão de projeto é uma gestão dos riscos”, alegando ainda que
“a gestão dos riscos é o trabalho principal de uma gestão de projetos”, baseado na visão em que
as técnicas de gestão são também técnicas de prevenção de riscos (algumas reduzem o risco de
atrasos; outras reduzem o risco de estourar o orçamento, etc). Na prática, os gerentes devem
começar a identificar os riscos associados aos projetos desde a sua fase inicial.
Mesmos procedimentos considerados básicos são, por vezes, deixados de lado pelos
gerentes, tal como gerenciar projetos terceirizados sem o conhecimento detalhado de todas as
cláusulas dos contratos que regem os mesmos. Outra carência bastante observada diz respeito à
falta de uma rotina bem definida para o controle das mudanças; é comum alguns gerentes
adotarem uma posição utópica em relação às mudanças, preferindo acreditar que o projeto
“perfeito” é aquele que nunca muda. Na visão moderna, um dos papéis do gerente em relação às
mudanças é agir proativamente sobre as mesmas, garantindo que estas sejam benéficas ao
projeto. Em relação às empresas, muitos procedimentos considerados importantes também não
são por vezes adotados. Dentre estes, podemos citar a falta de alocação do gerente ao projeto
desde a fase de planejamento, bem como a inexistência de um mecanismo formal para delegar
autoridade e responsabilidade ao mesmo (project charter).
Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, 550, 4º andar – CEP 04571-000 - 55 (11) 99998-6354 – www.kpocs.com.br
-6-
Para (ADAMS 1996), o gerente do projeto é aquele que tem melhores condições de ver as
necessidades do projeto aliadas às necessidades estratégicas da empresa (the big picture), e seu
principal papel é o de integrador deste processo. Por isso, ele deve ser alocado o mais cedo
possível ao projeto. Não é raro ocorrerem casos em que os gerentes são alocados aos projetos
“herdando” planos de prazo, escopo e custo que não foram definidos por ele e nem pelos demais
integrantes diretos da equipe do projeto. Outro procedimento útil à gestão de projetos e que por
vezes não é observado diz respeito às empresas manterem uma base de dados constantemente
atualizada sobre as empresas que lhes prestam serviço. Neste caso, a atualização dessa base de
dados deve ser periodicamente enriquecida com as experiências dos gerentes nos projetos
realizados (lessons learned). Hábitos igualmente importantes a serem cultivados são referentes a
manter o cliente mais próximo durante a fase de planejamento e proporcionar um fluxo de
comunicação eficiente entre todos os envolvidos e interessados no projeto (os stakeholders).
Muitas empresas costumam alocar e até promover seus empregados sem proporcionar-
lhes o treinamento necessário para exercer uma determinada função, acreditando que apenas o
seu bom desempenho anterior em uma determinada área de atuação necessariamente irá levar
ao bom desempenho em outra. Este fenômeno é popularmente conhecido como estereotipação
(hallo effect) e vale aqui também citar o “Princípio de Peter”, onde, segundo (PETER 1969), “toda
pessoa é promovida até o limite de sua incompetência”, e é um dos responsáveis pelo fracasso
de profissionais no desempenho da função. Para uma adoção correta das práticas gerenciais
recomendadas pelo PMI® torna-se necessária a utilização de uma premissa bastante conhecida: o
treinamento dos funcionários.
Conclusão
Gerenciar projetos com eficiência constitui-se não apenas em um grande desafio na
atualidade, mas é inclusive um fator critico tanto para o sucesso, como também para a
sobrevivência das empresas e organizações. Nos últimos anos, algumas empresas têm
despertado para a importância de gerenciar seus projetos de maneira mais eficiente e, como
conseqüência, as mesmas têm observado sensíveis melhoras no seu desempenho. Mas esta
ainda não é uma necessidade largamente difundida e, devido a isso, o panorama atual
relacionado ao sucesso dos projetos ainda não se apresenta dentro de uma faixa considerada
satisfatória pelos clientes.
A gestão não deve ser praticada de maneira arbitrária, mas conforme técnicas
reconhecidamente eficientes, onde se destacam as recomendações do PMI®. Contudo, para
colher os benefícios esperados, deve haver a conscientização das empresas em adotar a gestão
de projetos como uma metodologia na qual os seus gerentes devem ser devidamente treinados,
de forma a agregar valor às experiências individuais dos mesmos. A sua implantação deve ser
realizada de forma sistemática, para que os seus princípios possam ser colocados em prática da
maneira mais adequada às necessidades das empresas.
Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, 550, 4º andar – CEP 04571-000 - 55 (11) 99998-6354 – www.kpocs.com.br
-7-
Referência Bibliográfica
• ADAMS, John R., Pinciples of Project Management, Project Management Institute -PMI®.
• GATES, Willian H., III, Business @ the Speed of Thought, New York, NY: Warner Books.
• PETER, Laurence, The Peter Principle, William Morrow and Company, Inc.
• PMI - A Guide to Project Management Body of Knowledge - PMBOK® Guide, 5th. Edition,
Project Management Institute - PMI®.
• PRADO, Darcy, Gerenciando Projetos nas Organizações, Belo Horizonte MG, EDG.
• STALK, George, Jr., HOUL, Thomas M., Competing Against Time: How Time-Based
Competition is Reshaping Global Markets. New York, NY:The Free Press.
• VERZUH, Eric , MBA Compacto em Gestão de Projetos, Rio de Janeiro RJ, Editora Campus.
Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, 550, 4º andar – CEP 04571-000 - 55 (11) 99998-6354 – www.kpocs.com.br
-8-