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A discrete and cosmopolitan minority: the loyalists, the Atlantic world, and

the origins of Judicial Review


~Daniel Hulsebosch~

Após a Revolução Americana (1776), existiram dois tipos de cidadãos americanos,


diferenciados entre si quanto ao seu posicionamento no movimento
revolucionário: os “loyalists” (colonos que apoiaram e eram leais ao Império
Britânico), e os “antiloyalists” (colonos que não apoiaram o Império Britânico e
queriam a independência americana).

Diante dessa realidade, foram surgindo as antiloyalists legislations, que eram


estatutos/normas locais que serviam como uma vingança judicial diante da
minoria dos loyalists, tendo em vista que essa legislação visava estigmatizá-los,
retirar suas propriedades, cobrar impostos mais caros etc.

O autor aduz que a maioria dos casos nas Cortes que diziam respeito à revisão
judicial (judicial review), envolviam loyalists em face de legislação antiloyalist. Em
todos os casos, os juízes haviam decidido que o sentido da Constituição deve ser
intermediado e atribuído pela própria corte judicial (American constitucionalism*).
Ou seja, acreditava-se que as cortes detinham poder para medir a
constitucionalidade das leis.

A grande questão levantada pelo autor é: por que o judicial review emergiu
justamente nessa época? Por que esse instrumento foi tão utilizado?

A resposta possível para essa pergunta é que essa questão interna, qual seja, a falta
de unidade dentro dos EUA, colocava em cheque sua posição perante os outros
impérios e nações. Comprometia, assim, sua segurança e seu comércio.
Portanto, os casos de loyalists v. antiloyalist legislation, - em que houve a imensa
utilização desse instrumento de controle de constitucionalidade -, foram parte de
uma larga estratégia para obter reparação àquela minoria e para resguardar os
estados de interferirem na diplomacia internacional.

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*Conceitos importantes:

 Constitucionalismo Americano (American constitucionalism): O sentido da


Constituição deve ser intermediado e atribuído por uma corte judicial.

 Constitucionalismo Popular (popular constitucionalism): O sentido último


da Constituição deve ser dado pelo povo e não por “pessoas de Direito”.

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