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Sistema de Excitação e Regulação

Digital de Tensão RG3


para geradores síncronos
Características operacionais Equipamento padrão

„ Confiabilidade O RG3 é um sistema de excitação para geradores


„ Elevada disponibilidade síncronos com excitatriz sem escovas (diodos
„ Facilidades da tecnologia digital rotativos) ou de corrente contínua. Dependendo da
„ Regulador de tensão com excelente corrente de campo, ele poderá ser conectado
comportamento dinâmico diretamente às escovas do gerador (excitação
„ Sem manutenção estática). Graças à sua elevada flexibilidade e ao
„ Grande flexibilidade desenho modular, este sistema de excitação é
„ Desenho compacto com poucos componentes adequado para uso em usinas industriais e também
„ Dimensões reduzidas em hidro e termoelétricas de concessionárias de
energia. Suas características o tornam também
especialmente indicado para os casos de
modernização de plantas existentes.

A parte de potência compõe-se de uma ou duas


unidades “chopper” transistorizadas, que alimentam
o campo da excitatriz ou do gerador principal
(através de escovas, neste caso). Na configuração
padrão, a potência necessária para a excitação pode
ser suprida por um gerador auxiliar de ímã
permanente (PMG), por um transformador de
excitação conectado aos terminais do gerador ou
ainda pelos serviços auxiliares da planta, em C.A. ou
C.C. É possível também realizar uma alimentação
redundante da parte de potência, por exemplo,
através dos serviços auxiliares.

A grande versatilidade do equipamento padrão e a


pouca necessidade de espaço para o painel tornam o
RG3 especialmente indicado para modernização de
sistemas de excitação existentes. O projeto do
equipamento sempre leva em consideração as
especificações do cliente.

Projeto mecânico

O sistema de excitação RG3 é geralmente fornecido


num cubículo metálico padronizado, especialmente
desenvolvido para alojar componentes de regulação
e eletrônica de potência. O projeto modular e o
Figura 1: Aspecto interno do cubículo. rápido acesso a todos os componentes facilitam
todas as operações de ajuste e otimização. Numa
execução típica, com redundância no regulador de
tensão, o cubículo tem as seguintes dimensões:
1000 x 800 x 2200 mm (L x P x A). Naturalmente,
as dimensões do equipamento podem variar de caso
para caso, no sentido de adaptar-se às condições de
um projeto específico, especialmente nos casos de
modernização.

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possível também a combinação de diversos
Componentes principais alimentadores para se obter uma alimentação
redundante.
Chopper transistorizado (1) para o canal principal e,
no caso de se ter redundância, um segundo chopper O sistema RG3 é adequado para todos os tipos de
transistorizado (2) para o segundo canal. configuração de geradores síncronos:
Regulador automático de tensão (3), para controle com excitatriz sem escovas (circuitos 1 e 2), com
da tensão nos terminais do gerador e regulador da excitatriz de corrente contínua (circuito 3) ou até
corrente de excitação (4), para o canal manual. mesmo sem excitatriz, ou seja, com excitação
estática (circuito 4).
A energia E requerida para a alimentação do sistema
de excitação pode vir das baterias da planta ou A desexcitação é realizada adicionalmente pela
também dos serviços auxiliares em C.A. Na maioria resistência de descarga de campo integrante do
dos casos, porém, ela é suprida por um gerador equipamento.
piloto de ímã permanente (PMG) (circuito 1) ou por
um transformador de excitação (circuitos 2 a 4). É

E
AUMENTA DIMINUI

AVR
(Canal Automático) S
3 1

ECR
(Canal Manual)
G 4 2
3~
AUMENTA DIMINUI

Trafo Trafo Trafo


de de de
excitação excitação excitação

E E E
G
3~

G G G S
3~ 3~ 3~

S Circuito 4

PMG G S
=

E S Circuito 3

Circuito 1
Circuito 2

Figura 2: Componentes padronizados do RG3 e circuitos de alimentação possíveis.

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„ Limitador da operação subexcitada (limitador de
Modo de operação subexcitação)
„ Limitador de ação lenta para a operação
Reguladores digitais sobreexcitada (limitador de sobreexcitação)
„ Limitador de ação lenta para a corrente do
estator (limitador de corrente estatórica)
Regulador automático de tensão (AVR)

O valor real da tensão terminal do gerador é


comparado com o valor de referência (setpoint)
ajustado pelo operador. O sinal resultante é
comparado com a saída do limitador da corrente de
excitação e conduzido à entrada do regulador
Proporcional-Integral (PI). O regulador PI, com
ganho e constante de tempo ajustáveis, fornece
um sinal de saída que é aplicado como setpoint de
corrente de excitação ao regulador subordinado de
corrente. A saída deste segundo regulador
comanda a geração de pulsos modulados em
freqüência, que ativam os transistores do estágio
de potência associado. A freqüência da modulação
é de 2,5 kHz. A corrente contínua flui através das
fases U e W do circuito de potência
transistorizado.

Regulador automático do fator de potência (cos φ)


ou da potência reativa do gerador

O regulador de cos φ (ou potência reativa)


compara o valor real do fator de potência (ou da
potência reativa) com o valor desejado de cos φ
(ou da potência reativa), ajustado pelo operador.
Em caso de diferenças entre o valor real e o
desejado, o ajustador de referência de tensão é
ajustado automaticamente até que o desvio entre o
valor real e o valor desejado seja zerado. Se o
gerador passar para o modo ilha ou desconectar-se
do sistema (modo a vazio), o regulador de cos φ Figura 3: As unidades transistorizadas (choppers).
(ou potência reativa) desliga-se automaticamente,
voltando a operar o regulador automático de Opções
tensão.
„ Limitador V/Hz (limitador tensão/freqüência ou
de sobrefluxo)
Regulador da corrente de excitação (Canal
„ Monitor de falha em diodos rotativos da
Manual)
excitatriz sem escovas
„ Regulador de fator de potência (cos φ) ou da
Este regulador de característica P recebe um sinal
potência reativa do ponto de conexão com a
de setpoint que é comparado com o valor real da
rede
corrente de campo. O sinal de saída controla,
„ Controle conjunto da potência reativa de vários
então, por modulação em freqüência, o estágio de
geradores
comando dos transistores de potência.

Em geral, o regulador automático de tensão está Modo comissionamento


sempre selecionado, mesmo durante os processos
de partida e parada do gerador. O regulador da corrente de excitação (Canal
A eletrônica de controle e regulação do sistema de Manual) permite o registro das curvas
excitação inclui todos os recursos necessários para características do gerador durante o
a execução das seguintes funções: comissionamento e testes da máquina, bem como
operação do gerador em curto-circuito para ajuste
„ Regulação da tensão do gerador e teste dos relés de proteção. Além disso, se
„ Regulação da corrente de campo (corrente de ocorrerem falhas no regulador automático de
saída da unidade chopper) tensão, o canal manual permite que o gerador
„ Limitador rápido da corrente de campo (“field continue sendo excitado, isto é, ele garante
forcing limiter”) continuidade da operação.

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Follow-up automático O limitador de sobreexcitação assegura que, na
faixa de sobreexcitação, o ponto de operação
sempre se mantenha dentro da seção do diagrama
O valor de setpoint da corrente de campo é limitada pelo trecho PQ. Como resposta a quedas
continuamente atualizado durante a operação do de tensão causadas pela elevação da demanda de
regulador automático de tensão, fator de potência potência reativa, chaveio de disjuntores ou faltas
ou potência reativa, assegurando, desta forma, na rede, o regulador de tensão eleva o nível da
uma rápida e suave comutação automática para excitação no sentido de manter constante a tensão
manual na ocorrência de uma falha. Uma terminal. O limitador de sobreexcitação atua,
comutação automática ocorre quando atuarem então, como uma medida de proteção contra
certos fusíveis ou disjuntores de proteção ou ainda sobrecarga térmica do enrolamento rotórico.
em caso de falhas no regulador automático.
O limitador de sobreexcitação permite, por um
período limitado de tempo, valores de corrente de
excitação entre a máxima corrente de excitação
Limitadores
continuamente admissível no rotor e a corrente de
teto do sistema de excitação, de forma que o
Na operação de um gerador síncrono, é necessário gerador possa sustentar o sistema como resposta
observar as combinações possíveis de potência a quedas de tensão de curta duração.
ativa e reativa, conforme definido em seu diagrama
de capabilidade.
O limitador da máxima corrente de excitação (field
Na figura 4 a seguir, o trecho LMO representa o forcing limiter), em contrapartida, tem a tarefa de
limite para a faixa subexcitada, ou seja, o limite de limitar a corrente de excitação no valor máximo
estabilidade. (corrente de teto), o mais rápido possível.
O trecho OP é o limite definido pela elevação da
temperatura do estator.
O trecho PQ é o limite ditado pela elevação da O limitador da corrente estatórica assegura a
temperatura do rotor. limitação temporizada em pontos do diagrama
definidos pelo trecho NOP. A função principal do
Características similares com fluxo reverso de limitador de corrente estatórica é evitar
potência ativa aplicam-se também para a caso de o sobreaquecimento do enrolamento estatórico, que
gerador operar como motor. pode ser causado por elevada potência reativa
associada a elevada potência ativa. O limitador da
corrente estatórica permite, então, valores altos de
corrente de excitação por períodos limitados de
Potência tempo, de forma que o gerador possa sustentar
ativa
temporariamente o sistema.
O

N P Máxima potência
da turbina
Potência
ativa
O

M
Subexcitado Sobreexcitado

N Máxima potência da turbina


L Q
Potência reativa

Figura 4: Diagrama de capabilidade típico de uma


máquina síncrona operando como gerador.

M
O limitador de subexcitação corrige a potência
reativa elevando a tensão da máquina o quanto for
necessário para assegurar que, no caso de uma Potência reativa
excursão para além do trecho característico LMO,
o ponto de operação do gerador retorne para a L
linha limite, antes que a máquina seja desligada Figura 5: Limitação da mínima excitação.
pelo relé de perda de excitação (Função ANSI 40).
medida em que acelera a subida da corrente de
campo.
Tempo [s]

A corrente de saída da unidade chopper associada


40 ao canal manual é limitada pelo máximo valor do
ajustador de referência (setpoint) deste canal.

30 A corrente de saída do chopper do canal


Limitação de automático é influenciada pelo limite de integração
sobreexcitação
do regulador PI. Esta variável de referência
20 corresponde à tensão que fornece a corrente de
campo requerida.

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Limitação subordinada
da corrente de excitação Corrente de excitação IE
Tensão de excitação UE

1
Corrente de
1,0 1,1 1,2 1,3 1,4
excitação IF
[p.u.]

IEmax
Figura 6: Limitação de sobreexcitação e da máxima
corrente de excitação. 2
IE
IEN

IEO UE
Controle Automático
Tempo [s]

Todas as condições operacionais do sistema de


excitação são supervisionadas e devidamente
sinalizadas.

A rotina de monitoração interna disponibiliza os Figura 7: Comando do chopper transistorizado para


seguintes sinais na forma de contatos livres de fornecer uma alta tensão de saída, a fim de obter
potencial: uma resposta mais rápida da excitação.

„ Falha grave do sistema (TRIP) UE = Tensão de saída do chopper


„ Falha no canal automático com comutação para (corresponde à tensão de excitação)
o canal manual IE = Corrente de saída do chopper
„ Alarme agrupado, gerado por diversos sinais de (corresponde à corrente de excitação)
falha interna que causam bloqueio de uma nova IEO = Corrente de excitação a vazio
partida. IEN = Corrente de excitação nominal
IEmax = Corrente de teto
Adicionalmente, os seguintes sinais de estado 1 = Corrente de saída sem o limitador de
operacional estão também disponíveis para corrente de teto
indicação externa: 2 = Corrente de saída sem a sobretensão
temporária
„ Excitação está ligada
„ Excitação está desligada
„ Canal Automático selecionado
„ Canal Manual selecionado
„ Regulador de Cos φ (ou de MVAr) está
selecionado
„ Limitadores estão atuando

Sobreexcitação e limitador da máxima


corrente de excitação

Quando comandado para a sua máxima saída, a


unidade chopper fornece uma tensão bem maior do
que aquela necessária, aplicando no campo da
excitatriz a sua corrente de teto. Esta sobretensão
temporária no enrolamento de campo encurta
consideravelmente o tempo requerido para a
recuperação da tensão terminal do gerador, na

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Circuito de potência Desexcitação

O circuito de potência é composto de choppers É necessária a desexcitação do gerador síncrono


transistorizados, que fornecem a corrente de em processos de parada programada ou quando
excitação necessária a partir de um circuito atua alguma proteção do gerador ou transformador
intermediário de tensão contínua (link DC). da unidade. Com isso, é feito o bloqueio do
A tensão de excitação necessária é ajustada chopper transistorizado. A energia magnética
através da variação da relação pulso/pausa; a acumulada no enrolamento de campo é forçada a
resistência do circuito de campo faz, então, a retornar ao link DC através de diodos no estágio
corrente de campo variar correspondentemente. A transistorizado. Isto assegura uma desexcitação
corrente de excitação é medida no estágio de saída muito rápida do gerador.
do chopper e aplicada como valor real ao regulador
subordinado da corrente de excitação.

Controle do chopper

P
Entrada
L1
L2
L3

Retificador Alisamento Ajustador (chopper)

Saída

Figura 8: Circuito de potência transistorizado.

+ + + + + + + + +
+ 220 V

- 220 V
_ _ _ _ _ _ _ _ _
Positivo Zero Negativo

Figura 9: Tensão de saída do chopper como função dos pulsos de comando.


Relação pulso/pausa variável.
Freqüência de chaveio: cerca de 2,5 kHz.
Tensões de saída excessivamente elevadas são evitadas por meio de varistores conectados em paralelo.

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Ferramentas de Software Valores reais podem ser monitorados on line e os
parâmetros, alterados facilmente selecionando-os
na lista de parâmetros. Para facilitar ainda mais a
A ferramenta de Software amigável Drive Monitor, parametrização, é possível escolher entre a lista
fornecida com o sistema de excitação, permite um completa de parâmetros, listas pré-definidas ou
comissionamento muito fácil do RG3. Por meio de ainda definidas pelo usuário, com apenas os
uma interface serial, o regulador conecta-se a um parâmetros associados a determinadas funções
PC para ser configurado de forma bastante (p.ex. entrada e saída, limitadores, etc.).
simples.
A qualquer momento é possível ler e transferir do
Configuração amigável regulador para o PC o conjunto atual de
parâmetros, facilitando, assim, a documentação do
O software Drive Monitor para Windows® permite sistema.
a completa parametrização do equipamento.

Figura 10: O software Drive Monitor para comissionamento e diagnósticos é extremamente amigável.

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Função TRACE A função de oscilografia TRACE possui as
seguintes características:
A função TRACE é um aplicativo para oscilografias
„ Monitoração de até 8 sinais analógicos.
incluído no Drive Monitor que permite a
„ Monitoração de 16 sinais digitais por sinal
visualização de dados registrados na forma de
analógico não usado (p.ex. 32 sinais digitais e
oscilogramas. Pode-se também salvar os dados
6 sinais analógicos).
num arquivo na memória do sistema e recuperá-los
„ Tempo máximo de registro de 280 s com uma
mais tarde. É possível, além disso, exportar tais
taxa máxima de amostragem de 280 ms ou 1,4
dados para outros aplicativos do Windows®, como
s com taxa de amostragem de 1,4 ms.
processadores de texto (MS Word®) e planilhas
„ Taxa de amostragem livremente ajustável entre
eletrônicas (MS EXCEL®).
1,4 e 280 ms em passos de 1,4 ms.
„ O registro de faltas é automaticamente iniciado
na ocorrência de falhas ou eventos de trigger
programados (disparados por sinais digitais
p.ex. falhas ou comparação de sinais
analógicos com um valor pré-definido, usando
as condições <, >, = e <>).
„ Condição de pré-trigger ajustável entre 0%
(sem pré-trigger, apenas futuro) e 100%
(apenas passado, sem futuro).

Figura 11: O aplicativo TRACE contido no Drive Monitor é uma ferramenta muito útil para testes e
diagnósticos, possuindo, além disso, uma interface muito amigável com outros aplicativos do Windows®.

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Configurando com o D7-ES Assim, é muito fácil implementar dentro do RG3
mesmo as funções adicionais mais complexas
definidas pelos clientes em suas Especificações
O complexo regulador de tensão, com seus Técnicas. Pacotes completos de software
cálculos e limitadores, bem como as funções de padronizados estão disponíveis para funções e
controle e intertravamento estão integrados no aplicações que são frequentemente exigidas.
módulo eletrônico microprocessado T400. Este
módulo é configurado com a ferramenta gráfica A figura abaixo mostra um exemplo de estrutura
D7-ES, para Windows®. de software e a seleção de funções disponíveis em
uma biblioteca de blocos funcionais.

Figura 12: Exemplo da programação do regulador de tensão, feita com a ferramenta D7-ES.

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Dados técnicos principais

Sistema de Excitação RG3

Tensão auxiliar até 250 VDC Para comando dos contatores de potência
das baterias da planta
Consumo: < 100 W continuamente

< 200 W por curto tempo

Para alimentação dos circuitos de regulação e controle


(24 V DC)

Consumo: < 200 W continuamente

(O equipamento pode ser fornecido também com fonte


de 24 VDC interna.)

Transformadores de medição Transformadores de potencial: conectados às 3 fases do


gerador

Consumo: < 5 VA por fase; tensões secundárias de


100 a 120 V

Transformadores de corrente: são necessárias 2 fases


(L1 e L3)

Consumo: < 3 VA (mais perdas na cablagem);


correntes secundárias de 1 ou 5 A

Normas e padrões O sistema de excitação RG3 é dimensionado, projetado e


fabricado conforme as normas internacionais IEC, EN,
DIN, VDE e IEEE 421 bem como atende ao submódulo
3.8 do ONS.

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Edição: Junho de 2007

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