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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 3

2.2. Modulação em Amplitude


O sistema de modulação em amplitude é o sistema de modulação mais simples e antigo (1890).

Existem diversos tipos de sistemas de modulação em amplitude, destacando-se:

• faixa lateral dupla (AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band)


• faixa lateral simples (AM-SSB - Amplitude Modulation with Single Side-Band)
• faixa lateral vestigial (AM-VSB - Amplitude Modulation with Vestigial Side-Band)

Os sistemas anteriores ainda podem ser subdivididos em relação à existência ou não da


portadora no sinal modulado.

• faixa lateral dupla com portadora suprimida (AM-DSB-SC - AM-DSB with suppressed
carrier)
• faixa lateral simples com portadora suprimida (AM-SSB-SC - AM-SSB with suppressed
carrier)
• faixa lateral vestigial com portadora suprimida (AM-VSB-SC - AM-VSB with suppressed
carrier)

Convenção: sempre que a sigla SC (suppressed carrier) não estiver presente, entenda-se que o
sistema está transmitindo a portadora.

Os tipos de informação analógica mais comumente transmitidos via modulação em amplitude são:

• sinal de voz: de 340Hz a 3,4 kHz


• sinal de áudio: de 20Hz a 20kHz
• sinal de vídeo: de 10Hz a 4,2 MHz

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 4

2.2.1. Modulação em Amplitude com


Portadora Suprimida (DSB-SC)

Esta técnica desloca o espectro do sinal a ser transmitido multiplicando-o por um sinal sinusoidal
com frequência igual a translação desejada.

Seja: f (t ) o sinal modulante (que contém a informação)

e c(t ) = cos(ωc t ) portadora

Definimos: Sinal modulado em DSB-SC como

φDSB − SC (t ) = f (t ).cos(ωc t )

Análise do espectro:

F {φDSB − SC (t )} = F { f (t ).cos(ωc t )}
1
F (ω ) * [π .δ (ω − ωc ) + π .δ (ω + ωc )]
Propriedade de multiplicação no tempo.
=

Logo:

1 1
Φ DSB − SC (ω ) = F (ω − ωc ) + F (ω + ωc )
2 2

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 5

Graficamente:

f(t) F(ω)
0.6
1 F(0)

0.4
0.8

0.2 0.6
F
←→
0.4
0
t
0.2
-0.2
ω
0 ω
-1 0 1 2 3 4 -10 -5 -ωm 0 m 5 10

1
c(t)=cos(ωc t) C(ω)=F{cos(ωct)}
1 π π

0.5
0.5

F
←→
0 0
-ωc ω
c

-0.5
-0.5

-1 ω
t
-1
-1 0 1 2 3 4 -30 -20 -10 0 10 20 30

0.6 0.8
φ (t)
DSB-SC Φ (ω)
DSB-SC
0.4
0.6
0.2 F(0)/2
F
←→
0 0.4
t
-0.2
0.2
-0.4

ω
-1 0 1 2 3 4 0
-30 -20 -10 0 10 20 30

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Modulação DSB-SC

Diagrama em blocos: antena

f (t ) × φDSB − SC (t ) = f (t ).cos(ωc t )

cos(ωc t )

Características:
- Espectro transladado, porém com a forma inalterada (mesma informação em frequências
diferentes)
- A largura de banda do sinal modulado é o dobro da largura de banda do sinal modulante.
- Apresenta duas bandas laterais (inferior e superior) centradas na frequência da portadora,
porém sem a presença na mesma no espectro: DSB-SC
- De modo a não haver sobreposição de espectros é necessário que ωc > ωm
Ex.:

Demodulação DSB-SC
A recuperação o sinal f (t ) a partir do sinal φDSB − SC (t ) , no receptor, requer outra translação em
frequência para deslocar o espectro para sua posição original.

No receptor:
φDSB − SC (t ).cos(ωc t ) = f (t ).cos(ωc t ).cos(ωc t )
1 1 
= f (t ).  + cos ( 2ωc t ) 
2 2 
1 1
= f (t ) + f (t ).cos ( 2ωc t )
2 2

No domínio frequência:

1 1 1 1 
F {φDSB − SC (t ).cos(ωc t )} = F (ω ) +  F (ω − 2ωc ) + F (ω + 2ωc ) 
2 2 2 2 

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Graficamente:

0.6
φ (t).cos(ωct)
DSB-SC F{φDSB-SC(t).cos(ωct)}
0.4 0.5
FPB
0.2
0.4
F
←→
0 0.3 -2ω
t c
2ωc
-0.2 0.2

-0.4 0.1 W
-ωm ωm ω
-1 0 1 2 3 4 0
-60 -40 -20 0 20 40 60

Para recuperar o sinal original f (t ) , basta passar o sinal obtido por um filtro Passa-Baixas de
largura de banda ωm < W < 2ωc − ωm

Diagrama em blocos:

antena

φDSB − SC (t ) f (t ).cos 2 (ωc t ) f (t ) / 2


× FPB

cos(ωc t ) Portadora Local


Obs.: Neste diagrama estamos considerando a transmissão sem perdas (!) e o FPB ideal (ganho=1), logo saída será
f (t ) / 2 .

Este processo é chamado de Detecção Síncrona ou Detecção Coerente, devido ao fato de utilizar
uma portadora local no receptor com as mesmas características da portadora gerada na transmissão.

Problema: A Portadora Local deve estar perfeitamente casada com a portadora do transmissor, isto
é, exatamente com a mesma frequência e fase!

O que ocorre caso haja erros de frequência e fase?

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Erros de Frequência e Fase na Detecção Síncrona:


antena

φDSB − SC (t ) f1 (t ) f 2 (t )
× FPB

cos [ (ωc + ∆ω )t + ϕ ] Portadora Local

Erro de Fase
Erro de Frequência

f1 (t ) = f (t ).cos(ωc t ).cos [ (ωc + ∆ω )t + ϕ ]


1
Lembrando: cos( A).cos( B) = {cos( A + B ) + cos( A − B)}
2
f1 (t ) = f (t ).
1
2
{cos [(ωc + ∆ω + ωc )t + ϕ ] + cos [(ωc + ∆ω − ωc )t + ϕ ]}
f (t ) f (t )
f1 (t ) = cos [ ∆ωt + ϕ ] + cos [ (2ωc + ∆ω )t + ϕ ]
2 2

parcela cortada pelo filtro Passa-Baixas

Logo:
f (t )
f 2 (t ) = cos [ ∆ωt + ϕ ]
2

f (t )
a) Idealmente: ∆ω = ϕ = 0 ⇒ f 2 (t ) = Não há erro!
2

f (t )
b) Com erro de frequência: ∆ω ≠ 0 ϕ = 0 ⇒ f 2 (t ) = .cos(∆ωt )
2
Há distorção do sinal recuperado!
Ex.:

0.6 1 0.6
Sinal de Áudio Sinal de Áudio x cos(∆ω t)
cos(∆ω t)
0.4 0.4
0.2 0.5
0.2
0 0
0
-0.2 -0.2

-0.4 -0.4
-0.5
-0.6 -0.6

-0.8 -1 -0.8
0 500 1000 1500 2000 0 500 1000 1500 2000 0 500 1000 1500 2000

Variação no volume!

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 9

f (t )
c) Com erro de Fase: ∆ω = 0 ϕ ≠ 0 ⇒ f 2 (t ) = .cos(ϕ )
2
-Se o erro de fase ϕ for constante não há distorção, mas sim apenas atenuação do sinal.
π
-Se o erro ϕ = teremos f (t ) = 0 , não há recuperação do sinal
2
-Geralmente a fase ϕ varia aleatoriamente com o tempo, de modo que há distorção no sinal
recuperado.

Hoje em dia usa-se o PLL (Phase Locked Loop), que garante ∆ω = 0 e ϕ = constante , para
regeneração da portadora local nos receptores síncronos.

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 10

Geração de sinais DSB-SC


Objetivo: Deslocar o espectro de f (t ) em ωc rad/s
Podemos multiplicar o sinal por qualquer sinal periódico de frequência ωc , uma vez que pela teoria
de Fourier este sinal periódico contém todas as harmônicas da frequência desejada.

Ex.:
0.7
f(t) F(ω )
0.6
1
0.5
0.4 0.8

0.3
0.6
0.2
0.4
0.1
0 0.2
-0.1 t
0 -ω m ω
-0.2 m ω
-0.3 -0.2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

p(t) 1 P(ω)
1
0.8
0.8
0.6
0.6
0.4
0.4
0.2
0.2 -2ωc 2ωc
-3ωc 3ωc
0 -ω c ωc 4ωc ω
0
ωc=2π/T t -0.2
T
-0.2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

0.7
p(t).f(t) 1 P(ω)
0.6
0.5 0.8
0.4 Filtro PF
0.6
0.3
0.2 0.4
0.1
0.2
0
t 0
-0.1 -ωc ωc ω
-0.2
-0.2
-0.3
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

Como estamos interessados apenas na parte do espectro centrada em ±ωc , utilizamos um filtro
passa-faixa centrado em ωc e de largura de banda W ≥ 2ωm

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 11

Para a geração do sinal modulado em DSB-SC, necessitamos de um sistema que gere freqüências
diferentes das freqüências de entrada, logo um sistema não linear ou um sistema variante no tempo.

a) Uso de chaveamento: Modulador comutado (sistema variante no tempo)


ωc
a V1
Filtro
f(t) b
PF

Funcionamento: - Metade do período, a chave faz: V1 = f (t )


- Outra metade: V1 = 0
Equivalente a multiplicação de f(t) por um trem de pulsos visto anteriormente.

A chave pode ser implementada através do chip CD4053 ou através de:

Ex.: Ponte de diodos em paralelo


a Vo
f(t)
c d
R L C

b
0 Filtro PF
cos(wc.t)
Funcionamento para cos(ωc t ) ? f (t )
- quando c é mais positivo que d → os 4 diodos conduzem, logo Va=Vb saída=0V
- quando c é mais negativo que d → diodos cortados, logo saída=f(t)

b) Uso de dispositivos não-lineares


Aproveita as características não lineares de transistores e diodos para efetuar o deslocamento em
frequência.

Ex.: i1
Disp.
+ Não-Linear
+
f(t) e1
+ +
- cos(wc.t) Filtro
+ - - Vi Vo
- PF
+ - -
e2
f(t)
- Disp.
+
Não-Linear
i2

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 12

Considerando que no elemento não-linear a corrente seja uma função da tensão:


i = a.e + b.e2 a e b são constantes
no circuito temos:
e1 = cos(ωc t ) + f (t )
e 2 = cos(ωc t ) − f (t )

assim desconsiderando a queda de tensão sobre os resistores:


i1 = a.e1 + b.e12
i 2 = a.e2 + b.e22
logo:
i1 = a.[cos(ωc t ) + f (t )] + b.[cos(ωc t ) + f (t )]2
i 2 = a.[cos(ωc t ) − f (t )] + b.[cos(ωc t ) − f (t )]2

Vi = R.i1 − R.i 2 = R (i1 − i 2)


Vi = 2 R[2bf (t ).cos(ωc t ) + af (t )]
Filtrando-se Passa-Faixas em ωc temos o sinal DSB-SC
Vo = 4bRf (t ).cos(ωc t )
exemplo prático:
D1
+
R L C
cos(wct)
f(t) Vo
0
R L C
-
0 D2

Elemento não-linear: Diodo i = I o e ( k (V −Vo )


− 1) ≅ I o ( e kV − 1) k=
q
mKT

x 2 x3 xn  ( kV ) 2 
Série de Taylor: e = 1 + x + + + ... + Logo: i ≅ I o  k .V + 2 
x

2 6 n!  

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 13

c) Uso de circuitos multiplicadores


Chips multiplicadores: MLT04 (8MHz), AD633, RC4200 (4MHz), etc

Ex.: Multiplicador por transcondutância

VCC_BAR VCC VCC

R5 R6
VCC
1k 1k

7
U1
3 5

V+
D1 D2 + OS2 R13 R14
6
OUT
2 1 1k 1k

V-
- OS1
VDD

4
Q3 Q4 Q5 Q6 VDD uA741

4
2 1

V-
- OS1 Vo
6
OUT
3 5

V+
+ OS2 V

VCC U3

7
U2 VCC

7
Q1 Q2 3 5

V+
+ OS2 R12
Q7 Q8 6
OUT
2 1 1k

V-
- OS1
R3 R4 R11
1k 1k R9 R7 R8 R10 VDD 1k

4
R1 R2 1k 1k 1k 1k
1k 1k
V2
0
V1
1mAdc I1 12mAdc I2
VCC VCC_BAR

0 V3 V5
12Vdc
0 VDD FREQ = 1kHz VDD 4Vdc
0 VAMPL = 0.5V 0
FREQ = 100kHz VOFF = 0V
VAMPL = 0.5V
VOFF = 0V V4
12Vdc 0

VDD

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 14

Recepção de sinais DSB-SC

Para recuperar o sinal f (t ) a partir do sinal modulado φDSB − SC (t ) . deve-se transladar novamente o
espectro. Portanto os mesmos circuitos utilizados na geração podem ser utilizados na recepção. Na
recepção precisamos de um filtro passa-baixas na saída.

a) Demodulador Comutado

φDSB − SC (t ) R C

Filtro PB

cos(wct)

b) Demodulador com elemento não-linear

R
φDSB − SC (t ) cos(wct) C

0
R C

c) Circuitos Multiplicadores

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 15

2.2.2. Modulação em Amplitude com


Portadora (AM-DSB)
Os sistemas com portadora suprimida (-SC) exigem a geração da portadora local no receptor
com frequência e fase corretas para a detecção síncrona. Isto torna o circuito receptor complexo e
caro.
A fim de simplificar o receptor, transmite-se a portadora com alta potência juntamente com
o sinal modulado com portadora suprimida, eliminando deste modo a necessidade da geração da
portadora local no receptor.

Logo:

φDSB − SC (t ) portadora adicional

φ AM (t ) = φDSB (t ) = f (t ).cos(ωc t ) + A.cos(ωc t )

φ AM (t ) = [ A + f (t )].cos(ωc t )

No domínio frequência:

F {φ AM (t )} = F { f (t ).cos(ωct ) + A.cos(ωc t )}

1
Φ AM (ω ) = [ F (ω − ωc ) + F (ω + ωc )] + Aπ [δ (ω − ωc ) + δ (ω + ωc )]
2

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 16

Graficamente:

f(t) F(ω)
0.6
1
0.5
0.4 0.8

0.3
0.6
0.2
0.4
0.1
0 0.2
-0.1
0
-ω m ω m ω
-0.2
-0.2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -60 -40 -20 0 20 40 60
t

1
A p(t)=A.cos(ω c.t) P(ω )
1 0.8 Aπ Aπ
0.6
0.5 0.4
0.2
0 0
-ω c ωc
-0.2
-0.5 -0.4
-0.6
-1 -0.8
-A t ω
-1
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -30 -20 -10 0 10 20 30

3 0.8
φAM(t)=[A+f(t)].cos(ω ct) Φ AM(ω )
0.7
2 Aπ Aπ
0.6
F(0)/2
0.5
1
0.4
0 0.3
0.2
-1
0.1
0
-2 -ωc ωc
-0.1
t ω
-3 -0.2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -30 -20 -10 0 10 20 30

A recuperação do sinal original f(t) a partir de φ AM (t ) reduz-se à simples detecção de envoltória,


desde que: A + f (t ) seja sempre positivo.

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 17

Condição: A ≥ f (t ) minimo

ex.:

f(t)
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.1
f (t ) min
-0.2

-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4


t

φAM(t) φAM(t)
1 1
0.8 0.8
0.6 0.6
0.4 0.4
0.2 0.2
0 0
-0.2 -0.2
-0.4 -0.4
-0.6 -0.6
A>|f(t)min| A<|f(t)min|
-0.8 -0.8
-1 -1
t t
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

Envoltória = f(t) Envoltória ? f(t)

Índice de Modulação (m)

Seja o sinal modulante cossenoidal puro de frequência ωm e amplitude m. A


f (t ) = m. A.cos(ωm t )
Portanto o sinal modulado será:

φ AM (t ) = [ A + mA cos(ωm t )]cos(ωc t )
φ AM (t ) = A[1 + m cos(ωm t )]cos(ωc t )

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 18

Graficamente:

0.6
f(t) m.A

0.4

0.2

0
2 π/ω m
t
-0.2

-0.4
-m.A

-0.6
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

A p(t)=A.cos(ω c.t)
1

0.5

-0.5

-1
-A t
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

2
φ (t)
AM Vmax=A+m.A
1.5
A
1
Vmin=A-m.A
0.5 Vmax = A.(1 + m)
0
Vmin = A.(1 − m)
-0.5

-1

-1.5 dividindo-se as equações acima:


t
-2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

Vmax 1 + m
=
Vmin 1 − m
Vmax − Vmin
m=
Logo, podemos calcular o índice de modulação como: Vmax + Vmin

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 19

Ex.:
2 2 2
φAM(t) φAM(t) φAM(t)
1.5 1.5 1.5

1 1 1

0.5 0.5 0.5

0 0 0

-0.5 -0.5 -0.5

-1 -1 -1

-1.5 -1.5 -1.5


t t t
-2 -2 -2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

m <1 m =1 m >1
Logo, o índice de modulação deve ser sempre menor ou igual a unidade para que o sinal de
informação possa ser recuperado através da envoltória do sinal modulado.

Potência em modulação AM DSB

Seja o sinal modulado em AM DSB


φ AM (t ) = A.cos(ωc t ) + f (t ).cos(ωc t )

Portadora Faixas Laterais

Se: f (t ) = m. A.cos(ωm t )
Logo:
φ AM (t ) = A.cos(ωc t ) + m. A.cos(ωm t ).cos(ωc t )
m. A m. A
φ AM (t ) = A.cos(ωc t ) + .cos [ (ωc − ωm )t ] + .cos [ (ωc + ωm )t ]
2 2
Portadora Faixas Laterais

1
0.8 ΦAM(ω)
π.A π.A
0.6
0.4 π.mA/2 π.mA/2 π.mA/2 π.mA/2
0.2
0
-0.2 -ω c-ωm -ω -ω +ω ωc-ω m ω ω +ω
c c m c c m
-0.4
-0.6
-0.8
ω
-1
-60 -40 -20 0 20 40 60

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 20

1

T
Potência média da Portadora: Pf = fT 2 (t ).dt
T 0


Logo: Portadora onda cossenoidal de frequência ωc , T =
ωc

1 2π
A ωc
2 2π
1 1 
Pc = ∫ [ A.cos(ωct ) ] .dt = ∫
2
+ ω
ωc ωc

 2 2 cos(2 t )  .dt

2π 0 0 c
ωc

A2ωc  sin(2ωc t ) 
ωc
A2ωc  2π sin(2ωc 2π
ωc ) 
Pc = t +  =  + − 0 − 0
4π  2ωc  0 4π  ωc 2ωc 
A2
A ωc  2π sin(4π )  A Pc =
2 2
Pc =  + = Valor rms ao quadrado.
4π  ωc 2ωc  2 2

Potência média das Faixas Laterais:


2 2
 mA   mA 
    m 2 A2
PFL = 
2   2 
+ PFL =
2 2 4

Potência Total do Sinal Modulado:

A2 m 2 A2
PT = PC + PFL PT = +
2 4

Eficiência da Transmissão (η)


É definida como a porcentagem da potência total contida nas faixas laterais.

PFL
η= × 100%
PT
No nosso caso:

m2 A2
m2
η= 2 4 2 2 η= × 100%
A m A
+
Logo:
2 + m2
2 4

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 21

O máximo índice de modulação permitido em AM DSB é m = 1 ,


logo a máxima eficiência será:
1
η max = × 100% = 33%
2 +1

Como obter eficiência de 100% ?


m2 1
2+m 2
=1
2
=1 logo: m=∞
+1
m2

O que significa índice de modulação infinito??


V Vmax
Vmax = A.(1 + m) 1 + m = max m= −1
A A
logo para m=infinito → precisamos A = 0 !!!
Isto é: DSB-SC !!!

Geração de sinais AM
O princípio é o mesmo: Deslocamento em frequência.

Logo podemos usar um modulador DSB-SC e adicionar a portadora.


φ AM (t ) = A.cos(ωc t ) + f (t ).cos(ωc t )

Observação: Verificar que os circuitos vistos para DSB-SC não funcionam para:
φ AM (t ) = [ A + f (t )] .cos(ωc t )

Circuitos otimizados:

a) Modulador Chaveado:

wc
+
+
f(t) Filtro
v(t) φ AM (t )
PF
A.cos(wct)
- -

Chaveamento em ωc equivale à multiplicação por um trem de pulsos p(t ) .

Logo: ` v(t ) = [ f (t ) + A.cos(ωc t )]. p(t )

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 22

Graficamente: v(t ) = [ f (t ) + A.cos(ωc t ) ] . p(t )

0.6
f(t) F(ω)
1
0.5
0.4 0.8

0.3 0.6
0.2
0.4
0.1
0 0.2
-0.1
0
-ω m ω m ω
-0.2
-0.2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -60 -40 -20 0 20 40 60
t

0.6
A.cos(ωct)
F{A.cos(ωct)}
0.4 1

0.8 Aπ Aπ
0.2
0.6
0
0.4
-0.2
0.2
-0.4
0 -ωc ωc ω
-0.6 t
-0.2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

1.2
f(t)+A.cos(ω +ct)
F{f(t)+A.cos(ωct)}
1
1
0.8
Aπ Aπ
0.6 0.8
0.4
0.6
0.2
0 0.4
-0.2 0.2
-0.4
0 -ωc ω
-0.6
c ω
t
-0.8 -0.2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

p(t) 1 P(ω )
1
0.8
0.8
0.6
0.6
0.4
0.4
0.2
0.2 -2ωc 2ωc
-3ωc 3ωc
0 -ω c ωc 4ωc ω
0
t -0.2
-0.2
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 23

1.2
v(t)=[f(t)+A.cos(ωct)].p(t) 1 V(ω) Filtro PF
1
0.8
0.8
0.6
0.6
0.4
0.4
0.2
0.2
0
-ωc ω
0 c
t -0.2 ω
-0.2
-1 0 1 2 3 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

Aplicando v(t ) a um filtro Passa-Faixas de frequência central ωc , obtem-se o sinal φ AM (t )


desejado.

Realização prática:
Note que v(t ) se parece muito com o sinal retificado: f(t)+A.cos(ωct) retificado
1

0.8

0.6

0.4
Assim, considerando-se o diodo ideal podemos ter o
seguinte circuito, onde o diodo pode ser pensado 0.2
como uma chave síncrona com os semi-ciclos 0
positivos da portadora. t
-0.2
-1 0 1 2 3 4

f (t )
D1
Vo
A.cos(ωc t )
L
R C

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 24

b) Modulador com elemento não-linear

i(t) i=0
Elemento
+
Não-Linear
+ +
f(t) Filtro
e(t) v(t) R
A.cos(wct) PF
-
-
-

Considerando que:
- O filtro passa-faixas possui alta impedância de entrada (i=0)
- A queda de tensão v(t) é desprezível quando comparada ao e(t)
- dispositivo não-linear possui lei quadrática: i (t ) = a.e(t ) + b.e2 (t )

Podemos escrever:
e(t ) = f (t ) + A.cos(ωc t )
i (t ) = a.[ f (t ) + A.cos(ωc t )] + b.[ f (t ) + A.cos(ωc t )]
2

{ }
v(t ) = R.i (t ) = R. a. f (t ) + a. A.cos(ωc t ) + b  f 2 (t ) + 2 A. f (t ).cos(ωc t ) + A2 cos 2 (ωc t ) 
 1 1 
v(t ) = R. aA.cos(ωc t ) + 2bA. f (t ).cos(ωc t ) + a. f (t ) + b. f 2 (t ) + bA2  + cos(2ωc t )  
 2 2 

Filtrado pelo PF
Logo:

v0 (t ) = φ AM (t ) = aRA.cos(ωct ) + 2bRA. f (t ).cos(ωc t )

Realização prática: Uso do diodo como elemento não linear!

f (t )
D1
Vo
A.cos(ωc t )
L
R C

0
O diodo real se assemelha muito mais a um elemento não linear do que um chaveador ideal.
Alternativas: Uso da junção PN de um transistor como elemento não-linear.

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 25

Demodulação de sinais AM
O espectro do sinal deve ser novamente transladado no receptor de modo a recuperar a informação.
Os métodos de detecção síncrona vistos para DSB-SC podem ser utilizados. No entanto, a
incorporação da portadora permite demodulação mais simples.

a) Detector Retificador: (Sistema variante no tempo)

Filtro PB Filtro PA
φ AM (t ) V1 (t ) Vo(t )

0 0 0

Como A + f (t ) > 0 sempre, a retificação do sinal é equivalente à Detecção Síncrona. Isto é,


multiplicação do sinal modulado por um trem de pulsos em sincronismo com a portadora.

2 2 φ
2
V1(t) AM
(t) p(t)

1 1 1

0 = 0 x 0

-1 -1 -1

t t t
-2 -2 -2
-1 0 1 2 3 4 -1 0 1 2 3 4 -1 0 1 2 3 4

Porém se A + f (t ) resultasse em valores negativo, não podemos dizer o mesmo, pois precisaríamos
de um trem de pulsos não periódico para modelarmos a operação de retificação.

1
Analisando os espectros: V1 (ω ) = P(ω )* φ AM (ω )

0.8
Φ AM(ω ) 1 P(ω) 1 V1(ω)
0.7
Aπ Aπ 1
0.6 0.8 0.8
F(0)/2 2A
0.5 1/π 1/π F(0)/π
0.4 0.6 0.6

0.3 0.4 0.4


0.2
0.2 1/(5π) 1/(5π) 0.2
0.1
-2ω 2ωc -3ωc 3ωc
-3ωc c 3ωc
0 0 0
-ω c ωc -ω ω 4ωc ω -2ωc -ωc ωc 2ω 4ωc w
c c c
-0.1
ω -0.2 -1/(3π) -1/(3π) -0.2
-0.2
-30 -20 -10 0 10 20 30
-60 -40 -20 0 20 40 60 -60 -40 -20 0 20 40 60

1
Vemos que obtemos: Vo(t ) = f (t )
π

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 26

b) Detector de Envoltória : (Sistema não-linear)


Filtro PB Filtro PA
φ AM (t ) V1 (t ) Vo(t )
C R
0 0 0 0

1.5 1.5
φ ((t) V1(t)
AM
A+f(t)
1 1

0.5 0.5

0 0

-0.5 -0.5

-1 -1
t t
-1.5 -1.5
-1 0 1 2 3 4 -1 0 1 2 3 4

Analisando apenas V1(t) observamos que: V1 (t ) ≅ [ A + f (t )] + sinal alta frequência


Filtrando-se PB e retirando o nível DC (filtro PA) temos que Vo (t ) ≅ f (t )

Logo: A saída do detector de envoltória é π vezes maior que a do detector retificador, com um
circuito tão simples quanto, logo é mais eficiente. 1.5
V1(t)
1
Porém devemos cuidar no cálculo da constante RC
0.5

0
- Se RC muito grande: “Descolamento da Envoltória:”
Não acompanha as altas frequências do f(t). -0.5

-1

- Se RC muito pequeno: Má filtragem -1.5


t
-1 0 1 2 3 4

1.5
1 V1(t)

RC = 1
Regra Prática: m.ωm 0.5

em AM comercial: f m = 5kHz e m = 1 -0.5

-1
t
-1.5
-1 0 1 2 3 4

Obs: Rádio Galena Antena germânio

Sintonizador
Fone

Aterramento

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 27

2.2.3. Modulação em Amplitude com Banda


Lateral Única (SSB) 1.5
F(ω)

1
Seja F (ω ) o espectro da informação a ser transmitida:
0.5

0 -ωm ω ω
m

Conforme visto, o sinal modulado em DSB-SC será: -0.5


-5 -2 0 2 5

Φ (ω)
DSB-SC
0.8
W=2ωm
0.6
F(0)/2

0.4

0.2

0 -ωc ω
-ωc-ωm -ωc+ωm
ω ωc-ωm c ω +ω
c m

-0.2
-15 -10 -5 0 5 10 15

Faixa Lateral Faixa Lateral


Inferior Superior

Como f (t ) , geralmente para nós, é uma função real, o módulo da sua transformada será
uma função par, logo tanto a faixa lateral superior quanto a faixa lateral inferior possuem a mesma
informação.
Logo, a modulação DSB (com ou sem portadora), além de ocupar mais espaço no espectro
que a informação (largura de banda dobrada), ainda transmite informação redundante.
Assim, ao invés de transmitir todo o espectro do sinal DSB, é suficiente transmitir apenas
uma das faixas laterais (superior ou inferior) do espectro.
1
Φ (ω)
SSB -SC
I

Sinal SSBI − SC 0.5

SSB de banda lateral Inferior 0 -ωc ω ω


sem portadora c
-15 -10 -5 0 5 10 15
1
Φ (ω)
Sinal SSBS − SC SSB -SC
S

SSB de banda lateral Superior 0.5


sem portadora
0 -ωc ω ω
c
-15 -10 -5 0 5 10 15

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 28

Geração de sinais SSB-SC

a) Filtragem do sinal DSB


Gera-se o sinal DSB e elimina-se uma das bandas laterais por filtragem.

f (t ) Modulador φDSB − SC (t ) Filtro φSSB − SC (t )


DSB-SC H (ω )

1.5
F(ω ) Φ (ω) ΦSSB(ω )
DSB-SC -SC
0.8 0.8
1
0.6 0.6

0.5 0.4 0.4

0.2 0.2
0 -ωm ωm ω
0 -ωc 0
ω -ωc ωc ω
c
ω
-0.5 -0.2 -0.2
-5 -2 0 2 5 -15 -10 -5 0 5 10 15 -15 -10 -5 0 5 10 15

corte abrupto
1 |H(ω)|

0.8

0.6

0.4

0.2

0 ω
-ωc c ω
-0.2
-20 -10 0 10 20

Dificuldade: O filtro deve possuir um corte abrupto, o que leva a uma grande dificuldade de
implementação (filtro de alta ordem).

Porém, se o sinal f (t ) possuir pouca energia em baixas 1 |H(ω)|

frequências, como por exemplo sinais de voz, o filtro não 0.8


precisa ser tão abrupto, pois a distorção gerada será
0.6
imperceptível.
0.4

0.2

0 -ωc ω ω
c
-0.2
-20 -10 0 10 20

Em sinais de vídeo (TV) há uma grande quantidade de energia em baixas frequências, o que
impossibilita o uso da filtragem para a geração do sinal modulado SSB.

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 29

b) Método de Deslocamento de Fase


f (t ).cos (ωc t )
X
cos (ωc t )

f (t )
H (ω ) π + φSSB − SC (t )
− +
2 + → SSBI-SC
sin (ωc t ) - → SSBS-SC
π f h (t )
− X
2 f h (t ).sin (ωc t )
H (ω )

Pelo diagrama em blocos: φSSB − SC (t ) = f (t ).cos (ωct ) ± f h (t ).sin (ωct )

H (ω ) é uma rede defasadora: Defasa ± π a fase do sinal sem alterar o módulo


2

|H(ω)| 2
Θ (ω)
H
1 π/2

0.8 1

0.6
0
0.4 ω

0.2
-1
0
ω -π/2
-0.2 -2
-10 -5 0 5 10 -10 -5 0 5 10

π
− j .sgn(ω )
H (ω ) = e 2

 − j π2
e = − j ω>0
Como: H (ω ) =  π podemos escrever: H (ω ) = − j.sgn(ω )
e j 2 = j ω<0

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 30

Definindo o espectro da função defasada: FH (ω ) = F (ω ).H (ω ) = − j sgn(ω ).F (ω )

Pelo Teorema da Modulação temos:

F 1
f (t ).cos(ωct ) ←→ [ F (ω − ωc ) + F (ω + ωc )]
2
e
F j
f (t ).sin(ωc t ) ←→ [ − F (ω − ωc ) + F (ω + ωc )]
2
Logo:

F j
f H (t ).sin(ωc t ) ←→ [ − FH (ω − ωc ) + FH (ω + ωc )]
2
F j
f H (t ).sin(ωct ) ←→ [ j.sgn(ω − ωc ).F (ω − ωc ) − j.sgn(ω + ωc ).F (ω + ωc )]
2
F 1
f H (t ).sin(ωc t ) ←→ [ − sgn(ω − ωc ).F (ω − ωc ) + sgn(ω + ωc ).F (ω + ωc )]
2
F 1
f H (t ).sin(ωc t ) ←→ [sgn(ω + ωc ).F (ω + ωc ) − sgn(ω − ωc ).F (ω − ωc )]
2

No diagrama de blocos , considerando o sinal positivo no somatório:

φSSB − SC (t ) = f (t ).cos (ωct ) + f h (t ).sin (ωc t )


1 1
Φ SSB − SC (ω ) = [ F (ω − ωc ) + F (ω + ωc )] + [sgn(ω + ωc ).F (ω + ωc ) − sgn(ω − ωc ).F (ω − ωc )]
2 2
Φ SSB − SC (ω ) = {[1 + sgn(ω + ωc ) ] F (ω + ωc ) + [1 − sgn(ω − ωc ) ] F (ω − ωc )}
1
2

Notando que:
1 + sgn(ω + ωc ) = 2.u (ω + ωc ) e 1 − sgn(ω − ωc ) = 2.u (−ω + ωc )
1+sgn(ω+ωc)=2u(ω+ωc) 1-sgn(ω-ωc)=2u(-ω+ωc)
2.5 2.5

2 2

1.5 1.5

1 1

0.5 0.5
ω ω
0 0
-15 -10 -5 0 5 10 15 -15 -10 -5 0 5 10 15

Logo:
F 1
φSSB − SC (t ) ←→ {2.u (ω + ωc ).F (ω + ωc ) + 2.u (ωc − ω ).F (ω − ωc )}
2
F
φSSB − SC (t ) ←→ F (ω + ωc ).u (ω + ωc ) + F (ω − ωc ).u (ωc − ω )

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 31

F
φSSB − SC (t ) ←→ F (ω + ωc ).u (ω + ωc ) + F (ω − ωc ).u (ωc − ω )
1.5
F(ω)

0.5

0
-ωm ω ω
m

-0.5
-5 -2 0 2 5

Logo:
φSSB − SC (t ) = f (t ).cos (ωc t ) ± f h (t ).sin (ωc t )
Sinal + → SSBI-SC
Sinal - → SSBS-SC

Observação: Qual a resposta ao impulso da rede defasadora? H (ω ) = − j.sgn(ω )

1
h(t ) = F -1 { H (ω )} = F -1 {− j.sgn(ω )} =
πt

Logo, H (ω ) é um sistema não-causal.


h(t) Pode-se implementa-lo aproximadamente dentro de
0.3 alguma faixa de frequências.
0.2

0.1
1
f H (t ) = f (t )* h(t ) = f (t ) *
0
t πt
-0.1
1 +∞ f (τ )
-0.2

-0.3
f H (t ) =
π ∫ −∞ t −τ
.dτ

-10 -5 0 5 10 f H (t ) é a Transformada de Hilbert de f (t )

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 32

Exemplo: Seja o sinal modulante f (t ) = cos(ωmt ) . Desenhe os espectros dos sinais DSB-SC, DSB,
SSBI-SC e SSBS-SC.

Podemos calcular facilmente:


 π
f H (t ) = cos  ωmt −  = sin(ωmt )
 2

a) φDSB − SC (t ) = f (t ).cos(ωc t ) = cos(ωmt ).cos(ωc t )

φDSB − SC (t ) =
1
2
{cos [(ωc + ωm )t ] + cos [(ωc − ωm )t ]}
ω

b) φ AM (t ) = φDSB − SC (t ) + A.cos(ωc t )

c) φSSBI − SC (t ) = f (t ).cos(ωc t ) + f H (t ).sin(ωc t )


φSSBI − SC (t ) = cos(ωmt ).cos(ωc t ) + sin(ωmt ).sin(ωc t )
Lembrando: cos( A − B ) = cos( A).cos( B ) + sin( A).sin( B )
φSSBI − SC (t ) = cos [ (ωc − ωm )t ]

d) φSSBS − SC (t ) = f (t ).cos(ωc t ) − f H (t ).sin(ωc t )


φSSBS − SC (t ) = cos(ωmt ).cos(ωc t ) − sin(ωmt ).sin(ωc t )
Lembrando: cos( A + B ) = cos( A).cos( B ) − sin( A).sin( B )
φSSBS − SC (t ) = cos [ (ωc + ωm )t ]

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 33

Demodulação de sinais SSB-SC


Para recuperar o sinal original basta deslocar o espectro para ω = 0
Todos os métodos de detecção síncrona vistos para DSB-SC podem ser utilizados.

Ex.: antena

φSSB − SC (t ) Vo
× FPB

c(t ) = cos(ωc t ) Portadora Local


Φ (ω)
SSB -SC
S
1

0.8
F{φSSB -SC
(t).cos(ωct)}
0.6 S
1
0.4

0.2 0.8

0 -ωc ω ω 0.6 PB
c
-0.2
-15 -10 -5 0 5 10 15

1
C(ω) * 0.4

0.2
0.8

0.6 0
-2ωc -ωc ω
0.4
c 2ωc
-0.2
0.2 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25
w
0 -ωc ω ω
c
-0.2
-15 -10 -5 0 5 10 15

φSSB − SC (t ).cos(ωc t ) = [ f (t ).cos(ωc t ) ± f H (t ).sin(ωc t )] .cos(ωc t )

φSSB − SC (t ).cos(ωc t ) = f (t ).cos 2 (ωc t ) ± f H (t ).sin(ωc t ).cos(ωc t )


1
Lembrando: sin( A).cos( B) = {sin( A + B) + sin( A − B )}
2
1 1 1
φSSB − SC (t ).cos(ωct ) = f (t ) + f (t ) cos(2ωc t ) ± f H (t ).sin(2ωc t )
2 2 2
SSB-SC em 2ωc eliminada pelo PB
Logo:
1
Vo = f (t )
2

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 34

Demodulação de sinais SSB com portadora


φSSB (t ) = A.cos(ωct ) + [ f (t ).cos(ωct ) ± f H (t ).sin(ωct )]

Se A ? f min (t )
Se Amplitude da portadora adicional for grande o suficiente é possível detectar o sinal f (t ) a partir
da envoltória do φSSB (t )

Demonstração:
Reescrevendo para SSBI: φSSBI (t ) = [ A + f (t )] .cos(ωc t ) + f H (t ).sin(ωc t )

Lembrando:
Y = A.cos(ωt ) + B.sin(ωt ) → Coordenadas Retangulares
Y = E.cos(ωt + θ ) → Coordenadas Polares
onde:
B
E = A2 + B 2 e θ = − arctan  
 A

Então podemos escrever:


φSSBI (t ) = e(t ).cos [ωc t + θ (t )]
 f (t ) 
onde: e(t ) = [ A + f (t )] + f H2 (t ) e θ (t ) = − arctan  H
2

 A + f (t ) 

onde e(t ) é a envoltória de φSSBI (t ) . Reescrevendo:


e(t ) = A2 + 2 Af (t ) + f 2 (t ) + f H2 (t )
 2 f (t ) f 2 (t ) f H2 (t ) 
e(t ) = A2 1 + + 2
+ 
 A A A2 

Se A ? f (t ) , então em geral A ? f H (t ) (exceto se f (t ) possuir descontinuidades)


Logo:
2 f (t )
e(t ) ≅ A 1 +
A

1 1 2 1× 3 3
(1 + x )
1/ 2
= 1+
x− x + x + ...
Lembrando: Expansão em Série Binomial: 2 2× 4 2×4×6
para − 1 ≤ x ≤ 1

f (t )
Desprezando-se os termos de ordem superior, uma vez que = 1 , temos
A
 f (t ) 
e(t ) ≅ A 1 + = A + f (t )
 A 

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 35

Ex.: f (t ) = sin(3t ).e .u (t ) , modulada em


−t
ωc = 40 rad/s
1 |F(ω)| 1
100 f H(t)
f(t)

80
0.5 0.5
60
0 0
t 40 t

-0.5 20 -0.5

0 ω
-1 -1
-1 0 1 2 3 4 -40 -20 0 20 40 -1 0 1 2 3 4

Modulação DSB-SC
1
φ (t) |ΦDSB-SC(ω)|
DSB-SC 100

0.5 80

60
0
t 40

-0.5 20

0 -ωc ω ω
c
-1
-1 0 1 2 3 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

a) Modulação SSBI-SC
1.5
φ (t) |ΦSSB -SC(ω)|
SSB -SC
I
100 I
1
80
0.5
60
0
t 40
-0.5
20
-1
0 -ωc ω
-1.5 c
-1 0 1 2 3 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

b) Modulação SSBI
1.5
φ (t) |ΦSSB -SC(ω)|
SSB 100
I I
1
80
0.5
60
0
40
-0.5
20
-1
0 ω
t -ωc c
ω
-1.5
-1 0 1 2 3 4 -60 -40 -20 0 20 40 60

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 36

Conclusão:
A modulação SSB com portadora possui a vantagem do AM → Circuito receptor simples,
e a vantagem do SSB-SC → ocupa metade da banda na transmissão.
Porém o transmissor continua sendo complexo( Filtro abrupto ou defasadores não-ideais)

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 37

2.2.4. Modulação em Amplitude com Banda


Lateral Vestigial (VSB)
Para gerar um sinal SSB a partir do sinal DSB, necessita-se de um filtro de característica de corte
muito acentuada. Para superar este problema, utiliza-se a transmissão em faixa lateral vestigial, que
é um compromisso entre o DSB e o SSB.
Obtém-se um sinal VSB filtrando-se o sinal DSB-SC (ou AM), de tal modo que uma banda
lateral passa quase completamente e a outra resulta sob a forma de um vestígio.

0.6
|ΦDSB-SC(ω)|

0.4

0.2 Sinal DSB-SC

0 ω
-ωc c ω

-0.2
-20 -10 0 10 20

|H(ω)|
1

0.8 Filtro com Simetria em ωc


0.6
0.5
0.4

0.2

0 -ωc ωc ω
-20 -10 0 10 20

Sinal DSB-SC filtrado = VSBS-SC Banda Lateral Superior

|ΦVSB-SC(ω)| 0.5 |ΦVSB-SC(ω)| Zoom


0.5
0.4
0.4
0.3
0.3

0.2 0.2

0.1 0.1
0 -ω c ωc ω 0 ω
ω
c
-0.1
-20 -10 0 10 20 7 8 9 10 11 12 13

Largura de banda um pouco maior que ωm !

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 38

Geração de Sinais VSB-SC


Filtragem do sinal DSB:

Filtro
f (t ) φDSB − SC (t ) H (ω ) φVSB − SC (t )
X

cos(ωc t )

Pelo diagrama em blocos acima, temos que:


ΦVSB − SC (ω ) = Φ DSB − SC (ω ).H (ω )

1
Sabendo que: Φ DSB − SC (ω ) = { F (ω − ωc ) + F (ω + ωc )}
2

1
Temos: ΦVSB − SC (ω ) = { F (ω − ωc ) + F (ω + ωc )} .H (ω ) (1)
2

- No receptor, usando Detecção Síncrona:

antena

φVSB − SC (t ) v1 (t ) vo (t )
× FPB

cos(ωc t ) Portadora Local


Temos:
F 1
v1 (t ) = φVSB − SC (t ).cos(ωc t ) ←→ {ΦVSB − SC (ω + ωc ) + ΦVSB − SC (ω − ωc )} (2)
2
Substituindo (1) em (2)

1 

1 2
{ F (ω − ωc + ωc ) + F (ω + ωc + ωc )} .H (ω + ωc ) + 

F
v1 (t ) ←→  
2 1
+ { F (ω − ωc − ωc ) + F (ω + ωc − ωc )} .H (ω − ωc ) 
 2 
F
v1 (t ) ←→
1
4
{[ F (ω ) + F (ω + 2ωc )]. H (ω + ωc ) + [ F (ω − 2ωc ) + F (ω )].H (ω − ωc )}
Filtrando-se Passa-Baixas:

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 39

F
v1 (t ) ←→
1
4
{[ F (ω ) + F (ω + 2ωc )]. H (ω + ωc ) + [ F (ω − 2ωc ) + F (ω )].H (ω − ωc )}
Filtrando-se Passa-Baixas:

F 1
vo (t ) ←→ {F (ω ).H (ω + ωc ) + F (ω ).H (ω − ωc )}
4
F F (ω )
vo (t ) ←→ { H (ω + ωc ) + H (ω − ωc )}
4

Para termos transmissão sem distorção é necessário que o sistema apenas desloque o sinal de
entrada no tempo e o multiplique por uma constante. (vide capítulo 1)
Logo para isso acontecer em vo(t) é necessário que:

H (ω + ωc ) + H (ω − ωc ) = K para ω < ωm

Graficamente:

|H(ω )|
1

0.8

0.6

0.4

0.2

0
-ω c ωc ω

-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

|H(ω+ωc )|
1

0.8

0.6 |H(ω+ω c)+H(ω-ω c)|


1
0.4

0.2 0.8

0
-2ωc ω 0.6
-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

0.4
|H(ω -ω c)|
1
0.2
0.8

0
0.6 -2ω c 2ω c ω
0.4 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50
0.2

0
2ωc ω
-50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 40

Recepção de Sinais VSB-SC

Para demodularmos o sinal VSB usamos:


• Técnicas de Detecção Síncrona para VSB-SC
• Detector de Envoltória para VSB com portadora

Ex.: Sinal de imagem de TV, largura de banda ocupada é de 4.5MHz


Usa-se o sistema de modulação VSB com portadora.

Largura de Banda:
SSB: 4.5MHz
DSB: 9MHz
VSB: 5MHz

Observação: “Fading” ou Desvanecimento Seletivo

O desvanecimento seletivo é causado por vários fatores, entre eles:

- Multitrajetórias:
O sinal recebido pode ser visto como a soma do sinal por diferentes caminhos, cada caminho
tem comprimento diferentes, o que faz com que cada componente de frequência do sinal ter uma
fase diferente no receptor.

Telecomunicações, Juarez do Nascimento

-Impedância do meio:
Z(ω )
Devido à impedância do ar Z (ω ) ser função da 2500
Capacitivo Indutivo
frequência, essas fases variam com ω 2000

1500

1000

500

0
ω
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Logo o desvanecimento seletivo causa mais distorção em sistemas de modulação com


portadora e em sistemas DSB do que em SSB e VSB, que ocupam menor largura de banda, portanto
menor diferença entra as freqüências máximas e mínimas.

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 41

Multiplexação por Divisão em Frequência


(FDM)
Podemos transmitir vários sinais simultaneamente em um canal, através da modulação de
cada sinal em uma frequência diferente, desde que não haja superposição dos espectros.

Transmissor: 3 sinais diferentes

F1 (ω )
Modulador ωc1 ω
ωc1
ωm

F2 (ω )
Modulador ωc 2 ω
ωc 2 +
ωm Φ FDM (ω )

F3 (ω )
Modulador ωc 3 ω ω
Banda de
ωc 3
ωm Guarda

Para Banda de Guarda igual a zero, a largura de banda de n sinais modulados em DSB-SC FDM
será: W = n.2.ωm

Receptor:

Filtro PF ωc1 ω Demodulador f1 (t )


ωc1 ωc1

Filtro PF ωc 2 ω Demodulador f 3 (t )
ωc 2 ωc 2

Filtro PF ωc 3 ω
ωc 3 Demodulador f 3 (t )
ωc 3

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 42

Transmissor AM
Antena
Amplificador
Microfone de áudio

Bla bla Modulador


bla AM DSB
sinal f(t)
0~5kHz
Amplificador
de Potência
Portadora
Oscilador
ωc
Amplificador
de RF (Rádio Frequência)

AM comercial no Brasil: Faixa de 535kHz a 1605kHz, onde cada estação ocupa 10kHz de
largura de banda. Logo: “cabem” 107 estações nessa faixa do espectro.

Receptor AM
a) Receptor Sintonizado ou Regenerativo

Antena
Volume
Bla bla
bla
Detector de
Envoltória
1o Estágio 2o Estágio
Amplificador
Amplificadores de áudio
de RF

1 |HPF(ω)|
Amplificadores de RF: Filtros Passa-Faixas de alto ganho,
usa-se filtros LC sintonizável. 0.8

0.6
1 ω f
ωc = e W = c ou B = c 0.4
B
LC Q Q
Onde Q é o fator de qualidade, determinada pela não 0.2
idealidade dos componentes L e C ω
c ω
0
-300 -200 -100 0 100 200 300

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 43

Problemas do Receptor Sintonizado:

1) A seletividade dos estágios varia ao longo da faixa.

O principal elemento responsável pela determinação do Q em uma associação LC é a resistência


X ωL
do fio no indutor Rs: Q= L =
Rs Rs
Devido ao Efeito Pelicular, o valor de Rs aumenta com o aumento da frequência, logo o fator de
qualidade é aproximadamente constante!

Assim: Se projetarmos o circuito sintonizado para selecionar uma estação no início da faixa:
f
B = c onde B = 10kHz e f c = 535kHz teremos Q = 53, 5
Q

O que ocorre no final da faixa se Q é ≅ constante?


1605k
Teremos: B = = 30kHz
53,5
Isto é, deixa passar 3 estações!!!!

No início da radiodifusão, devido ao pequeno número de emissoras isso não era problema. Mas
hoje em dia...

2) Ganho dos amplificadores sintonizados aumenta com o aumento da frequência, logo pode
gerar oscilações (instabilidade) indesejável em altas frequências.

3) Usa-se vários estágios para prover uma boa seletividade e ganho adequado, porém isso torna
difícil a sintonia idêntica dos diversos estágios.

Antena

1o Estágio 2o Estágio 3o Estágio


Amplificadores
de RF

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 44

Receptor AM super-heteródino
Antena

1o Estágio 2o Estágio Volume

Etapa de Misturador Detector de


RF Envoltória
Amplificadores Amplificador
de FI de áudio
Oscilador CAG
Local

SUPER = Acima
HETEROS = Diferente
DYNE = Força (frequência)

É um sistema que possibilita misturar diferentes frequências, baseado em uma referência que está
acima do sinal de entrada de um valor chamado intermediário.

Logo: Oscilador Local é sintonizado ACIMA da frequência da portadora de um valor de 455kHz


(FI – Frequência Intermediária)
Φ(ω)
1
Funcionamento: 0.8

0.6
fC v(t)=? 0.4
X 0.2

0
-ωc ω
c ω

fOL = fC + f I -0.2
P(ω)
1 π π

0.8

0.6
Logo: Soma e diferença das frequências
0.4

v(t) estará em 0.2


ω
f OL − f c = f c + f I − f c = f I 0
-ωOL ω
OL
ω +ω
f OL + f c = f c + f I + f c = f I + 2 fc -0.2 c I

Φ(ω)*P(ω)
1
SEMPRE!
0.8

0.6

0.4

0.2
ω
0 -ω -ω ωOL-ω c ωOL+ωc
OL c -ωOL+ωc
-0.2

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 45

Algumas Questões Fundamentais:

Porque usar FI?


Os amplificadores serão sintonizados em uma única frequência: fI , Independente da estação
(fc) que estiver sendo sintonizada!

Porque 455kHz?
-Pela faixa recebida (535 a 1605kHz)
-Reduz interferência por imagem
-Reduz interferência por apito

Porque 455kHz ACIMA?


Sendo a faixa de 535 a 1605kHz, o oscilador local deve trabalhar a
535kHz+455kHz=990kHz a 1605kHz+455kHz=2060kHz
2060
Neste caso temos uma relação entre a maior e a menor frequência de: = 2, 08 vezes
990
o capacitor variável que ajusta esta frequência deve ser capaz de variar seu valor de 2,08 vezes.

Se fosse Sub-Heteródino:
1605 − 455 1150
Relação entre as frequências: = = 14,37 vezes ⇒ Capacitor de difícil
535 − 455 80
projeto.

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 46

Interferências

a) Interferência por Imagem


Interferência por Imagem
Suponha que estamos recebendo o sinal em f1. Logo 1
f OL = f1 + f I 0.8

0.6
Se a etapa de sintoniza de RF não for seletiva o suficiente
pode acontece de um sinal em f 2 = f OL + f I = f1 + 2 f I
0.4

entrar também no misturador. 0.2

0
f1 f2=f1+2.f I f
Teremos:
-0.2
f 2 − f OL = ( f1 + 2 f I ) − ( f1 + f I ) = f I
f 2 + fOL = ( f1 + 2 f I ) + ( f1 + f I ) = 2 f I + 3 f I

Logo a estação em f 2 , mesmo atenuada pelo filtro de RF, é passada para a frequência f I e
amplificada pelos amplificadores de f I , demodulada e ouvida junto com a estação em f1 desejada!

Como utilizamos f I = 455kHz , e a faixa de AM comercial é de 535kHz a 1605kHz, a frequência


imagem de uma estação no início da faixa, ocorrerá em: 535kHz + 2 × 455kHz = 1445kHz

A última estação da faixa interferirá na estação presente em: 1605kHz − 2 × 455kHz = 695kHz

Logo, de 535kHz a 695kHz ocorre este efeito.


Em AM comercial isso não é tão sentido, mas em outros sistemas de comunicação que utilizam
AM, a interferência por imagem é bem mais sentida (Rádio Amadorismo).

Para se reduzir esta interferência: - Melhorar a seletividade do filtro de RF


- Utilizar diversas frequências intermediárias, por exemplo, em uma
primeira etapa usar uma fI mais alta , amplificar e filtrar, e depois usar uma fI mais baixa para
amplificar e demodular.

b) Interferência por apito


Se f1 ou fOL for múltiplo de f I , podemos , devido à não linearidade dos componentes,
gerarmos batimentos que ocasionarão oscilações indesejáveis.

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 47

Circuito Exemplo de Receptor Super-Heteródino

Revista Saber Eletrônica, N.109, pp. 2-12, Outubro 1981.

1- Antena
Para faixa de AM comercial é comum o uso conjunto da antena com a etapa de RF, através do uso
de uma bobina de ferrite. Pode-se utilizar também antena telescópica ( λ / 2 a λ / 4 )

2- Etapa de RF
Circuito LC sintonizável. Usa-se um capacitor variável e o indutor acoplado à antena ou a própria
bobina de antena.

3- Misturador
É um circuito multiplicador. Normalmente aproveita-se a não-linearidade de um transistor.

4- Oscilador Local
Oscilador senoidal ajustável por um capacitor variável.
Ex.: Oscilador de Hartley, Colppits, Armstrong, etc.

Em alguns circuitos mais baratos o oscilador local não encontra-se separado, mas sim acoplado
ao próprio misturador.

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Capítulo 2 – Modulação em Amplitude - Página 48

5- Etapas de FI
Amplificadores a transistor sintonizados em 455kHz, através do uso de transformadores (bobinas)
de FI.
Funções principais: Aumentar a seletividade. Dar ganho ao sinal. Possibilitar o CAG.

6- Detector de Envoltória
Detector de envoltória com polaridade adequada (geralmente negativo) ao CAG.

7- CAG : Controle Automático de ganho


Filtro Passa-Baixas que recupera o valor médio do sinal demodulado e o aplica na entrada do
amplificador de FI.
Função principal: Evitar saturação da etapa de áudio. Permitir que estações fortes e fracas sejam
recebidas com mesma intensidade (volume). Evitar variação de volume com a movimentação do
receptor.

8- Etapa de áudio
Amplificador de áudio.

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