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ABSTRACT: One will approach in this article historical and legal aspects of the
origin, development and current period of the "Religious Rights",
analyzing the way as these legal systems relates with the societies in which are in
validity.
1. INTRÓITO:
O direito religioso se refere à noção de que a palavra de Deus é lei. Assim, a
lei no sentido religioso pode ser entendida como princípio ordenado da realidade;
conhecimento revelado por Deus que define e governa todo comportamento
humano. Isso igualmente inclui os códigos de ética e moralidade de origem
divina, tais como os Sastras (lei hindu), o Sharia (lei islâmica), o Halakha e o
Torah (lei judaica), os Dez Mandamentos, etc.
A implicação da religião para a lei é inalterável, pois a palavra de Deus não
pode ser emendada ou legislada por juízes ou governos. Entretanto, a religião
nunca fornece um sistema legal completo e detalhado.
É imperioso mencionar que o presente estudo não almeja ser laudatório nem
peça de acusação religiosa. Visa apenas mostrar uma realidade e deixar para o
ilustrado Leitor as conclusões.
2. DIREITO PARSI:
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Apesar dos Parsis da Índia terem emigrado originalmente de Pérsia, eles não
têm laços sociais, familiares nem lingüísticos com os persas. Desde que os
primeiros Zoroastras chegaram a Índia, os Parsis se integraram na sociedade
indiana, mas simultaneamente mantiveram seus próprios costumes e tradições,
conservando sua identidade étnica. Isto por sua vez deu à comunidade Parsi uma
posição peculiar - são indianos nos termos da afiliação nacional, língua e história,
mas não são típicos indianos (constituindo somente 0.006% da população total)
nos termos do consangüinidade ou práticas culturais, comportamento e religião.
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Nesse sentido, ao contrário das leis que norteiam outras religiões, o direito
parsi não prescreve nenhuma forma rigorosamente minuciosa para a cerimônia
de casamento, podendo haver variações ditadas pelo costume local. Contudo, a
Seção 3(b) do Ato de União e Divórcio de Parsi, datado de 1936, reza que
nenhuma união será válida, a menos se for realizada a cerimônia 'Ashirvad',
executada por um padre Parsi na presença de duas testemunhas Parsi.
3. DIREITO CANÔNICO:
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No decorrer dos séculos, o direito em tela tem sido objeto de várias
codificações, notadamente o Corpus Juris Canonici, promulgado em 1917,
constituído de todas as leis reguladoras da ação religiosa católica, e do Codex
Juris Canonici promulgado em 1918, onde se inscreve todo direito aplicável às
Igrejas Latinas.
Para finalizar esse tópico, é salutar mencionar que mesmo nos Estados da
Igreja, antes do seu desaparecimento em 1870, houve sempre um direito civil
distinto do direito canônico e hoje o mesmo ocorre no Estado do Vaticano.
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O Cisma de 1054 marca a separação entre a Igreja Católica Romana e a Igreja
Ortodoxa, as quais por mil anos permaneceram unidas. São múltiplas e
complexas as razões psicológicas, políticas, culturais, disciplinares, litúrgicas e,
inclusive dogmáticas, que resultaram na separação do mundo mediterrânico em
entidades políticas distintas.
Existe uma polêmica muito grande criada por certos historiadores e teólogos
que sustentam a tese de que a Igreja Católica Ortodoxa teria conservado os Dez
Mandamentos da Lei de Deus na sua forma original, sem a menor alteração, o
mesmo não tendo ocorrido com o texto adotado pela Igreja Católica Apostólica
Romana, no qual os Dez Mandamentos teriam sido arbitrariamente alterados,
eliminando completamente o segundo mandamento e o último dividido em duas
partes, formando dois mandamentos distintos (tal modificação teria sido
introduzida pelos papas romanos motivada pelo Renascimento das artes). Essa
suposta alteração constituiria num dos maiores erros teológicos desde que a
Igreja Romana cindiu a união com a Igreja Ortodoxa no século XI.
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Ademais, a tradição ortodoxa cristã geralmente trata seus cânones mais como
linhas de orientação do que como leis, ajustando-os a cultura e outras
peculiaridades locais. Algumas escolas ortodoxas defendem que se os Conselhos
Ecumênicos quisessem usar os cânones como leis, eles teriam empregado a
palavra nomoi/??µ?? (lei) ao invés de kanones/?a???e? (padrão) para
denominá-los. Assim, os ortodoxos coletaram cânones e comentários num
trabalho conhecido como Pedalion/?eda????. Mas, eles não passam de medidas
padrão ou as opiniões efêmeras baseadas em circunstâncias e condições
particulares de tempo e espaço, não sendo eternas ou infalíveis, nem possuindo
o status de gospel.
Seu background remonta a querela do rei Henrique VIII, da dinastia dos Tudor,
com o Papa Clemente VII. O desejo do rei em ter um herdeiro para a Coroa (só
tinha uma filha, a futura Maria I da Inglaterra) e seu affair com Ana Bolena,
levaram-no a procurar a dissolução do casamento com Catarina de Aragão junto
ao Vaticano, mas suas tentativas não lograram êxito porque o Papa Clemente VII
estava sofrendo pressão do sobrinho de Catarina, o imperador Carlos V.
Diante dessa circinstância, Henrique VIII ignorou a lei canônica que o impedia
de se unir a outra mulher e contraiu matrimônio com Ana Bolena. Tal atitude de
afronta à Igreja Católica Romana motivou o Papa Clemente VII a declarar a
excomunhão do rei. Então, o monarca em tela decidiu pelo rompimento com a
Igreja Católica Romana, declarando a dissolução dos mosteiros, tomando assim
muitos haveres da Igreja, e formando a Igreja Anglicana (Church of England), da
qual se declarou líder. Essa decisão se tornou oficial com o decreto da
supremacia (Act of Supremacy) de 1534.
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políticos, era um antigo sonho da Igreja de Inglaterra, que nunca havia aceitado
como ponto pacífico a dominação Romana. Logo, não se pode atribuir a Henrique
VIII o titulo de fundador da Igreja Anglicana. Este processo de separação, em
meio à Reforma Protestante, não simbolizava o surgimento de uma nova Igreja,
mas sim a alforria definitiva de uma Igreja Cristã que se desenvolvia desde o
século III d.C.
O Sínodo Geral é seu braço legislativo, cujas resoluções devem ser aprovadas
pelo Parlamento, porém esse não pode fazer emendas.
4. DIREITO MUÇULMANO:
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O direito muçulmano pouco se preocupa com a sanção das regras que
prescreve, pois a verdadeira sanção das obrigações que se impõe ao crente é o
estado de pecado do que as contraria. Logo, é um direito que se aplica apenas
às relações entre muçulmanos.
A ciência do direito muçulmano (fiqh) comporta uma grande divisão, estudando
as "raízes" (ouçoul) para explicar a origem do char' (Lei divina) e os
"ramos" (fouroû), que constituem as regras e categorias do direito
muçulmano.
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"Para que uma regra do direito seja admitida pelo Idjmâ não é necessário
que a multidão de crentes lhe dê a sua adesão ou que corresponda ao
sentimento geral de todos os membros da comunidade. O Idjmâ nada tem a ver
com o costume do nosso direito. A unanimidade exigida é a das pessoas
competentes, daquelas cuja função própria é destacar e revelar o direito: os
jurisconsultos do islã. Os sábios são os herdeiros dos profetas; o acordo dos
doutores e jurisconsultos do islã, amalgamando a tradição, o costume e a prática
para reconhecer uma regra de direito, um princípio ou uma instituição, confere à
solução jurídica que eles admitem unanimemente uma incontestável força de
verdade jurídica." (6)
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O mestre René David ressalta a importância prática do Idjmâ, quando afirma
que o Corão e a Suna, apesar de serem fontes fundamentais do direito
muçulmano, desempenham hoje tão-somente o papel de fontes históricas. Os
magistrados, por conseguinte, já não têm "de consultar o Corão e a Suna,
porque uma interpretação infalível e definitiva foi fornecida pelo Idjmâ".
Nesse diapasão, prossegue o mesmo autor, são "apenas os livros de figh,
aprovados pelo Idjmâ, que devem (…) ser consultados nos nossos dias para
conhecer o direito muçulmano". O Idjmâ constitui, na atualidade, a única
base dogmática do direito muçulmano.
Com o intuito de suprir as lacunas deixadas pelas três fontes do direito até aqui
estudadas, admitiu-se o caráter lícito do raciocínio por analogia como fonte do
direito muçulmano.
Além disso, é salutar ressalvar que o fato de a ciência do direito muçulmano ter
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Não se pode olvidar também que a despeito de uma aparente rigidez, o direito
muçulmano é capaz de se adaptar às condições e exigências do mundo
moderno. Ocorre que apesar de ser imutável, o direito muçulmano é flexível, pois
deixa um vasto campo de aplicação ao costume, à convenção das partes, à
regulamentação administrativa, possibilitando a tal direito chegar a soluções que
permitam constituir uma sociedade moderna. Apenas como forma da exceção
que confirma a regra é que o caráter arcaico de certas instituições e/ou regras
pode causar algum tipo de embaraço.
Para ser eleito, o Amir deve ter virtude e capacidade. Assim, ganhar a
confiança da maioria das pessoas nos seus conhecimentos e no seu
entendimento do espírito do Islã e possuir os atributos islâmicos do temor de
Deus e mostrar qualidades de bom político estão entre as qualidades básicas que
ele deve reunir.
A Shura (Conselho Consultivo) deve também ser eleita pelo povo para ajudar e
guiar o Amir na administração do Estado. Logo, compete ao Amir, administrar o
país com a ajuda dos conselhos desta Shura.
Todo cidadão tem pleno direito de criticar o Amir e seu respectivo governo,
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Em um Estado Islâmico, a legislação fica circunscrita aos limites prescritos pela
lei do châr'ia. Os mandamentos de Deus e do Seu Profeta serão aceitos e
obedecidos, e nenhum órgão legislativo poderá operar neles alguma alteração ou
modificação, nem promulgar lei que os rejeite.
No Islã, o Poder Judiciário não está sujeito ao controle pelo Poder Executivo. A
sua autoridade emana diretamente do châr'ia e é responsável perante Deus.
Apesar dos juízes serem nomeados pelo Governo, uma vez que estejam no
exercício da função, terão que julgar com imparcialidade de acordo com a lei de
Deus. Ademais, os Órgãos e os funcionários do Governo não saem de sua esfera
de jurisdição legal, de tal sorte que mesmo a mais alta autoridade executiva do
Governo é susceptível de ser citada para comparecer ao tribunal na qualidade de
demandante ou acusado, igual a qualquer outro cidadão. Ou seja, dirigentes e
dirigidos estão sujeitos à mesma lei, não havendo (teoricamente) discriminação
com base na posição, poder ou privilégio. Quer dizer, o sistema social do Islã se
baseia na convicção de que todos os seres humanos são iguais, constituindo
uma irmandade una.
Ex positis, conclui-se que o direito muçulmano começou como a lei do Estado
e da comunidade governante, servindo aos propósitos dessa comunidade
enquanto o domínio muçulmano cresceu em dimensões e se estendeu desde o
Atlântico ao Pacífico. Ele detinha capacidade inerente para se desenvolver e se
adaptar às contingências do tempo e do clima, não perdendo o seu dinamismo
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nem mesmo nos dias atuais. De fato, o direito muçulmano se encontra recebendo
um crescente reconhecimento como força ativa para o bem dos países
muçulmanos, que estiveram sob o jugo político-jurídico estrangeiro, e que
hodiernamente estão tentando reintroduzir o châr'ia em todos os aspectos da
vida.
5. DIREITO NA ÍNDIA:
Tal civilização, fora destruída por volta de 1.500 a. C., em função da invasão e
conquista de grande parte do atual território indiano por um grupo étnico que se
auto-identificava como "arianos" e falava um idioma indo-europeu: o
sânscrito. Dessa conquista e colonização ariana da atual Índia, cujos pálidos
ecos podem ser inferidos no mais antigo documento literário indiano (o Rig Veda),
nasceu a Civilização Hindu atual.
Durante a Dinastia Mauria (séculos IV a.C. - III a.C.) foi estabelecido o Primeiro
Império Hindu, o qual representa o apogeu da cultura clássica hindu devido suas
realizações políticas, artísticas e científicas e marco embrionário de diversos dos
aspectos essenciais da sociedade hindu atual.
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No que tange ao direito na Índia, não se pode confundir o direito hindu com o
direito indiano, que é o direito territorial da Índia enquanto país; o direito indiano é
constituído, sobretudo por leis da República Indiana, teoricamente aplicado a
todos os habitantes do território; mas na verdade, em vários domínios, os direitos
das comunidades religiosas subsistem, seja o direito hindu, seja o direito dos
Muçulmanos, seja o dos Cristãos, etc."
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Por sua vez, as fontes do dharma são três, a saber: 1) o Veda(11) que, em
suma, é o somatório de todo o saber ou verdades de cunho moral e religioso
reduzidos a determinados preceitos escritos contidos nos livros sagrados, dos
quais o mais importante é o Rigveda; 2) a tradição; 3) o costume(12).
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Outro aspecto relevante é que a área abrangida pelo Direito hindu está cada
vez menor(13). Primeiramente porque só diz respeito aos adeptos do hinduísmo,
e, segundo, porque somente tem validade para certas relações jurídicas,
mormente sobre Direito de Família.
Mesmo depois da elaboração dos textos de leis modernas sem base religiosa,
o costume é aplicado quando não se procuram os Tribunais e Cortes estatais.
Essas leis também prevêem exceções em favor dos costumes.
Na realidade, ocorre que a maioria hindu não aceita a questão da igualdade e
mobilidade sociais, uma vez que naquele país se fixou a crença de que cada um
deve viver no nível em que nasceu por deméritos de vidas pretéritas (caso dos
membros das castas mais desprestigiadas) ou méritos de vidas passadas (para
os membros das castas mais elevadas) para que uns e outros alcancem o
paraíso após a morte. Trata-se da crença no fatalismo, na Justiça Divina.
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Destarte, esse direito nacional da Índia compreende todas as leis do país que
são, em princípio, de aplicação geral, mesmo quando disposições particulares
destas leis as declaram inaplicáveis a determinadas categorias de cidadãos. Por
exemplo, o Indian Succession Act, é tido como integrante do direito indiano,
embora esteja disposto expressamente nesta lei que, exceto certas disposições,
ela não se aplica aos hindus, muçulmanos, budistas e parsis, e também não se
aplica a maior parcela da população da Índia em toda matéria referente às
sucessões ab intestato.
Além disso, não se pode olvidar que direito laico de aplicação nacional da Índia
é baseado em grande parte no common law(14), já que a Constituição de 1950
proclamou a manutenção em vigor do direito anterior (art.372). Logo, a Índia
continua a pertencer a Commonwealth, permanecendo um país de common law.
Entretanto, a ligação com o direito inglês foi bastante reduzida, apresentando o
direito indiano, no interior da common law, uma inquestionável originalidade,
principalmente em matéria de direito constitucional.
Por fim, à luz de tudo o que foi exposto, a situação do Direito na Índia pode ser
sintetizada como uma situação de extremos opostos: de um lado o hinduísmo
pregando uma vida de conformação fatalista e principalmente aos pobres sua
aceitação à indigência para merecer reencarnações mais felizes (direito hindu) e
sua Justiça interna ("assembléias" de casta) punindo os membros
inadaptados, e, de outro, o Direito estatal legislando sobre direitos e deveres de
todos e a Justiça estatal lutando pela abolição das desigualdades abissais.
6. CONCLUSÃO:
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A religião sempre foi usada como desculpa para legitimar e justificar inúmeras
guerras ao longo da história. Desde o tempo das Cruzadas até os
homens-bomba e ataques terroristas da atualidade, a intolerância religiosa tem
colocado em risco o futuro da humanidade como conhecemos, pondo em rota de
coalizão as civilizações ocidentais e orientais, acarretando um inevitável choque
entre culturas, valores e religiões tão discrepantes. Os ataques terroristas de
Osama Bin Laden as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York
(símbolo do capitalismo norte-americano) e ao Pentágono (símbolo do poderio
militar daquele mesmo país) em 11 de setembro de 2001 são os expoentes
máximos dessa alarmante situação.
Destarte, compete à própria sociedade civil refletir sobre como a retórica (tal
como a poesia, a música e a arte) poderia estimular o pluralismo e a tolerância.
Nesse diapasão, o papel das lideranças dos movimentos pelos direitos civis é
primordial.
Como se vê, a religião vai continuar sendo uma das mais graves questões
políticas dos próximos tempos, inclusive nas mais sólidas democracias.
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7. BIBLIOGRAFIA:
Notas:
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renascemos em nossa vida atual foi definida na vida anterior, pelo estágio
espiritual que alcançamos e os atos que nela praticamos. O hindu pleiteia
fundir-se a Brahman (a verdade suprema, espírito que rege o Universo), o que só
é possível se libertando do samsara através da purificação de seus infinitos
carmas, atingindo o estágio conhecido como nirvana (a sabedoria resultante do
conhecimento de si mesmo e do universo). O caminho para o nirvana passa
pelas práticas religiosas, pelas orações e pela ioga, porém vários hindus adotam
igualmente dietas vegetarianas e o ascetismo (renúncia aos bens e prazeres
materiais) para atingi-lo. Os textos sagrados do hinduísmo são: os Vedas (mais
antigo), os Puranas (narrativas sobre a tríade divina Brahma, Shiva e Vishnu, as
festas e condutas do hindu), o Mahabharata (O Grande Combate dos Bharata),
poema que se refere a luta do bem e do mal, aos cultos a Shiva e Vishnu e as
lutas entre as tribos hindus; os Upanishads (aulas dos mestres), o Ramayana
(poema sobre o amor de Rama por Sita) e o Código de Manu (normas, regras e
práticas sociais hindus).
• 11 - O Veda representa o somatório de todo o saber ou verdades de cunho
moral e religioso reduzidos a determinados preceitos escritos contidos nos livros
sagrados, dos quais o mais importante é o Rigveda.
• 12 - Existe um número sem fim de costumes, diferentes não só de uma região
para outra, todavia, sobretudo de uma casta para outra.
• 13 - No sul, na região tamul, a lei permanece ineiramente costumeira, sendo
que os dharma-sastras se aplicam somente aos brâmanes, os quais são mestres
da religião, conhecedores das realidades do espírito, que mereceram, pelo
nascimento, ter contato com as obras sagradas do hinduísmo.
• 14 - Nesse diapasão, René David assevera que "os códigos e leis com
que a Índia foi dotada, na época do domínio britânico, são fundados sobre os
conceitos do direito inglês. Estão, porém, longe, de ser uma obra, de simples
consolidação; não se limitaram a expor sistematicamente as regras do direito
anterior; a codificação foi utilizada para reformar o direito." E prossegue
aduzindo que "a independência da Índia não acarretou uma revisão dos
conceitos implantados na época da dominação britânica, nem tampouco colocou
em perigo a obra legislativa realizada." (David, René: Os Grandes Sistemas
do Direito Contemporâneo. Páginas 572, 573 e 577).
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