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Teatro 3ªA DIREÇÃO E PRODUÇÃO


Personagens: Cabelo, Alex, João, Beto, Robson, Pai João, Pai de Carol, Bia, Carol, Ana, Mãe de Ana, Mãe de João,
Rebeca, Elisa, Mano1, Mano2, Mãe de Bia, Alan, policiais.
CENA I
Em cena um grupo de amigos, todos falando e brincando
Ana – é sério gente! Vocês não têm um sonho?
Sabe, querer ser outra pessoa, ir para outro lugar, sei lá.
Alex – se eu conseguir terminar esse ano já vai ser um sonho.
Cabelo – vichi. Então, você está fudido, só vai ter pesadelo.
Bia – eu sonho ter meu salão de beleza. Fazer um puxadinho lá na garagem mesmo. Trabalhar sem patrão.
Cabelo – e quem vai ser louco de ir lá?
Ana – para Cabelo, não enche. Você não tem um sonho, não?
Cabelo – meu sonho eu vou conseguir sábado. Vou comprar minha moto.
João – caramba! Como você conseguiu a grana?
Cabelo – fazendo uns corre por aí.
Alex – cara. Vê se não se mete em rolo.
Cabelo – tô de boa cara. Mas e você Ana? Com as notas que você tira pode fazer o que quiser.
Bia – se eu fosse você, Ana, eu faria faculdade de direito, você leva jeito.
Ana – bem que eu queria, mas por enquanto é só um sonho.
João – eu queria ser jogador de futebol, mas pra quem mora aqui na perifa é impossível.
Alex – você joga bem pra caramba, devia tentar algum clube.
João – eu não sou tão bom assim pra entrar num clube. Mas e você? Vai casar com a Rebeca?
Alex – é meu guri vai nascer logo. Tenho que arrumar um trampo, a mãe dela tá pegando no meu pé. Imagina
quando eu for morar lá.
Cabelo – e você, Carol? Tá quieta demais.
Carol – sei lá. Eu estava pensando.
Cabelo – em mim?
Carol – em todos nós. Eu estava lembrando de quando era criança e nas coisas que a gente falava.
Alex – como assim? O Cabelo sempre falou merda.
Carol – a gente nasceu, cresceu e estudou sempre aqui. E agora nosso sonho é continuar aqui? Será que a gente
não merece mais? Sei lá quando a gente era criança a gente queria conhecer o mundo, viajar, mas agora.....
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Cabelo – lá vem você com esse papo. Se liga mina, você é pobre, é perifa. Cai na real. As mina da quebrada só
querem casar e ter filho.
Bia – credo....
Cabelo – é verdade. Se você tiver uma moto ou carro vai chover mina querendo dar umazinha e fazer um filho
pra te pegar.
Beto – (chegando contente) eu não quero dar pra você. Você é muito grosso.
Cabelo – sai fora sua bichona...
Bia e Ana – para Cabelo!
Cabelo – é isso aí! Quer saber de uma coisa, fui....
( Cabelo sai)
Ana – não liga pra ele Carol. Ele tá revoltado porque o pai vai sair da cadeia.
João – já! O cara matou a mulher na porrada e já vai sair da cadeia? Que absurdo.
Beto – mas isso não justifica ele ser assim. Lá em casa também é foda, mas eu não saio por aí dando porrada em
ninguém.
Alex – é que você tem outra cabeça Beto. Você não se importa com que os outros falam. Você vai atrás das
coisas, sempre de bem com a vida. Nada te abala.
João – gente eu tenho que ir, a gente se vê amanhã. Tchau.
(todos se cumprimentam e começam a sair só ficam o Beto e a Carol)
Carol – não é bem assim né Beto.
Beto – O que?
Carol – o que ele falou. Que você não tá nem aí. Eu te vi outro dia lá na quadra. Você estava mal.
Beto – é. As pessoas gostam de machucar a gente. Mas isso não pode me impedir de buscar o que eu quero,
você entende?
Carol – entendo e te admiro. Vamos nessa? Vamos comer alguma coisa lá em casa.
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CENA II
(eles saem, entram Cabelo e dois Manos)
Mano 1 – Você vai fazer o que a gente tá mandando. Para de ser cuzão.
Cabelo – tá, Mano! Mas é que eu nunca fiz isso antes. E se der errado?
Mano 2 – daí você conserta, senão vai o pro cemitério ou fazer companhia pro papai lá na cadeia.
Mano 1 – tu não queria grana? Tem que trampar, mano. Olha lá. Tá vindo uma mina. Dá uma porrada nela e
pega o celular, se ela der trabalho, apaga ela. Entendeu?
(Cabelo concorda, Bia entra usando capuz, ele vai pra cima dela e dá um empurrão, ela cai no chão)
Cabelo – passa essa celular filha da puta.
Bia – mas o que é isso? (ela olha e reconhece Cabelo). Cabelo? O que é isso? Se tá louco? É isso que você anda
fazendo? Roubando celular pra comprar moto?
Cabelo – não é isso não. É brincadeira. Só queria te dar um susto.
Mano 1 – (entra com revolver na mão) susto nada.
Mano 2 – e aí cuzão, o que eu te disse? Resolve.
Cabelo – pera aí cara. Eu conheço ela. É gente boa.
Bia – Cabelo o que tá acontecendo?
Mano 1 – (aponta a arma pra Bia) foda-se. (atira). Você conhecia, não conhece mais.
Cabelo – (fica em choque, se ajoelha ao lado de Bia e chora)
Mano 2 – vamos sai fora. Corre caralho.
(Saem correndo do palco, fecham-se as cortinas)
CENA III
(Casa da Ana, está sentada com notebook, entra sua mãe)
Mãe – filha! O que você tá fazendo? Nesse computador de novo?
Ana – oi mãe. É que o professor falou de uns cursos hoje e eu estava pesquisando umas faculdades.
Mãe – fez a janta? Pegou seu irmão na escola? Lavou roupa? Para de sonhar, filha. Já te disse que esse negócio
de faculdade não é pra gente como nós. Isso não paga as contas, não põe comida na mesa.
Ana – eu sei mãe. Mas eu queria falar com a senhora de um curso que vai ter aqui no bairro, é de graça.
Mãe – agora não filha. Vou tomar um banho, tô morta de cansaço. Amanhã a gente fala. (Sai de cena)
Ana – (abaixa a cabeça) é amanhã a gente fala, sempre amanhã. (Sai de cena)
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CENA IV
(Entram Alex e Rebeca)
Rebeca – sabe mô. Não vejo a hora de você se mudar pra cá pra gente ficar juntinho. Só nós dois.
Alex – nós dois e a torcida do Corinthians, né? Porque tem sua mãe, seu pai, sua avó, suas irmãs e não vamos
nos esquecer dos cachorros.
Rebeca – credo, mô. Até parece que você não quer ficar comigo.
Alex – é lógico que quero. Mas assim?
Rebeca – e você tem outra solução? Sabe, meu pai tá até arrumando um trampo pra você lá na oficina do Mané.
Alex – oficina? Mas eu não entendo nada de carro.
Rebeca – meu pai falou que se você se esforçar você aprende. Ele disse que o salário é pouco, mas já dá pra
comprar as coisas pro bebê. Só que eu acho que você vai ter que parar de estudar.
Alex - parar de estudar?
Rebeca – é, mô. Eu não fiz esse filho sozinha, você vai ter que me ajudar. E depois, meu pai disse que pra
trabalhar em oficina não precisa de diploma. Vem. Vamos ver as coisas que eu comprei pro bebê.
(pega na mão dele e arrasta ele pra fora)
CENA V
(casa de João, seus pais estão sentados vendo tv, ele entra)
Mãe – oi filho. Já chegou? Tem comida pra você no fogão.
João – valeu mãe.
Pai – filho, vem cá. Tenho uma novidade pra você.
João – o que é pai?
Pai – lembra que eu te falei de uma obra que estava contratando gente para trabalhar?
Então. Consegui uma vaguinha como ajudante, pra você. Começa segunda feira.
João – segunda? Mas e a escola?
Pai – tua mãe vai na escola amanhã e vê se te coloca de noite. Se você trabalhar direitinho, sempre vai ter uma
vaga pra você em outra obra.
Mãe – que bom né, filho! Agora você vai ter um dinheirinho e vai poder ajudar em casa também.
Pai – você tá virando um homem, filho. Vai ter que ter responsabilidade. Trabalhar e esquecer um pouco essa
bola aí.
Tá feliz?
João – ( com cara de desânimo) muito pai. (todos saem)
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CENA VI
(Carol e Beto estão sentados e conversando, entra pai de Carol)
Mauro – Carol!
Carol – tô aqui, pai. Tô com o Beto.
Mauro – tudo bem, Beto?
Beto – oi seu Mauro, tudo bem.
Mauro – Carol, a Elisa vem aqui hoje.
Carol – ah não!
Mauro – deixa disso filha. Ela é minha namorada, vocês tem que se entender.
Carol – fala isso pra ela. É a maior chata.
Mauro – e você é muito implicante. Pode ir se acostumando, ela vem morar aqui no mês que vem.
Carol – o que? Mas pai.....(batem na porta)
Mauro – olha aí, ela chegou. Modos eihn?
Carol – (para Beto) eu não acredito....
Beto – calma amiga.
(entra Elisa, toda perua, junto com Mário)
Elisa – oi Carol, que fofura! (dá um beijinho) E esse quem é? Seu amiguinho?
Beto – oi, sou o Beto, a amiguinha da Carol.
Elisa – (dando um berro) não acredito, você é gay. Que legal. Sempre quis ter um amigo gay. Me conta tudo.
Carol – ai, não!
Beto – tudo o que?
Carol – não liga não, ela é louca.
Elisa – tive uma ideia. Vamos, todos, sair pra dançar?
Mauro – agora?
Elisa – é lógico. Eu conheço um lugar MARA.
Mauro – ok. Vocês topam?
Carol – ah, pai!
Beto – tudo bem Carol. Vamos nessa.
Carol – tá bom. Mas só porque você tá comigo.
Elisa – (bate palmas e dá um grito) oba. Nós vamos nos divertir.
(todos saem) Fecham-se as cortinas
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CENA VII
(Todos sentados na sala do coordenador, entra Beto)
Beto – bom dia turma linda. Alguém sabe porque o Robson quer falar com a gente?
Alex – sei lá. Eu não fiz nada.
Ana – alguém sabe da Bia?
Cabelo – o que tem a Bia?
Ana – eu não consigo falar com ela desde ontem.
(Robson entra)
Robson – oi pessoal, obrigado por virem aqui. Eu preciso conversar com vocês.
Carol – nossa Robson, tudo bem? Você tá com uma cara......
Robson – é que eu tenho uma notícia muito ruim para dar pra vocês.
Beto – ai, fala logo, tô ficando nervoso.
Robson – gente, infelizmente a Bia foi vítima de um assalto ontem.
Ana – meu Deus! Como ela está? É por isso que eu não conseguia falar com ela. Ela está bem?
Robson – não, Ana. Infelizmente ela levou um tiro e morreu na hora.
Ana – o que? A Bia? Não, isso é um engano.
João – não pode ser. A gente estava com ela ontem.
Alex – você tem certeza que é a Bia?
Robson – infelizmente é verdade. Assaltaram ela ontem, para roubar o celular. As pessoas que viram falaram
que foi tudo muito rápido.
Cabelo (desesperado) alguém viu?
Robson – sim. Viram os três bandidos que assassinaram a Bia covardemente. A polícia está atrás deles. É uma
questão de tempo. Eles serão presos.
Fiquem aqui mais um pouco, se acalmem. Depois podem ir para casa. Eu sei que vocês não vão ter cabeça para
mais nada hoje.
(Robson sai)
Alex - eu ainda não acredito. Ontem a gente estava falando dos sonhos. Quem poderia imaginar?
Cabelo – eu não vou ficar aqui, tenho que ir.
João – onde você vai?
Cabelo – eu só tenho que ir.....(sai)
João – o que deu nele?
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Alex – vai saber..


Ana – eu ainda não acredito. Eu sei que a gente vive no meio de muita violência, mas a Bia era uma garota tão
doce, tão cheia de sonhos. Sabe, quando a gente era criança ela falava em ser cabelereira. Falava que ia ter um
salão de beleza chic, que só ia entrar artista.
João – de que adiantou tanto sonho? Olha agora.
Carol – espera aí, João! Sonhar tornava ela feliz, dava um propósito pra ela. A gente não sabe como vai ser
amanhã, mas eu não posso viver como se não houvesse amanhã. É para isso que os sonhos servem.
Beto – é, o sonho dela diminuiu com o tempo.
João – não foi só o dela, não.
Alex – como assim?
João – eu fiquei pensando no que a Carol falou ontem, sobre a gente merecer mais. Eu nunca fiz teste para jogar
futebol porque eu sempre achei que era muito sonho pra mim. Daí eu cheguei em casa ontem e meu pai me deu
a notícia que eu vou começar a trabalhar segunda feira, como ajudante de pedreiro, vou ter que estudar de
noite. Não vai ter mais espaço pra sonhar.
Carol – sonhar não ocupa espaço.
Alex – não é o fim da vida, João.
Ana – você pode fazer uma faculdade e trabalhar com futebol. Já eu, minha mãe não quer nem saber de estudo.
Por ela eu nunca mais saio de casa.
Alex – e eu? Meu sogro me arranjou um emprego numa oficina. Eu odeio mecânica.
Carol – nossa! E eu reclamando da namorada do meu pai.
Beto – pessoal! Eu estou saindo de casa.
TODOS – O que?
Beto – vocês sabem que meu pai me odeia, e minha mãe faz tudo que ele manda.
Carol – não é bem assim Beto.
Beto – é sim, Carol. Eu não sou o filho que meu pai queria. Tudo bem. Quem sabe um dia.
Ana – mas onde você vai morar? Como vai se sustentar?
Beto – eu consegui um emprego lá no centro. Vai dar pra pagar a pensão onde vou morar. Não é um lugar legal,
mas vai ser temporário. Eu me inscrevi em um curso de canto, pra melhorar minha técnica. No centro tem um
monte de barzinho que paga pra você cantar nos finais de semana, é um dinheiro extra. Eu não tenho medo de
levar um não na cara, já levei tantos.
Carol – vou sentir sua falta, mas eu sei que você vai conseguir.
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João – você tem muita coragem. Eu não conseguiria.


Ana – nem eu.
Beto – pensa assim. Quero ficar assim pro resto da vida? Posso passar um aperto agora, mas vou atrás daquilo
que me faz feliz. Sei que não vai ser fácil. Mas tenho meus amigos. Não é?
(entra Cabelo, cabeça baixa, triste)
Alex – já voltou? Onde você foi com tanta pressa?
Cabelo – eu tinha que pensar um pouco.
João – tá tudo bem?
Ana – fala Cabelo!
Cabelo – eu sei quem matou a Bia.
TODOS – o que? Quem? Como?
Cabelo – eu estava junto.
Ana – não! Você? Foi você quem fez isso? Como pode?
Cabelo – não fui eu. Uns caras que eu conheci. Eles queriam que eu roubasse o celular dela, mas quando eu vi
que era a Bia, eu não consegui. Daí eles atiraram nela. Bem ali na minha frente.
Eu juro gente. Eu juro que não sabia que era a Bia.
Ana – seu imbecíl, filho da puta. Tudo por conta de uma moto? Ela era nossa amiga.
João – não era só por causa da moto, não é Cabelo?
Beto – do que vocês estão falando.
João – é sobre as pessoas gostarem de você. Se você tem uma coisa que todo mundo quer, as pessoas gostam
de você.
Carol – pois a gente gostava de você sem você ter nada. A Bia gostava de você, estava preocupada com você por
causa do seu pai.
Cabelo – eu não estou feliz com nada disso. Eu estava lá. Eu vi a cara dela quando ela percebeu o que iria
acontecer. Não consegui dormir à noite inteira. Fico lembrando de tudo e imaginando que poderia ser diferente.
Que eu deveria fazer diferente. Mas a culpa não é minha. Não fui eu que apertei o gatilho.
(entra mãe da Bia, com os bandidos e dois manos)
Mano 1 – É aquele cara alí!
Mano 2 – Ele estava com a gente.
Beto – O que está acontecendo?
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Mãe – sou a policial Mendes, mãe de Bia. Vim aqui para prender a pessoa que participou do assassinato de
minha filha.
Essa pessoa é você, Cabelo?
Como você pôde fazer isso? Bia era apaixonada por você. Por quê?
Cabelo – eu não tive culpa.
Mano 1 – Você estava junto cara!
Mano 2 – quer cair fora agora?
Mãe – você fez sua escolha Cabelo. Minha filha não teve escolha nenhuma, foi assassinada covardemente.
Podem leva-lo.
(os policiais prendem Cabelo e saem de cena com ele e os manos)
Ana – nós sentimos muito por Bia.
Alex – gostávamos muito dela, não consigo entender por que o Cabelo fez isso.
Mãe – você é o Alex?
Alex – sim.
Mãe – encontrei isso nas coisas de minha filha. Ela queria falar com você, mas não teve tempo.
(entrega um papel para Alex).
Mãe – Adeus. (sai)
(Alex lê o bilhete e fica chocado)
Alex – não. Não pode ser!
João – O que foi cara?
Carol – fala Alex. O que está acontecendo?
Alex – a Bia descobriu que o filho que Rebeca está esperando não é meu.
João – Como?
Alex – Rebeca mentiu, o filho é do Cabelo!
(todos se abraçam, fecham-se as cortinas)
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CENA VIII
(ALGUMAS MESAS, PLACA COM O NOME DO BAR, Alan está em cena arrumando as mesas, entram os amigos, menos
Cabelo)
Alan – olá! Sejam bem vindos! Vocês devem ser os amigos do Beto.
Carol – isso mesmo. Viemos vê-lo cantar. Estamos morrendo de saudades.
Alan – ele me contou sobre vocês. Vocês o apoiaram quando ele começou essa aventura. Sou muito grato por
isso. Beto é o amor da minha vida.
João – gostamos muito do Beto, mas já faz 10 anos que não nos vemos. Não vejo a hora de encontra-lo.
Alan – você deve ser o João, o técnico de futebol!
João – isso mesmo.
Alan – (vira-se para Alex) e você deve ser o Alex, que trabalha com informática, aquele que iria se casar quando
estava na escola.
Alex – é, mas não me casei e hoje trabalho na área que gosto de verdade.
Alan – E você? É a Carol? A jornalista? Aquela que fez a reportagem sobre corrupção na prefeitura e colocou um
monte de gente na prisão?
Carol – Eu mesma.
Alan – meu Deus, é uma honra. (comprimenta Carol e vira-se para Ana)
Alan - e você é Ana, a advogada.
(entra Cabelo)
Cabelo – e eu sou Cabelo, que acabei de sair da cadeia, graças a minha amiga Ana. Tenho uma filha linda,
chamada Bia e sou mecânico de motos.
Alan – estou feliz por terem vindo. Beto fala muito de vocês. Agora sentem-se e apreciem o show.
(Alan vira-se para o público e anuncia a entrada de Beto, começa a tocar “I will survive”, todos batem palmas e fecham-
se as cortinas)

FIM

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