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112/90
Sumário
1. Conceito e classificação
a) Agentes políticos;
b) Servidores públicos em sentido amplo ou agentes estatais;
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CARVALHO, Matheus – Manual de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 3ª ed. 2016. P. 733
c) Militares;
d) Particulares em colaboração com o poder público.
2
Ibidem, p. 736.
Esses servidores são ocupantes de cargos públicos 3, que podem ser
classificados, quanto à garantia conferida ao ocupante, em vitalícios, efetivos
ou em comissão.
3
Segundo o art. 3º da Lei 8.112/90, cargo público consiste no conjunto de atribuições e
responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
4
CARVALHO, Matheus – Manual de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 3ª ed. 2016. P.755.
5
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. [...]
6
Art. 41. [...] § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - mediante
procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
7
O contraditório é o direito que acusado possui de apresentar a sua versão dos fatos, sua defesa no
processo. Já a ampla defesa é a garantia de que o acusado poderá se utilizar de todos os meios de
provas admitidos em direito. Essas garantias estão previstas no art. 5º, LV da CF/88:
Art. 5º [...] LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
8
O servidor é periodicamente avaliado em relação às suas funções, ocasião em que se observa a
aplicação do princípio da eficiência (art. 37, caput, CF/88). Caso seja um servidor ineficiente, poderá vir a
ser exonerado de seu cargo.
em julgado9, ou ainda em razão de procedimento específico de contenção de
despesas, conforme o disposto no art. 169 da Constituição 10, ocasião esta em
que o servidor é exonerado11.
9
É a sentença da qual não se cabe mais recurso.
10
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (Redação dada pela pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
[...]
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
11
Frise-se que o servidor, nesta hipótese, é exonerado e não demitido. A demissão é uma sanção ao
servidor que cometeu uma infração prevista em lei, passível de demissão. Já a exoneração não constitui
sanção prevista em lei, mas acontece nas hipóteses previstas na CF/88 como condição de perda do
cargo.
12
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais
casos, de sentença judicial transitada em julgado;
[...]
contas14. Vale a pena ressaltar que a perda do cargo vitalício somente se dará
por sentença judicial transitada em julgado.
13
Art. 128 [...]
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério
Público, observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado;
14
Art. 73 [...]
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-
lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
15
Art. 37 [...] II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração;
16
Art. 37 [...]
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
1.2.3 Servidores temporários
1.3 Militares
São estatutários, uma vez que possuem regime estabelecido por lei. No
entanto, seu regime não se submete às regras da Lei 8.112/90, mas às de
legislação própria dos militares, a qual estabelece normas de ingresso, limites
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e
os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas
as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos;
Art. 37 [...]
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
17
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 27 ed., 2014. P. 603.
de idade, estabilidade, transferência para inatividade, direitos, deveres,
remuneração, prerrogativas (art.42, §1º, e 142, §3º,X, da Constituição). 18
18
Ibidem, p. 603.
19
CARVALHO, Matheus – Manual de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 3ª ed. 2016. P. 737
20
Registre-se que esta não é a única classificação trazida pela doutrina.
21
CARVALHO, Matheus – Manual de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 3ª ed. 2016. P.738.
22
Tanto a concessão como a permissão de serviços públicos se dá por meio de contrato administrativo.
Já a autorização é feita por ato administrativo precário, o qual pode ser revogado a qualquer momento
pela administração em razão de critérios de conveniência e oportunidade. Parte da doutrina entende
não ser possível a autorização de serviço público (nesse sentido, ver CARVALHO, Matheus – Manual de
Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 3ª ed. 2016. P. 645).
23
CARVALHO, Matheus – Manual de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 3ª ed. 2016. P.738.
Por fim, os gestores de negócios são aqueles que, espontaneamente,
assumem determinada função pública em momento de emergência, como, por
exemplo, em casos de epidemia, incêndio, enchente etc.24
Para que uma função possa ser exercida por um agente, é preciso que
esse agente possua um cargo. Decorre, portanto, que as funções de confiança
24
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 27 ed., 2014. P.604.
25
CARVALHO, Matheus – Manual de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 3ª ed. 2016. P. 756.
26
Ibidem, p. 756.
só podem ser exercidas por servidores públicos, uma vez que possuem cargos
públicos.
Art. 37 [...]
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
27
Ibidem, p. 757.
28
Ibidem, p. 757.
4. Qual a responsabilidade dos agentes políticos e dos demais agentes
públicos?
29
Ibidem, p. 937.
Portanto, o entendimento atual é de que com exceção dos crimes de
responsabilidade cometidos pelo Presidente da República e Ministros de
Estado em crimes conexos com os do Presidente, os demais agentes públicos
respondem por improbidade administrativa.30
5. Questões
1) (Ano: 2015; Banca: FCC; Órgão: DPE-RR; Prova: Técnico em Contabilidade)
A expressão agentes públicos é bastante abrangente, compreendendo
categorias sujeitas a distintos regimes jurídicos. Dentre as várias espécies de
agentes públicos inserem-se os servidores públicos estatutários,
a) que ocupam cargos públicos e os empregados públicos, cujo vínculo é
pautado na legislação trabalhista, excluindo-se os servidores temporários,
porque não podem se vincular definitivamente à Administração Pública.
b) que ocupam cargos públicos, os empregados públicos, cujo vínculo é
pautado na legislação trabalhista e os servidores temporários, contratados por
tempo determinado, para atender a necessidades temporárias de excepcional
interesse público.
c) celetistas e temporários e os agentes políticos, excluindo-se os particulares
em colaboração com o Poder Público, por não manterem com o Poder Público
vínculo empregatício.
d) que ocupam cargos públicos e os servidores temporários, contratados por
tempo determinado, excluindo-se os empregados públicos, por não se
submeterem a concurso público.
e) celetistas e temporários e os particulares em colaboração com o Poder
Público, excluindo-se os agentes políticos, porque foram investidos por eleição
nos respectivos cargos.
30
Da mesma forma, explica José dos Santos Carvalho (Filho, Carvalho, José dos Santos . Manual de
Direito Administrativo, 29ª edição. Atlas, 09/2015. VitalSource Bookshelf Online. p.1120-1121: [...]
, aplicando-se-lhes apenas a
Lei no 1.079/1950.469 Em ou de
r -administrati . [...]
3) (Ano: 2015; Banca: FCC; Órgão: TRT - 15ª Região; Prova: Juiz do Trabalho
Substituto) O conceito de agente político:
a) alcança apenas os detentores de mandato eletivo, inclusive os membros do
Poder Executivo.
b) corresponde àqueles que não detêm vínculo jurídico com a Administração,
mas exercem atividade pública.
c) compreende as pessoas que exercem atividades típicas de governo, entre
as quais os Chefes do Poderes Executivo, os Ministros e Secretários de
Estado.
d) diz respeito apenas aos detentores de mandato eletivo no âmbito do Poder
Legislativo.
e) é espécie do gênero agente público, diferenciando-se do conceito de
servidor público em face apenas do caráter temporário da investidura perante a
Administração.
4) (Ano: 2013; Banca: FCC; Órgão: TRT - 9ª REGIÃO (PR); Prova: Analista
Judiciário – Medicina) A Constituição Federal brasileira determina, no inciso IX,
do artigo 37, que “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público.” Sobre esses servidores temporários contratados sem a realização de
concurso público, é correto afirmar que
Gabarito: 1) B; 2) E; 3) C; 4) C; 5) C