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CASO PETRÓPOLIS
Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Alexandre Gonçalves Evsukoff, Dr.
________________________________________________
Profa. Beatriz de Souza Leite Pires de Lima, D. Sc.
________________________________________________
Profa. Maria Cristina Moreira Alves, D. Sc.
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Profa. Alessandra Magrini D. Sc.
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus filhos, por sempre terem um sorriso nos olhos e
serem meus melhores amigos...
Os filhos são um capitulo a parte em nossas vidas...uma parte meio nebulosa em que
usamos todo o nosso conhecimento, mas que nenhuma experiência é capaz de explicar...
iv
Agradecimentos
Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.).
Março/2005
March/2005
ÍNDICE
Capítulo 1 .............................................................................................................................. 1
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1 Motivação e Justificativa .............................................................................................. 2
1.2 Organização .................................................................................................................. 3
Capítulo 2 .............................................................................................................................. 5
Capítulo 3 ............................................................................................................................ 33
Capítulo 4 ............................................................................................................................ 48
Capítulo 5 ............................................................................................................................ 63
Estudo de caso..................................................................................................................... 63
5.1 Dados de entrada......................................................................................................... 63
Telas do Sistema de entrada de dados .......................................................................... 65
Exemplo do Relatório Final.......................................................................................... 67
Local 2:Posse - Com intervenção ................................................................................. 67
5.2 Resultados................................................................................................................... 68
5.2.1 Município de Petrópolis ...................................................................................... 68
Capítulo 6 ............................................................................................................................ 70
Conclusões ........................................................................................................................... 70
Anexos.................................................................................................................................. 78
INTRODUÇÃO
A questão do lixo nos grandes centros é um problema que deve ser resolvido não
somente pelos órgãos públicos, mas também pela população de um modo geral. O que
significa, que devam ser estudadas políticas de implantação que visem a um menor
consumo de materiais descartáveis. Com isso trava-se uma luta entre grandes empresas e a
própria sociedade, que não conseguem perceber que são tão responsáveis quanto os órgãos
públicos, e estes, que não investem o suficiente em políticas ambientais.
Quando se pensa em lixo, imagina-se que cada um de nós não produza tanta
quantidade assim. É um paradoxo, a existência de um volume enorme de resíduos sólidos,
que ninguém produz, pois todos são responsáveis apenas por pequenas parcelas. É
necessário que este material seja depositado em algum lugar seguro, cujo destino
idealmente, são os aterros sanitários.Ele se torna, portanto, o grande vilão da estória. Pois
apesar de necessário, é rejeitado em todos os lugares planejados para ele. Nenhuma
comunidade deseja um aterro sanitário próximo a sua residência. Os aterros estão se
tornando cada vez mais distantes das cidades, aumentando o custo de transportes. Novos
aterros sofrem da síndrome conhecida como "NIMBY: not in my backyard" - não em meu
quintal. As maiores parte dos aterros sanitários hoje disponíveis estão com sua vida útil
limitada. O uso inadequado de aterros vem acarretando sérios impactos no meio ambiente,
principalmente poluição do solo e águas subterrâneas pela infiltração de líquidos
percolados, e das águas superficiais pelo escoamento de líquidos percolados ou
carreamento de resíduos das águas de chuva.
provenientes das varrições e o lixo verde. Os resíduos dos hospitais e indústrias devem ter
sua destinação em separado e por conta dos próprios geradores. Finalmente verifica-se que
o volume total produzido é muito alto, cerca de 228.413 toneladas de resíduos sólidos
diariamente, sendo 125.258 toneladas referentes aos resíduos domiciliares (JUCÁ, 2003).
Os dados, da cidade de Petrópolis, apontam para números da ordem de 210
toneladas/mês de resíduos sólidos. Hoje, a cidade conta com um sistema de coleta de lixo
no 1o. Distrito que é feito por uma empresa conveniada à empresa responsável pelo lixo –
COMDEP. Este material coletado é levado até uma estação de transbordo, onde é lançado
em caçambas de caminhões e transportado para o aterro controlado situado em Pedro do
Rio (4o. Distrito), o que equivale percorrer aproximadamente 27 Km de distância.
utilizados os dados dos locais, em um sistema que engloba os manuais e normas pertinentes
e a lógica nebulosa. Esta lógica é baseada em valores que podem ser expressos
lingüisticamente, fazendo, portanto, uma ligação entre o raciocínio matemático e a
realidade.
O sistema utilizado nessa tese teve como finalidade buscar uma solução que se fosse
de fácil utilização. Apresentando resultados para as três localidades pré-escolhidas pelo
município de Petrópolis.
1.2 Organização
No presente capítulo 1 foi feita uma introdução ao tema escolhido, bem como a
apresentação das justificativas e motivações quanto ao trabalho pretendido.
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Capítulo 2
Este capítulo tem por objetivo apresentar dados relativos a resíduos sólidos, suas
definições, competências e as normas relativas ao assunto, as formas de disposição dos
resíduos, o que irá determinar como será o aterro sanitário, bem como a situação do
município de Petrópolis.
A produção de lixo nas cidades está associada à urbanização, à variação
populacional e a capacidade de crescimento de sua economia. Quanto maior a densidade
demográfica e o poder aquisitivo, maior é a demanda por bens de consumo. A produção
desses bens tem seu preço: a extração de matéria prima da natureza, além de um maior
volume de diferentes resíduos. Os habitantes querem de alguma maneira se livrar desse
material, sem imaginar que estão aumentando o passivo ambiental e que este irá influenciar
a vida de todos, independente do nível de consumo.
O que se observa é que com a inexistência de um Sistema de Gestão de Resíduos
Sólidos que valorize este setor público, há vários anos vêm acontecendo sucateamentos de
material, de pessoal, de investimentos em saneamento, dando origem a um cenário onde se
observa:
• Disposição de resíduos sólidos em locais improvisados, a céu aberto,
resultando em maiores problemas para a população de entorno, tais como:
o Vetores de doenças;
o Poluição do ar, do solo e da água;
o Proliferação de catadores de lixo;
o Conflitos com a população estabelecida no local;
o Entre outros.
• Falta de um planejamento, ocasionando serviços improvisados, com baixa
eficiência e por vezes ineficazes.
• Em algumas situações o lixo é transportado para cidades vizinhas,
acarretando maiores custos e em certas situações problemas com estes
municípios.
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2.1 – Introdução
Segundo o Manual do IBAM1, no Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana
foi iniciado oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio
de Janeiro, então capital do Império. Nesse dia, o imperador D. Pedro II assinou o Decreto
nº 3024, aprovando o contrato de "limpeza e irrigação" da cidade, que foi executado por
Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se a
palavra gari, que hoje se denomina os trabalhadores da limpeza urbana em muitas cidades
brasileiras. Dos tempos imperiais aos dias atuais, os serviços de limpeza urbana
vivenciaram momentos bons e ruins. Hoje, a situação da gestão dos resíduos sólidos se
apresenta em cada cidade brasileira de forma diversa, prevalecendo, entretanto, uma
situação nada alentadora.
Considerado um dos setores do saneamento básico, a gestão dos resíduos sólidos
não tem recebido a atenção necessária por parte do poder público. Com isso, compromete-
se cada vez mais a já combalida saúde da população, bem como se degradam os recursos
naturais, especialmente o solo e os recursos hídricos. A interdependência dos conceitos de
meio ambiente, saúde e saneamento é hoje bastante evidente, o que reforça a necessidade
de integração das ações desses setores em prol da melhoria da qualidade de vida da
população brasileira.
Como um retrato desse universo de ação, há de se considerar que mais de 70% dos
municípios brasileiros possuem menos de 20 mil habitantes, e que a concentração urbana da
população no país ultrapassa a casa dos 80%. Isso reforça as preocupações com os
problemas ambientais urbanos e, entre estes, o gerenciamento dos resíduos sólidos, cuja
atribuição pertence à esfera da administração pública local.
Projetos de saneamento, que envolvam tratamento de resíduos sólidos, são os menos
valorizados, pois é sabido que há necessidade de dar uma destinação aos resíduos, porém
são pouco priorizados pelas autoridades.
O lixo pode ser considerado tudo aquilo que não serve mais, porém isso nem sempre
é verdade, pois o que para uns é lixo pode ser de grande valia para outros.A partir do
momento que a economia de escala dominou o mercado, a grande quantidade de material
descartado passou a ser um problema para a sociedade e para os municípios.
1
IBAM = Instituto Brasileiro de Administração Municipal
7
Hoje em dia se entende que os materiais têm um tempo de vida curta, ou seja, tudo
pode ser descartado e não se percebe que há um grande gasto de energia na produção dos
bens e um enorme desperdício de material, algumas vezes até mesmo de recursos naturais.
Os bens estão se tornando obsoletos e desgastados num menor espaço de tempo, o que
conseqüentemente gera mais lixo.
Como nem sempre os municípios estão preparados para receber uma quantidade tão
grande de lixo, ou na maioria das vezes, nunca tiveram essa preocupação, acabam dispondo
os resíduos de maneira incorreta, sem critério, causando com isso um prejuízo maior, de
ordem social e ambiental e que tem como conseqüência uma baixa na qualidade de vida dos
seus moradores.
O que se deve buscar é a diminuição da quantidade de material que segue para as
caçambas de lixo, fazendo o reaproveitamento desses resíduos. Essa atitude não só
diminuirá os gastos com a coleta e disposição do mesmo como poderá representar
oportunidade de trabalho e renda para várias famílias, havendo menos riscos de
contaminação dos rios, do solo e dos lençóis freáticos.
Para essa solução, pode-se aplicar o 3R – reduzir, reutilizar e reciclar. Reduzir a
quantidade de lixo, através da conscientização, da mudança de hábitos de padrão de
consumo. Reutilizar o material como já foi feito no passado, tais como: garrafas de
refrigerante, cerveja e outras. Reciclar o papel, vidro e latas, que geram uma economia
significativa de material e de energia. Alguns estados do Brasil vêm implantando
programas de educação ambiental no intuito de criar uma nova mentalidade na sociedade.
Dentre os programas podemos citar (IT. 1.302/94CECA2):
a) Programas de controle de desperdício, visando a conscientização e conservação
ambiental, voltados à minimização da geração de resíduos;
b) Programas de redução de resíduos, em cumprimento à Lei nº 2.011, de 10/07/92,
que poderão abranger as seguintes alternativas:
• Adoção de tecnologia limpa ou menos poluente;
• Substituição de matéria-prima;
• Alteração das características do produto final e de sua embalagem;
2
IT – CECA do Rio de Janeiro = Instrução Técnica da CECA – Companhia Estadual de Controle Ambiental
– Criada pelo Decreto n. 9 de 15 de março de 1975 – Competências e atribuições - no Decreto-Lei n. 134 de
15 de junho de 1975
8
c) Programas de reciclagem:
• Promover a reciclagem direta dos resíduos gerados através de seu
reaproveitamento quer seja pela própria atividade geradora, quer seja por
terceiros.
• Promover a reciclagem indireta dos resíduos através do seu pré-tratamento e
posterior reutilização como matéria-prima pela própria atividade geradora ou
por terceiros.
• Participar do programa BOLSA DE RESÍDUOS da FEEMA, ou similar.
e) Transferência de Resíduos:
• A transferência de resíduos entre empresas de duas ou mais unidades da
federação deverá ser precedida da aprovação dos órgãos ambientais pertinentes.
2.2 Definições
O lixo passa a ser denominado resíduo sólido a partir do momento em que precisa
de uma destinação. Podemos utilizar as seguintes definições para resíduo sólido:
Geração de
População Total Geração
Resíduos
percapita
Percentual Percentual
Valor Valor (Kg/hab.dia)
(%) (%)
Brasil 169.799.170 228.413 100,0 1,35
Norte 12.900.704 7,6 11.087 4,8 0,88
Nordeste 47.741.711 28,1 41.558 18,2 0,87
Sudeste 72.412.411 42,6 141.617 62,0 1,98
Sul 25.107.616 14,8 19.875 8,7 0,79
Oeste 11.636.728 6,9 14.297 6,3 1,23
Fonte: PNSB (IBGE, 2000)
2.3 Responsabilidade
A gestão do lixo é um serviço publico que terá sempre o Estado como definidor de
política, regulador e controlador. A sociedade nem sempre é conhecedora de como se dá a
gestão desses serviços, seus custos e benefícios. Se houvesse uma maior integração, esta
poderia criticar, sugerir e intervir de maneira eficaz.
3
FEEMA = Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro
4
PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
10
2.4 Classificação:
5
delonizada = deionizada
6
Outra importante forma de classificar o lixo é quanto a sua origem, definições dadas
pelo Manual de Gerenciamento Integrado do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas,
2000):
1) residencial;
2) comercial;
3) varrição;
4) feiras livres;
5) serviços de saúde e hospitalares;
6) portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários;
7) industriais;
8) agrícolas;
9) entulhos.
Existe ainda a definição e classificação encontrada no Vocabulário Básico do Meio
Ambiente (1992) dada pelo Banco Mundial em 1978: “material inútil, indesejado ou
descartado, cuja composição ou quantidade de líquido não permita que escoe livremente”;
apresentando uma classificação para resíduo de acordo como o agente gerador:
1) resíduos sólidos agrícolas;
2) resíduos sólidos industriais;
3) resíduos sólidos institucionais;
4) resíduos sólidos de pesticidas;
5) resíduos sólidos residenciais;
6) resíduos sólidos comerciais;
7) resíduos sólidos municipais – considerados como resíduos residenciais e
comerciais gerados pela comunidade do município.
De forma geral produz-se muito lixo, seja na região Norte, seja na região Sul.
Segundo o levantamento realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano da
Presidência da República, em1998, obteve-se os seguintes valores, apresentados na Tabela
2.3:
Tabela 2.3
Geração
Região percapita
(Kg/hab.dia)
Norte 0,58
Nordeste 1,08
Sudeste 1,30
Sul 0,89
Centro - Oeste 0,95
Aqui o que se verifica é que não há um consenso quanto à quantidade de lixo per
capta, pois na tabela 2.1, segundo os dados do IBGE de 2000, é apresentado o valor de 1,35
como média Brasil.
70%
62,0%
58,3%
60%
População
PIB
50%
42,6% Geração de resíduos
40%
28,3%
30%
18,2% 17,8%
20%
14,8%
13,1%
8,6% 8,7%
10% 6,9%
5,4% 5,3%
4,5% 4,5%
0%
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro - Oeste
Tabela 2.4
BRASIL
Composição Percentual (%)
Matéria orgânica 52,5
Papel/papelão 24,5
Plástico 2,9
Metal 2,3
Vidro 1,6
Outros 16,2
2.6 Destinação
A destinação final do lixo é sempre o solo. Portanto, deve-se ter um cuidado
especial em como realizar essa disposição, considerando principalmente os fatores
ambientais. A preocupação deve ser com uma destinação adequada, sendo o lixo totalmente
aterrado. Mais uma vez deve ser considerado o consumo excessivo e o que pode ou não ser
aterrado. Na gestão dos recursos destinados a disposição dos resíduos, a comunidade deverá
estar envolvida para que tenha uma real visão do quanto se produz de lixo. Nesse aspecto
serão levantados assuntos de ordem ambiental, social e econômico.
Quando se pensa em lixo, na Gestão ou Gerenciamento dos Resíduos Sólidos são
levantadas várias hipóteses, quanto à coleta, horário de coleta, como deve ser disposto o
lixo – caçambas, latões, sacos de lixo, dimensionamento da frota, etc. Porém, o mais
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importante é o estudo de metas, de como diminuir a quantidade de lixo. Neste estudo deve
ser feito um planejamento de alternativas para a diminuição da quantidade que todo dia é
despejada nos caminhões. A comunidade deve estar envolvida, aprender a reciclar,
reaproveitar e reutilizar, pois se tomarem consciência de que nem tudo deve ser descartado
acabará criando uma consciência que chegará até as indústrias que optarão por embalagens
reutilizáveis e outros processos de aproveitamento de resíduos serão desenvolvidos.
Em todos os municípios do Brasil o lixo é disposto, quer seja de maneira adequada
quer seja inadequadamente no solo. Os sistemas utilizados são: o aterro controlado e o
aterro sanitário. Pode-se em alguns casos usar outras técnicas de destinação final: a
incineração e a compostagem.
A forma mais utilizada no Brasil é o lixão, em que a destinação é feita diretamente
no solo sem nenhum tipo de cuidado, colocando em risco à saúde e a segurança da
população. Neste tipo de disposição, totalmente inadequada, ocorrem vários problemas, tais
como a poluição do solo, do ar e da água. Isso acarreta aumento de doenças, que são
transmitidas através dos vetores como ratos e outros animais. Não pode ser descartada a
hipótese de ocorrência de fogo e de deslizamentos. O lixão além desses problemas ocasiona
outros, de caráter estético, e quem convive com isso são as comunidades carentes para onde
o lixão é destinado. Nesses locais costuma acontecer um ciclo vicioso de pobreza, onde a
comunidade é obrigada a conviver com essa miséria e ela torna-se parte da sobrevivência
da comunidade local que trabalha como catador buscando assim o seu sustento.
Em segundo lugar está o aterro controlado onde uma cobertura diária de material
inerte é colocada sobre o lixo depositado. Nesse tipo de destinação já se nota uma melhoria
nos impactos provocados, pois não se observa a incidência de vetores transmissores de
doenças.
E por último, apenas 10% da destinação do lixo domiciliar vai para aterros
sanitários.
O aterro sanitário deve ser planejado como uma obra de engenharia em que se deve
levar em consideração vários fatores. As condições mínimas para projeto de um aterro
sanitário podem ser encontradas nas Normas:
• NBR 13896/1997- Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto,
implantação e operação:
• NBR 8419 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos
urbanos – Procedimento;
• NBR 10004 – Amostragem de resíduos – Classificação;
• NBR 10007 – Líquidos livres – Verificação em amostra de resíduos – Método de
ensaio;
• NBR 13895 – Construção de poços de monitoramento e amostragem –
Procedimento.
A Norma NBR 13896/1997 apresenta várias definições que devem ser levadas em
consideração no projeto de um aterro sanitário, tais como: chuva de pico de cinco anos;
coeficiente de permeabilidade; impermeabilização; monitoramento de gases; plano de
emergência; plano de fechamento; entre outros. A adequada localização de aterros
sanitários de resíduos sólidos não perigosos deve ser de tal maneira que:
a) O impacto ambiental a ser causado pelo aterro seja minimizado;
b) A aceitação da instalação pela população seja maximizada;
c) Esteja de acordo com o zoneamento da região;
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A opção por um ou outro método irá depender das condições físicas e geográficas
da área e da quantidade de lixo a ser depositado.
21
O terreno onde será implantado o aterro sanitário deverá ser isolado das áreas de
entorno a fim de se manter a segurança e a integridade do local, evitando a entrada de
elementos estranhos ao trabalho, que poderão ocasionar e sofrer danos quando da utilização
das máquinas e equipamentos. A única entrada/saída possível do aterro contará com um
portão de acesso para pessoas e veículos e respectiva balança para pesagem dos veículos
coletores. Também deverão estar previstas áreas de apoio para o pessoal administrativo,
além de refeitório, vestiários, cozinha e banheiros.
Na concepção do aterro sanitário deverão ser levados em conta, todas as
possibilidades de contaminação, do ar do solo e da água, providenciando o seu controle
para que sejam evitadas, ao máximo, condições que possam trazer danos ao meio ambiente.
Entre as obras que deverão ser executadas estão (manual do IPT, 2000):
a) Implantação de lotes operacionais: o processo é o da utilização do aterro em
lotes preestabelecidos;
b) Impermeabilização dos lotes operacionais: através de manta ou de solo não
permeável compactado;
c) Drenagem de fundo: antes da implantação de manta de impermeabilização,
através de drenos subterrâneos, constituídos por drenos principais e
secundários;
d) Drenagem superficial: o objetivo é controlar o fluxo das águas pluviais, para
que evite o máximo do contato desta com o lixo;
e) Implantação de estradas de serviço: para garantir o acesso, utilizando vias
com largura em que sejam possíveis a circulação e manobras dos veículos
coletores;
f) Sistema de cobertura dos resíduos: o sistema diário, intermediário e final
com a função de proteger o aterro;
g) Sistema de drenagem e tratamento dos líquidos percolados: captação do
chorume através de técnicas escolhidas em projeto e seu tratamento,
podendo parte desse líquido ser utilizado, recirculado na massa de lixo, bem
como nas vias de acesso internas, através de aspersão por caminhão pipa.
Em alguns aterros parte do chorume após sofrer tratamento poderá ser
direcionado a rios e bacias locais;
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Além das leis e normas citadas acima, existem outras que deverão ser apreciadas
para a implantação de um aterro sanitário:
7
CECA – Companhia Estadual de Controle Ambiental – Criada pelo Decreto n. 9 de 15 de março de 1975 –
Competências e atribuições - no Decreto-Lei n. 134 de 15 de junho de 1975
25
Tabela 2.6
Lei/No. Esfera Federal
6938/81 Estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente
6.902, de 27/04/81 Dispõe sobre a criação de Estação Ecológica, Áreas de
Proteção Ambiental, e dá outras providências.
decreto n° 24.643 de Código de Águas
10.07.34
4.771 de 15.09.65, Código Florestal – Lei regulamentada pelos decretos nºs.
97.628 de 10.04.89 e 97.365 de 10.04.89
5.197 de 03.01.67 Lei da Fauna – Lei regulamentada pelo decreto nº
97.633/90
Lei 9.605 de 12.02.98 Lei dos Crimes Ambientais
519 de 16.04.84 Proíbe depósitos de lixo a céu aberto
650 de 11.01.83 - Política e Defesa de Bacias Fluviais
2.794 de 17.09.97 Dispõe sobre aterros sanitários no que diz respeito a
distância a cabeceira de aeroportos
Decreto nº 750 de 10.02.93 Dispõe sobre corte, exploração e supressão de vegetação
primária ou nos estágios avançado e médio de
regeneração de Mata Atlântica.
ResoluçãoCONAMAnº 01, Estabelece as diretrizes gerais para a implementação da
de 23.01.86 Avaliação de Impacto Ambiental - AIA.
Resolução CONAMA n° 05 Dispõe sobre o tratamento de resíduos sólidos oriundos
de 05.08.93 de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde,
portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.
Resolução CONAMA n° 10 Estabelece os parâmetros básicos para análise de estágios
de 01.10.93 de sucessão de Mata Atlântica.
Resolução CONAMA n° Dispõe sobre a destinação final dos resíduos de saúde
283 de 12.06.2001
Resolução CONAMA n° Dispõe sobre parâmetros e limites de Áreas de
303 de 20.03.2002 Preservação Permanente.
26
Tabela 2.7
Lei/No. Esfera Estadual
1356/1988 Dispõe sobre os procedimentos vinculados a elaboração,
análise e aprovação dos estudos de impacto ambiental no
Estado do Rio de Janeiro
DZ 41.R13 Diretriz para a Realização de Estudo de Impacto
Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto
Ambiental – RIMA
784 de 1984 Estabelece as normas de concessão para projetos de
parcelamento do solo para fins urbanos nas áreas
declaradas de interesse especial à proteção ambiental
1.130 de 1987 Define as áreas de interesse especial no estado do Rio de
Janeiro;
Decreto-Lei nº 134, de Dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição no
16.07.1975 Estado do Rio de Janeiro
Lei/No. Esfera Municipal
4870/91 Plano Diretor - revisto pela Lei 6070/2003, alterado em
18/12/2003.
5.393 de 28.05.98 Estabelece as normas para atividades de uso, parcelamento
e ocupação do solo do município de Petrópolis.
Decreto nº 167 de 2001, Declara de utilidade pública para fins de desapropriação
retificado pelo Decreto nº uma das áreas previstas para o futuro aterro sanitário de
192 de 2001. Petrópolis
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APA – Área de Proteção Ambiental
29
de feiras livres, manutenção de áreas verdes, disposição final do lixo, apreensão de animais,
dragagem de rios e serviços diversos são de competência da COMDEP – Companhia
Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis.
Hoje a disposição final do lixo, é feita no Aterro Controlado de Pedro Rio, que tem
uma área de 30.000 m2, estando situado à margem direita da rodovia BR-040, sentido Juiz
de Fora – Rio de Janeiro, distando cerca de 40 km da região central de Petrópolis, o que faz
com que se utilize uma estação de transbordo, localizada no km 70 da BR-040 próxima a
uma das áreas onde se pretende construir o Aterro Sanitário. Esta estação tem capacidade
para aproximadamente 300 toneladas/dia, sendo que o município recolhe em média 210
toneladas/dia.O atendimento de coleta regular que atende praticamente toda a cidade,
segundo dados do IBGE do Censo de 2000, chega a 96,4% dos domicílios locais, seja
através de coleta direta (53,1%) ou pelo uso de caçambas (43,3 %).
O aterro sanitário a ser implantado na cidade de Petrópolis deverá ter capacidade
para receber os resíduos sólidos gerados no município por um período de pelo menos 15
anos e deverá contar com tecnologias em que se possam utilizar usinas de triagem e
compostagem, além de tratamento de chorume e outras definidas em projeto.
Recursos Naturais
O município de Petrópolis tem uma vasta rede hídrica, sendo que os principais rios
são o Piabanha, o Palatino e o Quitandinha. O Rio Piabanha é o principal receptor dos
despejos industriais e domésticos, sendo que apresenta uma baixa vazão média, agravando
em muito as suas condições sanitárias.
Este aterro controlado não foi implantado com todos os dispositivos que são
necessários para que se tenha uma operação segura, tanto do ponto de vista sanitário quanto
ambiental. Houve por parte da atual gestão municipal uma busca de adequação da
operação, no intuito de minimizar os riscos de uma eventual contaminação, traçando um
projeto que busca a recuperação e o monitoramento do atual aterro, porém como não foram
efetuados impermeabilização do fundo e um sistema de drenagem subterrânea para a coleta
do chorume, há sérias criticas a sua operação. Existe hoje, um sistema que busca minimizar
esses danos, principalmente quanto à coleta e tratamento do chorume, porém a
impermeabilização do fundo é de todo inviável, não só economicamente, mas também
tecnicamente.
1. Fase de Implantação:
• Mão de obra;
2. Fase de Operação
3. Fase de Encerramento
Uma das áreas previstas para o novo aterro sanitário de Petrópolis, encontra-se na
zona de preservação especial, junto a Reserva Biológica do Tinguá, o que requer bastante
atenção para o projeto, bem como e principalmente para a implantação e uso da referida
área. O terreno localiza-se as margens da BR-040, no km 76, sentido Rio-Juiz de Fora. A
área situa-se no 1o. Distrito, no bairro do Quarteirão Medina Cidane, possuindo uma área de
207.345,43 m2, encontrando-se em processo de desapropriação, sendo ocupado por somente
uma casa. O terreno está situado a beira da Estrada BR 040 – dentro do Município de
Petrópolis, região serrana do Estado do Rio de Janeiro, região caracterizada por montanhas
com vales encaixados. É uma região com alto índice pluviométrico, principalmente, na área
em que se pretende instalar o aterro sanitário.
consertada com moirões de madeira ou concreto e arame farpado. Na entrada do aterro será
implantado um pórtico para evitar a entrada indevida e para o controle dos caminhões.
Uma possível escolha por esse terreno se deve ao fato de o mesmo apresentar
desnível em relação à estrada. Essa diferença de altura facilitará a estética, ou seja, como
ficará num nível abaixo da rodovia, evitará que os passantes avistem diretamente o aterro.
Será implantada uma barreira vegetal em trechos pré-determinados, na área limite à rodovia
BR 040, contribuindo para impedir a visão externa e reduzindo a poluição do ar e a
dispersão de odores, ruídos e particulados.
Capítulo 3
SISTEMA NEBULOSO
3.1 Introdução
Lógica, de acordo com o dicionário Webster, é a ciência dos princípios formais
normativos do raciocínio. Neste sentido, a lógica nebulosa trata dos princípios formais do
raciocínio aproximado, com o raciocínio preciso visto como um caso limitante.
Em termos mais específicos, o principal sobre a lógica fuzzy é que,
diferente dos sistemas lógicos clássicos, ela tenta modelar os modos
imprecisos de raciocínio que têm um papel essencial na extraordinária
habilidade humana de fazer decisões racionais num ambiente de incerteza
e imprecisão. Esta habilidade depende, por sua vez, de nossa habilidade
de deduzir uma resposta aproximada de uma questão baseada em um
acumulado de conhecimento que é inexato, incompleto ou não totalmente
confiável.(ZADEH, 1988)
µΑ(x) µΑ(x)
A A
X0 X X0 X
“O valor de x é X0” “O valor de x é aproximadamente X0”
µΑ(x) µΑ(x)
A A
X1 X2 X X1 X2 X
“O valor de x está entre X1e X2” “O valor de x está aproximadamente
no intervalo [ X1; X2]”
µΑ(x) µΑ(x) A
A
X0 X X0 X
“O valor de x deve ser X0” “O valor de x deve ser aproximadamente X”0
Fonte: Introdução à lógica fuzzy - CPC 755
Figura 3.1
União:
C = A U B ↔µC (x) = max(µA (x),µB (x)) = µA(x) ∨ µB (x)
Interseção:
C = A ∩ B ↔µC (x) = min(µA (x),µB (x)) = µA(x) ∧ µB (x)
36
Então, de acordo com as duas proposições, pode-se dizer que a pertinência de união
é obtida como o valor máximo entre as funções de pertinência de A e B. Isto é consistente,
tal como a noção de possibilidade de ocorrência: da realização de A ou B é equivalente à
realização do mais fácil ou daquele que tem a máxima possibilidade de ocorrência. Já a
função de pertinência de interseção, ou seja acontecer A e B ao mesmo tempo, se dá numa
condição de mínima existência. Foram apresentadas as duas operações que mais aparecem
no mundo real, pois quando lidamos num plano de incertezas e aproximações tendemos
para comparações de máximos e mínimos.
0
0 a1 a2 = a 3 a4 a5
Figura 3.2
As funções de pertinência do tipo trapezoidal apresentam os valores de a1, a2, a3, a4,
como limites para a escala: pequeno(P), médio(M) e grande(G). Ao se empregar funções de
pertinência do tipo triangular, considera-se a2 igual a 3.
37
π(x)
1,7 1,8 X
Figura 3.3
INFERÊNCIA
ENTRADA SAÍDA
BASE DE
REGRAS
µΑ(x)
A
X0 X
“O valor de x é X0”
⎧1, se ⋅ x = x0
µ A' ( x) = ⎨
⎩0, se ⋅ x ≠ x0
Figura 3.5
A defuzzificação não é exatamente o processo inverso da fuzzificação. Diversos
métodos têm sido propostos na literatura, entre os quais podemos destacar:
• Centróide da área;
• Média dos máximos;
• Média dos centros.
43
lógica nebulosa. O sistema é composto de três módulos: módulo ambiental, módulo social e
módulo técnico-econômico. Cada um desses módulos é capaz de gerar uma nota, que
permitirá uma melhor comparação entre as localidades e, conseqüentemente, melhor
escolha da localização.
⎡ µ Φ ( A1 , B1 ) Λ µ Φ ( A1 , Bm ) ⎤
⎢ Μ Μ ⎥
⎢ ⎥
⎢⎣ µ Φ ( An , B1 ) Λ µ Φ ( An , Bm ) ⎥⎦
onde n e m são respectivamente os números de conjuntos nebulosos nas partições de
entrada e saída.
Abaixo são apresentadas três representações da mesma base de regras:
Se x é A1 então y é B2 A 1Æ B 2
⎡0 1 ⎤
Se x é A2 então y é B1 A 2Æ B 1 ⎢1 0⎥
⎢ ⎥
Se x é A3 então y é B2 A 3Æ B 2 ⎢⎣0 1⎥⎦
(rep. lingüística) (rep.simbólica) (rep.gráfica)
Figura 3.6
Capítulo 4
Descrição do Sistema
O município de Petrópolis possui três lugares onde podem ser construídos aterros
sanitários: Pedro do Rio, BR 040 e Posse. Estes locais foram analisados e foi possível,
portanto, indicar como resultado o melhor local para a implementação do aterro.
¾ Variáveis Quantitativas X1, X2, X3, X4, X5, X10, representam valores encontrados
na norma NBR 13896/1997.
49
¾ Variáveis Qualitativas X6, X7, X8, X9, X11, X12, X13, X14, representam valores
obtidos através do conhecimento de especialistas.
Tabela 4.1
Tabela 4.2
Tabela 4.3
4.2.1 Fuzzificação
Fuzzificação transforma os valores de entrada numéricos em informações
qualitativas. Esta etapa só se aplica às variáveis cujo conteúdo é quantitativo, as demais
cujo conteúdo é qualitativo, seguem direto para a etapa da Inferência. Sendo assim,
apresentam-se a seguir as etapas de fuzzificação das variáveis quantitativas empregadas.
1
Grau de pertinência
0,8
Perto
0,6 Médio
0,4 Longe
Exemplo
0,2
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Distância (m)
Permeabilidade
Esta variável é descrita por três funções: pequena, média e grande. A entrada se dá
de forma numérica, ou seja, deverá ser informada a permeabilidade encontrada no solo
onde está sendo estudada a possibilidade de implantação de um aterro. Por exemplo, dado
um valor de 0,0000256 cm/s apresentado na Figura 4.2, esta variável pode ser representada
de forma lingüística como: igual a 0,0000 para pequena, igual a 0,5918 para média e
0,4082 para grande. A soma das três funções deve totalizar o valor igual a um.
Com isso, o valor numérico de entrada (0,0000256 cm/s) foi transformado em uma
informação qualitativa com o seu devido grau de pertinência (0,00% pequena, 59,18%
média, 40,82% grande). Caracterizando o processo de fuzzificação da variável.
Permeabilidade
1
Grau de pertinência
0,8
Pequena
0,6 Média
0,4 Grande
Exemplo
0,2
0
1,00E-07 1,00E-06 1,00E-05 1,00E-04 1,00E-03
Permeabilidade (cm/s)
funcionamento das descritas acima. As Figuras 4.3, 4.4, 4.5 e 4.6 a seguir representam suas
funções de pertinência.
1
Grau de pertinência
0,8
Pequena
0,6 Média
0,4 Grande
Exemplo
0,2
0
1 1,5 2 2,5 3
Distância (m)
Distância a Aeroportos
1
Grau de pertinência
0,8
0,6 Pequena
Média
0,4 Grande
0,2
0
0 2 4 6 8
Distância (km)
Grau de pertinência 1
0,8
0,6 Perto
Médio
0,4 Longe
0,2
0
0 1000 2000 3000 4000
Proximidade (m)
Vida Útil
1
Grau de pertinência
0,8
0,6 Pequena
Média
0,4 Grande
0,2
0
0 5 10 15 20 25
Vida útil (anos)
Permeabilidade – X2
Se Pequena: [1 0 0] ⎡1 0 0 ⎤
Se Média: [0 1 0] X ⎢0 1 0 ⎥
=
Ruim Aceitável Adequada
Se Grande: [0 0 1] ⎢ ⎥ [v11 v12 v13 ]
⎢⎣0 0 1⎥⎦
Para esta variável as três opções são: pequena, média e grande. E o comportamento
é o mesmo da variável descrita acima.
Para esta variável as três opções são: pequeno, médio e grande. E o comportamento
é o mesmo das variáveis descritas acima.
Se Distância: pequena
E Quantidade: pequena [1 0 0 0] ⎡1 0 0⎤ Ruim Aceitável Adequado
⎢0 0 1⎥⎥ [v11 v12 v13 ]
Se Distância: pequena ⎢
E Quantidade: grande [0 1 0 0] ⎢1 0 0⎥
Se Distância: grande ⎢ ⎥
⎣0 1 0⎦
E Quantidade: pequena [0 0 1 0]
Se Distância: grande
E Quantidade: grande [0 0 0 1]
Para esta variável as opções são: sim e não. Portanto, não se emprega lógica
nebulosa para esta variável
4.2.3 Agregação
Nesta fase do processo, a informação qualitativa de saída será transformada em
informação quantitativa, que representará a situação da localização segundo uma nota que
varia de 0 (zero) a 10 (dez). Cada um dos três critérios ambiental, social e econômico,
receberá uma nota deste tipo. Ao final do processo, pode-se emitir uma nota única
ponderada, que representará a qualidade ou nota geral da localização.
Com os resultados de Vi, é formada uma única matriz MAT composta dos
elementos Vi , que terá 3 colunas e i linhas. Por exemplo:
60
⎡0 0 1 ⇒ V1 ⎤
⎢0 0 1 ⇒ V2 ⎥⎥
⎢
⎢0 0 1 ⇒ V3 ⎥
⎢ ⎥
Mat.= ⎢0 0 1 ⇒ V4 ⎥
⎢0 0 1 ⇒ V5 ⎥
⎢ ⎥
⎢0 1 0 ⇒ V6 ⎥
⎢0 0 1 ⇒ V7 ⎥⎦
⎣
A partir desta matriz MAT e da matriz de pesos9, de cada variável, é efetuada uma
multiplicação de matrizes. A partir do resultado obtido, divide-se pela soma dos pesos
utilizados na matriz de pesos, com isso obtendo-se os resultados numéricos de
defuzzificação para cada um dos critérios.
Para o exemplo representado acima, temos:
⎡0 0 1⎤
⎢0 0 1⎥⎥
⎢
⎢0 0 1⎥
[7 10 5 5 8 8 6] X ⎢⎢0 ⎥
0 1⎥ = [0 8 41]×
1
= [0 0,1633 0,8367 ]
49
⎢0 0 1⎥
⎢ ⎥
⎢0 1 0⎥
⎢0 0 1⎥⎦
⎣
Matriz Pesos X Mat. = S / (soma dos pesos) = S
9
Matriz de pesos = valores da tabela do IBAM e de conhecimento de especialistas.
61
4.2.4 Saída
A partir dos valores encontrados para cada um dos critérios, faz-se uma nova
multiplicação de matrizes, Matriz S pela Matriz Nota10. Este procedimento serve para que
se tenha ao final uma única nota, por critério, e possa-se analisar as localidades pré-
estabelecidas e iniciar a escolha do melhor local para a implantação do aterro sanitário.
⎡0⎤
Matriz Nota: ⎢⎢ 5 ⎥⎥
⎢⎣10⎥⎦
10
Matriz Nota = Foram arbitrados os seguintes valores para a ponderação da nota final, 0 para a pior nota, 5
para média e 10 para excelente.
62
Foram utilizados pesos iguais para os três critérios e para as quatro localidades
analisada neste caso.
63
Capítulo 5
Estudo de caso
Figura 5.2 - Valores para localidade da Posse para o critério ambiental com intervenção.
As demais telas dos gráficos, já mencionadas, estarão no anexo ao final do texto.
A figura 5.3 apresenta a tela de sumário, onde são apresentadas todas as notas
obtidas, bem como os pesos que o usuário utilizou, podendo-se manter pesos iguais para
todos os critérios (default11 do programa) ou alterar estes pesos conforme melhor avaliação
para a região escolhida. No exemplo abaixo, em que são mostradas as notas para a
localidade da Posse, indicando também valores com intervenções para o critério ambiental,
foram utilizados pesos iguais para os três critérios e apresenta-se também a nota final.
11
Default = padrão
67
Além dessa tela, ainda existe mais uma que é a de Relatório Final, onde são
apresentados todos os valores da localidade analisada, bem como as notas por critério, os
pesos e o resultado final.
Ambiental:
Proximidade de cursos d'água = 50m : Com Intervenção
Permeabilidade = 0,0000256cm/s : Com Intervenção
Distância do lençol freático = 8.45m
Distância a aeroportos = 110km
Social:
Proximidade de núcleos residenciais = 2000m
Distância de núcleos de baixa renda = Média
Ocupação das vias de acesso = Pequena
Problemas com a comunidade local = Grande
68
Econômico:
Disponibilidade de material de cobertura: Quantidade = Pequena
Distância = Grande
Vida útil = 25anos
Custo de aquisição do terreno = Baixo
Investimento em infraestrutura = Pequeno
Acesso à veículos pesados = Fácil
Distância ao centro de coleta = Média
Uso do solo: Área de proteção ambiental = Área de proteção ambiental
Resultados obtidos:
5.2 Resultados
Capítulo 6
Conclusões
abruptos. Esses valores obtidos podem compensar uns aos outros, fazendo com que se
tenha um conjunto de resultados que permitam chegar a um resultado final em que possam
ser utilizados pesos e se tomar uma decisão.
Para a avaliação e certificação do sistema desenvolvido foram utilizados dados de
problemas já resolvidos de localização de aterros sanitários no município de Nova Iguaçu
(em fase de implantação). Pode-se comprovar que a resposta do sistema condiz com a
situação real da escolha deste local. Portanto, mostrando que o sistema está apto para
auxiliar na escolha de localização de aterros sanitários.
No estudo do caso do município de Petrópolis foram analisados pelo sistema três
terrenos em que existia uma possibilidade de instalação e ao final obteve-se como resultado
que a localidade da Posse é a melhor solução para ser implantado o aterro sanitário.
O sistema computacional desenvolvido mostra ser uma ferramenta capaz de
contribuir para o desenvolvimento de uma cidade, no sentido de uma diminuição de ações
danosas ao meio ambiente.
72
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Anexos
Figura A22 – “Valores para proximidade de cursos d’água– com intervenção – Posse”