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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CENTRO DE RECURSO DE TETE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS E HUMANAS COORDENAÇÃO DO


CURSO DE DIREITO
3º Ano, 2019

TRABALHO DE CAMPO DE FUNDAMENTOS DE DIREITO DE PROCESSO


EXECUTIVO E DOS RECURSOS,

TÍTULOS EXECUTIVOS E FORMAS DE PROCESSO

ESTUDANTE: Celsa Da Conceição Eduardo

DOCENTE: Hipparchus BaptistaÍndice


Introdução.................................................................................................................................... 3

Título Executivo .......................................................................................................................... 4

Elementos do Título Executivo ................................................................................................... 4

Funções e Características do Título Executivo ........................................................................... 4

O Título como Condição da Acção ............................................................................................. 6

Espécies de Título Executivos..................................................................................................... 7

Tipos de Títulos Executivos ........................................................................................................ 8

Formas de Processos do Titulo Executivo ................................................................................ 11

Conclusão .................................................................................................................................. 15

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Introdução
A acção executiva é o mecanismo processual que permite ao credor requerer as providências
adequadas à realização coactiva do crédito de que é titular. A providência mais importante da
acção executiva é a penhora de bens e/ou rendimentos do devedor.

A acção declarativa é a acção destinada a reconhecer ou a constituir um direito subjectivo do


autor (aquele que intenta ou instaura a acção); ao passo que a acção executiva é a acção
destinada à realização coerciva de um direito já pré-reconhecido (através de sentença ou outro
título executivo) ao exequente. O titular do direito de crédito, ou seja, o titular do direito de
exigir de outrem a realização de uma prestação tem a designação de credor. Ora, se o devedor
não cumpriu a obrigação a que estava adstrito o credor pode recorrer aos Tribunais para obter a
satisfação do seu crédito, através da penhora de todo o património do devedor. Assim, o processo
executivo colocará ao dispor do credor os mecanismos coercivos estatais para a realização
coactiva da obrigação.

A acção pode ter um de três fins, correspondendo cada um destes fins a uma tramitação distinta
acção executiva para pagamento de quantia certa, acção executiva para entrega de coisa certa,
acção executiva para prestação de facto. A esmagadora maioria das acções executivas intentadas
nos Tribunais são acções executivas para pagamento de quantia certa. Ora, através desta acção, o
credor exequente, pretende obter o cumprimento coercivo de uma obrigação pecuniária, ou seja,
o pagamento de um determinado valor em dinheiro. Para tal, procede-se à penhora de todos os
seus bens e rendimentos (apenas os bens penhoráveis) necessários para cobrir a importância da
dívida (capital e juros) e das custas do processo; depois, procede-se à venda executiva desses
bens, e entrega-se o produto da venda ao credor. Para que o credor possa recorrer ao processo
executivo é necessário que esteja munido de um título executivo, que vai determinar o fim e os
limites da execução. É também necessário que a dívida seja certa, líquida e exigível (vencida).

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Título Executivo
Título executivo é um documento escrito do qual consta a existência de um direito subjectivo,
contendo os elementos suficientes que permitam identificar.

Elementos do Título Executivo


 Os sujeitos de direito
 A prestação correspondida
 O fim e os limites da prestação

Documento esse ao qual a lei confere força jurídica necessária para que o titular do direito possa
pedir em juízo as providências adequadas à realização efectiva e coerciva do direito. O título
executivo é a base de toda a execução porque é através do título que se determina o fim e os
limites da acção executiva (art. 45, nº1). A acção executiva é o mecanismo processual que
permite ao credor requerer as providências adequadas à realização coactiva do crédito de que é
titular. A providência mais importante da acção executiva é a penhora de bens e/ou rendimentos
do devedor.

O título determina:

 1º A espécie de prestação a que o devedor se obrigou.


 2º O tipo e forma de execução que corresponde à obrigação em causa.
 3º O quantum dessa mesma obrigação.
 4º É também através do título que se fixa a legitimidade activa e passiva para a acção
executiva.

Funções e Características do Título Executivo


Invólucro de um direito de crédito ou dívida: O título executivo, como documento escrito que
é, constitui um invólucro de um direito de crédito, isto é, incorpora um direito de crédito. Ora,
esse direito de crédito do credor exequente, a que corresponde uma dívida do devedor executado,
tem de ser: certo, líquido e exigível (isto é, vencido).

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Requisito essencial da acção executiva: O título executivo é um requisito essencial para a
instauração da acção executiva. Com efeito, é frequente afirmar-se que «não há execução sem
título». Assim, o título tem necessariamente de acompanhar o requerimento executivo, sob pena
de recusa do requerimento pela secretaria judicial.

Determina os exactos limites da dívida que se pretende cobrar: Para feitos da acção
executiva, a dívida incorporada no título executivo existe e existe nos precisos termos que
constam do título executivo. Pelo que, não pode ser cobrado um valor superior ao que consta do
título executivo. O título executivo determina os exactos limites da dívida que se pretende cobrar
na acção executiva.

Dispensa a averiguação da existência, validade e eficácia do direito de crédito que


incorpora: O título executivo constitui presunção acerca da existência, validade e eficácia do
direito de crédito que incorpora. Contudo, não se pode afirmar que a mera existência do título
executivo dispensa totalmente a verificação da conformidade entre o título e a dívida material
subjacente. Por exemplo, quando o processo executivo segue a forma ordinária o processo é
sempre presente ao Juiz, para despacho liminar. Nessa apreciação, o Juiz verificará se há ou não
falta ou insuficiência do título executivo, sendo que se concluir pela falta ou insuficiência terá
que indeferir liminarmente o processo.

Determina a finalidade da acção executiva: A acção executiva pode ter uma de três
finalidades, correspondendo cada uma destas finalidades a uma tramitação distinta: pagamento
de quantia certa; entrega de coisa certa; e, prestação de um facto. Ora, a finalidade da acção
executiva vai ser apurada tendo em conta o conteúdo do título executivo, ou seja, tendo em conta
o direito de crédito incorporado no título executivo.

Determina a forma de processo aplicável: Tendo em conta o título executivo a acção executiva
para pagamento de quantia certa pode seguir uma de duas formas de processo: forma de processo
sumário; ou a, forma de processo ordinário. São três os factores relativos ao conteúdo do título
executivo que determinam a forma de processo aplicável: o grau de segurança e certeza dos
títulos (maior na forma de processo sumário, menor no ordinário); o valor maior ou menor da
dívida; e ainda, a existência ou não de controvérsia entre as partes na fase inicial do processo
executivo.

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Determina a legitimidade activa (credor exequente) e passiva (devedor executado) na ação
executiva: Os sujeitos que figurarem no título executivo como credor e devedor da dívida
exequenda são quem tem legitimidade processual para ser, respectivamente, exequente e
executado na acção executiva.

Requisitos do título executivo: Não é qualquer documento, ainda que nesse documento esteja
incorporada uma obrigação (ou dívida), que pode ser usado para a propositura da acção
executiva.

De facto, para que possa ser qualificado como título executivo é necessário que o documento em
concreto reúna certas características impostas pela Lei. Assim, é necessário que da interpretação
do título resultem claramente os elementos essenciais da dívida exequenda: a identidade do
credor e devedor, o valor da dívida, a data de vencimento, o carácter certo, líquido e exigível da
obrigação titulada, entre outros.

O Título como Condição da Acção


O título executivo é condição necessária e suficiente da acção executiva.

Condição necessária – porque não há execução sem título. O título, ou a sua cópia, deve
acompanhar sempre o requerimento inicial.

Condição suficiente – porque a existência do título dispensa qualquer averiguação prévia sobre
a existência efectiva do direito, ou a sua subsistência no momento em que a acção é proposta.

Isto significa que se dispensa qualquer indagação prévia sobre a existência real ou a subsistência
do direito a que o título se refere, não podendo por isso o juiz conhecer oficiosamente da questão
da conformidade entre o título e o direito que se pretende executar. Essa desconformidade, a
existir, terá que ser alegada pelo executado.

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O desconforme entre o título e a obrigação que nele está subjacente quando, por qualquer
motivo, a obrigação em causa já se encontra extinta, ou parcialmente cumprida, ou até
modificada. A regra geral é a de que o juiz não pode conhecer da questão da conformidade entre
o título e a obrigação. Existe uma importante excepção a esta regra:

 Toda a desconformidade entre o título (formal) e a realidade substantiva (a obrigação que


nele está em causa) pode e deve ser conhecida oficiosamente pelo juiz quando e execução
e funda em título negocial;

 Desde que a sua causa seja do conhecimento oficioso;

 Desde que essa desconformidade resulte do próprio título, do requerimento inicial, ou de


facto notório ou do conhecimento do juiz em virtude do exercício das suas funções;

 O que o juiz não pode fazer é levar mais longe a sua indagação sobre a obrigação
exequenda, solicitando oficiosamente mais elementos complementares de prova ao
exequente, for a das situações acima referidas.

No momento em que a acção executiva é proposta, nada é garantido. Esta é a desconformidade


entre o título e a obrigação que deverá ser suscitada pelo executado, em sede de oposição à
execução, ou conhecida oficiosamente pelo juiz, em determinadas circunstâncias.

Espécies de Título Executivos


Os títulos podem servir de base a uma acção executiva são tão-somente aqueles que a lei
expressamente prevê como tal, e não quaisquer outros. Vigora o princípio da tipicidade ou da
Legalidade. A enumeração dos títulos executivos consta do art. 46 e é uma enumeração taxativa.

Os títulos executivos podem ser judiciais ou extrajudiciais.

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Tipos de Títulos Executivos
Títulos Executivos judiciais são aqueles que consubstanciam uma decisão judicial que impõem
a alguém uma prestação, e da qual a espécie mais importante é a sentença condenatória. Também
se incluem nesta categoria os títulos de formação judicial que são, não decisões proferidas pelo
juiz, mas documentos ao qual o mesmo confere força executiva. Os títulos executivos
extrajudiciais são todos os outros que não são emanados por nenhum órgão jurisdicional.

Segundo o artigo 46 do Código processual Civil destaca-se:

a) As sentenças condenatórias: que são títulos executivos, sejam proferidas por Tribunais
judiciais, Tribunais arbitrais ou ainda por julgados de paz.

Trânsito em julgado - uma sentença transita em julgado quando se torna insusceptível de recurso
ordinário ou de reclamação, seja porque já decorreu o prazo para o efeito sem que o recurso ou a
reclamação tenham sido apresentados; ou porque, já se esgotaram todas as instâncias de recurso
(Tribunal da Relação, Supremo Tribunal de Justiça e até, em certos casos, o Tribunal
Constitucional).

Se o respectivo recurso tiver mero efeito devolutivo a sentença torna-se exequível, e por isso,
constitui título executivo assim que é proferida, mesmo que ainda não tenha transitado em
julgado. Se o recurso tiver efeito suspensivo, a sentença só se torna exequível quando ocorrer o
respectivo trânsito em julgado.

As sentenças a que alude o art. 46 al. a) não são necessariamente as que emergem das acções
declarativas de condenação. Pode também tratar-se de acções constitutivas, nas quais se
contenham obrigações susceptíveis de serem executadas, como por exemplo a obrigação de
alimentos, a condenação na desocupação do locado, na acção de despejo, a constituição de uma
servidão. É necessário é que a sentença preveja a possibilidade de se exigir do réu uma
determinada conduta. Mas para que a sentença seja exequível é necessário que tenha transitado
em julgado, isto é, que seja insusceptível de recurso ordinário ou de reclamação.

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Porém, há uma excepção a esta regra:

É possível executar uma sentença não transitada em julgado, no caso de contra ela ter sido
interposto recurso com efeito meramente devolutivo (art.47 CPC, nº1).

Com efeito, relativamente aos efeitos que o recurso tem nos trâmites da acção, este pode ser: (art.
692)

Suspensivo: quando o recurso interposto suspende os efeitos da decisão recorrida,


nomeadamente quanto à sua exequibilidade. A sentença objecto do recurso não pode ser
executada nestas circunstâncias.

Devolutivo: quando o recurso interposto não suspende os efeitos da decisão recorrida, podendo a
mesma ser executada desde logo.

As sentenças que forem objecto de recurso com efeito meramente devolutivo podem ser
executadas na pendência daquele. E se assim for essa execução, que é por natureza provisória,
sofrerá as consequências que a decisão da causa venha a ter nos tribunais superiores.

Se a decisão do tribunal superior revogar a decisão proferida em primeira instância, extingue se a


execução. Se esta decisão mantiver a decisão anterior, a execução prossegue (art. 47 nº2).

Porém, importa nestes casos tutelar a expectativa legítima do executado em vencer o recurso,
consagrando um mecanismo legal que vise acautelar os seus direitos caso a decisão exequenda
lhe venha a ser favorável. A acção executiva proposta na pendência do recurso pode ser
suspensa, a pedido do executado, desde que este preste caução (art. 47, nº 3, 818 nº 3 e 990, este
ultimo quanto à tramitação processual do incidente da caução).

Não havendo lugar a esta suspensão e prosseguindo a execução, não é admitido o pagamento ao
exequente enquanto a sentença estiver pendente de recurso, sem prévia prestação de caução por
este (Art. 47, nº3). Visa-se garantir que, caso o credor veja a sua pretensão recusada em sede de
recurso, não obstante já ter obtido o pagamento, deverá devolver tudo aquilo que recebeu. Por
outro lado, são equiparáveis às sentenças os despachos e quaisquer outras decisões ou actos de
autoridade judicial que condenem no cumprimento de uma obrigação (art.48).

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b) Os Documentos Exarados ou Autenticados por notário que importem a constituição ou
reconhecimento de qualquer obrigação (art. 46, al. b)

Os documentos autênticos são os documentos elaborados pelo notário ou outras entidades com
competência para a prática de actos de registo, de acordo com as formalidades legais.

O documento particular que contenha o reconhecimento presencial das assinaturas dos


contraentes não é um documento autêntico nem autenticado. É sim um documento particular,
cuja exequibilidade se enquadra na alínea c) do art. 46 CPC.

Os documentos exarados ou autenticados são títulos extrajudiciais. Mas para que estes
documentos sejam títulos executivos, exige-se que os mesmos provem a existência de uma
obrigação. O seu âmbito de aplicação segundo o art. 50 do C.P.C, Os documentos exarados ou
autenticados, por notário ou por outras entidades ou profissionais com competência para tal, em
que se convencionem prestações futuras ou se preveja a constituição de obrigações futuras
podem servir de base à execução, desde que se prove, por documento passado em conformidade
com as cláusulas deles constantes ou, sendo aqueles omissos, revestido de força executiva
própria, que alguma prestação foi realizada para conclusão do negócio ou que alguma obrigação
foi constituída na sequência da previsão das partes. Este artigo tem o seu âmbito de aplicação
limitado a duas circunstâncias especiais: quando no documento autenticado se prevê a convenção
de prestações futuras,

O art. 50 prevê situações em que o documento autêntico ou autenticado não vale, só por si, como
título executivo. É necessário que exista outro documento que ateste a realização da prestação.

c) Os Documentos Particulares: (art. 46 al. c.)

Para que os documentos particulares sejam títulos executivos, é necessário que os mesmos
preencham determinados requisitos, a saber:

 1º O documento tem que estar devidamente assinado pelo devedor (não se exige
assinatura do credor).

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 2º Que o documento em causa preveja a constituição ou reconhecimento de obrigações
pecuniárias, cujo montante seja determinado ou determinável perante um simples cálculo
aritmético de acordo com as cláusulas dele constantes, ou entrega de coisa certa ou o
prestação de facto.

d) Os documentos que por disposição especial, seja atribuída força executiva (art. 46 al. d)

São documentos os quais a lei prevê uma tramitação processual própria e específica, e o processo
comum aplicável a todos os restantes (CPC. art. 460).

Exemplos de disposições especiais que por força da lei são atribuídas força executiva:

1. Art 45 da Lei de Protecção Social, Lei nº 4/2007, de 7 de Fevereiro;

2. Cópia autenticada da assembleia de condóminos onde se faça referencia a divida de algum


condómino serve de título executivo, nos termos do Regulamento do Regime Jurídico do
Condomínio, aprovado pelo Decreto nº 53/99, de 8 de Setembro.

Formas de Processos do Titulo Executivo


O processo executivo é uma sequência encadeada de actos e formalidades destinados a promover
as diligências necessárias à cobrança coerciva de um direito de crédito. Conforme o disposto no
art 460.º os processos podem ser Comuns e Processos Especiais. O processo especial aplica-se
aos casos expressamente designados na lei; o processo comum é aplicável a todos os casos a que
não corresponda processo especial.

Processo Comum: Segundo o artigo 461, o processo comum pode ser ordinário, sumário ou
sumaríssimo. Basicamente, ele será tratado pela quantidade de pena máxima aplicada para cada
crime, ou seja, Se o valor da causa exceder a alçada da Relação, empregar-se-á o processo
ordinário; se a não exceder, empregar-se-á o processo sumário, excepto se não ultrapassar o valor
fixado para a alçada do tribunal de comarca e a acção se destinar ao cumprimento de obrigações
pecuniárias, à indemnização por dano e à entrega de coisas móveis, porque nestes casos, não
havendo procedimento especial, o processo adequado é o sumaríssimo.

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Ao processo sumaríssimo são aplicáveis as disposições que lhe dizem respeito e, além disso, as
disposições gerais e comuns. Quando umas e outras sejam omissas, ou insuficientes, observar-se-
á em primeiro lugar o que estiver estabelecido para o processo sumário e em segundo lugar o que
estiver estabelecido para o processo ordinário. (Art 464)

Disposições Reguladoras Do Processo Especial E Sumário (Art 463.º)

O processo sumário e os processos especiais regulam-se pelas disposições que lhes são próprias e
pelas disposições gerais e comuns; em tudo quanto não estiver prevenido numas e noutras,
observar-se-á o que se acha estabelecido para o processo ordinário.

É aplicável ao registo ou gravação dos depoimentos prestados em processos especiais o disposto


no artigo 522.º-A e, quando a decisão final seja susceptível de recurso ordinário, no artigo 522.º-
B.

Quando haja lugar a venda de bens, esta é feita pelas formas estabelecidas para o processo de
execução e precedida das citações ordenadas no artigo 864.º, observando-se quanto à reclamação
e verificação dos créditos as disposições dos artigos 865.º e seguintes, com as necessárias
adaptações.

No que respeita a recursos, aplicar-se-á nos processos especiais o regime do processo sumário,
com as seguintes excepções:

 Se o valor da causa exceder a alçada da Relação, são admissíveis recursos para o


Supremo como em processo ordinário;

 Se por força da lei houverem de seguir-se, a partir de certo momento, os termos do


processo ordinário, aplicar-se-á integralmente, e desde o começo, o regime de recursos
deste processo.

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Agente de execução:

O responsável pela prática da maioria dos actos do processo executivo, como a penhora de bens
e/ou rendimentos é o agente de execução. É também responsável pela venda de todos os bens
penhorados e pelo pagamento aos credores com o dinheiro obtido através da venda dos bens
apreendidos.

Requerimento executivo:

Seja qual for a forma de processo aplicável, o processo executivo inicia-se com o requerimento
executivo. No requerimento executivo, entre outros elementos:

- São expostos sucintamente os factos que fundamentam a pretensão do requerente credor; e,

- É formulado o pedido, com indicação expressa do valor do capital em dívida, juros vencidos e
outras quantias devidas.

Despacho liminar e citação:

1) Processo ordinário: despacho liminar do Juiz e citação prévia à penhora:

Se o processo executivo seguir a forma de processo ordinário:

- O processo é enviado para o Juiz para que este profira despacho liminar; e,

- Se não existir nenhuma irregularidade grave segue-se para a citação do executado, prévia à
penhora.

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2) Processo sumário: não há despacho liminar e a penhora é feita antes da citação:

Se o processo executivo seguir a forma de processo sumário:

- O processo não é enviado ao Tribunal, não havendo lugar ao despacho liminar, sendo assim o
processo enviado directamente para o agente de execução;

- A penhora é realizada e, só depois da penhora é que é feita a citação do executado a informá-lo


de que foi intentada contra ele uma acção executiva e a convidá-lo para a defesa, através de
oposição à execução (embargos de executado) ou oposição à penhora.

Oposição à execução - embargos de executado:

Após a citação dos executados a informá-los de que foi instaurado contra eles um processo
executivo estes dispõem de 20 dias para apresentar oposição à execução, através de embargos de
executado, que é o mecanismo processual à disposição do devedor executado destinado a
impugnar todo o processo executivo, e assim, paralisar a(s) penhora(s).

Penhora: Segue-se a penhora que é a apreensão judicial dos bens e/ou rendimentos do executado
para o pagamento aos credores no âmbito do processo executivo.

Oposição à penhora: No prazo de 10 dias após a notificação da penhora o executado pode


apresentar oposição à penhora, com fundamento, nomeadamente, na:

- Impossibilidade de penhora dos bens concretamente apreendidos do executado, por se tratarem


de bens impenhoráveis ou do alcance com que ela foi efetuada (por exemplo, numa penhora de
vencimento, se, após a penhora, o executado ficar com um rendimento líquido inferior ao valor
do salário mínimo nacional).

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Conclusão
O título executivo é o documento que determina o fim e os exactos limites da dívida que se
pretende cobrar na acção executiva. Títulos executivos são: sentenças judiciais ou de tribunais
arbitrais; documentos extrajudiciais (documentos autênticos, documentos particulares
autenticados); títulos de crédito (letras de câmbio, livranças e cheques); requerimento de
injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória; ata de reunião de assembleia de
condóminos. São títulos executivos apenas aqueles que a Lei expressamente qualificar como tal e
apenas aqueles que constarem do elenco previsto na Lei.

Apresenta como Funções e características, ser documento escrito que é, constitui um invólucro
de um direito de crédito, isto é, incorpora um direito de crédito. O título executivo é um requisito
essencial para a instauração da acção executiva. Determina os exactos limites da dívida que se
pretende cobrar. O título executivo constitui presunção acerca da existência, validade e eficácia
do direito de crédito que incorpora. A acção executiva pode ter uma de três finalidades,
correspondendo cada uma destas finalidades a uma tramitação distinta: pagamento de quantia
certa; entrega de coisa certa; e, prestação de um facto. A finalidade da acção executiva vai ser
apurada tendo em conta o conteúdo do título executivo, ou seja, tendo em conta o direito de
crédito incorporado no título executivo.

São três os factores relativos ao conteúdo do título executivo que determinam a forma de
processo aplicável: o grau de segurança e certeza dos títulos (maior na forma de processo
sumário, menor no ordinário); o valor maior ou menor da dívida; e ainda, a existência ou não de
controvérsia entre as partes na fase inicial do processo executivo. Os sujeitos que figurarem no
título executivo como credor e devedor da dívida exequenda são quem tem legitimidade
processual para ser, respectivamente, exequente e executado na ação executiva.

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Referencias Bibliográficas

ALBERTO DOS REIS, José

______“Processo de Execução”, vol. 2;

ANTUNES VARELA, João de Matos “Manual de Processo Civil” (máxime pp. 73 a 96) 2.a
edição (Coimbra Editora, Lda., 1985).

CASTRO MENDES, João de “Direito Processual Civil”, 3º vol., (Edição da Associação


Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, 1986).

_________ Direito Processual Civil III, 1ª Edição, AAFDL, Lisboa

FERNANDO, Amâncio Ferreira (2004) - Manual dos Recursos em Processo Civil, 5ª Edição,
Almedina, Lisboa

FERREIRA, J. O. Cardona (2004) - Guia de Recursos em Processo Civil, 3ª Edição, Coimbra


Editora, Coimbra

LEBRE DE FREITAS, José "A Acção Executiva - À luz do Código revisto" - 2.a edição,
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MARQUES DA SILVA, Germano "Curso de Processo Civil Executivo - Acção Executiva


Singular, Comum e Especial" - Universidade Católica Editora, Lisboa, 1995.

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