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Entrevista com Rudá Ricci

Rudá Ricci é o sociólogo que entrevistamos nesta edição. Mestre e doutor pela Unicamp, Rudá tem vasta
experiência em consultorias e pesquisas nas diversas áreas da Sociologia. Foi membro do CEDEC e
atuou na Fundação SEADE em São Paulo na pesquisa sobre emprego e desemprego. Foi consultor de
diversos órgãos e entidades, entre elas a do Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores, Pastoral
da Terra, do PNUD (Nações Unidas), tendo sido coordenador do programa agrário de Lula em 1989.
Coordenou a ABRA. Tem diversos livros publicados, alguns deles trataremos nesta entrevista.

Agradecemos seu aceite para esta entrevista para a revista Sociologia da Editora Escala. Em
primeiro lugar, gostaría que você falasse aos nossos leitores e leitoras os motivos que o levaram
a cursar Ciências Sociais e vir a ser um sociólogo.

Em primeiro lugar, agradeço o convite. É sempre bom conversar sobre nossa profissão, que possui uma
aura de excelência construída por nomes de destaque como Florestan Fernandes, Octávio Ianni e tantos
outros. Sobre sua pergunta, foi um movimento de tomada de coragem. Eu comecei a militar com 15 anos,
de maneira involuntária, para ser sincero. Vivíamos o final da ditadura militar (1978) e eu e alguns colegas
de escola decidimos fazer um abaixo-assinado para alterar o uniforme que éramos obrigados a usar. A
diretora da escola estadual onde estudava se desesperou e nos denunciou à delegacia de ordem política.
O resultado foi que nossos pais foram “convidados” a depor. Queriam saber quais os professores que nos
conduzia ao comunismo. Como ficamos com esta pecha, decidimos estudar os clássicos da esquerda.
Criamos, em seguida, um centro cultural, que contava com uma biblioteca e incentivava debates, ciclos
de cinema, publicações de poesia, teatro. Daí, chamamos a atenção da esquerda da região e da capital
e começamos a receber visitas e ampliar nosso horizonte. Enfim, quando fui prestar o vestibular para
ingressar na universidade, já lia muito história, literatura e sociologia. No ano em que prestei o vestibular,
assisti a acolhida do Paulo Freire na PUC-SP. Fiquei emocionado com este evento. Nem imaginava que
faria parte de uma das equipes orientadas por Paulo Freire, anos mais tarde, e que atuava alfabetizando
empregadas domésticas e porteiros dos prédios próximos da PUC. Ingressei em Direito na PUC, mas no
meio do curso percebi que deveria arriscar (ninguém garantia que teria emprego sendo sociólogo) e mudei
de curso, para desespero dos meus pais. Na verdade, havia escolhido Direito em função da militância
profissional de Francisco Julião, junto às Ligas Camponesas. No fundo, juntei a militância social e política
com a profissão. Algo que faço até hoje. O que foi muito importante é o rigor que os professores da PUC
empregavam. Lembro de vários professores, desde o primeiro ano, extremamente exigentes. Foram
muitos, mas vou citar dois, Flávio Pierrucci, que nos apresentou Gramsci e que nos fazia devorar e
aprofundar teorias que começavam a ser banalizadas no Brasil; e Edgard de Assis Carvalho, que nos
obrigou a entender o estruturalismo de Lévi-Strauss. Como eu fazia parte do bloco de estudantes que
queria ler tudo de Marx e marxistas, este leque aberto acabou por nos jogar no campo profissional, a
pensar a sociologia como um campo científico extremamente preciso e exigente.

Quero agora tratar de sua dissertação de mestrado. Nela você abordou o sindicalismo dos
trabalhadores rurais, que resultou inclusive em um dos seus livros, Terra de ninguém (Editora da
Unicamp). Você estuda os chamados STRs do sistema confederativo da CONTAG. Fale-nos sobre
suas pesquisas.

Minha pesquisa durou sete anos. Fui ameaçado de ser jubilado por duas vezes, pela Unicamp. Este é o
motivo para eu lamentar esta mudança de rumos imposta pelos órgãos federais de fomento à pesquisa
acadêmica em meados dos anos 1990. Como dizia Bertrand Russel, não se deve acelerar a mente, ela
precisa do ócio do pensamento para amadurecer. O fato é que esta ampla pesquisa precisava de tempo.
Quando estava concluindo a pesquisa, assumi a assessoria do Departamento Nacional de Trabalhadores
Rurais da CUT (DNTR-CUT). Viajava o país todo e me reunia com as maiores lideranças sindicais rurais
do país, além de lideranças de movimentos sociais rurais. O que me intrigava é que a estrutura sindical
de trabalhadores rurais do Brasil é a maior do mundo sindical nacional. Fazia parte do que se denominava
“Complexo Contag”, articulando sindicatos e federações sob a liderança da confederação (CONTAG). O
mais importante é que havia um entendimento tácito no interior deste sistema (ou complexo) entre forças
que nem sempre eram convergentes ideologicamente. A Contag era dirigida, desde o final dos anos 1960,
por lideranças do PCB e MR8, mas muitas federações eram dirigidas por lideranças de direita. Mesmo
assim, havia uma composição, um corpo de lealdades entre dirigentes que forjava uma força política
extremamente eficaz e importante. A despeito desta força e unidade, nos anos 1980 emergiram inúmeros
movimentos sociais pujantes ao largo desta estrutura sindical, caso do movimento dos seringueiros, das
quebradeiras de coco de babaçu, dos sem-terra, entre outros. Até mesmo os canavieiros começaram a
criar estruturas paralelas ao Complexo Contag. O que me intrigava era os motivos pelos quais os
movimentos sociais, muitas vezes liderados por dirigentes sindicais, tinham que passar ao largo da
estrutura sindical. Este foi o problema que estudei. E percebi que se tratava de uma crise de
representação sindical, algo que se espraiaria para o campo político como um todo, anos depois. A
coesão formal no interior do Complexo Contag gestou uma forte representação e perpetuação de
dirigentes sindicais, mas não da base sindical. A representação era de cúpula, que se reproduzia
constantemente (muitos presidentes de sindicatos e federações se alternavam nos cargos ou subiam
para instâncias superiores, de tal maneira que se perpetuava uma casta dirigente). Pautas novas e novas
configurações sociais (caso dos bóias-frias) não tinham grande espaço no interior da estrutura sindical.
Minha orientadora, Maria Conceição D´Incao, foi fundamental neste percurso analítico. Ela foi uma das
pioneiras nos estudos sobre bóias-frias e era muito conhecida e respeitada entre as lideranças sindicais.

Na sua tese de doutorado, você prossegue na temática rural e agrária. Você estuda as
organizações rurais que tinham como objetivo o controle territorial em face da desestruturação
econômica provocada pelo processo de globalização. Na União Europeia eles chamam a isso de
“áreas desfavorecidas”. Fale-nos mais sobre esse trabalho.

A tese de doutorado foi um primeiro deslocamento da questão agrária para o desenvolvimento territorial
e estudo sobre práticas de cogestão dos territórios. A globalização havia causado o surgimento do que a
União Europeia denominava “áreas desfavorecidas”, ou seja, regiões que não atraíam investimentos
públicos ou privados por serem distantes de centros consumidores, por não acolherem mão de obra
qualificada, por não possuírem atrativos naturais ou exploráveis. Surgiram várias regiões agrícolas
abandonadas à sua própria sorte. Eu presenciei tal situação no sul de Portugal e participava de
discussões que ocorriam a respeito na Argentina. Minha intenção inicial era fazer um estudo comparado
entre os três países: Brasil, Argentina e Portugal. Tanto que na minha banca de defesa esteve presente
Pedro Hespanha, chefe do departamento de Economia da Universidade de Coimbra e que fazia parte da
equipe de Boaventura Santos. Ocorre que o Brasil é um continente, na prática, e eu e meu orientador,
Rubem Murilo Rego, decidimos nos concentrar em alguns casos emblemáticos do Brasil, em especial, do
Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Estudei os seringueiros do Acre e movimentos no semi-árido
nordestino, mas decidimos concentrar nos três primeiros em virtude do volume de informações. A questã
central foi: como as populações afetadas por esta transformação territorial (em áreas desfavorecidas)
reagiam. A investigação revelou muitas experiências inovadoras de autogestão territorial. Algo pouco
discutido no Brasil, como o caso de escolas de bóias-frias dirigidas por eles próprios e financiadas e
avaliadas por governos estaduais, reassentamentos rurais cogeridos por órgãos governamentais e sem-
terra, produção e comercialização em larga escala (com casos de exportação e criação de marca própria)
de agricultores familiares, enfim, uma miríade de experiências que, hoje, poderia dizer que confrontava
com a concepção de empreendedorismo que se disseminava nos anos 1990, de cunho empresarial.
Havia, de certo modo, um paralelo entre estas experiências e a discussão sobre economia solidária que
Paul Singer desenvolveria durante as gestões Lula. Mas, o meio rural é sempre desprezado no país. Na
academia, mais ainda. A academia brasileira é comandada pela classe média urbana: reitores, chefes de
departamento e órgãos de fomento à pesquisa. O mundo rural é estranho à esta lógica, embora o país
viva enredado com as exportações de commodities. O que revela como a universidade caminha de costas
para o Brasil real, ou o Brasil Profundo.

Um dos seus principais livros você aborda os oito anos do governo Lula (2003 a 2010). O título é
muito sugestivo: Lulismo: da era dos Movimentos Sociais à ascensão da nova classe média. Nesse
livro você analisa a chamada “agenda perdida”. Fale-nos, resumidamente, quais erros e acertos
principais você destaca no governo do presidente Lula.

Por algum motivo, possivelmente didático, o principal documento divulgado amplamente como orientador
dos primeiros passos do governo Lula foi a Carta ao Povo Brasileiro. Contudo, este documento é um
instrumento de marketing ou de “posicionamento” político do candidato Lula. O documento central, de
fato, da sua política foi a Agenda Perdida (ver
http://www.columbia.edu/~js3317/JASfiles/AgendaPerdida.pdf ) redigido por economistas cariocas, em
especial, da PUC-RJ e FGV-RJ. Este documento definiu os parâmetros da política econômica adotada
por Palocci e foi centro de um dos primeiros grandes debates no interior do governo Lula. A Secretaria
Nacional de Política Econômica defendeu esta pauta com unhas e dentes. Um dos pilares da discórdia
interna foi a focalização das políticas sociais, de cunho compensatório, atendendo segmentos
vulneráveis. Maria Conceição Tavares e Aloisio Mercadante reagiram a esta pauta, reafirmando as
políticas universais, não as compensatórias e focalizadas, como eixo fundamental das políticas
progressistas. Perderam a disputa para Marcos Lisboa, um dos formuladores da Agenda Perdida (ao lado
de Celso Pastore, Aloísio Pessoa de Araújo, André Urani, Armando Castelar Pinheiro, José Alexandre
Scheinkman, José Marcio Camargo, Leandro Piquet Carneiro, Maria Cristina Pinotti, Maria Cristina
Trindade Terra, Naércio de Aquino Menezes-Filho, Pedro Cavalcanti Ferreira, Pedro Olinto, Reynaldo
Fernandes, Ricardo Paes de Barros, Rozane Bezerra Siqueira e Samuel de Abreu Pessôa, este último,
formulador das políticas da candidatura Aécio Neves, em 2014). O que procurei analisar foi a engenharia
do governo Lula apoiada na agenda rooseveltiana, na coalizão presidencialista e nesta proposição social-
liberal de políticas focalizadas. Acredito que eu tenha sido um dos primeiros analistas a sugerir que se
tratava de uma política de Estado inovadora, que denominei de lulismo (fazendo, obviamente, um paralelo
com o getulismo), muito superior a qualquer programa de governo do período compreendido pela Nova
República (pós-regime militar). O mais complexo e o mais problemático. Uma das conclusões deste livro
é que dificilmente esta plataforma poderia ser gerida por alguém sem o perfil de Lula, extremamente
habilidoso e carismático. Dilma Rousseff comprovou a tese.

Como mineiro, você conheceu a fundo a estrutura governamental, tendo sido consultor de várias
secretarias, em especial no governo Itamar Franco. Mas, você estudou particularmente os oito
anos do governo Aécio Neves, hoje envolvido em vários escândalos políticos e financeiros. Isso
também resultou em um livro. Fale-nos sobre esse livro, em especial a desmistificação sobre o tal
“choque de gestão” que o ex-governador tanto propalava. Agradecemos muito a sua participação.

Este livro está sendo concluído. Decidimos (escrevo com o jornalista Dany Starling) compreender a lógica
interna, a engenharia de gestão empregada por Aécio Neves em Minas Gerais. Não se trata de uma
biografia ou reportagem, mas da análise da estrutura política e de gestão. Assim, o centro da análise é o
cruzamento da gestão de demandas políticas – a engenharia política construída por Aécio Neves no
interior de Minas Gerais – com o controle administrativo, denominado Choque de Gestão e que foi
comandado por Antonio Anastasia. O primeiro passo que demos foi analisar a base política e de apoio às
candidaturas de Aécio. Descobrimos, a partir dos dados do TRE MG que o aecismo se apoiou em forças
conservadoras e nitidamente clientelistas, em especial, filiadas ao DEM e PP. Os dois partidos, vale
destacar, se projetaram em Minas Gerais a partir da ascensão de Aécio Neves. O passo seguinte foi
realizarmos alguns estudos de caso. Queríamos compreender como ocorria a triagem de demandas
locais para comporem os projetos estruturantes (nomenclatura empregada pelo Choque de Gestão para
nomear os programas e investimentos prioritários do governo). Finalmente, estudamos a gênese, os
instrumentos e mecanismos empregados pelo Choque de Gestão. Percebemos que as gestões Aécio
Neves não inovaram efetivamente. Havia uma série de instrumentos técnicos efetivamente inovadores
que, na prática da gestão cotidiana, foram submetidas ao escrutínio de lideranças locais, regionais, que
comandavam de fato as políticas de governo. De certa maneira, os oito anos de governo Aécio Neves
atualizaram a velha política clientelista de Minas Gerais. Foi mais conservadora que a desenvolvida pelo
seu avô, Tancredo Neves. Darei dois exemplos para ilustrar. O primeiro, o método político de gestão
territorial. Tancredo, quando visitava o interior do Estado, era a figura central da política, o que demandava
invariavelmente reuniões com os caciques locais a partir das quais a liderança de Tancredo definia os
rumos. Tratava-se de uma liderança que unificava a ação dos caciques territoriais. Com Aécio a lógica se
inverteu. Aécio dificilmente orientava os líderes locais. Passava rapidamente por uma localidade,
discursava e partia. A politica regional era toda conduzida, com ampla liberdade, por lideranças territoriais
(deputados e prefeitos, em especial). O caso de Muriaé, Zona da Mata mineira, é emblemático. Aécio
conseguiu unir duas famílias rivais: Brás e Varella. Uma, voltada para empreendimentos vinculados ao
transporte e, com financiamentos da gestão Lula, ampliou para a construção civil. Outro, muito mais
conservador, liderando empreendimentos na área de saúde. Aécio os uniu na gestão territorial. E deixou
o comando do seu território para eles. O “aecismo” (para ser rigoroso, não houve exatamente um modelo
de gestão com identidade próprio, sendo que este termo é um mero recurso didático para exposição do
fenômeno) gestou feudos modernos de controle de demandas que avançavam sobre a gestão do Choque
de Gestão. O clientelismo, na prática, foi o mote político que colocou o Choque de Gestão em pé. Uma
segunda ilustração é o que ocorreu em São João del Rei, base política da família Neves. Citarei um dos
elementos da lógica empregada neste município: o papel dos médicos. A saúde foi um dos veículos da
estrutura política do aecismo. Grande parte dos médicos desta localidade utilizam os equipamentos de
dois hospitais que estão, há anos, enfrentando dificuldades financeiras. Por diversas vezes, cogitou-se
federalizar sua gestão, o que diminuiria sobremaneira o rendimento dos médicos. Assim, Aécio e
deputados da sua estrutura política mantiveram os dois hospitais alimentados por emendas
parlamentares. Sem este recurso, não teriam sobrevivido. Daí o forte apoio dos médicos locais nas
campanhas de Aécio Neves.
Como se percebe, são estruturas políticas típicas do clientelismo tradicional brasileiro. E revelam a
fragilidade política da liderança de Aécio Neves, dependente desta rede semi-autônoma que alimentava
e que lhe garantia voto, desde que mantivesse o domínio das regiões nas mãos desses caciques
regionais. Durante os oito anos de gestão Aécio Neves em Minas Gerais, sem oposição real (Lula decidiu
adotá-lo como aliado durante todo este tempo, procurando minar a liderança dos tucanos paulistas, o que
inibiu ataques de petistas e seus aliados à gestão Neves), o governador mineiro manteve esta estrutura
que começou a desmoronar quando Lula impôs que deveria mudar de partido (indicou PSB e PMDB como
sua nova legenda). Como se recusou a sair do PSDB, passou, a partir de 2010, a ser tratado como
adversário político e, assim, foi sendo alvo de ataques mais profundos em Minas Gerais (lembremos que,
até então, o aecismo não negava alianças com o bloco lulista, o que deu origem aos comitês Lulécio –
Lula Presidente e Aécio Governador – e Dilmasia – Dilma Presidente e Anastasia Governador).
O passo mais equivocado e definitivo no débâcle do aecismo, tal como descrito aqui, foi sua ruptura com
alianças estaduais para obter apoio dos tucanos paulistas, em 2014. Naquele momento, os candidatos
naturais de seu bloco ao governo mineiro eram Dinis Pinheiro (PP, ex-PSDB, que presidiu a Assembleia
Legislativa de Minas Gerais) e Marcus Pestana (ex-PCdoB, deputado federal, que presidiu o PSDB de
Minas Gerais). Aécio Neves, contudo, rompeu com este acordo tácito ao aceitar a imposição do PSDB
paulista para o candidato ao governo mineiro fosse Pimenta da Veiga, indicado por eles. Trocava, assim,
a aliança local pelo acordo com tucanos paulistas. Aécio avaliava que conseguiria obter votação
expressiva em São Paulo (o que, de fato, se confirmou) com este acordo, mas não esperava que perderia
bases do interior mineiro (o que ocorreu) com a reação de prefeitos mineiros que foram liberados para
apoiar o candidato a governador do PT (eleito no primeiro turno). Um erro de cálculo primário que
descontruiu o arranjo clientelista territorial que formatou durante oito anos.
Perceba que, de alguma maneira, o tema de minha dissertação de mestrado se transmuta para este
estudo sobre o modelo de gestão de Aécio Neves. Ambos tratam de estruturas de alianças e lealdades
internas que, na prática, se revelam base de uma importante crise de representação.

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