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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


INSTITUTO DE QUÍMICA

QUÍMICA GERAL

Curso – Engenharia Mecânica

Prof. Dra. Danielle Cangussu de Castro Gomes

2019-1
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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Química Geral Experimental

Prof. Dra. Danielle Cangussu

EMENTA
Propriedades das substâncias, Soluções, Reações Químicas, Equilíbrio Químico, Eletroquímica.

OBJETIVOS
Introduzir conceitos fundamentais de Química, com ênfase na correlação entre a estrutura da
matéria e suas propriedades macroscópicas.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Noções elementares de segurança no laboratório.
Propriedades de substâncias iônicas, moleculares e metálicas: medida da condutividade
elétrica de sólidos metálicos (em barra e em pó) e de soluções aquosas de substâncias iônicas
e moleculares.
Soluções: preparo de soluções (líquido + líquido e sólido + líquido) em diferentes
concentrações e diluição de soluções.
Reações químicas em solução aquosa: observação qualitativa das reações de precipitação,
ácido-base, com desprendimento de gás e reações de oxirredução.
Equilíbrio Químico: constantes de equilíbrio; reações reversíveis; princípio de Le Chatelier;
influência da concentração e pressão no equilíbrio; energia livre e equilíbrio; influência da
temperatura no equilíbrio.
Reações de oxidação-redução: cálculos teóricos do potencial elétrico (ddp) de diversas pilhas e
observação experimental das reações de oxirredução, tanto em condições padrão, quanto
variando a concentração das soluções (equação de Nersnt).
Eletroquímica: montagem de uma pilha de Daniell; realização de experimentos relacionados à
corrosão (oxidação do ferro – na presença de umidade e ar) e proteção catódica (ferro
protegido com zinco, magnésio e cobre) ou apenas demonstração dos sistemas previamente
preparados.

SUGESTÕES DE BIBLIOGRAFIA
Kotz, J.C. e Treichel Jr., P. Química e Reações Químicas, 6ª ed., 2009;
Mahan, B.M., Myers, R.J., Química um Curso Universitário, 4ª ed., Editora Edgard Blucher
LTDA, 2000; - Atkins, P. E Jones, L., Princípios de Química – Questionando a vida moderna e
o meio ambiente, Artmed Editora S.A. 2001. - Atkins, P. E Jones, L. Chemistry: Molecules,
Matter, and Change (W.H. Freeman and Company, New York, 3a. Ed.) 1999

Avaliação

Unidade 1: Prova individual (8,0 pontos) + 2 Relatórios (10,0 pontos) média aritmética
Unidade 2: Prova individual (8,0 pontos) + 2 Atividades (2,0 pontos)

Média= (Unid 1+ Unid 2)/2

**Uso obrigatório de jaleco.


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CRONOGRAMA

Data Aula Assunto pg


14/03 1 Apresentação do curso; normas de segurança em laboratórios. 4-
Equipamentos básicos de laboratório. 18
21/03 2 Medidas Volumétricas 19
28/03 - Não haverá aula - SBQ
04/04 3 Propriedades das substâncias: Pontos de fusão, de ebulição, 21
densidade.
11/04 4 Relatório 1 (práticas 2 e 3) -
18/04 5 Propriedades de substâncias iônicas e moleculares 23
25/04 6 Soluções: Preparo e diluição (Relatório 2) 26
02/05 7 Soluções: Solubilidade 28
09/05 8 Reações Químicas - Entrega do Relatório 2 30
16/05 9 1ª Prova -
23/05 10 Equilíbrio químico 32
30/05 11 Atividade 1 (práticas 10) -
06/06 12 Perturbação ao Equilíbrio químico 33
13/06 13 Estudo da reatividade de metais -
20/06 14 Preparo do Experimento de corrosão 35
27/06 15 Leitura do experimento 14 – Atividade 2 36
04/07 16 Prova 36

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Roteiro para elaboração de relatórios


Noções Gerais
Tão importante quanto realizar o experimento proposto é a apresentação do Relatório
Técnico-Científico, que constitui em um dos principais instrumentos de avaliação desta
disciplina. Portanto, entre os objetivos dessa disciplina está a introdução à redação do relatório
científico.
O relatório de atividades deve em primeiro lugar, retratar o que foi realmente realizado no
experimento, sendo de fundamental importância a apresentação de um documento bem
ordenado e de fácil manuseio. Além disso, deve ser o mais sucinto possível e descrever as
atividades experimentais realizadas, a base teórica dessas atividades, os resultados obtidos e
sua discussão, além da citação da bibliografia consultada.
O relatório deve ser redigido de uma forma clara, precisa e lógica. Redija sempre de forma
impessoal, utilizando-se a voz passiva no tempo passado. Ex. a massa das amostras sólidas
foi determinada utilizando-se uma balança.
Devem ser evitados expressões informais ou termos que não sejam estritamente técnicos
(Não utilize em hipótese alguma adjetivo possessivo, como por exemplo, minha reação, meu
banho, meu qualquer coisa). É bastante recomendável efetuar uma revisão do relatório para
retirar termos redundantes, clarificar pontos obscuros e retificar erros no original.
Uma atenção especial deve ser dada aos termos técnicos, resultados, fórmulas e
expressões matemáticas. As ilustrações (tabelas, fórmulas, gráficos) deverão vir na sequência
mais adequada ao entendimento do texto e seus títulos e legendas devem constar
imediatamente abaixo.

Tópicos de Composição:
1. Capa: identificação da universidade, unidade acadêmica e curso; título do relatório
(experimento); identificação dos autores e data.
2. Sumário (opcional)
3. Resumo (opcional)
4. Introdução
5. Materiais e Métodos
6. Resultados e Discussão
7. Conclusões
8. Referências bibliográficas

Para organizar o conteúdo de cada tópico do relatório, convém que você veja seu trabalho
de laboratório como resposta a uma pergunta. Depois, tente responder:
a. qual é a pergunta?

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b. como você procurou a resposta para essa pergunta?


c. quais foram seus achados?
d. o que significam esses achados?
Você responde qual é a pergunta no tópico Introdução; você diz como você procurou a
resposta para a pergunta no tópico Materiais e Métodos ou Experimental; você mostra o que
achou e discute o que significam seus achados no tópico Resultados e Discussão. Então veja
o que você deve escrever em cada tópico.

Introdução
A Introdução deve dar ao leitor a informação necessária para entender de que assunto
trata o seu relatório, sem precisar recorrer a outras fontes. Para ajudar você a escrever a
Introdução, aqui estão algumas perguntas que, se bem respondidas, darão forma a esse
tópico.
a. de que assunto trata o seu trabalho?
b. por que é importante tratar esse assunto?
c. como você tratou o assunto?
d. qual é o seu objetivo?

Materiais e Métodos ou Parte Experimental


No tópico Materiais e Métodos você deve dar informação suficiente para que outro
pesquisador possa reproduzir seu trabalho. Isso porque só é considerado científico o trabalho
que é passível de reprodução. Mas, para que possa ser reproduzido por colega de igual
competência, seu trabalho precisa ser bem descrito. Comece descrevendo todos os materiais
utilizados. Enfim, convêm descrever:
a. tipo de instrumental utilizado;
b. especificações técnicas, quantidade, fonte ou método de preparação dos materiais;
c. equipamentos.

Resultados e Discussão
O tópico Resultados e Discussão é de certa maneira a mais difícil de escrever.
É nesse tópico que você mostra o que realmente conseguiu de resultado, também é nesse
tópico que você explica seus resultados... Então, muito capricho!
Comece apresentando os dados sem, no entanto, descrever métodos que você já
descreveu – ou deveria ter descrito – no tópico Materiais e Métodos. Ou seja, faça apenas
uma rápida apresentação. E não sobrecarregue seu leitor com pormenores desnecessários. Se
você fez poucas determinações, coloque-as no texto. Se você fez muitas determinações,
arranje-as em tabelas e gráficos.

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Para ajudar você na redação desse tópico, aqui está uma sugestão: escreva procurando
dar respostas às seguintes perguntas:
a. que significam seus dados?
b. até que ponto seus resultados estão de acordo com os resultados apresentados na
literatura científica?
c. Que razões tem você para acreditar que seus resultados comprovam determinada teoria?
d. Que tendências e generalizações sugerem seus dados?
e. Que solução você conseguiu para o seu problema? Qual é a importância dessa solução?

Conclusões
Neste item deverá ser feita uma avaliação global do experimento realizado, são
apresentados os fatos extraídos do experimento, comentando-se sobre as adaptações ou não,
apontando-se possíveis explicações e fontes de erro experimental. Não é uma síntese do que
foi feito e também não é a repetição da discussão.

Referências
É de grande importância, também, a citação de referências bibliográficas que foram
utilizadas como fonte de consulta.

UM EXEMPLO DE UM BOM RELATÓRIO SÃO OS ARTIGOS DA QUÍMICA NOVA.


http://quimicanova.sbq.org.br/index.php

ORIENTAÇÕES DE SEGURANÇA [Texto produzido pela CISSP-IQ (2017-2018)]

1. Regras e segurança no laboratório


Laboratórios de química são lugares de trabalho que necessariamente não são
perigosos, porém são considerados áreas de risco que podem trazer diversos problemas para
a saúde dos usuários caso não haja o devido cuidado. Deve-se então utilizar normas de
conduta para assegurar a integridade das pessoas, instalações e equipamentos.
Um laboratório bem organizado e bem gerenciado, representa risco mínimo a
segurança e a saúde de quem os utiliza. Por isso, é importante que todas as pessoas que
trabalham neste ambiente tenham uma noção clara dos riscos existentes e de como minimizá-
los.
As normas gerais de segurança que serão apresentadas aqui devem ser
compreendidas e seguidas por todos (estudantes, docentes e técnicos) para tornarem seu

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trabalho no laboratório o mais seguro possível, a fim de evitar lesões para si e para os outros
ao seu redor.
Desta forma, qualquer pessoa que não seguir as Normas de Segurança está sujeita as
seguintes medidas disciplinares:
1. Impedimento de participar de aula prática pelo professor da disciplina;
2. Advertência verbal pela Administração do IQ;
3. Advertência escrita pela Administração do IQ.

Nunca é demais repetir: O MELHOR COMBATE AOS ACIDENTES É A PREVENÇÃO.

1.1. Normas de segurança pessoal


 Usar óculos de segurança, exceto quando a remoção for autorizada pelo professor ou
técnico.
 Usar protetor facial quando solicitado pelo professor ou técnicos.
 Usar luvas ao manipular reagente perigoso ou tóxico.
 Usar jaleco fechado com manga longa, preferencialmente, de algodão.
 Usar calçado fechado que cubra completamente os pés e o calcanhar, bem como calça
comprida jeans ou de algodão.
 Usar cabelos presos.
 Remover adereços tais como: brincos e colares longos, anéis e pulseiras.
 Não comer ou beber no laboratório.
 Não usar fones de ouvido.
 Não deixar livros, bolsas, agasalhos sobre as bancadas e locais de circulação.
 Não usar lentes de contato.
 Lavar as mãos antes de sair do laboratório.
 Informar ao professor ou técnico de laboratório de qualquer acidente.

1.2. Normas de segurança química


 Certificar-se de que todos os produtos químicos estão claramente rotulados com o nome da
substância, a concentração, a data e o nome do responsável.
 Considerar todos os produtos químicos como perigosos.
 Não expor solventes orgânicos à faísca elétrica ou à chama, pois estes são inflamáveis. SE
NÃO HOUVER INDICAÇÃO NOS FRASCOS, ASSUMA QUE TODOS OS SOLVENTES
ORGÂNICOS SÃO INFLAMÁVEIS.
 Não levar à boca e não permitir que nenhuns produtos químicos (sólidos, líquidos ou
gasosos) entrem em contato com sua pele, pois podem ser tóxicos, venenosos ou
corrosivos.
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 Nunca pipetar com a boca. Utilizar a pera de sucção (também conhecida como pipetador de
três vias).
 Ser cuidadoso ao realizar procedimentos de transferência, destilação e aquecimento de
líquidos.
 Não devolver os produtos químicos usados ao recipiente de estoque, ao menos, que seja
orientado pelo professor ou técnico.
 Nunca aquecer um sistema fechado – o mesmo atuará como uma BOMBA!
 Nunca adicionar água em ácido concentrado. Sempre despejar lentamente o ácido sobre a
água.
 Manter e manipular ácidos e bases concentradas bem como substâncias voláteis e
inflamáveis somente dentro da câmara de exaustão (Capela) com o sistema de exaustão
ligado.
 Realizar procedimentos que liberam gases ou produzem aerossóis dentro da Capela.
 Ao aquecer tubos de ensaio contendo substâncias químicas, manter a extremidade aberta
do tubo na direção oposta ao seu rosto e aos das demais pessoas.

1.3. Outras orientações de segurança


Professor e técnico:
 Certificar-se de que os corredores, os chuveiros de segurança e as portas não estão
obstruídos.
 Certificar-se que todas as orientações de segurança sobre o experimento foram fornecidas e
compreendidas pelos alunos.

Aluno:
 Certificar-se de estar familiarizado com todas as informações de segurança que lhes foram
fornecidas sobre cada experimento antes de iniciá-lo.
 Perguntar ao professor ou ao técnico de laboratório caso você não tenha certeza de como
realizar o experimento de forma segura.
 Informar o professor ou o técnico de laboratório caso um equipamento falhe durante o uso.
Nunca tentar consertar o problema sozinho.
 Informar imediatamente o professor ou técnico de laboratório quando houver derramamento
de reagentes para que a limpeza seja feita de forma adequada.
 Descartar os resíduos gerados no experimento conforme as instruções fornecidas no
Manual de Laboratório da disciplina ou informadas pelo professor ou técnico de laboratório.
 Deixar todas as vidrarias, equipamentos e ferramentas limpos assim como foram
encontrados.

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1.4. Comportamento de risco


 Remover produtos químicos ou equipamentos do laboratório sem autorização do professor
ou técnico de laboratório.
 Realizar experimentos sem a presença ou autorização do professor ou técnico de
laboratório.
 Deixar experimentos sem vigilância durante o andamento.
 Trabalhar fora do horário da aula, exceto em circunstâncias excepcionais com prévia
autorização do professor ou técnico de laboratório.
 Fazer brincadeiras dentro do laboratório.
 Utilizar vidraria quebrada ou equipamentos danificados.
 Realizar experimentos de forma acelerada.
 Se sentir muito seguro e subestimar as normas de segurança.
 Não utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção
Individual (EPC) obrigatórios.
 Adaptar equipamentos inadequados ao procedimento.

2. Informações de segurança de produtos químicos


As informações de perigo de qualquer produto químico devem ser conhecidas
anteriormente à sua manipulação no laboratório. Tais informações são sistematizadas pelo
Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos
(GHS) e normatizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), norma ABNT-
NBR 14725, que traz orientações por meio de palavras de advertência, frases de perigo, frases
de precaução e pictogramas padronizados, a serem utilizados mundialmente nos rótulos e nas
Fichas de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ ou MSDS/SDS do inglês,
Material Safety Data Sheet).
A FISPQ é um instrumento de comunicação dos perigos e possíveis riscos de um
produto químico, levando em consideração o seu uso previsto. Essas fichas devem ser
consultadas anteriormente ao uso, armazenamento ou transporte de qualquer produto químico
e são encontradas nos sites de empresas que fabricam, transportam e armazenam produtos
químicos como, por exemplo, os disponíveis no site da CISSP-IQ, www.cissp.quimica.ufg.br.
Além disso, os perigos associados aos produtos químicos devem ser informados no
rótulo do produto, por meio de seus pictogramas de perigo, normatizado pela ABNT-NBR
14725. O desenho e a modulação destes pictogramas devem ser elaborados conforme a
ABNT-NBR 7500. Os pictogramas de alerta de perigo mais comuns em rótulos de produtos
químicos e suas interpretações estão no quadro a seguir:

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Pictograma Classe de Perigo

Explosivo; Auto-reativo; Peróxido orgânico.

Gás sob pressão.

Inflamável; Auto-reativo; Pirofórico; Auto-


aquecimento; Emite gás inflamável; Peróxido
orgânico.

Oxidante.

Corrosivo à pele; Causa danos severos aos


olhos; Corrosivo aos metais.

Tóxico agudo (severo)

Irritação da pele e dos olhos; Sensibilizante da


pele; Tóxico a órgão alvo específico (única
exposição); Tóxico agudo (prejudicial);
Prejudicial à camada de ozônio.

Carcinogênico; Sensibilizante respiratório; Tóxico


reprodutivo; Tóxico a órgão alvo específico
(exposições repetidas); Mutagênico a células
germinativas; Perigo por aspiração.

Tóxico à vida aquática (agudo); Tóxico à vida


aquática (crônico).

Adaptado de: Quim. Nova, Vol. 40, No. 3, 353-361, 2017

3. Procedimentos em caso de acidentes no laboratório


Qualquer acidente, por menor que seja, deve ser informado ao professor ou técnico de
laboratório. A Comissão de Saúde e Segurança do Servidor Público do Instituto de Química
(CISSP-IQ) deve ser notificada logo após o ocorrido por meio do formulário disponível na
página www.cissp.quimica.ufg.br, ou pelo canal de comunicação da CISSP-IQ no campo FALE
CONOSCO. A notificação de acidentes é importante para que a comissão possa melhor

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identificar as situações de risco e propor iniciativas à comunidade do IQ que possam eliminar


ou minimizar tais riscos.
A seguir, estão descritos procedimentos básicos em caso de acidentes com produtos
químicos e queimaduras, bem como informações sobre procedimentos em caso de incêndio.

3.1. Acidente com produto químico ou queimadoras


Em caso de qualquer tipo de acidente que ocorra contato com produto químico ou
queimadura, a recomendação é lavar imediatamente o local atingido com água corrente em
abundância durante cinco minutos. Se necessário, use o chuveiro ou lava olhos de emergência.
Em seguida, encaminhar imediatamente o acidentado ao serviço médico.

3.2. Princípio de Incêndio


 Instruir alguém para chamar o corpo de bombeiros. Evacue o laboratório e solicite a uma
pessoa para contatar os serviços de emergência assim que ela sair com segurança. Mesmo
que você seja capaz de extinguir o incêndio, é importante que o corpo de bombeiros seja
acionado no caso de algum imprevisto.
 Localizar os extintores de incêndio mais próximo. No IQ, os extintores estão localizados
nos corredores.
 Localizar uma saída de emergência. Antes de usar o extintor para apagar um incêndio,
procure a saída mais próxima e posicione-se com as costas viradas na direção dela. Dessa
forma, será possível escapar mais rápido no caso de uma emergência.
 Trabalhe com extintor a uma distância segura das chamas. Antes de descarregar o
extintor, posicione-se de modo que você fique a uma distância de 2 m a 3 m na chama.
 Utilizar sempre o extintor de pó-químico. Nunca utilize água.

4. Bibliografia
Leila K. Uema e Marcela G. Ribeiro, Pictogramas do GHS e sua aplicação como ferramenta de
comunicação de perigos para estudantes de graduação, Quim. Nova, Vol. 40, No. 3, 353-
361, 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725: Produtos químicos -
Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 2: Sistema de classificação de
perigo. Rio de Janeiro, p. 98. 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725: Produtos químicos -
Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 3: Rotulagem. Rio de Janeiro,
p. 53. 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725: Identificação para o
transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. Rio de
Janeiro, p. 47. 2004.
AULA 2: EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE LABORATÓRIO

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5. Equipamentos básicos de laboratório

5.1. Vidrarias e equipamentos usuais em laboratórios de química:


A execução de qualquer experimento na Química envolve geralmente a utilização de uma
variedade de equipamentos de laboratório com finalidades específicas. O objetivo desta aula é
apresentar os materiais utilizados rotineiramente em um laboratório e introduzir algumas
técnicas específicas.
A seguir são apresentadas as principais vidrarias e equipamentos que serão utilizados nas
aulas práticas:

Espátula: Retirada de porções de reagentes Vidro de relógio: pesagens e transporte de


sólidos. substâncias

Tubo de ensaio: testes de Béquer: usado para transferência de líquidos,


reações químicas. aquecimento de líquidos

Proveta: medida aproximada de Bastão de vidro: agitar soluções, transporte


volumes de líquidos. de líquidos, filtração e outros fins.

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Pipeta Volumétrica: medida de Pipeta Graduada: medida de volumes de


volumes fixos de líquidos. líquidos.

Funil de vidro: transferência de líquidos Funil de Buchner: usado em filtrações à


e em filtrações em laboratório vácuo.

Funil de decantação: separação Almofariz e pistilo: triturar e pulverizar


de líquidos imiscíveis. sólidos

Erlenmeyer: titulações. Kitassato: filtrações à vácuo

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Balão volumétrico: preparo de soluções. Bureta: medidas precisas de líquidos e em


análises volumétricas.

Condensadores: condensar os gases Balão de fundo redondo: aquecimento de


ou vapores na destilação. líquidos, em destilações, etc.

Mufa: prender a garra no suporte universal Garra: prender vidrarias no suporte universal

Suporte Universal: prender vidrarias. Termômetro: medida de temperatura.

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Adaptador de três vias: Pinça de madeira: segurar tubos de ensaio


usado em destilações. durante aquecimentos diretos no Bico de
Bunsen.

Bico de Bunsen: Tripé de ferro: usado para sustentar a tela de


aquecimento em laboratório. amianto.

Coluna: cromatografia. Extrator de Soxhlet: extração contínua.

Pisseta: lavagens, remoção Trompa de vácuo: usado em conjunto com o


de precipitados e outros fins. kitassato e funil de Buchner.

5 6 5 6
4 7 4 7

3 8 3 8

2 9 2 9
1 11 1 10

Balança: pesagem de materiais Chapa aquecedora e agitador magnético:


e reagentes. aquecimento e agitação.

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5.2. Processos físicos mais utilizados em laboratórios de química

(a) Filtração simples e a vácuo


A filtração simples é o processo usado para a separação de uma mistura heterogênea
sólido-líquido. Na filtração à vácuo de uma mistura sólido-líquido usa-se um funil chamado de
funil de Buchner, cujo fundo é perfurado e sobre o qual se coloca o papel de filtro.

vácuo

Filtração Simples Filtração à Vácuo

(b) Destilação Simples e Fracionada


Destilação simples é um processo de separação de misturas homogêneas de substâncias
de pontos de ebulição distantes. A destilação fracionada é um processo de separação de
misturas homogêneas de líquidos de pontos de ebulição próximos.

Destilação Simples Destilação Fracionada Rota-evaporador

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(c) Decantação
O processo de decantação é utilizado na separação de dois líquidos não miscíveis.

(d) Centrifugação
É o processo usado para acelerar a sedimentação das fases.

Centrífuga

5.3. Medidas volumétricas

Um comerciante de ouro precisa fazer medidas muito próximas da real, pois um pequeno
erro pode representar um grande prejuízo. Por outro lado, receitas culinárias utilizam medidas
como colher de sopa, colher de chá. Se a colher estiver mais cheia, ou menos cheia, haverá
diferença na quantidade medida, porém, o sabor não será alterado substancialmente. Assim,
as medidas usadas por um ourives e por um chefe de cozinha não serão as mesmas. Ao
realizar uma medida em um laboratório, é necessário ter-se ideia de quão boa é essa medida.
O rigor na certeza da medida dependerá do tipo de experimento a ser realizado. Existem duas
medidas muito úteis para se avaliar medições: a exatidão e a precisão.
Dizer que uma medida é exata significa que ela se aproxima do valor verdadeiro. Dizer que
uma medida é precisa significa que, ao se repetir a medição por diversas vezes, sempre se
chegará a valores muito próximos entre si, mas não necessariamente próximos do valor
verdadeiro. A figura abaixo ilustra a diferença entre exatidão e precisão, supondo que o círculo
mais interior represente o valor verdadeiro, e as manchas pretas os valores medidos.

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BALÃO VOLUMÉTRICO – É utilizado no preparo e na diluição de soluções. Como o volume


nominal dos balões volumétricos é geralmente calibrado a 20o C, não é recomendado colocar
soluções aquecidas no seu interior, nem submetê-los a temperaturas elevadas. Como o traço
de aferição está localizado em um local de diâmetro pequeno, o pescoço do balão, esta é uma
vidraria precisa. Caso o balão tenha sido calibrado recentemente, e não tiver sido exposto ao
calor, ele será exato.
PROVETA – frasco destinado a medidas aproximadas de volume. Podem ser encontradas em
diversos volumes. Não é precisa.
BÉQUER – recipiente com ou sem graduação. Sua graduação fornece uma medida grosseira
de volume. Usado no preparo de soluções, na pesagem de sólidos e no aquecimento de
líquidos, bem como em reações de precipitação e recristalização.
ERLENMEYER – recipiente com ou sem graduação, esta fornece uma medida grosseira de
volume. Esse recipiente é largamente utilizado na análise titulométrica, no aquecimento de
líquidos e na dissolução de substâncias. Da mesma forma que o béquer, não é exato nem
preciso.
PIPETAS – instrumento para medida e transferência de determinados volumes de líquidos.
Existem basicamente dois tipos de pipetas: as volumétricas e as graduadas. As primeiras são
utilizadas para escoar volumes fixos, enquanto as graduadas são utilizadas para escoar
volumes variáveis de líquidos. As volumétricas são mais precisas e exatas, porém, menos
versáteis. A precisão das graduadas depende do volume que se quer transferir. A transferência
de volumes maiores implica em maior precisão.
BURETA – Permite o escoamento de líquido e é muito utilizada em titulações. Possui uma
torneira controladora de vazão na sua parte inferior. Por ser usada em experimentos onde o
volume deve ser medido com rigor, as buretas são bem calibradas pelo fabricante, e, se bem
cuidadas, são vidrarias exatas e precisas. A imprecisão fica maior quando se mede volumes
muito pequenos. Quando se realiza uma titulação, onde o volume gasto deve ser em torno de
20 mL, usa-se uma pipeta de 25,0 mL de capacidade. O uso de uma de 50 mL ou mais
aumentaria o erro da medida e, portanto, a imprecisão.
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Experimento 1: MEDIDAS VOLUMÉTRICAS

Para medir volumes de líquidos são usadas vidrarias que nos fornecem medidas com
exatidão, com aproximação e medidas grosseiras. Enfim, há vidrarias com exatidão e precisão
distintas.
A exatidão de uma vidraria está associada à sua calibração. O fabricante deverá ter feito
uma rigorosa marcação dos volumes, em conformidade com o valor real. Uma proveta, por
exemplo, onde os traços de aferição estejam colocados nos lugares certos é uma proveta
exata. A calibração periódica de vidrarias é sempre desejável devido à variação, com o tempo,
da resposta da maioria dos instrumentos, resultante do desgaste, da corrosão ou da
manutenção inadequada. Já a precisão de uma vidraria está associada ao seu formato.
Geralmente, provetas não são vidrarias precisas. Isto porque essa vidraria é muito larga à
altura dos traços de aferição. Dificilmente o experimentador terá acuidade visual suficiente para
conseguir medir um valor com precisão, já que uma pequena diferença de altura da coluna de
líquido, de uma medição para outra, implicará numa grande diferença de volume, já que o tubo
é grosso. Por outro lado, uma pipeta volumétrica é uma vidraria precisa, pois o diâmetro da
mesma no local onde está o traço de aferição é bem pequeno. Um experimentador, ao variar,
de uma medida para outra, 0,5 mm, estará variando um valor muito pequeno de volume. Se
fosse uma proveta, por ser larga, haveria uma variação volumétrica muito maior. Por isso, a
pipeta volumétrica é mais precisa que a proveta e que pipeta graduada. Porém, ela só será
exata se o fabricante tiver feito uma correta marcação do traço de aferição.
Durante o tempo, em laboratórios credenciados, faz-se a calibração das vidrarias exatas,
pois o vidro pode ter sofrido alguma dilatação. Se o traço de aferição não estiver correto,
apaga-se e coloca-se outro. Para certificar-se do valor correto, pode-se pesar a quantidade de
água transferida por uma vidraria, usando uma balança calibrada. Como a densidade da água
em várias temperaturas é conhecida, pela massa da alíquota transferida sabe-se o volume
transferido. Compara-se esse volume com o volume indicado pela vidraria, para saber se a
vidraria está exata. Para saber se a vidraria é precisa, pode-se pesar várias alíquotas iguais e
ver se os valores são semelhantes.

Procedimento experimental

1. Medir e transferir o volume total de uma pipeta graduada para uma proveta. Conferir os
volumes. Fazer o mesmo com uma pipeta volumétrica.
2. Coloque 100 mL de água em um béquer graduado e transfira-o para um balão
volumétrico de 100 mL. Observe a variação de volume.
3. Repita o mesmo procedimento anterior passando água de um erlenmeyer para um
balão volumétrico.
4. Repita o mesmo procedimento anterior passando água de um proveta para um balão
volumétrico.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

5. Meça o peso das vidrarias da tabela abaixo, cuidadosamente secas. Coloque 50 mL de


água destilada em cada recipiente e pese-os novamente (usar os traços de aferição da própria
vidraria para fazer a medição). Anote os resultados na tabela abaixo.
6. A fim de comparar a exatidão das várias vidrarias utilizadas na medição de volumes,
preencha o quadro abaixo. O erro percentual é o Volume real, encontrado pela pesagem,
dividido pelo volume teórico, indicado pela vidraria, vezes 100%.

Massa Massa Vidraria


Massa de Volume de H2O Erro
Vidraria Vidraria + 50 mL de
H2O (g) (mL)* percentual
Seca (g) H2O (g)
Proveta
50 mL
Balão
50 mL
Béquer
100 mL

7. Meça a massa de 50 mL de água, medidas por um béquer de 100 mL. Esvazie o


béquer, seque-o, e meça novamente por mais duas vezes. Repita o procedimento,
usando uma proveta de 100 mL, anote os dados na tabela abaixo. Compare a precisão
das vidrarias.
8. Massa de 50 mL de água
Vidraria valor 1 valor 2 valor 3
Proveta 100 mL
Béquer
100 mL

Erro % = (valor teórico-valor real/valor real)*100

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Experimento 2: PROPRIEDADES DAS SUBSTÃNCIAS

Introdução
Uma substância pode ser identificada por um conjunto de propriedades classificadas como
extensivas e intensivas. As propriedades extensivas são aquelas que dependem da quantidade
de matéria presente na amostra como, por exemplo, a massa e o volume. As propriedades
intensivas são aquelas que independem da quantidade de matéria e sim da natureza da
substância, como por exemplo, a temperatura, a pressão e a entalpia molar. Por isso, são
muitas vezes chamadas de propriedades características de uma substância, utilizadas,
frequentemente, na determinação do seu grau de pureza.
Algumas dessas propriedades estão listadas a seguir:
Ponto de fusão: o ponto de fusão é a temperatura na qual uma substância sólida, em
condições de equilíbrio, passa para o estado líquido. No caso de uma “substância pura”, o
intervalo de temperatura desde o momento inicial da fusão (aparecimento de uma fase líquida)
até a sua completa fusão não deve exceder a 0,5 °C. Substâncias contendo impurezas não
possuem um ponto de fusão definido, mas um intervalo com vários graus de temperatura.
Ponto de ebulição: o ponto de ebulição é, por definição, a temperatura na qual a pressão
de vapor de um líquido torna-se igual à pressão atmosférica, quando essa é de 760 mm Hg.
Densidade (): a densidade é uma propriedade física específica que pode ser usada para
identificar substâncias, visto que raramente diferentes substâncias têm a mesma massa
m
específica. É a razão entre a massa da substância (m) e o seu volume (V).   A massa
V
específica pode ser expressa em kg/L ou g/mL

Procedimento experimental
1. Determinação do ponto de ebulição
Num tubo de ensaio limpo e seco coloque de 3 a 4 mL de acetona. Prenda um tubo capilar
(parte aberta para baixo) ao termômetro e insira no tudo de ensaio. Coloque o conjunto num
béquer contendo água e aqueça lentamente. Observe a formação de bolhas no capilar, quando
a saída das bolhas ficarem ininterruptas, anote a temperatura.

2. Determinação do ponto de fusão


Encha cerca de ¼ de um tubo capilar, fechado numa das extremidades, com naftaleno em
pó e amarre-o junto ao bulbo de um termômetro, como mostrado na Figura 1. Mergulhe o bulbo
do termômetro num béquer contendo água e aqueça lentamente. Observe e anote as
temperaturas inicial e final de fusão.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Figura 1. Aparelho para determinação do ponto de ebulição.

3. Densidade
A) Densidade de sólidos
Pese numa balança semi-analítica um pedaço de um sólido fornecido pelo
professor/técnico (alumínio, cobre, zinco). Adicione água em uma proveta de 10 mL, até a
metade. Adicione o sólido pesado e meça a diferença de volume. Anote seus resultados e
calcule a massa específica do sólido.

Referências
1. GESBRETCHT, E. et al. Experimentos de Química, técnicas e conceitos básicos.
Editora Moderna Ltda. São Paulo, 1979.
2. MITCHELL, R.S. Journal of Chemical Education, 1991, 68(11), 941.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Experimento 3: PROPRIEDADES DE SUBSTÂNCIAS IÔNICAS E MOLECULARES

Substâncias podem ser classificadas em dois importantes grupos, de acordo com seu
comportamento quando se passa corrente elétrica por uma solução que as contenha: as que
conduzem, e as que não conduzem corrente elétrica. As primeiras são chamadas eletrólitos e
incluem a maior parte das substâncias inorgânicas, como ácidos, bases e sais; as últimas são
designadas não-eletrólitos, com muitos exemplos entre as substâncias orgânicas, como a
sacarose, o etanol, a glicerina, etc. Há, contudo, substâncias orgânicas que são eletrólitos,
como os ácidos carboxílicos.
O requisito para uma substância ser um eletrólito é que haja a formação de espécies
carregadas, cátions e ânions, quando ela se dissolve. Quando se dissolvem, sólidos iônicos se
dissociam. O sal KCl, por exemplo, que quando no estado sólido existe na forma de cristais,
quando se dissolve em água forma íons K+ e Cl-. Não há ionização, porque os átomos
constituintes já eram íons no próprio sólido. Há apenas separação desses íons, e destruição da
estrutura cristalina, ou seja, dissociação. Eletrólitos que não são sais quando se dissolvem
sofrem ionização. O ácido acético, por exemplo, gera os íons CH3COO- e H+. Serão essas
espécies carregadas, chamadas íons, que conduzirão a corrente elétrica. A sacarose, que não
é um eletrólito, quando se dissolve em água não gera íons. As moléculas se mantém intactas
após a dissolução.
Se uma substância se dissolver mas estiver apenas parcialmente dissociada, ela
conduzirá corrente elétrica em uma extensão menor, e pode ser classificada como um eletrólito
fraco. Eletrólitos fortes (ácidos fortes, bases fortes e a maioria dos sais) se dissociam quase
completamente, mesmo em soluções concentradas. Eletrólitos fracos (ácidos fracos, bases
fracas) têm alta dissociação somente quando estão em baixas concentrações.
Em soluções aquosas, uma quantidade muito pequena de íons H+ e OH- estará
presente devido à auto-ionização da água. Essa ionização acontece em uma extensão muito
baixa, e normalmente é negligenciada. Assim, quando se diz que uma solução é eletrolítica,
não se está considerando os íons provenientes da água pura. Refere-se, sim, à condutividade
devida à presença de sais na água, e, assim, mesmo a água potável é uma solução eletrolítica,
pois contém eletrólitos. Deve-se notar que uma substância que se comporta como eletrólito em
água, por exemplo o cloreto de sódio, pode deixar de ser eletrolítica em outro solvente, como o
éter ou hexano.

Procedimento
Medidas qualitativas e quantitativas da condutividade de soluções.
Prática a ser demonstrada pelo professor.
Realize as medidas qualitativas e quantitativas dos itens a-h, a seguir.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Para a medida quantitativa, utilize um condutivímetro. Atente-se para o fato de esse


equipamento mudar a escala de medição automaticamente.
Para a medida qualitativa, mergulhe dois eletrodos de cobre, previamente limpos, lavados e
secos e conecte a fonte de corrente, como mostrado na Figura a seguir. Verifique a
condutividade elétrica da água pela intensidade da luz emitida pela lâmpada. Supondo que a
luminosidade da lâmpada quando os eletrodos estão em curto circuito seja igual a um valor de
condutividade 10, estime os valores dessa propriedade para cada caso.

Arranjo a ser utilizado nas medidas de condutividade das soluções.

a. Adicione 30 mL de água destilada a um béquer e insira os eletrodos do dispositivo na


solução.
b. Repita o procedimento acima, usando água da torneira. *
c. Adicione, ao béquer contendo água, uma ponta de espátula de sacarose; agite até
haver a dissolução completa do sólido e meça a condutividade da solução;
d. Transfira cerca de 30 mL de solução 1,0 mol/L de ácido acético para um béquer de 100
mL e meça a condutividade da mesma; guarde essa solução;
e. Repita o procedimento acima utilizando uma solução de hidróxido de amônio 1,0 mol/L;
f. Misture as soluções utilizadas em d e e e verifique a luminosidade da lâmpada.
Compare com os resultados obtidos acima;
g. Repita o procedimento utilizando uma solução de cloreto de sódio 0,1 mol/L;
h. Lave o béquer com água, seque e transfira um volume de ácido acético glacial (ácido
acético anidro) suficiente para cobrir cerca de 0,5 cm da extremidade dos eletrodos de
cobre. Meça a condutividade. Em seguida, faça medidas durante a adição de água
destilada (porções de 5 mL com agitação). Compare com o resultado em d. (cuidado:
ácido acético glacial é corrosivo).
* Obs.: Embora a lâmpada não tenha acendido, o multímetro registrou um valor de
condutividade para a água. O não acendimento da lâmpada, nos dois casos, não indica
que a água não conduz corrente elétrica. Indica que a quantidade de corrente transmitida
é insuficiente para acender esse tipo de lâmpada. É suficiente, contudo, para dar um
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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

grande choque elétrico em uma pessoa. O corpo humano é mais sensível à eletricidade
que as lâmpadas incandescentes.

Condutividade em função da concentração de eletrólitos.


Experimento a ser realizado pelos alunos, usando um condutivímetro.
1. Com uma proveta, adicione aproximadamente 12 mL de uma solução de ácido acético 1
mol/L e 40 mL de água destilada a um béquer de 100 mL. Agite com um bastão de vidro,
e meça a condutividade.
2. Com uma pipeta graduada, adicione 3 mL de uma solução de hidróxido de amônio 1
mol/L ao béquer do item 1. Agite com um bastão de vidro. Meça a condutividade.
3. Repita o procedimento do item 2 por mais 4 vezes. Anote o valor na tabela abaixo.
Discuta com o grupo as causas do comportamento da condutividade.

Quantidade adicionada de NH4OH Condutividade

0 mL
3 mL
6 mL
9 mL
12 mL
15 mL
18 mL

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Experimento 4: SOLUÇÔES - PREPARO E DILUIÇÃO

Objetivos
Preparar uma soluções de NaOH e de HCl. Treinar a técnica de pesagem, de leitura do
volume no balão.

Soluções
Uma solução é formada quando uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias
forma uma única fase. Nessa mistura, o soluto é a substância dissolvida na outra substância, o
solvente. O solvente é o responsável pela dissolução. Nem toda mistura homogênea é uma
solução. As misturas capazes de causar espalhamento da luz não são soluções. Logo, uma
solução não pode ser turva. Nas soluções, os solutos estão dispersos no solvente a nível
molecular. Isto significa que uma dispersão só pode ser considerada solução quando o
tamanho de partícula for menor que 1nm. Os coloides apresentam tamanho de partículas
maior que 1nm e menor que 1000 nm. Enquanto as suspensões apresentam tamanho de
partículas maiores que 1000 nm.
Uma técnica para a identificação de misturas coloidais consiste em fazer passar
através da mesma, um feixe de luz que, ao atravessá-la, vai sofrer uma dispersão formando
uma luz difusa; este efeito é conhecido como o efeito de Tyndall, conforme é mostrado na
Figura abaixo:

As soluções podem ser classificadas:


Quanto ao estado físico: sólidas, líquidas ou gasosas;
Quanto à condutividade elétrica: eletrolíticas ou não eletrolíticas;
Quanto à proporção soluto/solvente: diluída, concentrada, insaturada, saturada e
supersaturada.
As propriedades das soluções dependem de sua concentração. Em química, a quantidade
de soluto dissolvido numa unidade de volume ou de massa da solução ou do solvente se
denomina concentração.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Concentração em gramas por litro


Esse termo é utilizado para indicar a relação entre a massa do soluto (m), expressa em
gramas, e o volume (V), da solução em litros: m (g)
C (g/L) =
V(L)
Concentração em quantidade de matéria (Molaridade)
É a relação entre a quantidade de matéria, em mols, do soluto (n) e o volume da solução
(V), expresso em litros. n
C (mol/L) = n= m
V(L) M
Composição percentual
Essa unidade de concentração relaciona a massa (m) ou o volume (V) do soluto com a
massa ou o volume do solvente ou da solução, conduzindo a notações tais como:
10% (m/m); 10% (m/V); ou 10% (V/V)
Procedimento experimental

Preparação de 100 mL da solução de NaOH 0,1 molL-1


Inicialmente realize o cálculo da massa de hidróxido necessário para o preparo da
solução. Pese a massa calculada num vidro de relógio ou béquer pequeno. Com segurança,
evite que a pesagem seja muito demorada. Dissolva essa massa em água destilada, com
auxílio de um funil transfira a mistura para o balão volumétrico de 250 mL. Completar o volume
da solução com água destilada até a marca da aferição do balão, tampar e agitar para
completa homogeneização.

Preparação da solução de ácido clorídrico - (cuidado: ácido clorídrico concentrado é


altamente tóxico e corrosivo).
Utilizando os dados do rótulo (36,5-38% HCl, MM 36,46 g/mol e densidade de 1,19
g/mL), calcule o volume de ácido concentrado necessário para preparar 100 mL de solução 1
mol/L. Mostre o seu trabalho ao professor. Será confiável fazer tal medida? Sendo assim,
calcule o volume de ácido concentrado necessário para preparar 250 mL de solução 1,0 mol/L.
Partindo desta solução (1,0 mol/L), calcule o volume necessário para preparar 100 mL da
solução 0,1 mol/L. Meça esse volume com uma proveta e transfira para um balão volumétrico
de 100 mL, que já tenha cerca de 40 mL de água destilada. Lave algumas vezes a proveta
usada com um pouco de água destilada transferindo sempre para o balão. Agite
cuidadosamente o balão e adicione água até completar os100 mL. Feche o balão e agite para
homogeneizar a solução.
** Armazenamento de solução de NaOH em frasco plástico porque NaOH ataca o vidro (NaOH
reage com os silicatos que constituem o vidro).

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Experimento 5: SOLUÇÕES - SOLUBILIDADE

A solubilidade é definida como sendo a quantidade máxima de soluto que pode ser
dissolvido numa certa quantidade de solvente, a uma dada temperatura, e é representada por
S. Na ausência de indicações contrárias, admite-se que o solvente é a água e a temperatura é
de 25°C. A solubilidade de um dado soluto depende da natureza do solvente e da temperatura.
Define-se o coeficiente de solubilidade (CS) como a máxima quantidade de um dado soluto que
pode ser totalmente dissolvida numa quantidade pré-fixada de um determinado solvente, a uma
dada temperatura. Por exemplo, o CS do cloreto de sódio em água é 35,7 g /100 mL de H2O, na
temperatura de 0oC.
Para um determinado solvente e temperatura, as soluções podem ser classificadas em:
 soluções saturadas – são aquelas que estão em equilíbrio com um excesso de
soluto. A concentração de uma solução saturada é igual à solubilidade;
 soluções insaturadas – são aquelas em que a concentração do soluto é menor
que a sua solubilidade, ou seja, mais soluto pode ser adicionado à solução antes
que esta venha a estar saturada;
 soluções supersaturadas – são aquelas que, em algumas condições, apresentam
uma concentração de soluto temporariamente maior que a sua solubilidade.
A adição de uma pequena quantidade de soluto a uma solução é uma maneira simples
de distinguir entre soluções saturadas, insaturadas e sobressaturadas. Se a solução está
insaturada, o soluto adicionado dissolve-se, aumentando a concentração da solução. Se a
solução está saturada, a adição de soluto não produz alteração na concentração da solução.
Quando a solução está sobressaturada, a adição de soluto puro provoca a precipitação do
soluto adicional.
Alguns solutos são infinitamente solúveis em um dado solvente, ou seja, o soluto e o
solvente se misturarão em qualquer proporção, isto ocorre quando as forças intermoleculares
existentes são semelhantes. Entretanto, outros solutos têm solubilidade tão baixa que não são
mensuráveis por métodos diretos, neste caso, imagine uma força do tipo dipolo-dipolo e dipolo
induzido, a diferença é significativa e a solubilidade não ocorrerá. Embora não haja nenhum
soluto completamente insolúvel, este termo é usualmente utilizado para uma substância cuja
solubilidade é extremamente baixa.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Procedimento Experimental – Será realizado um dos experimentos abaixo.

Solubilidade de Líquidos em Líquidos


Adicione algumas gotas de acetato de etila, éter etílico e álcool etílico em 3 mL de água.
Agite o tubo e observe. Repita a etapa anterior, usando a acetona como solvente. Anote as
observações.

Solubilidade de Sólidos em Líquidos - Curva de solubilidade do KCl

Materiais necessários: chapa de aquecimento, banho-maria, tubo de ensaio grande, béquer,


proveta graduada de 10 mL, balança analítica e termômetro. Cloreto de amônio (NH4Cl)

- Em um tubo de ensaio de aproximadamente 20 mL, coloque aproximadamente 3,2 g de


cloreto de amônio e adicione 5,0 mL de água destilada.
- Aqueça o sistema em banho maria, agitando até que todo o sólido se dissolva.
- Retire do aquecimento, continue agitando e anote a temperatura em que o sólido começa a
cristalizar. Resfrie em banho de gelo, se necessário.
- Repita o procedimento adicionando água destilada conforme tabela abaixo.

Volume de água Temperatura Solubilidade de NH4Cl (g/100g


(mL) (ºC) H2O)
5,0
6,0
6,5
7,0
7,5

Construa um gráfico de solubilidade e compare o perfil da curva dos seus dados com o gráfico
abaixo.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Experimento 6: REAÇÕES QUÍMICAS

Introdução
A matéria, sob a ação de agentes físicos e/ou químicos, encontra-se em permanente
transformação. Certas transformações conduzem a variações drásticas na composição química
das espécies, por meio de ruptura e formação de ligações interatômicas, quase sempre
acompanhadas de trocas energéticas com o ambiente. São transformações geralmente
descritas através de equações químicas e recebem a denominação específica de reações
químicas.
Transformações de estado, como por exemplo, fusão, ebulição, sublimação, condensação
e solidificação, também envolvem ruptura e formação de ligações, porém não alteram a
composição química das espécies. Nesse caso, as ligações rompidas ou formadas são
ligações do tipo intermoleculares ou, mais genericamente, interpartículas (partículas, no caso,
podem ser moléculas ou íons).
A estequiometria de uma reação química relaciona-se com as informações quantitativas
que podem ser tiradas da mesma. Os cálculos estequiométricos baseiam-se nas proporções
fixas existentes entre as espécies envolvidas nas reações químicas.
De modo geral, numa reação química, a massa, os átomos e as cargas se conservam.
Assim, uma equação química “balanceada ou equilibrada” mostrará as quantidades relativas de
reagentes e produtos envolvidos na reação. Os coeficientes numéricos da equação se referem
à proporção de mols envolvidos entre as espécies na reação.
Objetivos
Desenvolver a capacidade de observação de experimentos, correlacionando-os. Utilizar
tabelas na resolução de problemas de laboratório.

Procedimento experimental
A) Reações onde se formam produtos pouco solúveis.
a. Coloque, em um tubo de ensaio, 4-5 gotas de solução de cloreto de sódio 0,1 mol/L e
observe o seu aspecto. Adicione 1 gota de solução de nitrato de prata. Guarde esse tubo e
examine-o após 30 minutos.
b. Adicione, em um tubo de ensaio, os mesmos reagentes usados no item anterior. Após
isso, coloque, gota a gota, solução de hidróxido de amônio 30%, agitando o tubo após cada
adição. Deixe de adicionar hidróxido de amônio quando observar mudança do sistema. Não
despreze o conteúdo desse tubo. Anote as suas observações e justifique-as.
c. Coloque, em um tubo de ensaio, algumas gotas de solução de cloreto de bário e
adicione gotas de solução de sulfato de sódio. Observe e interprete.

B) Reações onde se formam produtos pouco dissociados


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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

a. Coloque 5 gotas de ácido nítrico 1 mol/L em um tubo de ensaio. Dobre o volume obtido
com água destilada e agite a solução com o auxílio de um bastão de vidro. Determine, através
de um papel indicador, o caráter ácido-básico da solução. Marque o valor obtido e conserve o
conteúdo do tubo.
b. À solução obtida no item anterior adicione o conteúdo de uma “ponta de espátula” de
acetato de sódio. Agite bem o tubo até dissolver o sal e determine novamente o caráter ácido-
base desta mistura. Compare com o resultado obtido na experiência anterior, procurando sentir
o odor que deve se desprender da mistura recentemente preparada.
c. Coloque algumas gotas de solução de carbonato de sódio 5 mol/L, em um tubo de
ensaio, adicione gotas de ácido nítrico 1 mol/L e agite. Observe e interprete.
C) Reações em que se formam complexos
a. Coloque em um tubo de ensaio 10 gotas de solução de sulfato de cobre 0,1 mol/L.
Adicione aos poucos e agitando, hidróxido de amônio 30 %. Anote a mudança no aspecto da
solução antes e depois da adição da base.
b. Coloque em um tubo de ensaio 4 gotas de solução de nitrato de ferro(III) 1 mol/L e
dobre o volume com água destilada. Junte 2 gotas de tiocianato de potássio 1 M e agite.
Observe o que ocorre.
a. gotas de solução de permanganato de potássio 1 mol/L e agite. Observe e interprete.

Bibliografia
R.A. Burns, Fundamentals of chemistry (2ª ed., Prentice Hall) 1995
J.B. Russell, Química Geral (1ª ed, Mc graw-Hill) 1982
J.C. Kotz e P.Treichel, Jr., Química & reações químicas (3ª ed., LTC), vol. 1, 1996;
B.H. Mahan, Química: um curso universitário (4ªed., Edgard Blucher) 1997;

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Experimento 7: EQUILÍBRIO QUÍMICO

Objetivos
Comprovar experimentalmente a existência do estado de equilíbrio químico. Observar a
obediência dos sistemas em equilíbrio ao princípio de Le Chatelier. Estudar o efeito da
temperatura no valor da constante de equilíbrio de uma reação.

Introdução
As reações químicas, assim como as mudanças de fase, são reversíveis.
Consequentemente haverá condições de concentração e temperatura sob as quais reagentes e
produtos coexistem em equilíbrio. A primeira característica do estado de equilíbrio é ser
dinâmico; trata-se de uma situação permanente mantida pela igualdade das velocidades de
duas reações químicas opostas. A segunda generalização é que os sistemas tendem a atingir
um estado de equilíbrio espontaneamente. Um sistema pode deslocar-se do equilíbrio somente
por alguma influência externa e, uma vez deixado a si próprio, o sistema perturbado voltará ao
estado de equilíbrio.

Procedimento experimental
Equilíbrio entre um sólido e um líquido
a. Coloque ~10 gotas de água em um tubo de ensaio e ~10 gotas de etanol em outro.
Adicione alguns cristais de sacarose em ambos os tubos e agite. O que você observou? Qual
dos tubos está em equilíbrio com respeito à dissolução?
b. Prepare novamente 2 tubos de ensaio, um contendo etanol e o outro água. Adicione
alguns cristais de NaCl a ambos e agite. Qual das soluções é saturada? Quais equilíbrios se
verificam nestas soluções?
c. Acrescente mais alguns cristais de NaCl à solução insaturada que você preparou no
item anterior. Agite até dissolver. Adicione etanol a esta solução, com um conta-gotas, agitando
a cada gota. O que ocorreu? Por quê?

Equilíbrio entre dois líquidos


a. Prepare um tubo de ensaio contendo ~20 gotas de água destilada e outro tubo
contendo ~20 gotas de n-butanol. Adicione gota a gota n-butanol ao primeiro tubo e água ao
segundo tubo, até observar separação de fases. O que ocorreu? Por quê? O estado final é
igual em ambos os tubos?

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Experimento 7: PERTUBAÇÃO AO EQUILÍBRIO QUÍMICO

Introdução
Em 1884, o químico francês Henri Lê Châtelier sugeriu que os sistemas em equilíbrio
tendem a compensar os efeitos de influências perturbadoras. O princípio se aplica a todos os
tipos de equilíbrios dinâmicos e pode ser enunciado assim: quando um sistema em equilíbrio é
submetido a uma força, ele tenderá a se ajustar, reagindo de maneira a minimizar o efeito da
força.

Experimento 1
- coloque duas gotas de solução de 2,0 mol L-1 de tiocianato de potássio (KSCN) num tubo de
ensaio;
- acrescente uma gota de solução de 0,7 mol L-1 de nitrato férrico (Fe(NO3)3);
- adicione água destilada até encher o tubo e agite bem;
- divida a solução do tubo em 4 tubos de ensaio;
- ao primeiro tubo adicione 2 a 3 gotas de solução de tiocianto de potássio;
- ao segundo, adicione 2 a 3 gotas de solução de nitrato de potássio (KNO3);
- ao segundo, adicione 2 a 3 gotas de solução de nitrato férrico.

Experimento 2
- coloque 1,0 mL de solução saturada de carbonato de sódio (Na2CO3) em um tubo de ensaio;
- adicione 1,0 mL de solução 1,0 mol L-1 de HCl e observe;

Experimento 3
- tome 4 tubos de ensaio e numere-os de 1 a 4; aos tubos 1 e 2 adicione 1,0 mL de ácido
acético (CH3COOH) 6,0 mol L-1;
- ao tubo 3 adicione 1,0 mL de ácido acético 0,01 mol L-1;
- ao tubo 4 adicione 1,0 mL de água destilada;
- acrescente a cada tubo 1,0 gota de alaranjado de metila;
- ao tubo 1 adicione algumas gotas de solução 1,0 mol L-1 de acetato de sódio.

Avaliando os resultados

Experimento 1
Compare e descreva as cores das soluções dos três tubos com o quarto que serve como
referência.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Escreva a equação para a reação entre o tiocianato de potássio e o nitrato férrico sabendo-se
que a coloração vermelha produzida é devida à formação do íon complexo hexatiocianoferrato
[Fe(SCN)6]3-.
Escreva a relação para a constante de equilíbrio dessa reação
Explique em termos de equilíbrio a mudança de cor observada em cada tubo.

Experimento 2
Escreva a equação correspondente à reação observada.
Como a liberação de um gás alterará o equilíbrio da reação?

Experimento 3
A concentração de íons hidrogênio, aumentou ou diminuiu no tubo 1? Justifique.
Quem é o responsável pela mudança de cor? O íon sódio ou o íon acetato? Explique em
termos de equilíbrio.

- Qual o efeito da temperatura sobre o valor da constante de equilíbrio?

- Como relacionar energia e equilíbrio químico?

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Experimento 8: ESTUDO DA REATIVIDADE DE METAIS

Objetivo
Construir uma pequena fila de reatividade de metais e mostrar que o poder oxidante ou redutor
de cátions metálicos é relativo (comparativo).

Série Eletroquímica de metais e potenciais de redução


Quando alguns metais são colocados em contato com uma solução de ácido clorídrico
concentrado pode ocorrer ou não liberação de bolhas de gás hidrogênio e a velocidade com
que essas bolhas se formam dão uma idéia da reatividade do metal com o ácido.
Abaixo temos a série eletroquímica de alguns metais em ordem crescente de suas
tendências a se oxidarem (note que o hidrogênio também está incluído nesta listagem).
Li,K,Rb, Cs,Ba,Sr,Ca,Na,Mg,Al,Mn,Zn,Fe,Co,Ni,Pb,H,Cu,Ag,Pd,Pt,Au
Maior reatividade, Menor nobreza
ouro < platina < prata < mercúrio < cobre < hidrogênio < chumbo < estanho < níquel < cobalto
<ferro < cromo < zinco < manganês < alumínio < magnésio < sódio < cálcio < potássio
Os metais após o magnésio são tão reativos que eles reagem diretamente com água
fria.
Temos como alguns exemplos de reações de oxido-redução do nosso cotidiano a
fotossíntese onde as moléculas de clorofila utilizam energia luminosa para produzir o gás
oxigênio, o metabolismo da glicose no organismo ou o processo de produção do ferro a partir
da hematita (minério de ferro).

Material e reagentes
• tubos de ensaio
• espátulas
• raspas de cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn), magnésio (Mg) e alumínio (Al)
• solução de ácido clorídrico (HCl) 6 mol/L
• frascos conta-gotas com soluções 1 mol/L de:
- cloreto de magnésio (MgCl2)
- sulfato de alumínio (Al2(SO4)3)
- sulfato de zinco (ZnSO4)
- sulfato de cobre (CuSO4)
- cloreto ferroso (FeCl2)

Procedimento Experimental
Colocar ¼ de espátula de raspas de magnésio em cada tubo de vidro
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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Colocar 8 a 10 gotas de cada uma das soluções nos tubos.


Observar e anotar na tabela a seguir o símbolo (X) caso tenha ocorrido a reação.
Repetir o mesmo procedimento para os outros metais e anotar na tabela

Mg Al Zn Fe Cu
MgCl2
Al(SO4)3
ZnSO4
FeCl2
HCl
CuSO4
AgNO3

Questões
Que evidência você utilizou para avaliar a ocorrência ou não de reação?
1. Qual dos metais reagiu com todas as soluções?
2. Escrever a equação química para cada reação que ocorreu no experimento, indicando os
agentes redutor e oxidante.
3. Escrever, em ordem crescente de reatividade, os metais testados no experimento.
4. Consultar a tabela de reatividade dos metais e comparar com seus resultados.

Bibliografia

1. P.W. Atkins e L. Jones, Princípios de Química - Questionando a vida moderna e o meio


ambiente, Bookman, Porto Alegre, 2001. 2. J.C. Kotz e P. Treichel Jr., Química e reações
químicas, vol. 1 e 2, LTC Livros Técnicos e Científicos Ed. S.A., São Paulo, 2000. 3. Este
roteiro foi adaptado do material didático Experimentoteca- CDCC-USP.

Experimento 9 - CORROSÃO

O Homem usa os metais há milhares de anos e a nossa tecnologia moderna é


extremamente baseada no emprego dos metais e suas ligas.
Apesar do seu emprego na prática, muitos metais se deterioram atacados pelo meio
ambiente onde são usados mas se forem convenientes protegidos seu uso se torna
tecnicamente correto e consegue-se excelente duração. Por isso, o estudo da corrosão tem
inúmeras justificativas tanto razões técnicas como econômicas especialmente numa época em
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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

que as condições do meio ambiente, poluído e corrosivo, estão se agravando em nosso


planeta.
Corrosão é o ataque (reação química) de um corpo sólido (objeto peça) por meio de
uma ação química ou eletroquímica, provocada pelo meio ambiente. É um fenômeno que
ocorre espontaneamente.
Esta reação que geralmente ocorre na superfície do metal provoca seu desgaste e leva
finalmente ate sua destruição por redução de suas dimensões pela mudança na sua
composição química ou seu aspecto externo.
Estudaremos o caso mais frequente de corrosão que é a corrosão úmida ou
eletroquímica do ferro, que é o material mais intensamente usado na pratica.
O ferro, quando exposto á atmosfera, oxigênio, umidade, chuva etc. se enferruja
mudando no aspecto metálico (com brilho cinzento) para se tornar um óxido de cor vermelha
que hidratado vai até tornar inteiramente amarelo. Quimicamente dizendo que o ferro se oxidou
e o seu estado de oxidação varia de zero no metal até 2+ e 3+ nos óxidos formados. A ligação
química mudou da metálica para a iônica.
A solução eletrolítica (água de chuva, ou produtos químicos, água do mar e etc)
quando em contato com a superfície do metal forma uma pilha eletroquímica, tendo regiões
que agem como ânodo, onde ocorre a oxidação do metal, e regiões que agem como ânodo,
onde ocorre a oxidação do metal e regiões que agem como cátodo, onde ocorre a redução
(figura 1)

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Catodo
2H2O + O2 + 4e- 4 OH- Eo= + 0,401 V

MATERIAIS E REAGENTES

Tubo de ensaio (11)


Suporte para tubos de ensaio
Proveta
Béquer de 250 mL
HNO3 Conc.
H2SO4 Conc.

SOLUÇÕES
-HCl 6 mol L-1
-HCl 3 mol L-1
-H2SO4 1: 5
-HNO3 1: 5
-NaOH 0,1 mol L
-NaCl a5%
-Lâmina de ferro e cobre unidas por um fio de cobre
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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

-Lâminas de ferro e aço inoxidável


-Bombril
-Solução de NaCl contendo K3Fe(CN)6 e fenolftaleina 1000 ml de NaCl a 3% p/v
-10 mL de solução de fenolftaleina 1% p/v 10 mL de solução 1N de ferricianeto de potássio.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1 - CORROSÃO DO FERRO NA ATMOSFERA

Coloque um pedaço de bombril no fundo de uma proveda e encha a com água, fazendo
com que a mesma entre na malha do bombril. Emborque esta proveta em um béquer contendo
e deixe o ar penetrar cerca de 10 cm.
Marque o nível de água na proveta datando. Após uma semana observe novamente o conjunto.
Qual a variação do nível da água?
- Qual a relação dos volumes de ar, inicial e final?
- Como isso é explicado?

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2- CORROSÃO ÚMIDA DO FERRO

Para comparação da influencia da natureza do meio são escolhidos diferentes


reagentes em diferentes concentrações.
Pegue 6 pequenas laminas de ferro, limpe as cuidadosamente usando bombril e
mergulhe as nas seguintes soluções:

-Água de torneira
-HCl 3 mol L-1
-HCl CONC.
-NaOH 0,1 molL-1
-HNO3 1:5
-NaCl 5% agua salgada
-Somente lâmina de ferro

Após uma semana verifique os resultados. Para cada experiência descreva a alteração
da solução e da lâmina explicando o que ocorreu. Retire as lâminas lave-as e verifique se
ocorreu corrosão.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3 - CORROSÃO NA LINHA D’ ÄGUA:

Mergulhe uma lamina de ferro parcialmente nas soluções seguintes:


3.1 - Água de torneira
3.2 - Água salgada solução de NaCl a 5%

-Tampar os 2 tubos de ensaio. Após uma semana, observe a corrosão nas partes de acima e
abaixo da linha d água. Explique.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4- VERIFICAÇÃO DAS ÁREAS ANÓDICAS E


CATÓDICAS.

Colocar numa placa de ferro limpa (decapada com HCl lavada e seca) ou colocar 2
gotas de solução de NaCl contendo ferricianeto de potássio e fenolftaleina (indicador
ferroxilica). Decorrendo alguns minutos, pode-se observar o que foi indicado na figura 3.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Como se explica o ocorrido?

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 5- CORROSÃO SOB TENSÃO

A tensão interna do material resulta da aplicação de um esforço atuante ou pode ser a tensão
residual resultante de um esforço sofrido pela peça esmagamento, solda etc. que é o caso do
prego, onde a cabeça e ponta foram esmagadas na sua fabricação.

Mergulhe um prego grande nas seguintes soluções:


5.1. Água salgada
5.2. HCl 1:1

Após uma semana, observe a cabeça do prego. Compare com o corpo do prego e explique o
ocorrido.

MÉTODO DE PREVENÇÃO DE CORROSÃO

a) Introdução

Um metal ou uma liga metálica exposta a ação do ambiente, sofre modificações


deteriorização em sua propriedades metálicas transformando se em compostos do metal sem
as propriedades que satisfaçam os fins a que se destinam. Por exemplo, o ferro em contato
com o ar e a água, enferruja.

MATERIAL + AGENTE DE PROCESSO = PRODUTO DE + E


METÁLICO DE CORROSÃO EXPONTÂNEA CORROSÃO

E = Energia

Este fenômeno, conhecido como corrosão, merece estudos tanto no sentido de


conhecer seus mecanismos, para termos uma idéia do que isto representa para a industria,
observa-se que:

a) um quarto da produção mundial de ferro e gasta para substituir o destruído pela corrosão.
b) redução dos rendimentos.
c) contaminação de produtos
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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

d) problemas de segurança: vazamentos de fluidos inflamáveis.

Os meios corrosivos mais importantes são:

- Atmosfera: gases (CO, CO2, SO2, H2S, NO2), umidade, partículas em suspensão
- Água: gases dissolvidos, matéria orgânica e bactérias.
- Solo: acidez, porosidade, umidade.
- Em todos esses ambientes podemos ter o fator poluição química como um agravante.

Quase sempre um processo de corrosão é devido ao fluxo de elétrons que se desloca


de uma área da superfície metálica para outra.

REGIÃO ANÓDICA  REGIÃO CATÓDICA

Este movimento de elétrons é devido a diferença de potencial, de natureza


eletroquímica, que se estabelece entre as regiões se o metal estiver num meio corrosivo com
exemplo a água, os íons formados se dissolvem na mesma acelerando ainda mais a ação
corrosiva.

MATERIAIS E REAGENTES
- Béquer de 250 mL
- Bastão de vidro
- Placas de petri
- ágar-ágar
- Prego
- tira de zinco tira ou fio de cobre
- tira ou fio de magnésio (livre de material oxidado)
- Solução de fenolftaleína a 1%
- Solução de ferricianeto de potássio 0.1 mol L-1

PROCEDIMENTO

Em um béquer, aquecer ate ferver 75 mL de água destilada. Adicionar 1,125 g de agar-


agar em pó. Agitar ate dissolução total. Retirar do aquecimento, acrescentar 3,75 gotas de
ferricianeto de potássio e 2,5 gotas de fenolftaleina. Homogeneizar o sistema.
Preparar as placas de petri com o meio ainda quente de acordo com a figura .. Para o
item (a), envolver um prego com zinco, outro com cobre e um terceiro com magnésio. Para o
item (b), colocar um prego normal e outro tensionado (dobrado).
Obs: Os pregos deverão estar livres de corrosão e secos.

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Química Geral Experimental – 2º Semestre de 2018

Deixar as placas de petri em repouso esfriando. Observar durante a semana


atentamente e anotar os seguintes dados sobre cada prego:

placa (a)
1 prego com tira de zinco:
2 prego com tira de cobre:
3 prego com tira de magnésio:

placa (b)
1 prego normal:
2 prego tensionado

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