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Henrique
Henrique
Gene Marques dos Santos Silva, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem
perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, com base no art. 337
e seguintes do Código de Processo Civil, cumulado com os arts. 186, 187 e 927 do Código
Civil, apresentar:
CONTESTAÇÃO
I. DA JUSTIÇA GRATUITA
Primeiramente, cumpre manifestar aos autos de que a ré faz jus à concessão do benefício
da gratuidade de Justiça, haja vista que não possui rendimentos suficientes para custear as
despesas processuais e honorários advocatícios em detrimento do seu sustento, conforme
assegura a Lei 1.060/50 e os arts. 98 e seguintes do Novo Código de Processo Civil.
II. DOS FATOS
Vale ressaltar que a ré não foi devidamente notificada, sobre o referido tributo e diante
disso ficou impossibilitada de realizar um empréstimo com o intuito de adquirir um
apartamento, lhe causando transtornos financeiros e psicológicos. A fim de agilizar tal
empréstimo, a ré efetuou o pagamento do referido tributo e mesmo após a quitação a querelada
ainda foi citada por edital, mesmo sendo de conhecimento do município que a área do edital é
de 180 metros quadrados. A titulo de informação, tal imóvel foi vendido no ano de 2019, no
valor de R$17.000,00(dezessete mil reais).
Assim, a requerida sofreu um desgaste emocional e material por não obter nenhuma
providência referente ao caso além de estar vivenciando tamanho descaso, não tendo outro
caminho, senão o da justiça para procurar ver seus direitos defendidos.
No caso em tela a demandada fora citada por edital, porém é vosso conhecimento que a
citação, no referido caso, deve cumprir requisitos, quais sejam local incerto, ignorado ou
inacessível de acordo com o art.256, incisos I,II, do Código de Processo Civil.
Fato este que não prospera, tendo em vista que a demandada possui residência fixa,
inclusive de conhecimento do postulante, conforme comprovante de residência anexado.
O art. 337,II do NCPC, assevera que a competência é relevante tanto para o autor, quanto
para o réu, dessa maneira, não é competente, tendo em vista que o juízo correto é previsto no
art.41,II da lei nº 3.716/79 da organização judiciaria do Estado do Piaui. Compete a 3° Vara da
Fazendo Pública, logo possui competência privada para execuções e ações de natureza tributaria
que são referentes ao município de Teresina, ou seja, é incompetente julgar no caso em tela a
referida ação onde se encontra o processo.
A ré deveria tomar ciência quanto o que se estava sendo cobrado, para depois o município
de Teresina ingressar com a ação de cobrança buscando a tutela pleiteada. Com isso, a ré não
foi devidamente notificada de forma administrativa, conforme assegura o art.337, XI, do NCPC.
IV- DO DIREITO
A – DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR
Neste caso, em razão do dano sofrido pela ré, somado com a ação arbitrária e
abusiva por parte do Município de Teresina, há caracterizado o dever de indenizar
materialmente a querelada, bem como o ressarcimento dos valores despendidos com
impostos, encargos moratórios, decorrente da cobrança indevida.
A lei impõe a reparação dos danos, de acordo com o art.186 e 927 do Código Civil,
para aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, imprudência ou imperícia,
violar direito e causar dano a outrem:
Da mesma forma, acerca da ilicitude do ato praticado, nosso atual Código Civil prevê
em seu art. 927 a seguir transcrito, a obrigação de indenizar:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo. (Grifo nosso)
O art. 311, inciso IV, do Novo Código de Processo Civil, interpretado juntamente
com as alegações e provas demonstradas pela ré nos autos, corrobora o dever de
indenizar:
A responsabilização pelo dano material e moral pode advir do mesmo fato gerador,
ocasionando a acumulação das respectivas indenizações. Uma no tocante ao prejuízo
material e outra decorrente do moral.
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
V – É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem.
Dessa forma, a indenização por danos morais bem como materiais, deve ser fixada em
um valor que desestimule o Município de Teresina a cometer tais danos aos cidadãos, bem
como reparar o abalo moral sofrido pela ré, querendo-se desde já a título de indenização por
danos morais, o montante de R$30.800,00( trinta mil e oitocentos reais).
V – DOS PEDIDOS
G – Citação do demandante, para que apresente as respostas no prazo legal, sob pena de
confissão e revelia;
Advogado
OAB
Turma: 09T7A