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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

Centro de Educação à Distância


Curso: HISTÓRIA

Caren Rosa de Souza dos Passos

“O trabalho docente nas classes hospitalares”

Porto Alegre – RS
2019
UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
Centro de Educação à Distância
Curso: HISTÓRIA

Disciplinas Integradoras: Educação Inclusiva LIBRAS – Língua


Brasileira de Sinais educação e tecnologias Homem, Cultura e Sociedade.
Práticas Pedagógicas: Identidade Docente

Caren Rosa de Souza dos Passos

“O trabalho docente nas classes hospitalares”

Produção Textual Interdisciplinar das disciplinas:


Educação Inclusiva LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais
Educação e Tecnologias Homem, Cultura e Sociedade.
Práticas Pedagógicas: Identidade Docente do Curso de
História da Universidade Anhanguera – UNIDERP/ Polo
Porto Alegre III. Apresentado como requisito parcial de
avaliação sob a orientação do Professor Tutor de Ensino a
Distância: Zey Welington Gomes de Souza.

Porto Alegre – RS
2019
O trabalho docente nas classes hospitalares

Caren Rosa de Souza dos Passos

Resumo: Tendo em vista que a educação é um


direito à todas as crianças e adolescentes, independente
das adversidades que possam ocorrer. Este trabalho
interdisciplinar tem como objetivo salientar a relevância
das classes hospitalares, dirigido para pacientes em idade
escolar, ou seja, crianças e adolescentes que necessitam
de internação para fins de tratamento e por essa razão,
acham-se impedidos de comparecer a escola regular.
Com amparo das Bases Legais que regulam essa questão
e de referências teóricas, a pesquisa demonstra o trajeto
das classes hospitalares no Brasil e a inevitabilidade de
associação do quadro de funcionários da área da saúde,
dos professores e da família para que a educação possa
ser contínua, mesmo dentro do espaço hospitalar, mas
desempenhada de forma a socializar o aluno.

Porto Alegre - RS
2019
Introdução

Ao considerarmos que o acesso à educação é direito de todas as crianças e


adolescentes, mesmo que seja no contexto de aluno/paciente, e que a mesma se encontre
debilitada, através da pesquisa, observamos que, embora tenha extrema relevância a favor
do atendimento educacional hospitalar, ainda está crescendo de maneira muito demorada,
contudo, permanece obtendo efeitos expressivos.
Este novo panorama da educação ocorre a partir da carência da preservação do
aprendizado de crianças/adolescentes doentes, auxiliando na recuperação da saúde,
transformando o ambiente hospitalar em um local mais afável e de alento. Com a
assistência do professor, dos demais profissionais e da sua participação ativa, o
aluno/paciente consegue ampliar sua socialização, afim resgatar a normalidade social e
escolar.
Esta pesquisa estimula à busca de dados atuais neste âmbito, pois mesmo que
tenha sido bastante desenvolvido, a discussão sobre esse assunto não é tão aprofundada
até este momento, pois não há um único modelo de educação e a não é somente na escola
que ela ocorre.
Algumas leis que regulamentam a Classe Hospitalar pertencente à Educação
Especial, fornecem um pequeno amparo, que será encontrado no decorrer da leitura.
Enfim, na conclusão final surgem itens que podem contribuir para a reflexão
sobre a necessidade de preparar o professor que atenderá esse público alvo em ambientes
diversos, buscando proporcionar uma ampliação de classes hospitalares, através de
cooperações entre a secretaria da saúde e secretaria da educação, colocando sempre em
evidência o aluno/paciente.
Por esta razão, este trabalho interdisciplinar foi dividido em quatro partes que se
complementam, para que o tema seja melhor elucidado, sendo a primeira, “Classes
Hospitalares no Brasil”, que revela o percurso da pedagogia hospitalar e a extrema
relevância do trabalho do professor nas classes hospitalares.
A segunda parte denominada “Classes Hospitalares e as Políticas Educação
Inclusiva”, sustenta a importância de existirem Leis e Diretrizes que respaldam esse tipo
de atendimento ao aluno/paciente. Na terceira parte, “A Formação de Professores para a
Classe Hospitalar”, enfatiza a importância de aprimoramento desse conteúdo em cursos
de graduação em pedagogia para que os profissionais estejam realmente aptos para este
fim. No quarto capítulo, “O Vínculo Entre o Professor e Seu Aluno nas Classes
Hospitalares”, onde é constatada a influência que a atuação do professor das classes
hospitalares desenvolve com seus alunos/pacientes, colaborando com sua melhora na área
da saúde. E por fim, constará minha conclusão relativo ao assunto proposto.
Neste texto aparece a comprovação teórica que apresenta temas como o início
das Classes Hospitalares no Brasil, Classes Hospitalares e as Políticas Educação
Inclusiva, A Formação de Professores para a Classe Hospitalar e O Vínculo Entre o
Professor e Seu Aluno nas Classes Hospitalares.

Classes Hospitalares no Brasil

No Brasil no início do século XX, ainda era muito comum a inserção de crianças
com algum tipo de deficiência nos manicômios e houve como uma atitude de avanço,
diferir, dentro do manicômio, o internato de crianças. Em destaque, está O Pavilhão-
Escola Bourneville do Hospício Nacional de Alienados do Rio de Janeiro fundado em
1902, para crianças anormais que se extinguiu em 1942, anunciava o surgimento das
primeiras classes especiais nas enfermarias da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo,
reconhecidas em caráter oficial.
Alguns registros mostram que já havia algum tipo de atendimento escolar aos
deficientes físicos na Santa Casa de Misericórdia em São Paulo, por volta de 1600, época
em que o Brasil ainda era Colônia. Mas foi no ano de 1950, que iniciou de fato a classe
hospitalar no Brasil, no Hospital Jesus, no Rio de Janeiro, conforme registros e
documentos.
No ano de 1960, o Hospital Barata Ribeiro também no Estado do Rio de Janeiro
realizou aulas para crianças hospitalizadas, contando com uma professora específica para
tal função. A partir disso, os dois diretores de ambos os hospitais, buscaram o
reconhecimento desse modelo de ensino, através da Secretaria de Educação, mas somente
em 1994, a classe hospitalar foi reconhecida pelo Ministério da Educação e do Desporto
(MEC) através da Política da Educação Especial, e, normalizada com os documentos
citados abaixo:
- Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica de 2001
- Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: orientações e estratégias de
2002 e seu propósito era elaborar ações políticas para organizar o atendimento
educacional em hospitais, instituições e em domicílios, onde estivessem em processo de
cuidados e recuperação, os alunos/pacientes.
Desde então o Hospital Jesus, foi ampliando ano a ano, sua capacidade de
atendimentos a esse público-alvo.
Até o ano de 2004 o Hospital Jesus, manteve a média de 1000 atendimentos ao
ano e em 2005 foi implementada a brinquedoteca no horário da manhã e o número de
atendimento chegou a 2585 crianças.
A origem das classes hospitalares no Brasil pode estar vinculada com o
surgimento do ensino especial no país, apontando como assistência didática, para que não
ocorresse um atraso no ensino do aluno em situação de internação.

Este modelo educacional defende a ideia de que


o conhecimento deve contribuir para o bem-estar
físico, psíquico e emocional da criança enferma,
enfocando mais os aspectos emocionais que os
cognitivos. Essa modalidade busca uma ação
diferenciada do professor no hospital e apesar de
trazer uma perspectiva transformadora intrínseca
na sua atuação, é de difícil realização e pode ser
banalizada. (Schilke2008 p.17)

Vimos, que além de toda um percurso significativo da memória da educação


brasileira, a classe hospitalar ainda é desconhecida pelos profissionais da Educação e da
Saúde e embora seja previsto por lei, esse acompanhamento pedagógico ainda é escasso,
comparado à quantidade de hospitais que existem no Brasil, esse modelo de educação
precisa ser difundido e valorizado por todos os cidadãos.

Pelo fato de ser pouco difundido e ainda não estar presente em todos os hospitais
e instituições de saúde do nosso país, esse tipo de atendimento pedagógico ainda é muito
restrito, não abrangendo todas as crianças que necessitam e que tem esse direito
reconhecido pela legislação brasileira. Dessa maneira, o aprofundamento nesse tema,
pretende uma ampla compreensão sobre sua importância no âmbito da educação, do
aspecto emocional das crianças, de como está estruturado esse sistema pedagógico de
ensino e qual a importância do vínculo entre professor e aluno em internação hospitalar.
Classes Hospitalares e as Políticas Educação Inclusiva

A importância do atendimento pedagógico em ambiente hospitalar e como


promovem o desenvolvimento sócio afetivo de crianças e adolescentes que, por motivo
de internação hospitalar, estão privadas de frequentar a escola.
A atividade pedagógica é de extrema importância para inclusão de alunos
hospitalizados, e o professor é quem cria um vínculo afetivo com o aluno, proporcionando
bem-estar, colaborando na sua melhora.
Até o século XVIII, os doentes eram tratados por benzedeiros no Brasil. Os
médicos atendiam em entidades humanitárias ou em assessoria particular. A partir do
governo de Getúlio Vargas, entre os anos de 1930 e 1940, foram criadas leis sociais de
amparo à população brasileira, principalmente relacionadas ao amparo referente à saúde.
Com o significativo aumento da necessidade de atendimento da população nos
hospitais, a grande maioria dos médicos cuidam apenas das questões físicas e biológicas,
abandonando muitas vezes o aspecto psicológico, que se torna determinante para o bem-
estar do indivíduo.
Em 2002, o Ministério da Saúde apresentou o Programa Nacional de
Humanização no Atendimento Hospitalar, surgiu da determinação em encontrar medidas
que oportunizassem um contato mais adequado entre o profissional da saúde e o paciente.
Esse documento retomou a relevância das condições humanizadoras.

“O que tem sido mais frequentemente criticado pela população


é o atendimento ao público usuário do sistema de saúde
brasileiro; inclusive, a avaliação do público demonstra que a
forma de atendimento tem sido mais valorizada que a falta de
médicos, a falta de espaço nos hospitais e a falta de
medicamentos.” (Programa Nacional de humanização no
Atendimento Hospitalar, 2002, p.2)

Por esta razão, esse documento resulta, em uma série de medidas


agregadas, que objetivam uma mudança no atendimento dos pacientes, com o
propósito de aperfeiçoar a eficiência e a capacidade do mesmo. Para que esse
modelo de atendimento seja realmente padronizado em todo o País, é
extremamente necessário a contribuição de todas as secretarias municipais e
estaduais do território nacional.
A humanização diz respeito a ter uma conduta ética de respeito, de
acolhimento e de constatação dos limites do outro, é imprescindível procurar
variadas condutas de assistência que favoreçam a relação entre médico e paciente,
para que ambos tenham êxito nos resultados do tratamento.
Concernente a isso, existe um conjunto de leis e decretos que foram criados
com o fim de assegurar os direitos de qualquer cidadão, nos cuidados com a saúde,
associados com a educação. Seguem abaixo as leis mais importantes que visam
garantir este direito:
- A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, deverá ter
o apoio da sociedade, visando o desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
exercer a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, sendo a educação
um direito de todos, a criança hospitalizada está apta a receber esse direito e o
Estado deve cumprir todas as medidas para o seu cumprimento. (Constituição
Federal de 1988).
- Os alunos que se encaixam na condição daqueles que necessitam de
tratamento especial, têm direitos a exercícios domiciliares, com acompanhamento
da escola, sempre que compatíveis com seu estado de saúde e condições do
estabelecimento. (Decreto Lei n. 1044/69)
- Garantia de realização dos exercícios domiciliares a estudantes
gestantes garantindo que a partir do oitavo mês de gestação e durante três meses
a estudante - gestante ficará assistida pelo regime de exercícios domiciliares,
podendo este prazo ser estendido se comprovada a necessidade através de atestado
médico. (Lei n.6.202 de 1975)
O Estatuto da Criança e do Adolescente Lei, 8069 de 13 de junho de
1990, Dispõe garantia e direitos para crianças e adolescentes que se encontram em
condições de hospitalização, garantindo-lhes todo o auxílio viável para que não
sejam afetadas em nenhum aspecto, (artigos 4º, 7º, 11º, 53º e 57º). No artigo 57º
refere-se especificamente à criança/adolescente que se afastam da escola regular,
em razão de internação ou tratamento de doença crônica.
“Art. 57º- O Poder Público estimulará pesquisas, experiências
e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,
metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental
obrigatório.” O artigo 53º é ainda mais específico, dizendo
que: “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando
o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurando-lhes: “(...) igualdade de condições para o acesso
e permanência na escola” (2001, p.21)

Na promulgação da Resolução Nº 41 de 13 de outubro de 1995, do Conselho


Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que aborda os direitos da
Criança e do Adolescente Hospitalizados, evidencia-se o seguinte item: “9 -
Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a
saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência
hospitalar;”
Previsto pelo Ministério da Educação e do Desporto, por meio da
publicação da Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 1994), esse
modelo de auxílio educacional, foi nomeado como: classe hospitalar,
recomendando que o atendimento seja executado em salas sistematizadas no
hospital ou no próprio leito, se assim se fizer necessário.
A Lei Darcy Ribeiro, no. n. 9.394 de 1996 – LDBEN - estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, no artigo 58º, explicita que educação
especial é o modelo de educação escolar ofertada pela rede regular de ensino para
indivíduos portadores de necessidades especiais e caso se faça indispensável, este
atendimento poderá ocorrer em outros ambientes, conforme consta no parágrafo
segundo.
A Resolução Nº 2, do Conselho Nacional de Educação, de 11 de
setembro de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica. O AEE, através das classes hospitalares, deve atender o
aluno/paciente que se encontra em tratamento médico ou em internação, que se
encontra afastado das atividades escolares regulares.
Em 2002, o Ministério da Educação e Secretaria de Educação Especial,
publicou um documento denominado: Classe hospitalar e atendimento
pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Sua finalidade é estimular a
criação do atendimento pedagógico em ambiente hospitalar e domiciliar, a fim de
garantir educação de alunos que necessitam permanecer no hospital ou em suas
residências, impossibilitados de frequentar a escola.

Em 2002, o Ministério da Educação e Secretaria de


Educação Especial, publicou um documento
denominado: Classe hospitalar e atendimento
pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Sua
finalidade é estimular a criação do atendimento
pedagógico em ambiente hospitalar e domiciliar, a
fim de garantir educação de alunos que necessitam
permanecer no hospital ou em suas residências,
impossibilitados de frequentar a escola.

Nesse documento, estão apresentadas todas as demandas que ocorrem


nesse modelo de atendimento educacional, cooperando para amenizar as
adversidades que o aluno/paciente estará sujeito.
Em suma, todas essas leis e diretrizes corroboram para que a criança e o
adolescente tenham seus direitos enquanto aluno/paciente garantidos.

Formação de Professores para a Classe Hospitalar

A Classe Hospitalar chega para contribuir com crianças e adolescentes


que se encontram em situação de internação hospitalar ou em tratamento
domiciliar, ocasionando melhora na saúde e na sua ressocialização na volta à
escola, sobretudo fazendo com que esse aluno passe por esse período, da melhor
maneira possível, sentindo-se acarinhado por este profissional, que ao mesmo
tempo que lhe ensina, lhe mostra que ele não está resumido à doença.
O profissional que irá atuar nesse modelo de atendimento educacional, deve
explorar o âmbito hospitalar em suas singularidades, relacionando-se com os
profissionais da saúde, que atendem diretamente a criança ou o adolescente internado,
conhecendo seus familiares e sua história de vida, com o objetivo de elaborar atividades
pedagógicas que estimulem esse aluno, na busca do aprendizado, mesmo durante esse
processo de hospitalização.
Esse profissional atua de maneira integrada, com o intuito de estimular o aluno
através de diversas atividades como por exemplo, brincadeiras, jogos, teatros, contar
histórias, além do reforço e da continuidade dos estudos, para que o mesmo não abandone
a escola. Todo esse planejamento procederá a partir do espaço físico disponibilizado pelo
hospital.
Tendo em vista que o horário de funcionamento da classe hospitalar, não deve
prejudicar o atendimento médico
Os espaços destinados à classe hospitalares precisam ser acolhedores,
aconchegantes e sobretudo alegres, para que os alunos/pacientes possam se sentir mais
estimulados a realizar as diversas atividades que lhe serão oferecidas e através disso, ter
sua recuperação mais atenuada. Destacando que a classe não deixará de funcionar por
falta de espaço, a mesma deverá ser adaptada e adequada para que o aluno fique
confortável, podendo ocorrer até no leito da criança.
O professor precisa perceber a realidade do aluno, notar seu desempenho e
sugerir atividades de acordo com sua aprendizagem e encorajar novos conhecimentos.
Esse tema deve ser visto com extrema importância, pois através dele o aluno/paciente tem
uma melhora significativa na qualidade de vida e consequentemente na sua recuperação.
O atendimento ofertado pela classe hospitalar deve ser realizado por um
profissional capacitado, em elaborar e adotar concepções educacionais, instigando os
alunos em adquirir novos saberes e aptidões, salientando a importância de um recinto
apropriado dentro das dependências hospitalares, para que esse atendimento possa ser
desenvolvido da melhor forma possível.
Esse profissional deverá ter formação em curso de Pedagogia, de preferência em
Educação Especial e deverá desenvolver os seguintes atributos: sensibilidade
considerando-as o núcleo do trabalho, e não a doença, ter compreensão e flexibilidade,
criatividade, autenticidade, disponibilidade, espontaneidade. Todos esses requisitos são
essenciais para atuar como professor da classe hospitalar, formulando projetos
pedagógicos que integrem as crianças e os adolescentes nessa nova forma de
aprendizagem.
Desse modo, observa-se como essencial a formação do professor atuante na
classe hospitalar, e sua contribuição neste momento na vida da criança ou adolescente em
situação de internação hospitalar.

Em suma, a formação do professor para trabalhar nas Classes Hospitalares, tem como
principal finalidade possibilitar à criança ou adolescente em situação de internação, uma
permanência nesse ambiente, com mais normalidade possível, fazendo com que esse
período, não se limite apenas aos cuidados médicos, mas que tenha momentos de
descontração, prazer e novos aprendizados, colaborando para uma melhora de vida dessa
criança.

Relação Professor – Aluno na Classe Hospitalar

A construção do cidadão, se dá através do papel fundamental da educação,


contemplando todas as áreas do saber e nas mais variadas circunstâncias, como
por exemplo nas classes hospitalares.

A atuação do professor no hospital tem sido primordial na vida de


alunos/pacientes e de seus familiares, através dos progressos em relação à
recuperação da saúde, a consolidação da autoestima e da melhora da qualidade
de vida.
Para que aluno/paciente passe por este período de
internação hospitalar, em que sua rotina anterior foi
totalmente modificada, o professor deve estar
amplamente preparado para auxiliá-lo diante dessa
nova realidade, mesmo que seja momentânea. Essa
colaboração é viável a partir das relações com a escola,
com a família e práticas pedagógicas e interações com
a família e a escola. (FONTANA; SALAMUNES, 2009, p.
58)
Na classe hospitalar, o professor deve estar atento às condições físicas e
emocionais do aluno, pois é a partir dessa observação que ele terá a visão mais
específica do desenvolvimento do aluno/paciente.

Sob a influência de nova mentalidade, novos enfoques,


com abrangência no homem como ser total vem a
Pedagogia Hospitalar despontando com enorme força
de contribuição para o afastamento do enfoque
conservador exclusivamente biológico, quando ignorada
as múltiplas contradições presentes no processo saúde
– doença. O aspecto biológico da doença/hospitalização
por tanto não ocorre de forma isolada. Faz ele parte de
um intricado complexo de sistemas, dentre os quais de
natureza psicológica e social se associam num íntimo e
intenso entrelaçamento. (MATOS; MUGIATTI, 2009 p.
89)

O educador deve estabelecer uma relação de afeto e confiança,


estando sempre aberto ao diálogo para promover resultados positivos em
relação. À recuperação do aluno/paciente, trabalhando sua autoestima, fazendo
com que essa criança sinta-se mais confortável dentro dessa nova rotina. Esse
profissional tem um papel fundamental de elo entre a escola e o hospital,
auxiliando na amenização do sofrimento vivenciado pelo aluno/paciente e seus
familiares.
Todos os profissionais que de determinada maneira estão
envolvidos neste contexto da Classe Hospitalar devem elaborar programas
didáticos que modifiquem a visão da criança sobre este atual panorama em que
ela se encontra e assim que possível seja restabelecida sua saúde e sua antiga
rotina na vida social e escolar. excluída.
Considerações Finais

A Classe Hospitalar retrata outra área de atividade relacionada ao


profissional da educação. Apesar de já ser realidade no Brasil desde à década
de 50, ainda estamos longe de alcançar números de atendimentos satisfatórios,
comparando com a quantidade de hospitais existentes em nosso País.
Compreende-se desse modo que há carência de profissionais da
educação com formação para atuar nas classes hospitalares. Essa situação faz
com que o direito à educação em qualquer ambiente e circunstância, ao qual as
crianças e os adolescentes tem direito, não seja garantido de fato.
Destaca-se que tivemos grandes avanços no que diz respeito à esse
assunto, porém precisamos salientar que há muito o que progredir nesse
aspecto, para se obter um trabalho de qualidade junto ao atendimento
educacional no âmbito hospitalar.
O direito e a continuação dos do aluno em situação de internação, é
garantido através do trabalho do profissional das classes hospitalares ,
propiciando o desenvolvimento e aprendizagem dessa criança/adolescente, pois
se não tivesse essa intervenção por parte do professor, esse aluno/paciente teria
sua aprendizagem defasada, podendo até posteriormente abandonar os estudos
na escola regular, quando o mesmo tivesse alta hospitalar.
Portanto, esse trabalho tem uma grande influência no restabelecimento
da saúde e possibilita a sequência ao ensino escolar, de acordo com a realidade
de cada criança/adolescente.

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