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Curso para Metais 2018 – Trombone e Eufônio

Marcos Pacheco
Respiração
A respiração normal traz uma pequena lembrança do que se exige de um músico de
metal de sucesso para tocar, já dizia Denis Wick. Muitas pessoas somente
respiram adequadamente em condições de extremo esforço físico, um musico de
instrumentos de metais deve saber fazer isso como algo natural.
Vamos explicar o processo correto de respiração. Os pulmões funcionam como uma
leiteira deve-se encher primeiro a parte mais baixa. Para fazer isso o diafragma
deve ser contraído para baixo. Com o bocal posicionado respirar pelos cantos da
boca. O movimento do diafragma deve ser feito primeiro de modo que a parte
inferior se enche, por último as partes superiores dos pulmões, expandindo o tórax.
O corpo e tronco sempre ereto, de modo nenhum em outra posição.
Temos alguns exercícios de respiração que podem ajudar muito no
desenvolvimento desse assunto. A respiração e dividida em três partes:
Baixa: onde o ar entra somente na parte baixo, localizado no abdômen na barriga.
Média: onde primeiramente o ar entre na parte de baixo (abdômen ou barriga) e
depois vai até a altura das costelas.
Alta ou como chamamos respiração completa: o mesmo processo, o ar entra
passa por toda a parte baixa, depois média e finalmente até os ombros, onde você
está com sua capacidade máxima de ar que até se pode notar que os ombros se
elevam um pouco.

Exercícios
A) Relaxamento rápido
Inala-se todo o ar deixando a parte do abdômen cair, mas quando for exalar solta
todo o ar em pequenos soquinhos, sentido compressão no músculo central da
barriga e do peito.
Faça-o 30 vezes. (TSCHI)
Por: Leila Farrah

B) Expansão dos peitos


Faça uma respiração completa, retenha o ar, estenda os braços para diante, com as
mãos fechadas e ao nível dos ombros feche os braços e abra os braços em seguida
e repita por 30 vezes, como se estivesse remando, mas com os braços na altura
dos ombros.
A ciência Hindu-Yogue da Respiração, Yogue Rachamaraca
C) Exercício de controle respiratório
1- Respiração completa (Língua, garganta, maxilar e boca relaxados).
2- Reter (com músculos respiratórios sem tensão).
3- Inalar um pouco mais.
4- Exalar lentamente (Boca em formato como se tivesse uma batata quente).

D) Exercício Matinal
Metrônomo 66- 108- 160
1.o Tempo - Inalar respiração completa
2.o Tempo- Reter
3.o Tempo- Exalar todo ar
4.o Tempo- Reter
Repetir o exercício por 16 compassos 4/4.

E) Respiração Purificadora
O Exercício ajuda o corpo a absorver e reter grandes quantidades de ar.
Permaneça com os pés abertos nas mesmas distâncias dos ombros, curve o corpo
sobre a cintura, e seus braços deverão pender livremente na direção do chão. Inicie
trazendo o corpo na posição vertical. Enquanto eleva o dorso, inale profundamente
e levante os braços para fora e retenha o ar enquanto segura os braços e o dorso
para cima. Certifique-se que o ar guardado nos pulmões esteja mantendo todos os
músculos abdominais para fora e não através do fechamento da garganta, se você
puder dizer RÔ enquanto está guardando o ar estará correto.
Após reter por 5 a 10 segundos exale enquanto retorna à posição inicial. Faça uma
vez somente.

F) Cocheiro
Costas bem esticadas, pernas abertas, antebraço apoiado no joelho. Inspirar
lentamente para encher a região lombar.
Exalar de uma vez só. (Fazer sentado com a coluna estirada).
G) Respiração de Enchimento regional
Comece com uma profunda respiração diafragmática (somente parte inferior).
Absorva mais ar, o tanto que você puder. Após segurar o ar brevemente, sem
exalar, incline-se
se levemente para a direita e tente forçar mais ar através da parede
abdominal do lado frontal
ontal esquerdo do corpo. Segure brevemente, novamente sem
exalar, incline à esquerda e tente trazer mais ar com o movimento similar de
expandir o lado frontal direito do abdômen. Exale, repita o processo, desta vez
tentando expandir a parede abdominal das porções s traseiras direita-
direita esquerda do
baixo abdômen. A inclinação para diante, para trás e para os lados ajudara a
alongar os músculos e os tecidos de cada área, havendo assim uma ação muscular
mais completa. Finalmente combine estes exercícios de respi respiração
ração
separadamente/e um longo exercício de inalação, encha de ar todo espaço
disponível através da inclinação de todas as direções e da expansão dos músculos.

Embocadura
Formando a embocadura
A colocação correta do bocal em uma embocadura bem formada é de dois terços de
sua área do lábio superior e um terço do lábio inferior, claro que nem sempre isso é
uma regra pode variar
ariar porque cada pessoa possui uma arcada dentaria e tamanho
de lábios, mas mesmo assim não se pode sair muito desse padrão.
J.B, Arban, Arban´s Complete Conservatory Method for Trumpet.
Ter uma boa sonoridade é resultado ddee uma abertura oval (Figura “a”)
“a” e não
esticada em forma de sorriso (Figura “b”
“b”).
Figura A.

Figura B.

Philips Farkas, The art of French horn playng.


A explicação porque a embocadura esticada ou sorriso não funciona é porque
quando sorrimos não é a boca que faz este sorriso e sim quando contraímos os
músculos do rosto que estão ligados ao canto da boca, exercendo um puxão, assim
os lábios ficam finos, relaxados e vulneráveis a pressão do bocal.
Edward Kleinhammer, The art of Trombone Playing.

Ataque - Produção do som


Para falar de ataque onde damos início ao som em um instrumento de metal
necessitamos falar da língua, porque ela nos ajuda ou nos atrapalha. Sabemos que
para tocar usamos a vibração dos lábios e a língua não tem nada a ver com a
vibração, mas ela pode chegar facilmente na corrente de ar e afetar a produção do
som. Não podemos falar de um posicionamento correto igual da língua para todos
porque cada pessoa tem um tamanho de língua, o que sempre devemos ver é se a
língua está obstruindo a passagem e isso nunca pode ocorrer. Sempre devemos
soprar nos lábios nunca na língua.
Normalmente muitos músicos de metais fazem uso da silaba T para começar a nota.
O T causa uma pressão abaixo da língua muitas vezes gerando um ataque muito
duro e agressivo e com o tempo podendo até desenvolver uma manobra valsava,
onde a garganta fecha-se para permitir a pressão do ar dos pulmões para empurrar
o diafragma para baixo. Usando as vogais não as consoantes, esse ataque duro e
agressivo com T pode ser minimizado acrescentando as vogais ao T.
Por ex.: TAH, TUU
Não importa qual a escolhida, o que sempre se deve observar é se a língua ao tocar
está semprerelaxada.
Song and Wind, Arnold Jacobs

Staccato Simples
Lembre-se sempre que o golpe de língua é meramente uma referência. A língua não
ataca: pelo contrário, realiza um movimento retrógrado, comportando-se
simplesmente como uma válvula.
Isso deve ser mantido em mente antes de colocar o bocal nos lábios. A língua deve
ser colocada contra os dentes da mandíbula superior de tal forma que a boca fique
hermeticamente fechada, enquanto a língua recua, a coluna de ar que pressionava
contra ela é empurrada violentamente para dentro do bocal, causando o som.
A pronúncia do silaba "tu" (Francês, Português o som seria= ti) serve para
determinar o ataque do som, isto é, pode ser pronunciado mais duramente ou mais
suave.
Notas Longas – Playback 1
O Estudo das notas longas nos ajuda em alguns pontos como:
 Afinação
 Produção do som
 Ação da língua
 Ação dos pistos ou na vara no caso do trombone
Staccato- Playback 2
Escolha dois andamentos diferentes para praticar diariamente
diariamente, um com tempo mais
lento outro mais rápido,, conforme seu nível. Os tempos são semínima: 76, 86, 96,
108, 112 e 116. Recomendo por exemplo ao iniciante começar com os dois
primeiros andamentos e ir mudando com a evolução.
Nesse tipo de exercício usamos a po
ponta
nta da língua levemente atrás dos dentes
superiores, sempre lembrando que não podemos ter nenhum tipo de tensão.

Série Harmônica- Playback 3


Aqui encontramos o legato natural. São notas localizadas na mesma digitação ou
posição para trombone de vara ou no mesmo pisto para instrumentos de pistos. O
musico usaa o movimento dos lábios para tocar nesse tipo de legato, mas sem o uso
da língua como se estivesse
stivesse fazendo o glisand
glisandoo na mesma posição ou digitação.
Playback-4

Playback-5
Playback6- Flexibilidade 1
Playback7

Playback8
Playback9

Playback10
Playback11- Serie
erie Harmônica
Playback12- Relaxamento
Staccato Simples- Playback 13a e 13b
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)
Playback 14a e 14b
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)

Playback 15a e 15b


(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)
Playback 16
Playback 17

Playback17a
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)
Playback17b
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)

Caruso -Playback 18 – Resistência

A) Com o metrônomo em 60, batendo o pé em 1 + 2 + 3 + 4 durante todo o


exercício, com um movimento claro de baixo para cima
cima.
B) Respire apenas pelo nariz (para garantir que a embocadura não se mova)
mova).
C) Com o bocal nos lábioss durante todo o exercício, mantenha a embocadura
mesmo nas pausas.
D) Primeira nota atacar apenas com ar e os demais com a língua.
E) Sempre antes de cada exercício ou tempo de descanso, respirar duas vezes
normalmente e inspirar duas depois (sempre pelo nariz)
nariz).
F) Ar sempre estável e dinâmica mezzoforte.
Playback-19

Legato
Existem dois tipos de legato
legato, o natural e o artificial, que alguns chamam também de
articulado, tocado etc.
J.B, Arban, Arban´s
Legato
No exemplo abaixo se usa o movimento dos lábios segui
seguido
do do acionamento dos
pistos ou válvulas.

No exemplo acima no Flugelhorn


lugelhorn instrumento em Bb o legato é feito com o
os lábios e
auxilio dos pistos, lembrando que as notas não estão na mesma posição
posição, assim os
pistos
istos fazem o trabalho de criar o legato enquanto o musico usa somente os lábios e
não corta o fluxo de ar com a língua.
A outra forma é quando as notas estão localizadas na mesma digitaç
digitação ou posição
e o musico usa somente o movimento dos lábios.

Na figura acima temoss outra vez o Flugelhorn em Bb onde todas as notas na


partitura podem ser tocadas sem o auxílio do pisto, assim o músico faz o legato
somente com o lábio.

Philips Farkas – Sobre Legato


Pontos para a obtenção de um bom legato
legato:
1- Mantenha os lábios vibrando entre as notas
notas.
2- Mantenha a coluna de ar estável ((nunca empurrando o ar).
3- Vocalizar (oo-ee)
ee) para cima e (ee
(ee-o) para baixo, lembrando que estas
vocalizações usadas estaria
estariam em Inglês, ou seja, em português e em espanhol,
espanhol por
exemplo, teria o som de: (i - ou).
4- Relaxar e tencionar a embocadura na velocidade correta
correta.
5- Sincronizar dedos (digitação)
ação) e os lábios para que mude exatamente ao mesmo
tempo.
Para o trombone de vara o legato é uma técnica difícil e bem peculiar, onde temos
que usar a língua quando as notas são em diferentes posições porque senão
teremos
eremos um efeito de glisando. E
Este
ste uso da língua é feito de maneira bem suave
com a língua atrás dos dent
dentes superiores.

Playback20
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)
Playback21
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)

Playback22
Playback23
Playback24
Playback25
Playback26
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)

Staccato Duplo
Com base no livro de E. Kleinhammer, The art of Trombone Playing mudamos de
staccato conforme a velocidade que temos de tocar usando o Metrônomo até
semínima a 116 a 118 podemos tocar em staccato simples. A partir de 120 em
diante a semínima já temos que usar duplo e triplo.
Pesquisando nos métodos Arban´s Method complete for Trumpet e The art of
Trombone Playing oss dois nos ensinam a tocar o duplo da seguinte maneira:
Com uma combinação de silabas distinta e sempre com a ponta da língua atrás dos
dentes superiores e nos sugerem uma articulação bem suave, as silabas podem
ser:
TU KU TU KU
DA GA DA GA
TA KA TA KA
Primeiro estude lento para entender o movimento.

Playback27
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)
Playback28a e28b
(Trombone Baixo pode
e estudar oitava abaixo também)
Playback29, Walter Smith

Estudo de Flexibilidade de lábio


Playback30
Playback31
Playback32
Staccato Triplo
Usamos quando temos combinação de três notas como tercinas de colcheias e
tercinas de semicolcheias, e geralmente quando o tempo está rápido e nos atrasaria
usar o staccato simples.
Usamos também combinações de silabas, mas aqui duas iguais e uma distinta.
Por exemplo:
TA TA KA
DA DA GA
TU TU KU
B, Arban, Arban´s Complete Conservatory Method for Trumpet

A função da embocadura quando tocamos em Staccato é auxiliar em um ataque


limpo e claro. Um bom ataque consiste na preparação da embocadura, medida do
ar e assistência da língua, tudo isso em sincronia.
Usamos
samos uma variação de silabas: Too, Thoo, Doo, Loo (em Inglês), sempre
soprando em (oo) nunca em (i i), porque em (ii) fechamos a passagem de ar.
Há um grandede equívoco que um curto (too) resulta em um bom Staccato. A palavra
staccato refere-se
se à duração de uma nota
nota. O staccato deve ser tocado quando
acima ou abaixo da nota temo
temos marcado este ponto (.),, isso indica que devemos
tocar metade do tempo da nota.
Por exemplo, uma figura de mínima onde teríamos doi
dois
s tempos com o ponto acima
ou abaixo temos que tocar a metade do seu tempo, ou seja, uma semínima com um
tempo de duração, sempre valendo esta regra
regra, qualquer nota com ponto tocamos
metade do tempo escrito.
Philips Farkas, The art of French horn playng.

Playback33a e 33b
Comece estudando o playback a e com seu desenvolvimento mude para o b.
Playback 34a e 34b
Comece estudando o playback a e com seu desenvolvimento mude para o b.
Relaxamento
É uma parte muito importante do estudo, sendo que poucos músicos de metais
fazem. Isso ajuda para que no outro dia você não esteja com os lábios inchados e
músculos da face cansados por conta da ultima rotina de estudos. Alguns
professores nos sugerem entã
entãoo que toquemos notas pedais, isso faz com que os
lábios e músculos da face relaxem.
Autor

Marcos Pacheco, iniciou seu estudos na Escola Municipal de Música de São Paulo
em 2006 sob orientação do D.r Donizeti Fonseca, participou de aulas e workshops
com os professores: Daniele Morandini (Trombone solo Orquestra de opera teatro
Scalla de Milão), David Rejano Cantero( Trombone solo Filarmônica de Los
Angeles) Emil Haderer ( Trombone solo NDR Hannover, Pierre Volders ( Trombone
solo Rotterdam Philharmonic),Dany Bovin (Philharmonic Munich), Ben Van
Dijk(Trombone baixo solo Rotterdam Philharmonic). Aulas de preparação para
concurso e de trombone baixo com professor Darrin C. Milling. formado Bacharel em
música na Universidade Mozarteum de São Paulo. Atuou como professor nos
festivais: Música nas américas em Belém do pará 2013 e 2014, Festival de inverno
de Boituva SP 2014, Festival da Associação Brasileira de Trombonistas (ABT) 2015.
Atuou nas orquestras e grupos: Orquestra Sinfônica Heliopolis, Orquestra
Firlarmônica de São Bernado do Campo SP, Orquestra Sinfônica de Santo André
SP, Orquestra Bachiana, Quinteto de Metais Jive for five, Quinteto de Metais
Sombrass, Orquestra Filarmônica de São Caetano do Sul, Orquestra Sinfônica do
Teatro Municipal de São Paulo, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
(OSESP), Orquestra Filarmônica de Jalisco( México), Banda Sinfônica do Estado de
São Paulo. Atualmente e professor de Trombone na Universidade Nacional de San
Juan(Argentina) e trombonista baixo da Orquestra Sinfônica de San Juan
(Argentina) e Artista Michael Rath Trombones da Inglaterra.

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