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Influência dos processos de entrada

dos motoneurônios na variabilidade


do torque da flexão plantar
R. N. Watanabe, V. M. Chaud, L. A. Elias, A. F. Kohn

Apresentado por V. M. Chaud no


Laboratório de Engenharia Biomédica Congresso Brasileiro de Engenharia
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Biomédica (CBEB) em 04/10/2012
Introdução
• A existência de variabilidade no torque de uma
articulação é uma característica intrínseca dos
sistemas neuro-musculo-esqueléticos

• O estudo das origens e dos fatores que influenciam a


variabilidade é fundamental para as teorias de
controle motor

• A variabilidade do torque de flexão plantar afeta,


por exemplo, o controle postural

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Introdução
Fatores que influenciam a variabilidade do torque:
• Grau de rigidez da articulação;
• Vias de realimentação proprioceptivas;
• Grau de sincronismo das unidades motoras (MUs);
• Variabilidade das entradas comuns às MUs;
• Forma do abalo das MUs;
• Quantidade de MUs em cada músculo;
• Quantidade de músculos na articulação.

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Introdução
Fatores que influenciam a variabilidade do torque:
• Grau de rigidez da articulação;
• Vias de realimentação proprioceptivas;
• Grau de sincronismo das unidades motoras (MUs);
• Variabilidade das entradas comuns às MUs;
• Forma do abalo das MUs;
• Quantidade de MUs em cada músculo;
• Quantidade de músculos na articulação.

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Metodologia
Simulação computacional:
• Tríceps Sural (extensor do tornozelo);
• Contrações isométricas em níveis discretos (10 a 80 %
MVC);
• Comparação com dados experimentais;
• Efeito da variabilidade das entradas comuns na
variabilidade do torque;
• Efeito da forma dos abalos na variabilidade do torque.

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Metodologia

Aspectos de modelagem e de
parametrização

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Metodologia
Modelo do sistema neuromuscular

(Cisi 2008)

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Metodologia
Modelo das entradas comuns às MUs
• Compara-se o uso de dois modelos de processos
pontuais para representar instantes dos disparos dos
neurônios pré-sinápticos aos motoneurônios:
 Processo de renovação Gama
 Processo Poisson

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Metodologia
Modelo das entradas comuns às MUs
• Processo de renovação Gama
 Os intervalos entre eventos (ISIs) são independentes
 Possui dois parâmetros: média dos ISIs e ordem (n)
 Coeficiente de Variação:
• Processo Poisson
 Caso específico de um processo Gama no qual a
ordem é igual a 1
 Coeficiente de Variação:

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Metodologia
Modelo das entradas comuns às MUs
• Função densidade de probabilidade do processo Gama
(média = 1)

(Modificado de Shimokawa 2009)

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Metodologia
Modelo de abalo das MUs
• Modelo linear de segunda Abalo do Tríceps Sural

ordem:
 Amplitude do abalo
 Tempo de contração
• Modelo não-linear
(Raikova 2002):
 Amplitude do abalo
 Tempo de contração
 Tempo de meio decaimento

(Watanabe 2012)

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Resultados

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Resultados
Variabilidade dos ISIs dos MNs
80

70

Desvio-padrão (ms)
60
0 150 300
50

40 0 150 300

30

20 0 150 300

10 Gamma processes
Poisson processes
0
60 80 100 120 140 160
(Modificado de Person 1972 ) Média dos ISIs (ms)

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Resultados
Variabilidade do torque (modelo linear de abalo)
Modelo linear
Desvio-padrão do torque (% MVC)

0
10

Simulação (Gama)
Simulação (Poisson)
-1 Média experimental
10
Dados dos sujeitos
1 2
10 10
Torque médio (% MVC)

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Resultados
Variabilidade do torque (modelo não-linear de abalo)
Modelo não-linear

0
Desvio-padrão (% MVC)

10

Simulação (Gama)
Simulação (Poisson)
-1 Média experimental
10
Dados dos sujeitos
1 2
10 10
Torque médio (% MVC)

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Discussão
• Foi possível reproduzir a relação sinal ruído observada
experimentalmente para o torque do Tríceps Sural
• O modelo de processos Gama para a entrada comum às
MUs permite o controle da variabilidade desta entrada:
 ISIs dos MNs mais próximos daqueles encontrados
experimentalmente
 Variabilidade do torque mais próxima da
experimental (para diferentes intensidades)

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Discussão
• O processo pontual Gama (com ordem > 1) permite uma melhor
representação dos ISIs neurais, quando se compara com o
processo Poisson (ordem = 1). Uma das razões para isto é a
existência do período refratário após o disparo de um potencial
de ação no neurônio (não contemplado no processo Poisson)
Poisson Gama

Média: 170 ms Média: 170 ms


(Person 1972) Ordem: 5

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Discussão
• O modelo não-linear de abalo
da MU (Raikova 2002), por
possuir um parâmetro a mais do
que o modelo linear, permite
um melhor ajuste à forma do
abalo encontrado
experimentalmente.
Consequentemente, a
variabilidade do torque fica mais
próxima da experimental,
quando se compara com o uso
do modelo linear

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Trabalhos futuros
• Efeitos na variabilidade do torque causados por:
 Grau de sincronismo dos MNs
 Quantidade de MNs e de neurônios pré-sinápticos
 Ordem de recrutamento dos neurônios pré-
sinápticos

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Grato pela atenção

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