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Questão 54 ENEM 2017

Tipo de área % de chuva


Retida no local Escoada
Bacias naturais/florestas 80 a 100 0 a 20
Bacias com ocupação agrícola/cultivos 40 a 60 40 a 60
Bacias om ocupação residencial 40 a 50 50 a 60
Bacias com ocupação urbana pesada 0 a 10 90 a 100
MACHADO, P.J.O.; TORRES, F.T.P. Introdução à hidrogeografia. São Paulo: Cengage Learning, 2012 (adaptado).

A leitura dos dados revela que as áreas com maior cobertura vegetal têm o potencial de
intensificar o processo de:

a) Erosão laminar.
b) Intemperismo físico.
c) Enchente nas cidades.
d) Compactação do solo.
e) Recarga dos aquíferos.

Questão 55 ENEM 2017

O desgaste acelerado sempre existirá se o agricultor não tiver o devido cuidado em combater as
causas, relacionadas a vários processos, tais como: empobrecimento químico e lixiviação
provocados pelo esgotamento causados pelas colheitas e pela lavagem vertical de nutrientes da
água que se infiltra no solo, bem como pela retirada de elementos nutritivos com as colheitas.
Os nutrientes retirados, quando não repostos, são comumente substituídos por elementos
tóxicos, como, por exemplo, o alumínio.

LEPSCH, I. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de textos, 2002 (adaptado)

A dinâmica ambiental exemplificada no texto gera a seguinte consequência para o solo


agricultável:

a) Elevação da acidez .
b) Ampliação da salinidade.
c) Formação de voçorocas.
d) Remoção da camada superior.
e) Intensificação do escoamento superficial .
Questão 56 ENEM 2017

Os maiores consumidores da infraestrutura logística para exportação no brasil são os produtos


a granel, dentre os quais se destacam o minério de ferro, petróleo e seus derivados e a soja,
que, por possuírem baixo valor agregado, e por serem movimentados em grandes volumes,
necessitam de uma infraestrutura de grande porte e baixos custos. No caso da soja a
infraestrutura deixa muito a desejar, resultando em enormes filas de navios, caminhões e trens,
que, por ficarem grande parte do tempo ociosos nas filas, tem seu custo majorado, onerando
fortemente o exportador, afetando sua margem de lucro e ameaçando nossa competitividade
internacional.
FLEURY, P.F. A infraestrutura e os desafios logísticos das exportações brasileiras. Rio de Janeiro: CEL; Coppead;
UFRJ, 2005 (adaptado).

No contexto do início do século XXI, uma ação para solucionar os problemas logísticos da soja
apresentados no texto seria a

a) Isenção de impostos de transportes.


b) Construção de terminais atracadouros.
c) Diversificação dos parceiros comerciais.
d) Contratação de trabalhadores portuários.
e) Intensificação do policiamento das rodovias.

Questão 68 ENEM 2017

Ao destruir uma paisagem de árvores de troncos retorcidos, folhas e arbustos ásperos sobre os
solos ácidos, não raro laterizados ou tomados pelas formas bizarras dos cupinzeiros, essa
modernização lineariza e aparentemente não permite que se questione a pretensão modernista
de que a forma deve seguir a função.
HAESBAERT, R. “Gaúchos” e baianos no “novo” Nordeste: entre a globalização econômica e a reinvenção das
identidades territoriais. In: CASTRO, I.E.; GOMES, P.C.C.; CORRÊA, R.L. (Org.). Brasil: questões atuais da
reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

O processo descrito ocorre em uma área biogeográfica com predomínio de vegetação

a) Tropófila e clima tropical.


b) Xerófila e clima semiárido.
c) Hidrófila e clima equatorial.
d) Aciculifoliada e clima subtropical.
e) Semidecídua e clima tropical úmido.
MATOPIBA
Região considerada a grande fronteira agrícola nacional da atualidade, o MATOPIBA
compreende o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e responde
por grande parte da produção brasileira de grãos e fibras.
A área, até pouco tempo considerada sem tradição forte em agricultura, tem chamado atenção
pela produtividade cada vez crescente. Nos últimos quatro anos, somente o Estado do
Tocantins expandiu sua área plantada ao ritmo de 25% ao ano, segundo dados da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab).
A topografia plana, os solos profundos e o clima favorável ao cultivo das principais culturas de
grãos e fibras possibilitaram o crescimento vertiginoso da região, que até o final da década de
1980 se baseava fortemente na pecuária extensiva.
Porém a área também é considerada complexa o que torna ainda mais audacioso o desafio de
garantir uma agricultura moderna e sustentável. A área reúne 337 municípios e representa um
total de cerca de 73 milhões de hectares. Existem na área cerca 324 mil estabelecimentos
agrícolas, 46 unidades de conservação, 35 terras indígenas e 781 assentamentos de reforma
agrária, segundo levantamento feito pelo Grupo de Inteligência Estratégica (GITE) da Embrapa.
Tamanha prosperidade levou à oficialização da delimitação do território por meio da assinatura
de decreto pela presidenta Dilma Rousseff e ao lançamento da Agência de Desenvolvimento
Regional do MATOPIBA pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos quatro
estados que fazem parte da região.
Estudos e pesquisa
O GITE criou um Sistema de Inteligência Territorial Estratégica para o MATOPIBA, a fim de
compreender melhor e descrever a região. O sistema reúne acervos de dados numéricos,
iconográficos e cartográficos, integrados em Sistemas de Informações Geográficas (SIG) em
bancos de dados espaciais. Os dados foram organizados em cinco dimensões: quadro natural,
agrário, agrícola, socioeconômico e de infraestrutura.
Com isso, foi possível verificar que as mudanças na ocupação das terras, a expansão da fronteira
agrícola, o crescimento das cidades e o investimento em infraestrutura e logística no MATOPIBA
possuem características e dinâmicas diferentes de outras regiões do Brasil.

O SITE do MATOPIBA já está operando e é um sistema dinâmico, atualizável e operacional. A


ideia é que essas informações sirvam de base para a criação de outro sistema GeoWEB, em
conjunto com o Incra para os resultados estejam disponíveis 24h para qualquer interessado.
Paralelamente às ações e projetos de pesquisa, a Embrapa está elaborando um plano
estratégico de atuação no MATOPIBA com a finalidade de fortalecer o desenvolvimento
tecnológico e inovação para a região. Nesse trabalho estão previstas análises de risco climático,
caracterização da região do ponto de vista socioeconômico, identificação de problemas e
oportunidades, dentre outros.
Mas apesar da delimitação territorial ser recente, pesquisadores já estudam a região há algum
tempo para encontrar as melhores alternativas sustentáveis. Na Embrapa está em andamento
um arranjo de projetos, liderado pela Embrapa Pesca e Aquicultura, localizada em Palmas (TO).
O objetivo é traçar estratégias para o aumento da produtividade, competitividade e
sustentabilidade de sistemas de produção agropecuária do MATOPIBA.
Fonte: https://www.embrapa.br/tema-matopiba/sobre-o-tema
CONTRAPONTOS DA CONSOLIDAÇÃO DO AGRONEGÓCIO NO
CERRADO BRASILEIRO
Antonio Joaquim da Silva
Maria do Socorro Lira Monteiro
Marlúcia Valéria da Silva

Desde o início da década de 1990, intensificou-se a abertura da economia


brasileira ao mercado internacional, cuja participação do agribusiness ou
agronegócio, que de acordo com Antonello (2011), constitui a integração de capitais
agrários, industriais e financeiros, vem se destacando, ocupando expressivo lugar na
composição do Produto Interno Bruto (PIB) e redundando em superávits crescentes da
balança comercial.
Consequentemente, de 1990 a 2013, as exportações com produtos de origem
rural, que eram de US$ 12,99 bilhões, passaram para US$ 99,7 bilhões, representando
uma evolução de 667,5% no período. Naquele último ano, corresponderam a 41,28%
das vendas externas, registrando alta de 4,3% em
relação ao ano anterior. Com esse desempenho, se computou US$ 2,56 bilhões de
saldo da balança comercial, ocasionando superávit de US$ 82,9 bilhões; impactando
em 22,54% no PIB (BRASIL, 2014).
Se por um lado, as vantagens apresentadas realçam a importância do setor
para a economia, por outro lado, despertam as preocupações sobre as implicações
sociais e ambientais decorrentes do seu avanço, já que para Silva (2011), o agronegócio
altera profundamente as relações de trabalho, instala novas realidades nas paisagens,
nos hábitos, no consumo e nas sociabilidades. Por meio das trocas assimétricas que
desencadeia, modifica as condições de existência locais e, especialmente, deflagra
processos que inviabilizam a reprodução da agricultura familiar e das culturas
tradicionais que lhe antecederam nos territórios rurais.
Assim, o avanço do agronegócio para as chamadas fronteiras de ocupação
agrícola na Amazônia e Cerrado, visando potencializar o capital (MORAES, 2009),
através da produção de grãos e carnes, vem se mostrando prejudicial à manutenção
dos estoques de patrimônio natural e cultural nos ambientes em que aporta.
Tendo em vista esta exposição, questiona-se o papel desempenhado pelo
Estado no processo de desenvolvimento do agronegócio no Brasil e, particularmente,
no bioma Cerrado, especialmente, no que se refere à concentração da terra, ao
desmatamento e a desterritorialização dos modos de vida rurais.
Assim, o objetivo deste artigo é analisar criticamente a origem e difusão do
agronegócio no país, principalmente, sua expansão nos cerrados, enfatizando a
participação estatal nesse contexto e as repercussões advindas de tal situação. Para
tanto, se embasa na revisão de literatura, por meio de fontes bibliográficas que tratam
da questão posta. Logo, está dividido em seis seções, além da introdução. A segunda
seção debate as opiniões teóricas e conceituais sobre as rugosidades do espaço
geográfico; a terceira seção destaca a temática do agronegócio, descrevendo suas
raízes históricas; a quarta seção expõe a conjuntura de origem e difusão do agronegócio
no Brasil, sobretudo a participação estatal nesse cenário; na quinta seção, são
explicitados os modos de vida rurais, com as implicações negativas da consolidação do
agronegócio nos cerrados; por fim, são feitas algumas considerações conclusivas.

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