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so ENTENDENDO 0 CONCRETO Controle da resisténcia do concreto - 2? Parte JESSIKA PACHECO PAULO HELENE PO Ban 11. 0 QUE E RESISTENCIA CARACTERISTICA DO CONCRETO mite-se, ou methor, convenciona-se que 2 fungéo de erro, distribuicao normal ou de Gauss, é um modelo matemstica que pode re~ presentar de maneira satistatoria a distibui- Go das resistencias & compresso do conereto (fendmeno {isico real) (Helene, 1981). ‘A.curva densidade de probabilidade das resistencias € admitida como normal e 0 valor caracteristico € calcula~ do em funcao da dispersao dos resultados, originados pelo processo de producSo e ensaio, 0 valor de resisténcia & compressio que apresenta uma probabilidade de 5% de no ser alcancado @ denomina~ do resistencia caracteristica do concreto 8 compresséo indica-se com a notagao t,,conforme indicado na Fig. 5. Esse valor ¢ 0 adotado no projeto estrutural e também & conhecido por resistencia especifcada, caracterstica ou de projeto,indicada port. A estrutura sera moldada com um conereto de resis- tncia caracteristica 4 compressdo, etetiva ou real, sempre igual ou menor, denominado f,,.,. culo valor & complex e dif de ser conhecido, pois envolve muitas varivels de execucdo, tais como: geometrias, excentricidaces, cura, adensamento, etc fm outras palavras, a maioria esmagadora do concre~ to deve ir para moldar a estrutura e dar origem a uma f, efetivo ou real, © somente uma pequena parte deve ir para © controle. Em vista disso, nd necessidace de - a partir de tuma pequena amostra representativa, ou seia, uns poucos corpos de prova com volume menor que 0,01m? - obter uma resistencia caracterisica estimada do conereto & com= pressio (f,,,) dacuela populagéo em estudo, em geral maior que 8m’, normalmente da ordem de 50m? ou mais. Essa estimativa do valor real ou efetivo seré tanto mais perfeita quanto maior o tamanho da amostra (quanto mais préxima do tamanho da populagao ou lote), quanto maior a eficiéncia do estimador (formula matematica adotada para inferéncia estatistica) e quanto menor a disperséo dos re- sultados (ou seja, quanto mais rigoroso e homogéneo o pro- cesso de producéo e ensaio do concreto). Na Fig. 6, apresentam-se as definigdes de alguns terms normalmente utilizados em controle de qualidade do concreto, Atualmente, a interesse pelos procedimentos para Con- tole de Producao fica restrito as empresas de servicos de concretagem (“ready mix companies"), que produzem con- creto em central ou aquelas poucas obras onde ha producéo de concreto no canteiro, com assessoria de um Tecnolagista de Concreta que, através da andlise dos resultados, possa interferir na dosagem, trago e producdo do conereto, Figura 5 ~ Representagao da distribuigao da tesisténcia & compressao do concreto. Curva de Gauss com parmetros obtidos de amostras. (Helene, 1984) coc) rere) f Ressténcia mia do onceta compress obida de amestas a dias de ade em MPa. sta amédaeal ou lea") da populagio . Desve padi do pracss de produ ensalo do concetoobid de amostas, aj las deidade,em MPa, sta o desi padro “el ou vrdadeitadapopulagio \ orien de vata do process de produce ensao do cone obtide de amostas aj das detade, em‘ p seria a cosine de vaagio ‘real ou elo" d populacto ‘ Resist 8 compressoindvidual de cada um dsm exemplars de uma amos, aj das dda, em MPa loweou populacéo Quantdade de conceto que tendo sdoconecconado em condcesequvaletes mesma populaie)ésubmetdo julgamerto de uma sex, sodend ser aceite ou eed Tab contecdo por populaio unidadede produto Corespondea uma amassedlbetonada qualquer qu sea volume da Beton O concrete de uma Beton tom apenas ua rsstncia amasra Conjunto de exemplars anidades de produto} qu se adnite como represetatvos de um te ou populio ‘amanho da amosta_Caespone ao niet de exemplars (unidades de route) que constuem uma amestade uma cera populacio exemplar Cenesponde ao valor de esstnca 3 compresso, que representa uma undade de produto amassada).£amésia ovo var mais alt de dois ou mats opos de prov “irdosetiados de uma rsa amasada Potanto de ura betoneia pede mldap copes de prov, ordm ocanctodesabetnea(unidade de produto) sed eprsentado apenas por umalor Figura 6 ~ Significado de alguns termos e notagdes empregados atualmente no controle da resisténcia & compressao do concreto 0 interesse maior — principalmente porque afeta creta- mente a seguranca da estrutura~ esta relaconado com os pro~ cecimentos para Controle de Aceitacio, de Recebimento ou de Conformidade de concreto, que se apica a toda e qualquer obra Na Fig. 7, apresentam-se os conceitos de controle de produgéo e controle de aceitacdo, que, juntos, constituem a dinamica das operagées de controle Os proprios textos das normas, em geral, fazem re- feréncia apenas ao Controle de Aceitagao. Em vista disso, ‘borda-se em continua¢ao apenas os procedimentos rela cionados 20 controle de aceitacao do concreto, recebimento 4 conformidade. eee que e? Porque se fax? uemo ter? 0 pra Como serealia? one} Contole ds ators que intewém naresisénca Para assegurarque se alance a resistnciaespecticada ao minimo custo possvl tor (fabricate construtor) ‘Amosragem continue de todo No controle de aceitagéo de um produto acabado, a finalidade da decisao é julgar 2 conformidade ou nao de certa quantidade do produto, e nao julgar a sua uniformidade. E necessério estabelecer para cada deciséo uma quan- tidade determinada co produto (concreto), denominada uni~ dade de produto, (ote ou populacao, dentro da qual se fara uma amostragem aleatoria e representativa, 12. CONTROLE DE ACEITACAO DO CONCRETO {A confrmagao da conformidade do concreto que est sendo produzido e langado numa determinada estrutura, Peer Comprovaio da conformidade daresiincia Para verficar que se alangou como rminimo of, O consumiderfiscalizago, labor, propre Amosragem associada a 0 proceso de produgao um ote (uals as vatéveis de controle? As que intervém no processo Aresisténca compressio produtve do conceto Figura 7 — Dinamica do controle de qualidade do concreto. (Meseguer, 1976) 1 92 ENTENDENDO 0 CONCRETO ‘Tabela 1 - Detinigao do volume maximo de lote de concrete. ABNT NBR 12655:2006 Pee eee ec? Solictago principal dos elementos da estutura ees Volume de concteto 50m? Nero de andares 1 Tempo de concretagem com © que foi especificado no projeto estrutural, pode ser efetuada através dos passos a seguir descrtos: 1m 1® Passo: Definicgo da extenséo do lote cue sera oportu- namente julgado, Esta definigo 6 muito variavel de uma norma a outra, de um pais a outro. 0 importante ¢ o conceito de defmnir uum certo volume de concreto para 0 qual pode-se admi- tir que tenha sido procuzida com mesmos materiais, na ‘mesma Central, com temperaturas e RH equivalentes, e que corresponda a uma parte definida da estrutura que ‘sera, entéo, julgada como conforme ou nao. Como exemplo, segundo a ABNT NBR 12655:2006, os limites de um lote devem atender as recomnendagdes ex- pressas na Tabela 1 Est implicito nessas recomendacées que se busca, por um lado, identiticar 0 volume de conereto de mesmas caracteristicas, pressuposto bésico de uma inferéncia estatistica e, por outro, delimitar uma porcao restri~ ta de estrutura para localizar esse volume, permitindo encontré-lo apés a obtencéo e analise dos resultados de controle (conceito de rastreabildade). Portanto, 0 1° passo corresponde a identincaco a priori (antes da concretagem) do lote de concreto que sera controlado e julgado 1m 2£ Passo: Defini¢do do tipo de amostragem a ser adotado * Controle por amostragem total ou a 100% (item 6.2.3.2 da ABNT NBR 12655): corresponde a mapear a posicao do concreto de cada amassada e a amostrar todas as amassadas. E 0 ideal para todas as situacdes, sen- do altamente recomendavel para pilares, certas vigas de transi¢ao e pegas de importancia elevada, Todas as amassadas (caminhées betoneira ou grandes betonei- ras de obra) devem estar com suas resisténcias aferi~ as, ou seja, todo 0 lote é conhecido, nao ha concreto com resisténcia desconhecida. E um procedimento de controle muita confavel, porém o mais caro e raramen- 3 dias de concretagem em tum pro maximo de 7 das 100m 1 3 dias de concetagem em um prazo maximo de 7 das te utllzado ou recomendado nas normas estrangeiras (AG, EN), apesar de usual no Brasil + Controle par amostragem parcial tem 6.2.3.1 da ABNT ‘NBR 12655): cortesponde a apenas amostrar algumas amassadas representativas, Pode ser 0 caso de laies, grandes blocos e sapatas, paredes-cortina e grandes volumes de concreto nos quais a resiséncia minima do concreto nao tem consequéncias to desastrsas quanto em pilares. Algumas amassadas (camrinhdes betonei- +a ou betonadas) seréo aferidas, outras néo, Portanto, € uma amostra daquele lote ou populacéo e, para tal, precisa ser detnida o tamanho minimo dessa amostra, ou seja, em quantas amassadas seré realizada a tomada de corpos de prova representaivas que darao origem exemplares 1m 3° Passo: Tamanho minimo da amostra (sb aplicavel a amostragem parcial) No caso brasileiro, aqui usado como exemplo didatico, © tamanhio minimo da amostra no caso de amostra~ gem patcal, ou seia, 0 numero minimo ce exempla~ res que deve consttur uma amostra, segundo a ABNT ‘NBR 12655:2006, & de 6 exemplars, para os concretos lassitcados segundo a ABNT NBR 8953:2009, como do grupo | (classes até (50) e de 12 exemplares, para as concretos do grupo il (classes superires a C50). A defnigao do tamanho da amostra parcial devera consi~ derar dois fatores, a saber: a) Namero minimo de exemplares para permitir uma esti- mativa confdvel da resistencia do lote (inferencia esta~ tistica); ») Numero maximo de betonadas ou amassadas emprega~ das na concretagem da pega em questio, a que nao tem sentido retirar mais de um exemplar por betoneira (menor uniade de procuto). permitido ainda pelo item 623.3 da ABNT NER 12655-2006, em casos excepcionais, por exemplo nos ca sos de concrete produzido por varias betoneiras estacioné- rias de obra e somente para volumes inferiores a 10m’, que ‘a amostra tenha de 2 a 5 exemplares. Exemplos: m 12 exemplo: volume de concreto de pilares de um andar tipo de apenas 18m? a) Quando 0 concreto for produzido por central e entregue por 3 caminhdes betoneira de 6m’ cada, a amostra deve- +4 ter apenas trés exemplares, um para cada caminhéo (menor unidade de produto) e, portanto, tratar-se-a de uma amostragem total ou a 100%; ) Quando © concreto for produzido na prépria obra com betoneira de capacidade nominal de 300dm* (um saco por vez), os mesmos 18m’ serdo produzidas por cerca de 110 betonadas (110 unidades de produto) e, portanto, ser necessario que a amostra seja composta de pelo menos 6 ou 12 exemplares, segundo seja o caso, ou seia, moldar dois corpos de prova de uma betoneira a cada 9 ‘u18 betonadas ou amassadas. 1m 2° exemplo: volume de concreto de Iajes e vigas de um andar tipo de edificio de 96m? ) Quando 0 concrete for produzido por central e entregue por 12 caminhdes betoneira de 8m’ cada, a populagao ou lote tera 12 (“resistencias”) exemplares (96:8) e, por- tanto, se todas os caminhdes forem amostrados, cansti~ tuir-se~o numa amostragem total a 100%, Se apenas 11. caminhdes ou, no minima 6, fore amostrados, entao irao constituir uma amostra parcial, ou seja, exemplares retirados de apenas parte do lote: ) Quando o concrete for procuzide na propria obra com etoneira de capacidade nominal de 300dm* (um aco por vez), 0s mesmos 96m? serao produzidos por cerca de 580 betonadas (580 unidades ce pro- duto ou “resisténcias") e, portanto, ¢ recomendavel que, no minimo, sejam escolhidas aleatoriamente 6 ou 12 das 580 betonadas para retirada de exempla~ res. Nesses casos, como a concretagem vai durar mais de um dia, pode ser conveniente separar lotes por dia © amostrar, pelo menos, 6 ou 12 betonadas por dia Como se verifica, o programa de controle deve sempre ser estabelecido 2 prior, ou seja, antes do inicio da con- cretagem e deve levar em considerago outros aspectos, inclusive bom senso, além daqueles citados na ABN NBR 12655:2006. 1m 4° Passo: Retirada (coleta) e moldagem dos corpos de prova (exemplares) O.concreto para moldagem dos corpos de prova deve ser 0 ‘mais representativo possivel da amassada em questo e deve ser coletado de acordo com a ABNTNBR NM 33:1998. Evidentemente, o concreto entregue por caminhées be- toneira € aceito, condicional e pretiminarmente, apenas ‘com base na medida do abatimento do tronco de cone cu espathamento e na observacéo visual do concreto, con- forme a Fig. 8 AA aceitacéo defnitiva fica condicionada aos resultados obticas dos corpos de prova destinadas & medida da re- sisténcia & compressao a /dias de idade. Os moldes dos corpos de prova devem estar em local plano, preferencialmente coberto, a sombra e devem ter sido preparados com produto desmoldante e cera para calafetar as juntas, evitando 2 fuga de nata de cimento. Constitui boa técnica umedecer 0 carrinho e os instru- ‘mentos (concha, soquete, pas, etc.) que entrardo em Contato com 0 concreto e moldar dois corpos de prova por amassada, apenas para idade especificada no projeto (em geral, 28dias), Pode ser conveniente moldar corpos de prova para rup- ura a 63d 91d. A prética usual de moldar dois corpos de prova para idades precoces (7d) no tem muita uti- \idade quando se trata de Controle de Aceita¢ao do con- creto, pois rarissimas vezes essa informacdo tem sido Figura 8 — Ensaio para avaliagao da consisténcia do concreto fresco através do engaio de abatimento do tronco de cone ABNT NBR NM 67:1998 (acervo PrD Engeriharia) €¢=s5 93 94 ENTENDENDO 0 CONCRETO ‘Tabela 2 — Resultados obtidos dos corpos de prova, Resistencia & compressdo a 28 dias de idade Lote 1 (1° subsolo) Corpos de prova (MPa) Exemplar (MPa) f=209 f 283 f-na 1=265 {269 1-268 utilzada para corrigir os novos tragos de concreto, o que seria o ideal Nos casos de retirada de escoramentos, transporte de pecas pré-moldadas e protensio, as resistencias a bai- xa idades sao indispensaveis. No caso dos Produtores do concreto, ou seja, para o Con= trole de Producdo, corpos de prova para baixas idades também so muito importantes e itis. 5® Passo: Andlise dos resultados ~ caso 1: Amastragem total ou a 100% No Controle de Aceitacao, tipo a 100% ou total, no qual se conhece todos os valores de resisténcia de todas as -amassadas, ou Seja, a populacdo ou late @ integralmente conhecido, entdo ndo ha necessidade de inferéncia esta- tistica, que é a ferramenta utiizada para amostras (par- ciais) de populagdes desconhecidas. Nestes casos, basta aplicar a definigdo, ou seja, buscar rnaquela populacao integralmente conhecida 0 quanti de 5%, ou seja, de cada 20 resultados, sera o inferior deles, quando 0 numero de exemplares for maior do que 20. Se a amostra é menor ou igual do cue 20, sera o menor de todos, conhecido como f,,. De 40 resultados, seré 0 ‘segundo menor e de cada 100 resultados, seré 0 quinto enor resultado, Claro que a estatistica deve servir & engenharia, como um instrumento, uma ferramenta e nao o contrario. Por- tanto, 0 ideal nas amostragens 2 100% é analisar cada resultado individualmente em correspondéncia com a pega por aquele concreto moldada, Usando 0 conhecimento fomecido pela rastreabilidade e ec) rer Exemplar (MPa) ‘cam tum pouco de bam senso, cada peca poder ser jul- ada individualmente, Em outras palavras, essa é a situagao mas privilegiada possivel, de maior seguranca e de maior confabtidade Tudo € conhecido, nada foi inferido ou parcialmente esti- mado. sm 6° Passo: Analise dos Result Amostragem Parcial Neste caso, 0s resultados devem ser analisads por tote, u Seja, ndo ha interesse no resultado individual de um corpo de prova ou de um exemplar, mas tao somente na estimativa a resistencia caracteristca (,,) do lote em uestéo, utilzando-se todos os resultados da amostra Exemplo: Conhecendo-se os resultados de controle do concreto (condicéo de preparo co concreto tipo A) apresentados na Tabela 2, correspondentes aos pilares do primeiro e do segundo subsolos de um editicio com 41m de conereto (6 caminhées ou cerca de 140 beto~ rnadas estacionarias de 2 sacos por vez), pergunta-se se foi atendida a resisténcia caracteristica especiticada no Drojeto estrutural, def, = 20MPa a 28dias de idade? Solugéo: a) Segunda 2 Tabela 3, reproduzida da ABNT NBR 12655:2006, cada \ote ter 41m? (< SOm’), e poderd ser constituide de 6 unidades de produto (4 caminhées betoneira de &m? mais 2 de 4.5m) ou de 140 (unidades de produto) betonadas de 2 sacos por vez: ») Cada lote foi representado, neste caso, por uma amostra de 6 exemplares, devendo ser considerado amostragem total ou a 100%, no caso de caminhées betoneira, & 10s ~ caso 2: amostragem parcial, no caso de betoneiras estacionatias de obra ©) Calculo do f, 12655:2006, 1. Amestragem total a 100% (todos 0s caminhées beto~ neira), para ng20: lote 1: f,. 20,9MPa lote 2:1... =f, = 20,0MPa 2. Amostragem parcial (algumas betoneiras de obra) — ordenar os resultados dos exemptares (ordem crescen- te): 20,9. 22,2 < 26,5 < 26,8 < 26,9 < 28,3 20,0 < 21,5 < 223 £239 £ WAS 2 NaS ly fk heh he ~ calcular 0 f,,, (item 6.2.3.1 da ABNT NBR 12655:2006 para a concicao de preparo A (central) e amostras com 6 a 2 exemplares]t... 2 Wf, lote 1:1... conforme 0 estimador da ABNT NBR 2.0.92. 20,9 > 19,3 MPa lote 2:1, 2.0.92. 20,0 > 18,4 MPa Usando 0 estimador elicHhasb act fn ml a fest Uote 1: {4 2 16,6 MPa lote 2: 1... 2 19,2 MPa ~ portanto das duas estimativas de f,., obtem-se cue: (ote 1: fygyy = 19.3 MPa (ote 2:4, = 19.2 MPa Consequentemente, uma fiscalizacio racical dria que no atende 20 projeto, e seriam considerados totes néo conformes, pois 0 valor especifcado no projeto estrutural foi, = 20MPa, 13. COMO E 0 CONTROLE DE ACEITACAO/ REJEICAO DO CONCRETO (RECEBIMENTO) RECOMENDADO PELAS NORMAS /AMERICANAS DO ACI? 0s crterios de controle e recebimento do concreto es- trutualestao claramente expressos no texto da norma ACT 318-11 Building Code Requirements for Structural Concrete Chapter 5 Concrete quality, mixing, and placing, item 5.6 valuation and acceptance of concrete Em primeiro lugar, exige que o Laboratério de Controle seja acreditado pela norma ASTM C 1077 que os tabora~ toristas sejam certicados pelo AC1 Atualmente no Brasil. IBRACON tern um programa de cetincacao similar. Origa cue 0s corpos de prova sejam retrados em con- formidade com a ASTM 172, moldados e sazonados em conformidade com a ASTM C31 e ensaiados em conformi~ dade com a ASTM C39. Ressalta que 6 obrigatério medir e registrar a temperatura do concreto na “boca da betoneira” no momento de maidar os corpos de prova. Recomenda que aretirada de corps de prova obedeca a sm > 1 exemplar por cia de concretager; sm 2 1 exemplar para cada 115m! de concreto m2 1 exemplar para cada 465m de rea construlda; 1m Dispensado 0 controle para volumes inferiores 2 36m desde que exista carta de traco aprovada: sm Cada betonada fornece apenas um resultado; wm Otamanho minimo da amostra deve ser 5 exemplares e quando nao houver 5 betonadas pode ser menos de 5; 1 Para representar um exemplar obter a méela de 2 corpos de prova clinticos de 15cm dlametro por 30cm altura cu media de 3 corpos de prova de 10cm de didmetro e 20cm de altura Como critrio de acitacao exige 1.A média mével de qualquer 3 resuitados consecutivos, cronologicamentefalando, deve ser 2 1, (na verdade que € a notagéo americana e que corresponde 20 quantil interior de 10%); 2.Nenhum resultado individual deve ser inferior em 3,5MPa em relagao a0 valor caracterstico (até {, = 35MPa); 3.Nenhum resultado individual deve ser inferior a 0,9 para f, > 35MPa Como se veritca, @ recomendada um controle por amostragem, bem leve, superficial (uma betonaca por da!) com uso obrigatorio de estimadores e com julgamento de Tabela 3 - Valores de V6 (tabela 8 da ABNT NBR 12655:2006) Tamanho da amostra (ndmero) de exemplares(n) D 3 0 err Pity ees on A 082 086 = 0879] 092 Bouc 075080 08h 087089 Aeon pre com deni pues 60s 8 = ect psn ev pi 5 Sse 09 09507099 3001.02 091 083-098 098100 1,02 cana predate com devia pute = 7.0 95 96 ENTENDENDO 0 CONCRETO grandes volumes de concreto de uma sé vez. 0 procedimen- to usual no Brasil de controlar a 100% @, provavelmente, um dos mais caros e mais seguros do planeta, 14. COMO £ 0 CONTROLE DE ACEMTACAO/ REJEK(AO DO CONCRETO (RECEBIMENTO) RECOMENDADO PELO fib MODEL CODE 2010 E EUROCODE II? No fib Model Code 2010, os autores néo encontraram referencias para controle da resistencia do conereto, salvo rapida referénca a S0 22965. & EN 206. 0 EuroCode também remete as ciretrizes para contro le e recebimento & EN 206-1: Concrete - Part 1: Spectica- tion, performance, production and conformity. Chapter 8 ~ Conformity Control and Conformity Criteria. 8.2.1 Conformity control for compressive strength Observe-se que 0 texto da EN 206 confuso e comple- x0, dando a entender que, além da responsabilidade pela produce do conereto, cabe ao Pradutor (Empresa de Ser~ vigos de Concretagem) também afer a conformidade do concreto, No Brasil, a0 contrario, fa muito claro que aferir: a resistencia 6 uma prerrogativae obrigagdo do consumidor (Canstrutora)e no co produtor ‘Alem de recomendar que a amostragem siga a EN 12350-1 Testing Fresh Concrete, sucintamente 2 EN 206, recomenda que a retrada de corpos de prova obedea a 1 Produséo inicial - corresponde a situacéo de inicio de producao de concreto até que sejam cisponives resulta dos de, pelo menos, 35 exemplares durante, no maximo, 12 meses: = Oresultado do exemplar & a mécia de 2 ou 3 corpos de prova da mesma betonada, Caso um desses resultacos individuais dra em mens ou mais 15% dessa média, 0 resultado deve ser descartado; ~ Aleatoriamente, escolher 3 exemplares dos primeiros 50m’ da producao; ~ Dai em diante, retirar 1 exemplar a cada 200 ou pelo ‘menos 2 exemplares por semana, para concretos com certicacao de controle de producio; = Dai em diante, retirar 1 exemplar a cada 150m* ou pelo ‘menos 1 exemplar por da, para concretos sem certica~ co de controle de producdo. im Produgao continua - corresponde a situagao na qual ja so conhecidos mais de 35 resultados ~ A partir dos 50m’ iniciais, retirar 1 exemplar a cada 400m ou pelo menos 1 exemplar por semana, para concretos com certificago de controle de producéo; ~ A partir dos SOrm inicais, retirar 1 exemplar a cada 150m? ou peto menos 1 exemplar por dia, para concretos ‘sem certiicagdo de controle de produco; — As amostras devem ser retiradas somente apés a aci- 20 de 100% da agua e do atitivo; = 0 desvio padréo de producée nao pode superar em 37% 0 desvio padrao de dosagem. Caso isso ocorra, afe- rido pelos Ultimos 15 resultados, todo o controle deve se intensificar retornando & condi¢ao de Producdo Inicial, que é um pouco mais rigorosa e precisa, mas ainda bem Longe de um controle ideal Como critéria de acelta¢do, 8.21.3 Conformity criteria for compressive strength, exige 1m Para Producao inicial = Critério 1: a média de, no minima, 3 resultados conse- cutivos deve ser 2 f,, + 4, qualquer que seiaf, ~ Gritério 2: qualquer valor individual deve ser > f,, qualquer que seiaf,; wm Para Produgao continua ~ Griterio 1: 2 média de, no minimo, 15 resultados con- secutivos deve ser > f,, + 1,480, qualquer que seja f, ~ Griterio 2: qualquer valor individual deve ser > f,, ~ 4, qualquer que seia Novamente, pode-se veriicar que se trata de um con- {role por amostragem, bem leve, muito superficial (uma be- ‘tonada por semanal) com uso obrigatério de estimadores € com julgamento de grandes volumes de concreto de uma so vvez, permitindo julgar todo o concreto produzido em 1ano! Pode-se reafirmar com tranguilidade que o procedime! usual no Brasil de controlar a 100% é, provavelmente, um dos mais caros e mais seguros e que, consequentemente, traz muita tranquitidade para os Construtores e Projetistas. 15. MEDIDAS A SEREM TOMADAS NO CASO DE REJEI(AO DO CONCRETO DO LOTE No caso da normalizacéo brasileira, considerando que a eficincia dos estimadores para amostras pequenas com 1 ¢ 36 exemplares fica prejuicada, e que o estimator ests centrado na média, ou seja, no f,,, de bom senso aceitar concretos com resistencia estimada 5% a 10% abaixo do f, de projeto, sendo desnecessaro, nesses casos, revisar 0 Brojeto.Cabe, ne entanto, comuicar Produtor do concreto para que este revise a dosagem. ‘AS normas consultadas, AC, EuroCode We ABNT NBR {6118:2007 recomendam que quando 0 fy fy OU Sea, © controle de aceitagéo automstica do concreto indicou que © concreto produzido nao ten a resist8ncia caractetstica potencial de referéncia adotada por acasiéo do dimensio- rnamento da estrutura, deve-se adotar as agdes corretivas o tipo 2) Revis8o do projeto considerando 0 novo resultado de re~ sisténcia caracterstica do concreto & compressa obtid do controle de recebimento realizado através de corpos de prova moldados; b) Permanecendo a inseguranca estrutura, proceder &ins~ ‘pe¢do “in loco”, preferencialmente methorando a avalia~ «80 através do uso de ensaios simples, tipo esclerome~ ‘ria, pacometriae uttrassom; ©) Na sequéncia, extrair testemunhos de acoréo com a ABNT NBR 7680:2007 (vide Fig. 9), e estimar 0 novo f,, equivalente, de acordo com a ABNT NBR 12655:2006. Neste ponto, @normatizagdo brasileira ainda édeficien~ te e nao especifca, com detalhes claras, como obter 0 1, equivalente 2 partir de ensaios em testemunnos extraidos Os autores se propdem a recigir um texto espectica sobre como pode e deve ser realizada esta transformacéo, ou seja, passar de um f,.., 2m f, equivalente para uma nova veriicagéo da seguranca, Em principio, utiliza-se coeticientes de correco do re~ sultad obtida da extracSo e ensaio, feito a dias de idade € muitas vezes sob carga, para conduzi-lo a uma resisténcia equivalente a de um corpo de prova moldado, rompido a 28dias, em condigdes normalizacas e sem carga. @) De posse desse “novo f,..,” , contronté-la com a f,, de projeto, Se atender, a investigagdo encerra-se e aceita~ ~se 0 conereto do ponto de vista estrutural; «) Caso ainda nao atenda , de projeto, utilizar na nova ve~ ritcacdo estrutural, para o caso dos estado limites it~ mos (ELU), UM +, = 0.8", 4.4. No caso de verticagao dos estados limites de servic (ELS), deve ser adotado ¥, = 1.0, ambos conforme disposto no item 12.4.1 da ABNT NBR 6118:2007, Outras normas internacionais recomen- dam ainda reduziry,e +, e ainda considerar valores de +, da ordem de 0.85", Esta reducao se justiica pelo fato deste concreto extraido representar melhor a resistencia efetiva do con~ creto, ou seja, haver menos desconhecimentos sobre a estrutura, Também s6 deve ser utilizado se realmente howver inspecao da estrutura e comprovacao da qualida~ de de sua execucao. E evidente que 0 bom senso recomenda observar ex- centrcdade, nivel, prumo, alinhamento, armadura, estri- bos, bicheras, etc. antes da tomada nal de decisao. Permanecendo a no conformidade, poder-se-ia esco~ ther entre as seguintes altemativas: a Determinar as resrigdes de uso da estrutura: sm Providenciar o projeto de reforco; sm Deciir pla demolicao parcial ou total, 16. CONSIDERACOES FINAIS Nestas consideragdes técnicas, abordou-se a questo do controle, usando-se como exemplo e dando-se énfase a pragmatica atualmente recomendada para o Controle de Aceitagao do concreto no Brasil, que é uma comprovacao ingispensével e obrigatéria em qualquer obra. No entanto, & através do Contrale Tecnol6gico que fica ressaltada ainda mais a importéncia da atuagio dos Tec- Nologistas de Concreto e de materials junto as obras de construgao civil, ‘A reformulagao continua dos tragas com vistas @ eco- rnomia de material, tradicional recompensa pelo controle, s6 Figura 9 — Extrago de testerunhos cilindricos de conereto da estrutura para avallagdo da resisténcia potencial equivaiente do conereto a compressao 7 se evidenciara através do controle de praducao do concreto, ‘A analise da resisténcia do concreto em estruturas hoje quase restrite as Empresas de Servicos de Concreta- _existentes para fins de avaliacdo da seguranca sera objeto gem e indistrias de pré-fabricados, de outro artigo. Referéncias Bibliograficas {07} calavera Rul, ese, La intuencia ce las varadanes resstentes de las materiales y ce las vaiaciones dimensianales de las plezas 6e hormigon atmado sobre sucapaciad esstente. Madi, nsttuto Earn Toroja, Monograta 324, 1875 {08} casto-Borges, Peco & Helene, Palo. Service Lite Concepts of Reinforced Concrete Structures. New Approach. Chapter 13.n:Sagues, AA; Castro-Borges, Peto: Castaheca-Lopez H.& Toes-Acosta, AA (Ed), Corsion of rastucture. 13 ed, USA: The Electrochemical Society, 2007, ES Fansacions,.3. p. 9-14 ISBN 978-1-58677-540-3, [08] Helene, Pauio.Contribuggo 2 estabelecimento de pardmetos ara dosagem e controle dos concetas de cimento portand S3o Pau, Universidade de Sao Paul, Escala Potécrica, Programa de Ps Grado em Engenharia Gil Departamento de Engenharia de Construgao Ci, 1987, (Tee de Doutoraco) [10] Helene, Paulo. Conroe da Resistencia & Compressio do Cancreto das Estrutuas de Eicagbes e Obras de Ate. Separata cos encates Publicads nas Revistas A Construo, PIL Tecnologie de Eaiicabes.P.Ded Divs de Faicabes, Agosto 1984, Cap. 11 p 49a 54 [11] Helene, Pawo. Conte de Quaidade do Concrete. 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