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ENTENDENDO 0 CONCRETO Controle da resisténcia do concreto — 1? Parte JESSIKA PACHECO PAULO HELENE Pi Even 41. INTRODUGAO im perl 35 overages de conte ca re- sisténcia & compressio do concreto sto entendicas come operagbes de controle de qualidade do concrete. Essa intere- tagdo se deve ao fato desses procedimentos estarem funcamentades num concete esttistice, em varaves aleatorias econtinuas, com amastragem e ensaiospadro- rizados, similar & metedcogia utizada para controle de qualidade de produtes nas industas No rscarer deste texto, demonstra-se que esse controle ce qualidade do concret,focado no controte da resistencia 8 compressio do concteto, € apenas uma par~ te co importante controle tecneogice das estuuzas 46 concreto, este sim podendo asseguar qualia ampla & estrutura al 0 controle ca resistencia & compresséo do concreto das estruluras de eineagdese obras de ate & parte inte srante da introdugdo da segwanga no projeto estrtural eno inespensavl @ sua permanente c morovacéo, recico também por controle de recebimento ou de ace tao do conereto, ‘ala se 0 cue ests sence prauzid correspande 20 {que fol adotado previamente por ocasio do dimensiona~ ‘mento da estutra fa parte da preprla concep do pro 3 um tod, cesso construth Em vias partes do mundo e também no Brasil com inicio ae discussbes a partir de meados da década ce SO (timswortn, 1954) howe aintrocxado conceit de re- sistencia cara istieaassocada a um quanti inferior de luma curva de distibuiggo normal ou de Gauss. No fm da cfcada de 50 e inio da dtcada ce 60, setos foram detnitnamente incorporacos as ormas de projet, com a into 6a nema ABNT NE 11960 Projet e Execurso de Obras de Concreto Amado Procedimento, do concete de resistncia caacterist (oa época denominada resistencia minima com a netagie e.g, asseciaco a0 quanti interior ce 5% De 1960 a 1978, experéncas int esenvlvimento da estlistica para a estimativa de um ‘quanti ¢Anton Cortes, 1972) permitram a atuazagso o texto dessa norma pioneir, dando origem & ABNT NB 411978, também icentineada por ABT NBR 6118,2978, ‘ecorrendo¢ mesmo nas normas equivalents ca Espana, Portugal, Alemana, USA e clas, ainda que com quantis valive’s de 5% a 10% ‘Ao longo dos timos anos, devido a questbes prit- als, essas norms pioneiras que abrangiam Projo, controle e execucso ce estruturs dec eto, fo- ram desmembradas em outras mals espcticas. No Bras atualmente, 0 tema étratado em tes cutras: a ABNT NER 6118-2007, que se destina 20 proetoestrtual; a ABNT ‘Noe 12655:2006, que trata da produgaoe controle de aei- lagio do concrelo; e @ ABNT NBR 14931:2004, que trata 2 exocugto de estruturas de concreto Na Eu apo > controle e rites de aceltao também nao cons tam mals do Euraove ie sim de uma norma especies, EN 206:2000 Concrete: specitcatin, performance, pro ction and conformity. ‘Alem dessas, outras normas especibeas tretam 2 producdo do conceto em canteirae em Centrals, de _amastragem de cancreto resco, de clasitcarzo dos con 5 76 ENTENDENDO 0 CONCRETO Figura 1 — Estocagem, dimensionamento, pteparo e ensaio com corpos de prova 2) Camara imide para cura ds corpos de prov (acevo PIN Revista Téchne,edigéo 166. Janeiro de 2011) 1} Cotpas de prova clindiosadotadas no Brasil coma refrénca de projet e pra coneledaresistncia &compressio do concretofacervo Rubens Bittencourt. Furnas, 2011) «)Reificaga dos topos dos corpas de prova para ensaio acevo PII, Revista Téchne,edigso 166 Janeiro de 2011) <) Ensaio de rptura(aceno PIN, Revista Téchre, eda 166, nei de 2011), cretos, de ensaios de ruptra, ce ensaos ndo destutivos «de ensaios de extragdo de testemunnos Esse conjunto consistente de tests, por vezes des- conhecdo, em sua totalidade, da maira dos engenne 0s, tranguliza proetisas, construlores, pradutores de concret, consultores ¢ labratris de controle, que tém, ‘uma normalcagéo abangente, um referencial seguro € Legal de seu exerccio profssional, minimizando desenten= iments e desgasts entre as partes. "Neste artigo, procurar-se-4relembrar alguns conci- tos basco indispensévels& implantago de um programa e controle visando & seguranga estutual, 20 mesmo tempo em que se apresenta a sistematica atualmente recomendada pela ABNT NBR 12655:2006, focandose no controle de aceitaro ou, também denominado, de recebi- ‘mento ou ce confermigade do concrete, 2. COMO E OBTIDA A RESISTENCIA Por convencio, no Brasil, a resiséncia & compres So, ce reterncia do concreto para tns de introducso da seguranca no proto estruturale pata fins de cotrle, & ‘obtia atravs da tensdo ce ruptura 8 compresséo aia de lum indo de concreto, que deve tr altura gua a0 dobro do imetro, que, por sua vez, pode ser de 10cm, 25cm, 20cm, 25em, 30cm ou 45cm (vide Fig.tb), ‘As medidas possuem tolerSncia de 1% para o d- metro e 2% para a altura, Hoje em dla, para um cor po de prova usual, utlizado no controle de ediicacées lubanas, as dimensdes ideals seriam: (10021)mm por (20024). fm alguns palses, so adotacos compos de prove cubis; em outros, pismaticos. Para controle de ress lencias 8 ragéo & Mexdo, so adolatos outros proce- irmentas e corpes de prova de geometias ropa, néo abordados neste document, 3. COLETA E AMOSTRAGEM ‘A coleta do concreto deve ser realizada em confor rmicade com a norma Mercosur ABNT NBR NMA 33:1998 Amostrage de concreto fresco. Método de ensaia. Nos casos tials, na chegada & obra do caminhéo betonera, apés bem misturar 0 cncreto, deve ser reli- rada uma pequena porgdo ce concreto para ensaios de consstenca eo concreto fresco e beracdo da descarga, fem confrmidade com a ABNT NBR NM 67:1998 Concreta. Determinacéo da consistncia pelo abatinento do trnco «de cone, Método de Fnsaio, ou também em conformidade com os métodos destinados 2 concrelos autoadensévels conform ABNF 158232010 ~ Concrete auioadensavel Para afer a resistencia &compressio esse concre- to, essanorma determina a retirada de outra porcio espe cific de conceto, pertencente ao concretoproveniente do volume do tego meio co bale do caminndo betoneira (0s autores deste artigo recomendam retrar essa orci do altimo terga do volume total desse bald. Do ponto de vista fisico ou de engenharia de concret, tanta faz. D0 ponto de vista matematico retrar © con reto do volume correspondente ao trso central é mals representative Porém, do pont de vista de reduir 0 rsco de ero hhumano, retraro concreto do trgo nal sigriia ini ate esse tal que sea langaca agua em excesso no baléo. 14 seia, edu o rsco humano de haver stro preme= Figura 2 - Diagrama de blocos que esquematicamente situa 0 controle da tesisténcia a compressao do concteto dentro da problematica mais ampla de controle tecnolégico das estruturas de concreto (Terzian, 1993) —— 1. Geet (srt) (nied) 7 78 ENTENDENDO 0 CONCRETO itadae intencional no trago que prejucique a qualicace cxigina do conereto (Helene, 2012) 4. MOLDAGEM E SAZONAMENTO DOS CORPOS DE PROVA [A moldagem eu preenchimento dos moldes deve atonder um procedimento rigoroso deste na ABNT NER [5738-7003 Concreta. Procedimente para moldagem e cura de copos de prova. Em principio, cada moldeclincico de 10cm por 20cm deve ser preenchido em duas camadas, ‘om 12 golpes por camada, quando oadensamento¢ feito ‘com soquete manual, ou em uma camada quande se ut \izam vibradoreseletremecsnices com dametra da aguna eno maximo, 25mm, Para concretos autoadensave's {5CC) 6 dispensado 0 adensamento mecinco © 0 manual ode ser bem lve Mantem-se os compos de prova em cémara amiga [fH 2 95% @ © = (23 = 29°C) até a ida de ens, ce- vende serromplde “sturado". (vide Fig. 18) 5. ENSAIO DE RESISTENCIA Para. ensao ce ruptura deve ser atendicoo métoco ABN NBR 5738:2007 Concret,Ensaios de compressdo de corpo de prova cides, observanco-se muita cuidaco ‘com a preparacio das topos dos corps de prova, send Ideal a chamada “retifcagi0" dos topos (vide Fig 1) Por ranbes sustentneis, @ aconsethivel nda mais usar pasta de base entfre,e, por diculaces operacio~ nals, também néo usar argamassa ou pasta de cimento ‘Também dove-se eitar usar neoprene, escavas ou autos Produtos @aritcios equivaentes ainda nfo consicerados nas armas @ que, via de rea, recurem a resistencia potencial do conereto,comparatvarente a0 pracedimen= to:com topo recaco e aderéncia entre o topo eo prato a prensa outro cuidade ¢ 0 ajuste da velocidace de carga, ‘que muda segundo 0 didmetro do corpo de prova e ‘que deve estar dentro dos limites especificados pelo método, sendo que velocidades muito répidas podem aumentarfalsamente a resistencia evelocidaces muito Lents, requatas. (resutado densa de compressio axial ¢ndicaco ‘coma notagéo fe normalmente expresso em MPa (cor (a 68 10 Kgl er? ou 1 Nie ou 145ps)) (ideale que tos es ensaias sejam realzages por Laboratories competentese supervsonades por um sis tema de qualidade tipo os pertencentes 4 RBLE ~ Rede Brasiera de Laboratrios de Ensaios ~ aceditacos para essa malta. A RBLE @ um conjunt de aboratros cre- enciados pelo INETRO, segundo os requists da norma ARNT NBR SO/EC 17025, considerados hablitados para a realizagda de servos de ensaio. 2 credenciamento estabelece mecanismos para omprovar que os laberatérios empregam um sistema «fe qualidade: que possuer competéncia tecnica, que te- nam labrataristas ceticados pelo INMETRO/BRACON, (Carromeu, 2012) Aetclencia das operagbes de ensao € decisiva para 1 oblencéo de um valor conve e que possa ser tomado coma caracteristco de cet lote de concreto. Um capeamento insatsatorio dos topos dos corpas de prova ou um adensamento defiiente pederto reduir fem até $0% 0 valor da resisténca & compresséo do con- crete de um certo corpo de prova (Tein, 1993) As operagbes de ensaio estdo estabelecias para obter a maxima resistencia potencal daquele concreto. Fssas operaybes so consderadas a melhor forma de adensar,sazonar@ ensaiar um concretoe, portanto,sen- to bem relizcas vio medi a “maxima” ou “poten” resistencia desse volume de concreto que esse corpo de brova representa, Quelquerfalha opeacional val reduir essa resstncia, avin desse conceit aimpertinc'a de operagbes de ensaio coretamente execuratas. 6. IMPORTANCIA DA RESISTENCIA ACOMPRESSAG A resistencia &compresséo € a propriedade do con- trata adotada por ocasiso do dimensionamento da es- ‘rutura. Poranto, esta cretamente ligada a seguanga estailaade estrutua -Resrutura dove ser constuica com un eonereto de resistencia & campresséo igual ou superior aque valor sifotado ro prieto estrutwale tomade come referencia pata fins de controle. Portanta, conceitualmente, néo ¢ a resistencia do concroto na estrtua, connec por ressténcia 4 com= ressdo “etetva™ (1) ou “ral” do conceto, que deve ser conroada, ( feterencal

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