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Campus Cambuci
Cambuci
Setembro/2018
Bruna Regina Simplício da Silva
Cambuci
Setembro/2018
RESUMO
Muito já se falou sobre Almeida Júnior em diversas análises correntes sobre suas obras.
No primeiro momento nos deparamos com uma figura caipira paulista, autor de quadros
produzidos no Brasil, após seu retorno de Paris. Iniciando a fase na arte conhecida como
regionalista. Almeida Junior começa a representar o espaço brasileiro, através de obras
que retratam o cotidiano, a vida rural. Pretende-se aqui discorrer muito além de rasos
olhares sobre sua criação, buscando elementos que permitam obter uma relação de
pertinência com momento da criação do artista e refletir sobre seu processo de produção
artística, numa interação entre interior e exterior, que conduza a uma análise histórica,
estética e discursiva. Compondo assim, a estrutura das ideias aqui colocadas. Tendo em
vista que as mudanças ocorridas na Europa e também no Brasil no século XIX
influenciaram fortemente as pinturas produzidas nessa época, assim, os artistas
começaram a buscar a utilidade da arte no processo de transformação social em
detrimento de uma postura individualista romântica que justificava a arte pela arte.
SOBRE O AUTOR
SUA OBRA
Fonte: http://mnba.gov.br/portal/component/k2/item/127-dencanso-do-modelo.html
Ao pensar na análise de uma obra, torna-se necessário entender muito além do que nos é
apresentado, é necessário uma visão crítica, uma análise minuciosa de cada aspecto
apresentado por essa imagem. Mas como entender o que a imagem traz? Como
identificar aspectos que antes eram imperceptíveis? Como reconhecer e identificar os
discursos que compõe a imagem? Essas eram as perguntas que eu me fazia ao longo das
disciplinas de memória e imagem e também de análise do discurso.
Entender que o contexto histórico em que tal imagem foi produzida, o momento em que
foi produzida, quem a produziu, foi de grande relevância para aguçar minha percepção,
e permitir que eu levasse em conta que uma obra pode trazer de informação, seja ela
explicita ou não.
Ao decorrer dos seminários, a cada análise era possível reconhecer as particularidades
de cada autor, e como essas particularidades podiam ou não influenciar sua obra. Na
visita ao museu, ao ter contato com as obras, foi possível entender o que a disciplina
pretendia alcançar. Contextualizando com as memórias existentes, tornou-se possível
entender os discursos existentes nas obras e através do contexto histórico onde elas
foram produzidas, observar que a análise iconológica nem sempre é possível, pois
algumas obras perpassam reflexões teóricas. Obras que retratam o social, os processos
de produção, as interrupções cotidianas, vão além de uma análise programada, exigem
um olhar de criticidade. Como referia Foucault (2007), para analisar uma obra, pode-se
reconstruir o universo latente do pintor. Pode-se querer reencontrar os incômodos de
suas intenções que não são apenas, transcritas em palavras, superfícies e cores; pode-se
tentar destacar a filosofia implícita que, supostamente, forma a visão de mundo.
A assimilação dos conceitos interligados tanto na AD, quanto em memória e imagem,
me permitiram outro olhar sobre qualquer obra que me é apresentada, e para muito
além, me conduziu a uma sensibilidade inesperada sobre a sociedade em si.
Promovendo uma reflexão instantânea sobre os discursos e imagens que produzimos do
outro, e também sobre as análises que fazemos cotidianamente da “imagem do outro”,
limitando nossa observação apenas a pré-iconografia, deixando de explorar as tantas
vozes, imagens e memórias que o iconológico, e para além dele tem a nos oferecer.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
8- http://mnba.gov.br/portal/component/k2/item/127-dencanso-do-modelo.html,
acessado em: 17 de setembro 2018.