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A morte de qualquer membro da comunidade do Candomblé implica na

realização de rituais fúnebres chamados ÀSÈSÈ, cuja finalidade é desfazer o


assentamento do ORI e os vínculos com o Òrìsá pessoal, significando
desfazer, também, os vínculos com todos os membros do barracão e despachar
o ÈGÙN do morto, para que o mesmo deixe a terra e vá para o ÒRUN.

Toda a sequência iniciática por que passa um membro do Candomblé,


representa aprofundamento dos laços religiosos com a comunidade. Ao
morrer, esses vínculos têm que ser desfeitos para liberação do ÈGÙN das
obrigações, principalmente, religiosas da terra.

Partcipam do ritual os Òrìsás OYA, NÀNÁ, OMOLÚ, ÒGÚN, ÒSÙMÀRÈ e


YEWÀ.

A cerimonia inicia-se imediatamente após a morte, o sacerdote manuseia o


corpo para retirar da cabeça a marca simbólica da presença do Òrìsá; o cabelo
no alto da cabeça é raspado e o craneo lavado com um preparado de folhas e
água ( AMACI ) , simbolisando a inversão, simbólica, do primeiro ritual
iniciático. Este líquido resultante da lavagem da cabeça fará parte do grande
despacho do morto.

Terminado o enterro é que será iniciado, efetivamente, os rituais do ÀSÈSÈ.


Os presentes usam roupas brancas e tiras de folha do dendezeiro atadas nos
braços como proteção contra os ÈGÙNS. O morto é representado por um
recepiente de barro virgem.

Os objetos sagrados do morto são desfeitos, quebrados e despachados; porém,


após consulta aos búzios, alguns objetos ou assentamento poderão ser dado a
alguém que passará a zelar religiosamente pelos mesmos.

Ao final dos rituais o despacho é levado para longe do barracão e o ÈGÙN esta livre
para partir, fechando, assim, o ciclo no conceito de vida das tradições africanas.

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