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Aborto
Aborto
Deste modo, considero que o aborto não deveria ser aceite, pois temos que ter
sempre em consideração o direito moral à vida do embrião ou feto, e assim, a proteção à
vida que é um valor superior à escolha da mulher. O contra-argumento encontra-se no
sentido moral do termo, pois a vida do embrião tem que ser protegida, mas não temos a
certeza se o embrião é considerado uma pessoa podendo sentir dor, se tem direito à vida
e se é destituído do direito à vida.
No entanto, uma forma de resolver o problema imposto por John Locke e a sua
definição de pessoa é apelar para a doutrina de Aristóteles da “potência” e “ato”. Na
doutrina de Aristóteles, existe um ser em ato e um ser em potência. Um ser em potência
é um ser que tem a aptidão de realizar algo, enquanto que um ser em ato é um ser que
tem a capacidade de realizar concretamente essa potencialidade. Por exemplo, num caso
em que eu possuo a capacidade de andar (potência), eu ando (ato) se não for impedida
por condições externas. Segundo esta perspetiva, o feto seria um indivíduo em potencial
e, ao realizar o aborto, estaria a travar a vida futura e assim, a potencialidade de o feto
ser uma pessoa. Tendo em conta que o feto dentro da mulher poderá ser uma pessoa no
futuro, estaríamos quase a cometer homicídio porque estaríamos a privar alguém de
viver e de alcançar o seu potencial máximo.
Outra razão pela qual o aborto não deve ser realizado é a saúde da mulher
portadora do feto pois este procedimento médico, sendo contra a natureza, é muito
complexo é pode levar a danos irreversíveis para a mulher como a infertilidade,
perfuração do útero, retenção de restos de placenta, entre outros, segundo Correia,
Monteiro, Cavalcante e Maia (2011), autores de um artigo publicado numa revista de
enfermagem. O risco e a gravidade das complicações anteriormente referidas crescem
com o avanço da gestação.
No entanto, estas condições podem não estar disponíveis para toda a população e
por isso o aborto pode ser realizado de maneira incorreta, o que leva a diversos riscos
para a saúde da mulher. Apesar de haver hospitais públicos, os custos são elevados e
consequentemente, a população recorre a métodos ilegais e sem qualquer cuidado
médico. Por exemplo, uma pessoa que não tem recursos económicos e que está num
período de gestação, se quiser realizar um aborto irá recorrer a métodos menos corretos
e assim pôr em risco a sua vida.
Portanto, o aborto não deve ser realizado uma vez que devemos ter em conta que
o feto é um indivíduo em potencial já que no futuro será uma pessoa com direitos, tendo
em conta que o embrião tem direito à vida. Este procedimento também pode ser um alto
risco para a saúde da mulher.
Claudia silva 10ºC Nº 9