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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE –FURG

ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO EM


ENGENHARIA CIVIL

MATHEUS ANDERSON DOS SANTOS TRINDADE DA COSTA (82413)

RIO GRANDE, NOVEMBRO DE 2018.


MATHEUS ANDERSON DOS SANTOS TRINDADE DA COSTA (82413)

Relatório elaborado para compor parte da


avaliação da disciplina de Estágio
Supervisionado Obrigatório em Engenharia Civil,
sob orientação da Prof.ª Dr.ª Carla Silva da Silva.

Local: Laboratório de Materiais e Construção


Civil – Campus Carreiros – FURG.

Supervisão: Jorge Luiz Oleinik Nunes

Período: de 20 julho 2018 à 05 de dezembro de


2018.

Carga horária semanal: 22 horas

RIO GRANDE, NOVEMBRO DE 2018.


Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 6
1. Análise do local ................................................................................................................................. 7
2. Laboratórios ....................................................................................................................................... 8
3. Extração de amostras ...................................................................................................................... 8
3.1. Restauro dos furos de extração .......................................................................................... 10
4. Ensaio de íons cloreto ................................................................................................................... 12
4.1. Limpeza do material do laboratório ................................................................................... 15
5. Difração de raios X ......................................................................................................................... 16
6. Mapeamento ..................................................................................................................................... 18
7. CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 20
Índice de Tabelas

Tabela 1 - Dados DRX ................................................................................................................................... 16


Índice de Figuras
Figura 1 - Eflorescência na torre leste (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção - FURG) ................... 7
Figura 2 - Raspagem da tinta (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção - FURG) ................................ 9
Figura 3 - Prof. Dr. André T. C. Guimarães executando a extração de amostrar ........................................... 9
Figura 4 - Indicação dos furos referentes ao ponto Oeste 2 (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção
- FURG) ......................................................................................................................................................... 10
Figura 5 - Amostras (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção - FURG) ............................................. 10
Figura 6 - Furos fechados, antes do acabamento final (Fonte: Fotografia de autoria própria) .................. 11
Figura 7 - Cadinho e peneira (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil) .................................... 12
Figura 8 - Balança de precisão (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil) ................................. 13
Figura 9 - Recipiente antiumidade (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil) ........................... 13
Figura 10 - Ensaio determinação de perfil de íons cloreto (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção
Civil) .............................................................................................................................................................. 14
Figura 11 - Leitura de potencial elétrico, MV (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil) ........... 14
Figura 12 - Materiais secando (Fonte: Fotografia de autoria própria) ........................................................ 15
Figura 13 - Cadinho utilizado para moer amostrar (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil).. 17
Figura 14- Amostras prontas para serem levadas ao CEME-SUL (Fonte: Fotografia de autoria própria) ... 17
Figura 15 - Difratômetro de Raios X com câmara para temperaturas criogênicas, Bruker, D8 Advance.... 18
Figura 16 - Representação gráfica feita em Auto-CAD ao lado da representação antiga (Fonte: Elaborada
pelo autor).................................................................................................................................................... 19
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INTRODUÇÃO

As atividades desenvolvidas, ao longo do período de estágio


supervisionado obrigatório, são as apresentadas no plano de trabalho do
estágio. Tendo o requisito de pelo menos 180 horas de atividades atendido.

Buscando o aperfeiçoamento profissional, o estágio contempla uma


área de atuação onde várias habilidades podem ser desenvolvidas, sendo
essas: manuais, técnicas, laboratoriais e burocráticas.

Foram desenvolvidos: trabalho de campo, levantamento e


mapeamento de manifestações patológicas, extração de corpos de prova e
avaliação do desempenho da argamassa de saneamento utilizada na
restauração da Catedral de São Pedro, localizada em Rio Grande, sendo a
primeiro igreja erguida no Estado do Rio Grande do Sul. Fazendo-se
necessário a aplicação prática de diversos conhecimentos adquiridos ao
longo do curso de engenharia civil, na área de materiais, construção civil,
patologias e química.

A argamassa de saneamento tem como objetivo a retenção dos cristais


de cloretos em seu interior, tendo poros que comportam o armazenamento
desses cloretos, sem que ocorra danos e patologias na parede.
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1. Análise do local

A análise local foi baseada em experiências passadas, bem como em


estudos locais. Histórico de intervenções passadas, como aquela onde a
argamassa de interesse foi aplicada, e experiência dos engenheiros
professores no evento foram essenciais para o mapeamento das patologias
e pontos de interesse.

Foi feito o uso de uma câmera termográfica para localizar as regiões


de maior umidade interna, sendo apresentados na câmera como escuros,
de menor temperatura.

Na torre leste da catedral foi encontrado um tipo de eflorescência ou


criptoflorescência, ainda indeterminada a causa, sendo objeto de interesse.

Figura 1 - Eflorescência na torre leste (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção - FURG)


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2. Laboratórios

Durante o desenvolvimento do estágio foram utilizados como


ferramentas, de modo a direto ou indireto, laboratórios presentes na
Universidade Federal do Rio Grande – FURG.

De maneira direta os laboratórios de Materiais e Construção civil e de


Química dos Materiais. Indiretamente Centro de Microscopia Eletrônica do
Sul.

3. Extração de amostras

Até o momento da elaboração deste relatório, foram extraídos 7 pontos


de amostras de argamassa da Catedral de São Pedro. Do total, 4 pontos de
extração foram feitos na lateral externa leste e 3 na lateral externa oeste.
Cada ponto extração é composto por diversos furos.

Primeiramente é coletado uma amostra da tinta fixada na parede, isso


é feito através da raspagem da mesma com o auxílio de uma espátula.
Pedaços de tinta e pó provenientes da raspagem caem diretamente dentro
de um saco plástico, posicionado diretamente abaixo do ponto de extração.

As amostras foram retiradas de modo a representar camadas ao longo


da profundidade no interior da parede, abrangendo a argamassa, interface,
argamassa de assentamento e tijolo.

Com o uso de uma furadeira especial, que trabalha com um sistema


de aspiração armazenando o material coletado em um cartucho, são
executadas coletas de uma determinada profundidade em todos os furos do
ponto de interesse. O pó proveniente dos furos, nessa determina
profundidade, é então armazenado em um saco plástico que contém as
informações do local da amostra, da profundidade (por exemplo:
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profundidade 1, profundidade 2) e da penetração real da broca em cada furo


(por exemplo: um terminou em 0,8 centímetros, outro em 1,0 centímetros).
São anotadas também a espessura da argamassa, em qual profundidade
existe se encontra a interface e quais profundidades correspondem a tijolo e
argamassa de assentamento. O número de profundidades varia de acordo
com o orientador, baseado na espessura de argamassa do ponto analisado
e propriedades peculiares da amostra.

Figura 2 - Raspagem da tinta (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção - FURG)

Figura 3 - Prof. Dr. André T. C. Guimarães executando a extração de amostrar

(Fonte: Laboratório de Materiais e Construção - FURG)


10

Figura 4 - Indicação dos furos referentes ao ponto Oeste 2 (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção - FURG)

Figura 5 - Amostras (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção - FURG)

3.1. Restauro dos furos de extração

Os furos foram fechados utilizando uma argamassa de saneamento


especial. Sendo desenvolvida em um estudo que buscou adaptar o traço da
argamassa de saneamento alemã, que foi utilizada na anteriormente na
Catedral, para os materiais da região.

A argamassa foi levada pronta do Laboratório de Materiais e


Construção Civil, sendo adicionado água e executada a mistura in loco.
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Com auxílio de instrumentos como espátulas, desempenadeira lisa e


um cilindro de diâmetro menor que o furo a ser preenchido, a argamassa foi
gradativamente inserida, preenchendo completamente os furos de extração.
Foi feito um acabamento final com uso de espátula para manter uma textura
dos pontos de extração coincidentes com a parede.

As paredes foram pintadas com cal, mantendo a pintura padrão


utilizada em toda parede.

Figura 6 - Furos fechados, antes do acabamento final (Fonte: Fotografia de autoria própria)
12

4. Ensaio de íons cloreto

O ensaio é bastante complexo e técnico, por isso será abordado de


maneira superficial neste relatório. Ele é feito com amostra pulverizada,
utilizando cadinho para esmagar os grãos maiores e aglomerados,
prosseguindo para peneiração. O material então é seco em estufa e pesado
por uma balança de precisão.

Para evitar o acumulo de umidade, as amostras após secas são


guardadas em um recipiente que impede a entrada de umidade, esse
recipiente contém em seu fundo cristais anidros, que absorvem a umidade
que conseguir penetrar.

Após os procedimentos químicos do ensaio, analisa-se como as


leituras do potencial elétrico se comportam a cada adição de reagente de
nitrato de prata. Ao ser adicionado quantidade suficiente para reagir com
todos os íons cloreto presentes na amostra, ocorre uma grande variação na
leitura de potencial, assim determinando-se a quantidade de cloreto na
amostra.

Figura 7 - Cadinho e peneira (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil)


13

Figura 8 - Balança de precisão (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil)

Figura 9 - Recipiente antiumidade (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil)


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Figura 10 - Ensaio determinação de perfil de íons cloreto (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil)

Figura 11 - Leitura de potencial elétrico, MV (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil)


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4.1. Limpeza do material do laboratório

Todo material (vidraçaria por exemplo) utilizado no laboratório deve ser


limpo de uma maneira especial, de forma a não comprometer o ensaio de
perfil de cloretos, já que a água comum contém cloro para desinfecção. Todo
equipamento utilizado deve ser limpo com atenção, utilizando detergente
neutro. Após a limpeza, o material é enxaguado três vezes com água
comum, para total remoção do detergente, seguindo para três enxagues
utilizando água destilada, para remoção dos cloretos presentes na água
comum.

A secagem se dá de forma natural, em uma bandeja forrada com papel,


permanecendo o tempo que for necessário para total secagem, podendo
demorar dias.

Figura 12 - Materiais secando (Fonte: Fotografia de autoria própria)


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5. Difração de raios X

O ensaio por difração de raios X é feito por agendamento no Centro de


Microscopia Eletrônica do Sul, CEME-SUL. Os resultados são fornecidos em
forma de arquivo de texto, contendo uma série de números que devem ser
analisados via software, sendo que essa análise fica a cargo do solicitante.

Um trecho que representa o arquivo de dados recebidos, já


transformado em formato de planilha, pode ser observado na tabela 1.

Tabela 1 - Dados DRX

Quanto menor a umidade e tamanho das partículas, mais precisos são


os resultados obtidos com o DRX. Antes de enviar para análise as amostras
foram moídas com uso de um cadinho e pistilo, por 10 minutos cada. Em
seguida foram colocas em uma estufa a 100ºC por 24 horas.
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Figura 13 - Cadinho utilizado para moer amostrar (Fonte: Laboratório de Materiais e Construção Civil)

Figura 14- Amostras prontas para serem levadas ao CEME-SUL (Fonte: Fotografia de autoria própria)
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Figura 15 - Difratômetro de Raios X com câmara para temperaturas criogênicas, Bruker, D8 Advance.

(Fonte: https://cemesul.furg.br/o-ceme-sul/infraestrutura.html, acessado em 21/11/2018)

6. Mapeamento

O mapeamento ainda está sendo realizado, na data de elaboração


deste relatório. Ele será feito a partir de representações gráficas de Catedral
de São Pedro, baseando-se em desenhos antigos já existentes. Após a
representação gráfica, utilizando a ferramenta Auto-CAD, poderemos
adicionar qualquer tipo de detalhe, localização e representação patológica,
podendo-se gerar um grande número de diferentes representações.
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Figura 16 - Representação gráfica feita em Auto-CAD ao lado da representação antiga (Fonte: Elaborada pelo autor)
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7. CONCLUSÃO

O estágio se mostrou bastante enriquecedor, fazendo uso de


conhecimentos adquiridos ao longo do curso, bem como desenvolvendo
novos conhecimentos técnicos e práticos, voltados para uma área de
atuação da engenharia ainda pouco explorada.

O nicho de mercado apresentado mostra-se bastante promissor, uma


vez que a engenharia vai muito além da mera execução, sendo de extrema
importância o acompanhamento do desempenho, monitoramento e
manutenção. Esse assunto está em evidência no momento, com diversas
obras de grande porte apresentando problemas graves, como desabamento
de viadutos. Esses graves problemas, seguidos de investigação, mostram
que as mesmas estruturas, já colapsadas, apresentam em diversos outros
trechos situações de preocupação, como: fendas, corrosões, infiltrações,
desgaste e outros.

O conhecimento e técnicas desenvolvidas durante o estágio refletem


também na execução, já que devemos evitar que os problemas analisados
voltem a aparecer futuramente, analisando a melhor técnica construtiva para
a prevenção de patologias.

O acesso a informação, trabalhando com profissionais com grande


experiência, que presenciaram e executaram largas reformas e controles
patológicos, é um dos principais fatores que agregam a capacitação técnica
desse estágio.
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Folha de Assinaturas

As pessoas abaixo relacionadas revisaram e aprovaram o relatório de


estágio obrigatório apresentado pelo estudante de Engenharia Civil Matheus
Anderson dos Santos Trindade da Costa.

Estagiário Matheus Anderson dos Santos Trindade da Costa

Orientador do estágio na empresa Prof. Me. Jorge Luiz Oleinik Nunes

Orientador(a) do estágio na FURG Prof.ª Dr.ª Carla Silva da Silva

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