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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO MARANHÃO – CAMPUS CAXIAS


CURSO DE FORMAÇAO INICIAL E CONTINUADA – FIC
MODALIDAE PRONATEC DE AUXILIAR DE BIBLIOTECA
PROFESSORA: DENIZETE LIMA DE MESQUITA
DISCIPLINA: ORGANIZAÇÃO E TRATAMENTO DO ACERVO

CURSO DE FORMAÇAO INICIAL E


CONTINUADA-FIC
CURDO DE AUXILIAR DE BIBLIOTECA

DISCIPLINA:
ORGANIZAÇÃO E TRATAMENTO DO ACERVO
ELABORAÇÃO:
Denizete Lima de Mesquita
Graduada em Biblioteconomia pela Universidade Estadual do Piauí - UESPI
Especialista em “Estado Movimentos Sociais e Cultura” pela Universidade
Estadual do Piauí – UESPI

São João do Sóter - MA


2014
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CURSO DE FORMAÇAO INICIAL E CONTINUADA – FIC
MODALIDAE PRONATEC DE AUXILIAR DE BIBLIOTECA
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DISCIPLINA: ORGANIZAÇÃO E TRATAMENTO DO ACERVO

APRESENTAÇÃO

Para que a biblioteca cumpra a função de expandir o conhecimento, é preciso


diversificar o acervo e torná-la um ambiente de descobertas, assim, cabe aos profissionais que
trabalham em bibliotecas e unidades de informação propiciar aos seus usuários um ambiente
agradável para o desenvolvimento de atividades educacionais e culturais, visto que seu papel
vai além do simples ato de organizar os itens no acervo.
Nesse sentido, os técnicos e auxiliares de biblioteca tem como missão executar as mais
variadas tarefas de forma a dar um suporte ao bibliotecário e à instituição a qual trabalha, pois
esses profissionais e o bibliotecário devem estar devidamente capacitados para executar suas
atribuições, mantendo assim o ambiente favorável para poder prestar um serviço de qualidade,
para toda a comunidade de usuários, bem como servir a instituição mantenedora no que tange
à disponibilização de itens informacionais, pois um ambiente em que há colaboração e
compreensão de todos consequentemente terá bons resultados.

Bibliotecários sem auxiliares capacitados são como


médicos sem enfermeiros. Imprescindíveis no dia-a-dia,
representam mão-de-obra valiosa para o andamento de
todas as atividades de uma biblioteca ou centro de
documentação e informação.
(SILVA; ARAÚJO, 2009)

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1. INTRODUÇÃO

A biblioteca existe para que aqueles que a procuram tenham suas necessidades de
informação satisfeitas, por isso a biblioteca deve:
Servir a sua comunidade, possibilitando a promoção de instrução e de difusão
cultural;
Realizar um conjunto de tarefas voltadas à seleção, à organização, à recuperação e à
disseminação da informação;
Estar pronta para oferecer as informações no momento em que são solicitadas;
Tratar e atender a todos indistintamente, com solicitude, educação e presteza.

Assim, faz-se necessários compreendermos como funciona as atividades referente a


organização e tratamentos dos itens que compõem os acervos das bibliotecas, pois existem na
biblioteca, pontos que precisam ser observados com muita atenção como por exemplo: local,
mobiliário, equipamentos e máquinas, material de consumo, etc.

A biblioteca abrange serviços administrativos e serviços técnicos especializados. A


parte administrativa é de responsabilidade da chefia e a parte técnica é executada em seções
diferentes, como:
 Seleção;
 Aquisição;
 Referência;
 Circulação e empréstimo;
 Periódicos;
 Reprodução de cópias e intercâmbio.

Em uma biblioteca existem vários tipos de documentos impressos e de materiais


especiais, também chamados multimeios (fitas de áudio e vídeo, slides, fotografias, etc), que
precisam passar por todos os processos de classificação, catalogação indexação assim como é
feito com os materiais bibliográficos (Livros, Folhetos, Periódicos, gibis, etc.).

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Em relação a forma de consulta dos materiais do acervo das bibliotecas, estes são
divididos em:
Obras de Texto – são livros que abordam os temas com profundidade, como por
exemplo: livros didáticos, livros técnicos e científicos, livros de cultura geral ou de
recreação;
Obras de Referência: são aquelas habitualmente usadas para consulta; geralmente
abrangem várias áreas do conhecimento, dando a cada tópico um tratamento
especial e são organizadas de acordo com um plano predeterminado, para facilitar a
localização de informações. As obras de referência mais conhecidas são:
 Dicionário – publicação que reúne um conjunto de palavras de um
idioma ou de termos técnicos, em ordem alfabética, com seu
significado ou sua versão em outra língua;
 Enciclopédia – publicação que abrange todos os ramos do
conhecimento e cujos temas são abordados em seus aspectos
fundamentais;
 Bibliografia – publicação que informa sobre um determinado acervo ou
assunto, através de referências bibliográficas.

Em relação ao processo técnico, esse é dividido em 5 partes, a saber:


 Seleção;
 Aquisição:
 Permuta;
 Compra;
 Doação.
 Registro ou tombamento;
 Catalogação;
 Classificação;
 Indexação;
 Preparo dos livros para empréstimo:
 Após ter passado por todas as etapas do procedimento técnico, o livro é
preparado para o empréstimo, que consiste em:
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 Ordenação dos livros nas estantes.

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2. NOÇÕES DE CLASSIFICAÇÃO

A classificação está à Filosofia, e busca manter relação entre as diversa áreas do


conhecimento. Segundo Silva (2006) Aristóteles teria sido o primeiro intelectual a se
preocupar e dividir o conhecimento em áreas, classificar o saber e até mesmo a iniciar a
organização dos hoje denominados suportes físicos da informação, os documentos em suas
variadas formas de apresentação daquela época (pergaminhos, os papiros, as tabuletas
enceradas) que eram as mídias da época.
A ação de classificar é intrínseca ao homem que desde a antiguidade tem a
preocupação em classificar e organizar todo e qualquer material em mãos.
O hábito de classificar é realizado, muitas vezes, de maneira inconsciente:
 Dividindo em grupos ou classes, segundo as diferenças ou semelhanças;
 Dispondo os conceitos, segundo suas semelhanças ou diferenças, em certo número de
grupos metodicamente distribuídos.
Os sistemas de classificações bibliográficos são conhecidos por possuírem relações
hierárquicas entre os conceitos que representam o assunto e/ou tema abordado nos diversos
suportes informacionais.
Vale ressaltar que as classificações bibliográficas tiveram origem nos modelos de
classificação filosóficos e foram criadas com o objetivo de organizar os documentos nas
estantes e as referências ou fichas bibliográficas nos catálogos.
Dentre os diversos sistemas de classificação bibliográficos já elaborados ao longo da
história da escrita, os mais conhecidos são:
 Classificação Decimal Universal (CDU)
 Classificação Decimal de Dewey (CDD)
 Classificação Facetada
Classificação Facetada
A classificação facetada representou uma ruptura com a metodologia vigente para
elaborar sistemas de classificação, onde as classificações existentes até então uniam os
assuntos, basicamente, por meio de relacionamentos hierárquicos.

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Foi Ranganathan que evidenciou a necessidade de elaboração de esquemas de classificação


que pudessem acompanhar as mudanças e a evolução do conhecimento, classificando-o em
grandes classes e conceitos básicos, ou elementos, de acordo com certas característica.
Denominado assim de fragmentação de um assunto em suas partes constituintes: PMEST
 Personalidade: distingue um assunto
 Matéria: material físico do qual um assunto pode ser composto
 Energia: ação que ocorre em torno de um assunto.
 Espaço: componente geográfico da localização de um assunto
 Tempo: período associado com um assunto

Nos princípios classificatórios, os fundamentos essenciais utilizados na classificação são:


 Categorização;
 Diferenciação entre termos e conceitos;
 Estabelecimento de hierarquias;
 Multidimensionalidade dos termos;
No que tange a categorização esta pode ser compreendida como um processo mental
de dividir os conceitos em grupos gerais ou categorias amplas, estes compreendem certos
componentes que compartilham similaridades em termos de atributos num dado contexto,
onde as categorias são elementos agregadores que reúnem os conceitos mais altos de um
sistema de classificação, permitindo a visualização de uma área como um todo.
Na estrutura de representação, as categorias fundamentais, funcionam como o primeiro
corte classificatório, o qual é extremamente importante, uma vez que é ele quem determina a
estrutura de representação da classificação.

Já a extensão e Compreensão, indicam duas propriedades lógicas, onde: Quanto maior a


extensão de um termo, menor sua compreensão, e quanto maior a compreensão, menor a
extensão.
O objetivo da classificação facetada é estabelecer categorias para a elaboração de
estruturas conceituais e possibilitar que se classifiquem todos os conceitos de forma não
ambígua por meio de suas características essenciais .

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1.1 Noções de Classificação Decimal de Dewey – CDD: história, evolução e conceitos.


O sistema de classificação decimal de Dewey (CDD) é uma ferramenta organizacional
de conhecimento geral que é continuamente revisada para acompanhar o conhecimento. O
sistema foi concebido por Melvil Dewey em 1873 e publicado pela primeira vez em 1876. A
CDD é publicada pela OCLC (Online Computer Library Center), Inc. A OCLC possui todos
os direitos autorais da classificação decimal de Dewey e licencia o sistema para uma série de
usos.
A CDD é o sistema de classificação mais amplamente usado no mundo. Bibliotecas
em mais de 135 países usam a CDD para organizar e oferecer acesso a suas coleções, e os
números da CDD estão presentes nas bibliografias nacionais de mais de 60 países. Bibliotecas
de todos os tipos aplicam números Dewey diariamente e compartilham esses números por
uma série de meios (inclusive o WorldCat, o Catálogo de Grupo de Bibliotecas On-line da
OCLC). Dewey também é usado para outros propósitos, por exemplo, como mecanismo de
navegação para recursos na Web.
A CDD já foi traduzida para mais de 30 idiomas. Traduções das edições mais recentes
e abreviadas da CDD estão concluídas, planejadas ou em andamento em árabe, chinês,
francês, alemão, grego, hebraico, islandês, italiano, coreano, norueguês, russo, espanhol e
vietnamita.
Um dos pontos fortes do Sistema postula do Melvil Dewey é que é mantido em uma
agência bibliográfica nacional, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América
(EUA). O escritório editorial do Dewey está localizado na Divisão de Classificação Decimal
da Biblioteca do Congresso (EUA), onde especialistas em classificação atribuem anualmente
mais de 110.000 números da CDD para registros de obras catalogadas pela Biblioteca. Ter o
escritório editorial dentro da Divisão de Classificação Decimal permite que os editores
detectem tendências na literatura que devem ser incorporadas na Classificação. Os editores
preparam revisões e expansões propostas de programação, encaminham as propostas ao
Comitê de Política Editorial da Classificação Editorial (EPC) para revisão e ação
recomendada.
O EPC é um conselho internacional de dez membros cuja função principal é
aconselhar os editores e a OCLC sobre questões referentes a mudanças, inovações e
desenvolvimento geral da Classificação. O EPC representa os interesses de usuários da CDD;
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seus membros têm origem em bibliotecas nacional, públicas, especiais e acadêmicas e de


bibliotecas escolares.
A CDD é publicada em edições integrais e resumidas tanto em versões impressas
quanto eletrônicas. A edição resumida é um corte lógico da hierarquia estrutural e de notação
da edição completa correspondente sobre a qual é baseada e serve para coleções gerais de
20.000 títulos ou menos. WebDewey e Abridged WebDewey, as versões eletrônicas das
edições integrais e resumidas, respectivamente, são atualizadas com frequência e contêm
entradas adicionais de índice e vocabulário mapeado. As versões eletrônicas e as publicações
suplementares na Web são as principais fontes de atualizações constantes da CDD. No site do
Dewey (www.oclc.org/dewey), novos números selecionados e alterações à CDD são
publicados mensalmente, e os mapeamentos entre novos Cabeçalhos de Assunto da Biblioteca
do Congresso (EUA) (LCSH) e números Dewey selecionados são publicados a cada 15 dias.
A CDD possui estrutura e notação e foi construída sobre princípios sólidos que a
tornam ideal como ferramenta geral de organização do conhecimento: notação significativa
em numerais arábicos universalmente reconhecidos, categorias bem definidas, hierarquias
bem desenvolvidas e uma rica rede de relacionamentos entre tópicos. Na CDD, as classes
básicas são organizadas por disciplinas ou campos de estudo. NO nível mais amplo, a CDD é
dividida entre dez classes principais, que, juntas, abrangem o escopo inteiro do conhecimento.
Cada classe principal é subdividida em dez divisões, e cada divisão em dez seções (nem todos
os números para as divisões e seções foram usados).
A estrutura principal da CDD é apresentada nos sumários da CDD após essa
introdução. Os cabeçalhos associados aos números nos sumários foram editados para fins de
navegação e não necessariamente correspondem aos cabeçalhos completos encontrados nas
programações.
O primeiro sumário contém as dez classes principais. O primeiro dígito em cada
número de três dígitos representa a classe principal. Por exemplo, 600 representa tecnologia.
O segundo sumário contém as divisões das centenas. O segundo dígito em cada
número de três dígitos indica a divisão. Por exemplo, 600 é usado para obras gerais sobre
tecnologia, 610 para medicina e saúde, 620 para engenharia, 600 para agricultura.
O terceiro sumário contém as seções dos milhares. O terceiro dígito em cada número
de três dígitos indica a seção. Desta forma, 610 é usado para obras gerais sobre medicina e
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saúde, 611 para anatomia humana, 612 para fisiologia humana, 613 para saúde e segurança
pessoal.
Numerais arábicos são usados para representar cada classe na CDD. Um ponto
decimal segue o terceiro dígito em um número de classe, após o qual a divisão por dez
continua até o grau específico de classificação necessário.
Um assunto pode aparecer em mais de uma disciplina. Por exemplo, "vestuário" tem
aspectos que se encaixam em várias disciplinas. A influência psicológica do vestuário
pertence a 155.95, como parte da disciplina de psicologia; costumes associados ao vestuário
pertencem a 391, como parte da disciplina de costumes; e vestuário no sentido de moda
pertence a 746.92, como parte da disciplina das artes.
A hierarquia na CDD é expressa por estrutura e notação. Hierarquia estrutural
significa que todos os tópicos (exceto as dez classes principais) são parte dos tópicos mais
amplos acima deles. Qualquer nota referente à natureza de uma classe se mantém verdadeira
para todas as classes subordinadas, inclusive tópicos logicamente subordinados classificados
em números coordenados.
A hierarquia de notação é expressa pelo comprimento da notação. Números em um
determinado nível são geralmente subordinados a uma classe cuja notação tem um dígito a
menos; coordenados com uma classe cuja notação tem o mesmo número de dígitos
significativos; e superordenados a uma classe com números com um ou dois dígitos a mais.
600 Tecnologia
630 Agricultura e tecnologias relacionadas
636 Animal husbandry
636.7 Pecuária
636.8 Gatos
A partir das informações apresentadas, pode-se dizer que: “Cães” e “Gatos” são mais
específicos do que (isto é, são subordinados a) "Pecuária"; são igualmente específicos (isto é,
são coordenados com) entre si; e "Pecuária" é menos específico do que (isto é, é
superordenado a) “Cães” e “Gatos”. Às vezes, outros dispositivos devem ser usados para
expressar a hierarquia quando não for possível ou desejável fazê-lo por notação. Cabeçalhos
especiais, notas e entradas indicam relações entre tópicos que violam a hierarquia de notação.
A organização da Classificação Decimal de Dewey – CDD
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A versão impressa da edição integral mais recente da CDD, Edição 23, é composta das
seguintes partes principais em quatro volumes:
Volume 1
 Novos recursos na Edição 22: Uma breve explicação dos recursos especiais e
alterações na CDD 23;
 (B) Introdução: Uma descrição da CDD e sobre como usá-la;
 (C) Glossário: Definições curtas dos termos usados na CDD;
 (D) Índice para a introdução e o glossário;
 (E) Manual: Um guia para a utilização da CDD que é composto basicamente de
discussões estendidas de áreas problemáticas na aplicação da CDD. As informações
no manual são dispostas pelos números nas tabelas e nos programas;
 (F) Tabelas: Seis tabelas numeradas de notação que podem ser adicionadas aos
números de classe para oferecer maior especificidade;
 (G) Listas que comparam as Edições 21 e 22: Realocações e números suspensos;
Números reutilizados.
Volume 2
 (H) Sumários da CDD: Os três principais níveis da CDD;
 (I) Programas: A organização do conhecimento de 000 a 599.
Volume 3
 (J) Programas: A organização do conhecimento de 600 a 999;
Volume 4
 (K) Índice relativo: Uma lista alfabética de assuntos com as disciplinas em que são
tratados, suborganizados alfabeticamente sob cada entrada.
A CDD é divida em 10 classe e classes principais: 0/9, que abrangem todo o universo
do conhecimento e dos empreendimentos humanos. A classe principal 000 é destinada a obras
genéricas sobre muitos assuntos ou aspectos, a partir de diferentes pontos de vista. São
exemplos desses tipos de assunto os jornais, as enciclopédias, os periódicos gerais.
A classe 000 abrange também certas disciplinas especializadas que, embora
dedicando-se a uma disciplina específica, tratam do conhecimento de forma geral, como
Ciência da Informação, Comunicação, Ciência da Computação, Biblioteconomia e
Jornalismo.
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Cada uma dessas dez classes principais consiste de uma disciplina principal ou grupo
de disciplinas intimamente relacionadas entre si, e estão distribuídas da seguinte forma:
000 GENERALIDADES
100 FILOSOFIA E DISCIPLINAS AFINS
200 RELIGIÃO. TEOLOGIA
300 CIÊNCIAS SOCIAIS
400 FILOLOGIA. LINGÜÍSTICA
500 CIÊNCIAS PURAS
600 TECNOLOGIA (CIÊNCIAS APLICADAS)
700 ARTES
800 LITERATURA
900 GEOGRAFIA, HISTÓRIA E CIÊNCIAS AFINS
Além das classes principais, a CDD também conta com as TABELAS AUXILIARES,
que representam conceitos que podem, virtualmente, ocorrer associados a qualquer assunto
das dez classes principais.
1. SUBDIVISÕES PADRÃO
2. SUBDIVISÕES DE ÁREA
3. SUBDIVISÕES DE LITERATURAS INDIVIDUAIS
4. SUBDIVISÕES DE LÍNGUAS INDIVIDUAIS
5. SUBDIVISÕES RACIAIS, ÉTNICAS, NACIONAIS
6. SUBDIVISÕES DE LÍNGUAS
7. SUBDIVISÕES DE PESSOAS

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1.2 Noções de Classificação Decimal Universal – CDU

A concepção da Classificação Decimal Universal


(CDU) deve-se ao trabalho desenvolvido em parceria de
dois belgas: Paul Otlet e Henri La Fontaine em 1905 e seu
objetivo inicial era o de organizar bibliografias. Otlet é
ícone dentro da Ciência da Informação especialmente em
função de suas idéias que contribuíram para o
desenvolvimento da área da documentação cuja definição
foi ampliada para abranger todos os suportes da
informação. Seu companheiro na empreitada La Fontaine,
advogado, foi o ganhador do prêmio nobel da Paz em 1913.
Os dois são fundadores da Federação Internacional de
Figura 1 – Paul Otlet Informação e Documentação (FID) em 1895. Em função
desses fatos, a história da CDU e da FID entrelaçam-se de
tal forma que, até o encerramento das atividades da FID em
2002, não era possível dissociá-las.
A CDU originou-se da já conhecida Classificação
Decimal de Dewey (CDD), 5a. edição, da qual herdou sua
estrutura, inclusive falhas e limitações próprias de sistemas
enumerativos.
A CDU possui a “virtude” de não proporcionar
regra fixas, pretendendo com isso ser um esquema flexível,
que possa ser adaptado a diversas circunstâncias e
condições de uso. Deixa, portanto, para que cada biblioteca
estipule seu próprio conjunto de regras, para evitar o caos
quando da aplicação da CDU.

Figura 2 – H. La Fontaine

Em resumo, pode-se estabelecer a seguintes datas e acontecimentos relacionados à


CDU:
 1894 – tomando como base a CDD, 5. ed., os dois belgas
classificam 400 mil fichas para subsidiar a...;
 1895 – Conferência Internacional de bibliografia – criado o
Instituto Internacional de Bibliografia: devia publicar a Bibliographia
Universalis;
 1899 – a CDD, 6. ed. é revisada e desdobrada com o apoio do IIB
(futura FID);
 1905 – publica-se o Répertoire Bibliographique Universel com 33
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mil subdivisões;
 1905-14 – lento crescimento do Instituto;
 1914-18 – Atividades paralisadas em decorrência da I Guerra Mundial;
 1920 – Instituto é despejado de suas instalações para dar lugar a evento internacional;
 1923 – Reorganização do Instituto por Otlet e La Fontaine na Holanda;
 1927-33 – Classification Decimale Universelle com 40 mil subdivisões;
 1931 – Instituto Internacional de Documentação;
 1937 – Federação Internacional de Documentação;
 1988 – Federação Internacional de Informação e Documentação;
 1992 – Cria-se o Consórcio CDU (UDC Consortium) responsável da manutenção do
MRF – Master Reference File;
 2002 – Fim das atividades da FID – o legado permanece: a Classificação Decimal
Universal.
Originalmente, a CDU foi publicada e divulgada por meio de edições ou de versões
conforme descrito nas seções a seguir:
 Desenvolvidas: em vários idiomas, a única completa é a terceira edição em alemão.
Tem dez edições sendo a nona edição traduzida para português;
 Médias: em 1962 inicia-se sua preparação para servir de meio termo entre a
desenvolvida e a abreviada. As edições médias têm 25% da desenvolvida. Atualmente
há três edições médias: em alemão, em francês e em português, tradução feita pelo
IBICT em 1972;
 Abreviadas: atingem 10% das edições desenvolvidas, dando o verdadeiro sentido
universal da CDU. Traduzidas em 16 línguas;
 Condensadas: dão uma visão de conjunto da classificação. Traz 2,5% da edição
desenvolvida.
 Especiais: apresentam uma ou algumas classes relacionadas;
 Parciais: extraída das desenvolvidas são como que separatas com ou sem acréscimo
dos Projetos de extensões ou de assuntos afins.
Em relação a atualização e correção, a CDU modifica-se constantemente sofrendo
acréscimos e correções, mas como norma, os símbolos cancelados não são utilizados durante
dez anos. A FID (Federação Internacional de Informação e Documentação), detentora dos
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Direitos Autorais da CDU até o fim do século XX foi responsável pelas extensões e correções
das edições. Em 1992, prevendo um futuro incerto e a necessidade de ampliar suas parcerias
para a manutenção da CDU, a FID transferiu os Direitos Autorais da CDU para uma
organização chamada Consórcio CDU (UDC Consortium – UDCC) sediada na Holanda e que
reúne membros holandeses, ingleses, franceses, japoneses e espanhóis.
Em relação à estrutura das tabelas da CDUA, estas são divididas da seguinte forma:
0 Generalidades. Ciência e Conhecimento. Organização. Informação. Documentação.
Biblioteconomia. Instituições. Publicações;
1 Filosofia. Psicologia;
2 Religião. Teologia;
3 Ciências Sociais. Estatística. Política. Economia. Comércio. Direito. Administração Pública.
Forças Armadas. Assistência Social. Seguro. Educação. Folclore;
4 Vaga;
5 Matemática, Ciências Naturais;
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia;
7 Artes. Recreação. Diversões. Esportes;
8 Língua. Lingüística. Literatura;
9 Geografia. Biografia. História.
Esta é a espinha dorsal que representa os conceitos contidos nas dez classes da CDU.
Atualmente a CDU possui nove classes sendo oito especiais e uma geral. A classe 4 está vaga
desde 1960 (incorporada para a classe 8) e está reservada a futuras expansões.
O ponto decimal - para quebrar as extensões dos números e facilitar sua leitura, o
sistema adotou o emprego do ponto decimal de três em três algarismos. Portanto o valor
classificatório do ponto é apenas simbólico.

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As tabelas auxiliares da CDU permitem a combinação e/o detalhamento das notações


apresentadas na Tabela Principal de notações.
A característica mais inovadora e influente da CDU é sua notação auxiliar, ou seja, os
sinais e subdivisões criados para permitir a construção de números compostos ou sínteses. Um
número composto ou síntese se obtém pela reunião de elementos extraídos de mais de uma
parte do sistema. A notação auxiliar pode ser comum ou especiail.
Os auxiliares comuns proporcionam um meio de expressar inter-relações entre
assuntos, indicam características geralmente repetitivas, isto é, aquelas que são aplicáveis em
todas as tabelas principais. Incluem dois tipos de símbolos: os sinais e as subdivisões e são
subdividos em sinais e auxiliares propriamente ditos e podem ser usados em qualquer notação
da CDU.
Os Sinais permitem a combinação e o agrupamento de conceitos das tabelas, ou seja
combinam dois ou mais conceitos da notação principal ou das subdivisões auxiliares – a
síntese de conceitos: 02+069 – 02:069 – [02+069]:51 – etc.
Os auxiliares especiais indicam características que se repetem em determinados
lugares e são limitados em seu alcance, podendo ser localizados nas tabelas principais, nas
tabelas auxiliares comuns e nos próprios auxiliares especiais. A CDU ao categorizar os
auxiliares especiais não o fez até o nível de especificação que garanta às respectivas
subcategorias sua identidade conceitual. O sistema reconhece três tipos de auxiliares
especiais que podem ser visualizados por seus respectivos indicadores de facetas: séries de
hífens, séries de ponto zero e séries de apóstrofo. Contudo, há os auxiliares especiais
conhecidos como algarismos finais. Estes não possuem indicadores de facetas. São arrolados
precedidos por reticências... as quais devem ser omitidas na notação construída. Não há
referência quanto ao tipo de conceitos que abrigam. Devem ser usados como algarismos
finais.

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Características fundamentais da CDU


Usada em bibliotecas especializadas de todo o mundo. No Brasil tem se popularizado
em bibliotecas universitárias, provavelmente por estar traduzida em português. A edição
brasileira é também usada pelos nossos patrícios em Portugal. Possui quatro características
fundamentais:
Decimalidade: de forma arbitrária o conhecimento foi dividido em dez grandes
classes, cada um por sua vez novamente subdivisível em outras dez, e assim sucessivamente
até atingir o nível de detalhamento requerido ou satisfatório.
Universalidade: tem a pretensão de oferecer conceitos e símbolos para representar a
totalidade do conhecimento em determinada fase de sua evolução, com estrutura e previsão de
espaço para acomodar futuros desenvolvimentos; universal também, no sentido de que
emprega símbolos numéricos e não-numéricos e sua estrutura.

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Caráter hierárquico: reflete a concepção do mundo como uma unidade


rigorosamente estruturada em partes necessariamente subordinadas ao todo de que dependem
e de cuja natureza participam.
Caráter analítico-sintético: concilia e equilibra as exigências e os rigores dos
esquemas hierárquicos com a multifacetação dos sistemas em que os diversos aspectos de um
mesmo assunto são tratados com o mesmo cuidado, ou com o cuidado relativo a sua
importância no contexto em que ocorre, em razão dos pontos de vista e interesses divergentes
dos usuários da informação nele contida.

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3. NOÇOES DE CATALOGAÇÃO

Historicamente, a primeira escrita a respeito da catalogação ou da relação de obras de


uma coleção, apareceu na Biblioteca de Assurbanípal, em Assíria datando entre 668-626a.C.
Nos dias de hoje o Museu Britânico de Londres conserva alguns fragmentos de índices desta
biblioteca, com escritas rudimentares. Outra manifestação digna de registro foi em Alexandria
(260-240a.C.), onde Calímaco realizou, na Biblioteca de Alexandria, a primeira iniciativa
para a organização de um catálogo metódico (BARBOSA, 1978).
A partir do aperfeiçoamento da imprensa por Gutenberg em meados do século XV, os
catálogos tornaram-se chaves importantes para consultas e pesquisas deixando de ser apenas
índices bibliográficos ou listas.
Segundo Mey (1995, p. 9): [...]. catálogo é um canal de comunicação estruturado, que
veícula mensagens contidas nos itens, e sobre os itens, de um ou vários acervos,
apresentando-as sob forma codificada e organizada, agrupadas por semelhanças, aos usuários
desse(s) acervos(s).

Atualmente, os catálogos mais usados são: manuais (ficha padrão de 7,5 x 12,5 cm), ou
automatizados. Eles também podem ser coletivos, isto é, permitem a localização de
documentos de várias bibliotecas, ou catálogo específico de uma única biblioteca.
Independentemente do tipo de catálogo adotado pela biblioteca é necessário que ao se
preparar o catálogo preste-se atenção nos seguintes itens: uniformidade das informações;
economia na preparação e na manutenção economizando recursos e tempo; atualidade, não se
esquecendo que o catálogo deve estar plenamente de acordo com o acervo, sempre atualizado
(MEY, 1995). Além disso, ser de fácil manuseio, consulta e manutenção e tendo como
requisitos, segundo Mey (1995, p. 10):
 flexibilidade, que permite inserção de representações de novos itens; exclusão de
representações de itens descartados ou perdidos e mudanças nas representações,
quando
necessário;

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 facilidade de manuseio, que significa, além da facilidade para ser manuseado


propriamente, ter boa sinalização – no caso de catálogos manuais, interna e externa;
estar em local visível e
acessível e apresentar instruções de uso;
 portabilidade, que permite ser consultado fora da biblioteca, ou em diferentes locais
da biblioteca;
 compacidade, que significa ocupar pouco espaço.
Como nada é perfeito, os tipos de catálogos mais usados (manuais e automatizados)
não apresentam todos requisitos citados acima. O catálogo manual é de difícil mobilidade e o
catálogo automatizado está mais sujeito à fatores externos. O tipo de catálogo com suas
qualidades vai depender do tipo de biblioteca e com que recursos esta conta (MEY, 1995).
Para que o catálogo contemple as exigências já descritas é necessário que se realize
uma catalogação de qualidade, que segundo Barbosa (1978, p. 30): [...] catalogação, isto é, o
processo técnico do qual resulta o catálogo, é a linguagem de descrição bibliográfica, que só
poderá ser um bom instrumento de comunicação à medida que for normalizado.
E segundo Mey (1995, p. 5) “ Catalogação é o estudo, preparação e organização de
mensagens codificadas, com base em itens existentes ou passíveis de inclusão em um ou
vários acervos, de forma a permitir interseção entre as mensagens contidas nos itens e as
mensagens internas dos usuários.
A catalogação, segundo o AACR2 pode ser apresentada em três níveis os quais no
momento de sua escolha deve-se levar em consideração o tipo de catálogo que se quer
construir e o tipo de usuário.
Mey (1995) enfatiza, ainda, que as funções da catalogação inseridas em um catálogo e
referentes ao usuário devem:
a) Permitir ao usuário:
 Localizar um item específico:
 Escolher entre as várias manifestações de um item;
 Escolher entre vários itens semelhantes, sobre os quais, inclusive, possa não ter
conhecimento prévio algum;
 Expressar, organizar ou alterar sua mensagem interna.
b) Permitir a um item encontrar seu usuário.
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c) Permitir a outra biblioteca:


 Localizar um item específico;
 Saber quais os itens existentes em acervos que não o seu próprio. (p. 7).
Como a catalogação cumpre essas funções? Com as seguintes características:
“integridade, clareza, precisão, lógica e consistência” (MEY, 1995, p. 7). Sendo que estas
características dependem do catalogador, ao qual cabe a realização de um serviço de
qualidade não omitindo nenhum detalhe que venha prejudicar a recuperação do item
documentário pelo usuário.
Atualmente, o Código de catalogação AACR2 é mais usado e aceito
internacionalmente juntamente com o formato de intercâmbio MARC21 para a catalogação
automatizada. Porém, até se chegar a esta aceitação – ainda com resistência de parte da
comunidade biblioteconômica - muitas reuniões, estudos e discussões aconteceram.
Tecnologias e catalogação → catalogação automatizada
O uso de tecnologias nos serviços de uma biblioteca vem crescendo de forma
constante especialmente no que diz respeito a construção de formas de representação
descritiva agilizando processos e facilitando a recuperação da informação. Tecnologia pode
ser definida como “[...] o meio pelo qual os dados são transformados e organizados para uso
das pessoas [...].” (LAUDON; LAUDON, 1999, p. 6).
No processo da catalogação são retirados de um documento dados os quais são
transformados em uma ficha catalográfica ou em um registro em formato MARC para a
formação de um catálogo e para posterior recuperação pelo usuário.
O formato MARC e o código de catalogação AACR2 se completam. O AACR serve
como padrão externo para inserir conteúdo no formato MARC.
As áreas do AACR contemplam os campos do MARC. Portanto diante à uma planilha
vazia do MARC, com o código de catalogação na mão e a formação de bibliotecário, é
possível realizar a descrição física de um material sem grandes transtornos.
O formato MARC abrange documentos do tipo: livros, materiais de arquivo e
manuscritos, arquivos de computador, mapas, músicas, matérias áudio- visuais e periódicos.

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3.1 Função dos Catálogos


Os catálogos são importantes instrumentos para o desenvolvimento das atividades
relacionadas a organização e disseminação das informações.
a) indicar os nomes dos autores, co-autores, colaboradores, compiladores, tradutores,
comentadores, ilustradores etc., dos quais a biblioteca possua obras;
b) indicar os nomes de sociedades, institutos, ou quaisquer outras entidades coletivas
das quais a biblioteca possua obras;
c) indicar as obras que pertencem à mesma série;
d) indicar os títulos das obras, para podermos localizá-las e identificá- las;
e) indicar os livros do mesmo assunto que existam na biblioteca;
f) guiar e orientar o leitor, nas suas pesquisas, por meio de fichas remissivas;
g) Reunir todas as obras de um mesmo autor, numa determinada parte do catálogo;
h) Indicar ao leitor as características especiais de cada obra, tais como paginação,
ilustração, formato etc;
i) Indicar ao leitor o valor da obra, resumindo dados com referência ao seu conteúdo;
j) indicar a localização das obras (nas estantes);
k) mostrar ao leitor se a obra é dividida em mais de um volume;
l) mostrar o que a biblioteca possui de determinado autor, sobre determinado assunto
(e assuntos correlatos) e gênero literário;
m) auxiliar na escolha de um livro quanto à edição (bibliograficamente) e quanto ao
seu gênero (literário ou técnico).

Como o catálogo da biblioteca representa o seu acervo, possibilitando a identificação e


recuperação tão somente dos documentos nele inseridos, muitas vezes se torna necessário
recorrer a fontes auxiliares, como catálogos coletivos, bibliografias nacionais e especializadas,
índices etc., para complementar um levantamento bibliográfico, incluindo obras que não
constam do seu acervo. Essas fontes auxiliares devem ser criteriosamente selecionadas, de
modo a complementar, de maneira adequada, a função informativa do catálogo.
Cabe, ainda, dizer que esse instrumento – que funciona como “memória coletiva” – possibilita
a recuperação das informações, através de inúmeros e diferentes pontos de acesso, como o
nome do(s) autor(es) e outros responsáveis intelectuais pela obra ou participação de textos;
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título(s); assunto(s); série. O sucesso de um catálogo está na razão direta da “inteligência


disciplinada dos que o planejam e o mantêm”.

3.1.1 Formas
Quanto à forma em que se apresenta, o catálogo pode ser: em fichas, em livro, em
folhas soltas e online e os principais requisitos necessários para que os catálogos de biblioteca
cumpram suas funções são:
a) ser flexível, isto é, permitir que novas entradas sejam acrescentadas, assim como
facilitar o descarte das entradas dos livros eliminados ou extravios;
b) estar sempre atualizado, para fornecer informações recentes e satisfatórias aos
usuários;
c) reunir as entradas semelhantes;
d) permitir a mudança de entradas em virtude de correções na classificação ou na
própria catalogação;
e) ser processado de forma harmoniosa, coerente e constante, respeitando
rigorosamente os princípios adotados;
f) ser tão acessível quanto possível;
g) ser fácil de aprender a usar.

Catalogo em fichas - já foi o mais comum em bibliotecas. Nele, os dados sobre cada
obra são transcritos em uma ficha do tamanho padrão 7,5 cm x 12,5 cm. As várias
fichas, ordenadas de modo predeterminado, são conservadas em gavetas de dimensões
apropriadas; ao móvel constituído de gavetas para as fichas dá-se o nome de fichário.
Catálogo em livro, é aquele em que os itens da coleção aparecem relacionados, um
após o outro, em folhas de papel, presas às outras por uma das margens, como se fosse
um livro. Geralmente, falar em catálogo em livro, é referir-se a catálogos impressos,
dois quais existem vários exemplares, podendo ser consultados e conservados
facilmente, fora do recinto da biblioteca. Assim sendo, o catálogo em livro é mais
acessível, insto é, mais fácil de ser consultado pelos usuários, que podem dispor de
exemplar na sua própria casa, desde que autorizado pela biblioteca e que a biblioteca
forneça cópias do catálogo.
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É, porém, uma forma mais dispendiosa de organização, exigindo, para sua compilação,
um catálogo original em fichas, além dos gastos com a confecção e edição no formato
de livro.
Catálogo em folhas soltas - muito popularizado em meados do século IXI. Como o
nome diz, é um catálogo em folhas removíveis, manuscritas, datilografadas ou
impressas. Essas folhas podem ser substituídas, permitindo assim supressões,
correções e acréscimos, o que o torna flexível.
Catalogo Online é de acesso público, também denominado OPAC (Online Public
Access Catalog) é atualmente a forma mais adotada pelas bibliotecas que adquirem
softwares gerenciadores de dados e serviços que permitem o acesso via web.
Dentre as suas principais vantagens, sobre as demais formas de catálogo, estão dois
benefícios do acesso remoto em rede e da interface gráfica que possibilitam maior iteração
entre os usurários e o sistema.
3.1.2 Finalidade
Quanto à finalidade de que objetivam, os catálogos podem ser principais quando
destinados ao público leitor, ou auxiliares quanto destinados ao pessoal técnico especializado
da biblioteca.
A deficiência de uma biblioteca somente poderá ser avaliada através do conjunto de
catálogos principais e auxiliares que, hoje, obedecem a um plano convencional.
Catálogos principais - de acordo com suas funções, os catálogos principais podem ter
vários tipos:
 De autor
O catálogo de autor ou onomástico reúne as entradas principais e secundárias de autor,
em ordem alfabética, sejam eles individuais ou coletivos, e as remissivas, numa só ordem
alfabética. A palavra autor é tomada no sentido.
 De título
Catálogo de título é o que reúne todas as entradas principais e secundárias de título,
mais as remissivas, todas obedecendo a uma única ordem alfabética.
 De assunto
Catálogo de assunto, ideográfico ou metódico é o que arrola as obras de acordo com
seus assuntos, isto é, segundo o conteúdo de cada uma. É o catálogo de maior utilidade numa
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biblioteca, pois facilita ao leitor a procura das obras sobre um determinado assunto e matérias
correlatas.
 Dicionário
O catálogo que apresenta, numa única ordem alfabética, as entradas de autor, título e
assunto, chama-se catálogo dicionário. Mas, apesar do hábito de se dizer que o catálogo
dicionário reúne todas essas fichas numa única ordem alfabética, na realidade, quanto maior o
número de fichas que ele inclua, maior o número de ordens alfabéticas. São, portanto, ordens
dentro de ordens, podendo esses agrupamentos alfabéticos ser de dois tipos: palavra por
palavra letra por letra.
 Cronológico
Há ainda, o catálogo cronológico, não usualmente empregado por bibliotecas, em
geral, e sim por entidades particulares e editoras, pois serve para mostrar as obras de cada
época ou de cada ano.
 Geográfico
Quando o catálogo adotado divide as obras pelos respectivos países de origem e
regiões geográficas, chama-se geográfico. Não é considerado um catálogo de importância
primordial, no entanto, este catálogo e o cronológico são de grande valor para incunábulos
(obras impressas no decorrer do século XV).
 Sistemático
No catálogo sistemático, classificado ou metódico, os cabeçalhos de assunto são
representados por símbolos de classificação e arrumados de acordo com a sequência do
sistema de classificação adotado, abrangendo todo o conhecimento humano, dividindo-o em
classes. Por isso mesmo, tem sido preferido por associações de profissionais, departamentos
culturais e grandes bibliotecas especializadas. Apresenta fichas numa disposição igual à dos
livros nas estantes, mas, a cada obra, correspondem tantas fichas quantos os assuntos em que
ela foi classificada.
 Catálogos auxiliares
Os catálogos auxiliares são instrumentos indispensáveis numa biblioteca, sem eles,
tornar-se-ia impossível o controle das obras da mesma. Como os principais, eles variam
conforme as exigências dos vários serviços da biblioteca.
 De registro
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Catálogos de registro, também denominados de inventário ou tombo, são aqueles nos


quais as obras recebem um número e são agrupados pela ordem cronológica de sua entrada na
biblioteca. Fornecem indicações sobre a vida de cada obra na biblioteca, desde sua entrada até
sua baixa.
 Topográfico
Catálogos topográficos são aqueles cujas fichas estão arrumadas segundo o número de
chamada de cada publicação do acervo e, portanto, indicam a ordem pela qual os livros estão
arrumados nas estantes. Sua finalidade principal é a de permitir o controle do acervo da
biblioteca através de um levantamento periódico.
 De aquisição
A biblioteca pode manter, ainda, um catálogo de aquisição, para registrar o movimento
de compras, doações e permutas de itens do seu acervo. Dentre as informações principais que
devem ser identificadas além daquelas inerentes à publicação destacamos:
a) nome do fornecedor;
b) preço da obra;
c) nome do solicitante da obra;
d) motivo de aquisição;
e) data de solicitação;
f) data de encomenda e recebimento da obra;
g) informações sobre a forma de pagamento;
h) dados sobre a documentação fiscal, legal ou administrativa que acompanha a obra.
Em algumas bibliotecas é comum verificar na ficha de aquisição campos específicos
destinados para o registro da obra, evitando assim o novo preenchimento de campos comuns.
 De cabeçalhos de assunto
Outro catálogo auxiliar é o das entradas de assunto adotadas no catálogo dicionário ou
no catálogo de assunto (sistemático). Arrumado em ordem alfabética, nele são registrados
todos os cabeçalhos usados na biblioteca. Tem por finalidade garantir a uniformização desses
cabeçalhos.

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Noções de alfabetação
Faz parte das principais tarefas do auxiliar de biblioteca a alfabetação em fichas
bibliográficas que deverão compor os catálogos acima descritos, que poderão ser adotados
pelas bibliotecas.
Assim, faz-se necessário conhecer as regras básicas de alfabetação que são
indispensáveis ao estabelecimento da uniformidade nos catálogos. Em alguns casos haverá
exceções, as quais deverão ser determinadas pelo (a) bibliotecário (a).
No entanto, as regras básicas de acordo com a NBR 6033 de agosto de 1989, onde a ordem
usada baseia-se no alfabeto português de 23 letras, acrescido das letras k, w, y, totalizando 26
letras, seguindo a sequencia (A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z).
As letras de alfabetos não-latinos são transliteradas segundo as normas estabelecidas
para cada caso e as letras modificadas por acentos e sinais são alfabetadas sem se levar em
consideração as modificações,
assim ä a l ñ ü são a l n o u.
P.ex.: Müller = Muller
Os prefixos e abreviaturas são alfabetados como palavra isolada, quando ligados ao
nome que o antecedem, sem espacejamento, formam uma só palavra.
Darby.
Darras
De, S.C.
DE Andrea
Os prefixos e as abreviaturas com omissão de letras são ordenados exatamente como estão
escritos.
MacBrides, M .
M acCarthy, J.
M ackay
M arshall, C .
McFarland
As iniciais e siglas devem ser consideradas como um todo e antecedem as letras e
palavras iguais não usadas como iniciais ou siglas.
P.ex.: ASA
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4. NOÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO E SINALIZAÇÃO DOS ITENS


INFORMACIONAIS: AFIXAÇÃO DE CARIMBOS E ETIQUETAS
Dentre as atividades que compõem o processamento técnico dos itens,
possui a identificação dos mesmos através da afixação de carimbos de identificação
da Instituição, carimbo de registro, carimbo de aquisição, etiquetas, proteção
antifurto e o número de chamada e o tombamento da mesma, pois ao ser inserida
no acervo cada obra individualmente recebe um número que equivale a sua ordem
de chegada, na instituição.
Geralmente os carimbos são divididos em:
 Carimbo de identificação
Deve ser colocado a partir da primeira pagina do livro, na parte superior (geralmente
as bibliotecas adotam afixar o carimbo a cada 10, 20 ou mais páginas, dependendo do
tipo de publicação), assim como nas laterais superior,inferior e meio também).

IFMA – CAXIAS
Biblioteca “Espaço de cidadania”

 Carimbo de registro
Deve ser preferencialmente no verso da folha de rosto e apresentar espaço para colocar
data, número de tombo atribuído pela biblioteca e/ou software de gerenciamento de
acervo adotado, Numero de classificação, Cutter e demais informações consideradas
importantes.
IFMA – CAXIAS Biblioteca “Espaço de cidadania”
CDD/CDU: ___________
CUTTER: ________
Tombo: _______ Data__/___/____

 Vale lembrar que cada instituição é livre para elaborar os carimbos que melhor
traduzam as informações que são consideradas importantes, porém preza-se pelo bom
senso no sentido de não confeccionar carimbos com muitas informações para não
prejudicar a leitura das informações ao carimbar os livros, bem como padronizar os
carimbos para que possam ser facilmente reconhecidos.

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Em relação a afixação de etiquetas é convencionado que sejam colocadas na lombada


dos livros, de preferencia na parte inferior (Figura 1). Quando a biblioteca dispõe de
sistema de códigos de barras, as etiquetas também poderão ser afixadas na lateral e na
capa do livro, para facilitar assim o manuseio do equipamento de leitura do código de
barras. (Figura 2)

Posição para
inserir o
código de
barras

Figura 01 Figura 02

Após o processo de preparação física do item, este deverá ser organizado nas estantes,
de acordo com o número de chamada, ou seja, o código de classificação e de autor que consta
nas etiquetas. Sendo assim, a sequência das obras seguirá a lógica da classificação, serão
agrupados por área do conhecimento.
Manter o acervo organizado é de suma importância para recuperar a informação
solicitada pelo usuário, por isso deve-se fazer sempre a leitura das estantes para recolocar
alguma obra que por ventura esteja fora do lugar, principalmente quando se tratar de
biblioteca de livre acesso.

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, Diva; VERGUEIRO, Waldomiro. Aquisição de materiais de informação.


Brasília: Brinquet Lemos, 1996

FIGUEIREDO, Nice Menezes. Desenvolvimento e avaliação de coleções. Brasília:


Thesaurus, 1998

SOUZA, Sebastião de. 2002. CDU: guia para utilização da edição-padrão internacional em
língua portuguesa. 3.. Brasília : Thesaurus, 2012.

VERGUEIRO, Waldomiro. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis, 1989

__________. Seleção de materiais de informação : princípios e técnicas. 2 ed. Brasília:


Brinquet Lemos, 1997

WEITZEL, Simone da Rocha. Elaboração de uma política de desenvolvimento de coleções


em bibliotecas universitárias. Rio de Janeiro: Intertexto, 2006

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