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CURSO DE DIREITO
FORTALEZA – CE
2015
FACULDADE FARIAS BRITO
CURSO DE DIREITO
Orientador:
Prof. Roberto Victor Pereira Ribeiro.
FORTALEZA – CE
2015
Esta monografia foi submetida ao Curso de Direito da Faculdade Farias
Brito como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Bacharel em
Direito. Na avaliação da banca este trabalho obteve o conceito ___________________
conferido pelos avaliadores da banca e outorgado pela referida Faculdade.
___________________________________
Lucas Nunes Ruchinhaka
Banca examinadora:
___________________________________
Ms. Roberto Victor Pereira Ribeiro
___________________________________
Ms. Renato Espíndola Freire Maia
___________________________________
Ms. João Gabriel Laprovitera
RESUMO
Este trabalho científico tem por objetivo realizar uma análise do sistema penitenciário
brasileiro e das grandes dificuldades enfrentadas por este, o que dificulta a obtenção da tão
desejada ressocialização dos detentos, que atualmente é praticamente algo utópico. Serão
analisados os problemas do cárcere brasileiro, realizando um breve comparativo com
algumas penitenciárias norte-americanas. O trabalho também traz uma análise dos presídios
cearenses, com uma visão construída com pesquisa bibliográfica e, principalmente,
pesquisa de campo. Mostraremos algumas possíveis soluções para os terríveis problemas
enfrentados, como por exemplo o maior investimento por parte do Estado e a utilização do
trabalho e do estudo para o alcance da ressocialização.
Agradeço, ainda, a meu orientador, o professor Roberto Victor, que me guiou e deu
diversas dicas, tornando-se fundamental para a conclusão deste trabalho, e a todos os meus
amigos, que durante este longo período de faculdade, compartilharam diversos momentos,
experiências e conhecimentos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................7
CONCLUSÃO....................................................................................................73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................80
7
INTRODUÇÃO
Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV) e a destinada às
detentas femininas: Instituto Penal Feminino – Desembargadora Auri Moura Costa.
O Estado foi criado para regular o convívio social e o direito penal surgiu
para proteger os bens jurídicos através de suas normas jurídicas, que possuem dois
elementos essenciais, o preceito e cominação da pena, ou seja, a delimitação das condutas
prejudiciais para o bem estar social e a determinação de uma penalidade para aqueles que
transgridam o preceito (cometem uma conduta legalmente proibida; é aqui que temos o jus
puniendi, ou seja, o direito de punir do Estado.
1.1.1.Teoria Retributiva
Enfim, a pena retributiva esgota o seu sentido no mal que se faz sofrer ao
delinquente como compensação ou expiação do mal do crime; nesta medida é uma doutrina
puramente social-negativa que acaba por se revelar estranha e inimiga de qualquer tentativa
de socialização do delinquente e de restauração da paz jurídica da comunidade afetada pelo
crime. Aqui temos o punir por punir, ato momentâneo, sem pensar nas consequências
futuras.
1.1.2.Teoria Preventiva
1
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas, Bauru, Edipro, 1997. p. 27.
2BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, v. 1. 11. ed. São Paulo: Saraiva,
2007, pg. 83.
12
dos mais célebres intelectuais do Império Romano, que afirmou: “nenhuma pessoa
responsável castiga pelo pecado cometido, mas sim para que não volte a pecar”3. Portanto
temos que a necessidade da pena não se fundamenta apenas na ideia de realizar justiça, mas
na função de evitar a prática de novos crimes.
Essa teoria não busca retribuir o fato passado, senão justificar a pena com
o fim de prevenir novos delitos do autor. Portanto, diferencia-se, basicamente, da prevenção
geral, em virtude de que o fato não se dirige a coletividade. Ou seja, o fato se dirige a uma
pessoa determinada que é o sujeito delinquente. Deste modo, a pretensão desta teoria é
evitar que aquele que delinquiu volte a delinquir.
3
HASSEMER, 1984 apud BITENCOURT, 2007, p. 89
13
Por fim temos a teoria mista que surgiu na Alemanha, no início do século
XX, que em razão das insuficiências constatadas nas teorias de retribuição e prevenção,
busca agrupar em um conceito único os fins retributivos e preventivos da pena,
considerando que a retribuição e a prevenção são apenas aspectos distintos que compõem a
pena.
Portanto, esta tese consegue reunir o que existe de mais coerente nas
teorias retributiva e preventiva e de fazer com que estas compensem determinadas falhas
entre si (a pena não é mero castigo ou ameaça), motivo este que é a tese mais aceita
atualmente, inclusive no Brasil, prevista no art. 59 do Código Penal Brasileiro:
4BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, v. 1. 11. ed. São Paulo: Saraiva,
2007, pg. 96.
5
BRASIL. Decreto Lei 2.848/40, de 07 de dezembro de 1940, Código Penal Brasileiro, art. 59.
14
Desde que a sociedade passou a ser composta de grupos cada vez mais
numerosos, a preocupação com a segurança, integridade física e mental dos indivíduos,
garantia patrimonial e a estabilidade do convívio social (paz pública) vem aumentando. As
pessoas que cometem atos que atentem contra estes elementos estão agindo ilicitamente e
devem ser punidos, e ao longo do tempo as punições se deram de diversas formas.
1.2.1. Na Antiguidade
6BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 04
7
RIBEIRO, Roberto Victor Pereira. Manual de História do Direito. São Paulo: Pillares, 2014, p. 170
16
Nessa época surgiram duas espécies de prisão que, embora não fossem
penas privativas de liberdade nos moldes que conhecemos, exerceriam grande influência na
constituição da prisão-pena: a prisão de Estado e a prisão eclesiástica.
8
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 40 ed. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 12.
17
9BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 09.
10
BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 10.
18
11
RIBEIRO, Roberto Victor Pereira. O Julgamento de Jesus Cristo sob a luz do Direito. São Paulo:
Pillares, 2010, p. 60
19
retificação do sujeito por meio de trabalhos, na maioria das vezes, penosos e de instrução
religiosa.
12BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004, p. 17.
20
13
Disponível em:< http://profrobertovictor.jusbrasil.com.br/artigos/121943031/vigiar-e-punir-ideias-sociais-
e-juridicas-na-obra-de-foucault > Acesso em 02 de maio de 2015.
21
14BENTHAM, 1979 apud BITENCOURT. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2004, p. 17.
22
que estão sendo observados e ao mesmo tempo ser inverificável o teor de suas
observações”15.
15 RIBEIRO, Roberto Victor Pereira. Vigilância Constante. São Paulo: Revista Visão Jurídica, Ed. 89, 2013,
p. 45
16FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 34. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 166-
167.
23
17BENTHAM, 1979 apud BITENCOURT. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2004, p.53.
24
18
“CNJ divulga dados sobre nova população carcerária brasileira”. CNJ, Junho de 2014. Disponível
em:<http://cnj.jus.br/component/acymailing/archive/view/listid-4-boletim-do-magistrado/mailid-5632-
boletim-do-magistrado-09062014>, acessado em 13/06/2015 às 12:40min.
25
intenção do cometimento do delito. Temos então que o criminoso, por vontade própria,
punia a si mesmo, afastando-se de sua cidade e família para que pudesse ter proteção em
uma cidade distante e não corresse o risco de ser morto.
20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Manual de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 131-132.
21RIBEIRO, Roberto Victor Pereira. RIBEIRO, Itala Botelho de Castro. Sistema Penitenciário e Direitos
Humanos – Ideias Sociais e Jurídicas Em Foucault. Direitos Humanos: Histórico e
Contemporaneidade. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015, p. 389.
28
22
LEAL, César Barros. Prisão: Crepúsculo de uma era. Minas Gerais: Del Rey, 1998, p.33
29
23
BROWN, Dan. Anjos e Demônios. São Paulo: Sextante, 2004.
24 RIBEIRO, Roberto Victor Pereira. Vigilância Constante – O Panoptismo. São Paulo: Revista Visão
jurídica, Edição 98, 2013, p. 30
25 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2007, p.127.
30
2.3.Sistema Auburniano:
Tratando sobre esta matéria, Cezar R. Bitencourt explica que este sistema
deixou de lado o confinamento absoluto do preso por volta do ano de 1824, “a partir de
então se estendeu a política de permitir o trabalho em comum dos reclusos, sob absoluto
silêncio e confinamento solitário durante a noite”26.
26
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 95.
32
mão-de-obra carcerária. Destarte, pode-se dizer que esse sistema não atende ao caráter de
ressocialização do indivíduo, mas sim produz resultados desastrosos, assim como o sistema
pensilvânico.
2.4.Sistema Progressivo:
27
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 96.
34
28
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 98.
35
colônia agrícola seja efetivo, aproveitando-se de tudo o que for produzido por eles e
garantindo a devida remuneração, para que eles se sintam incentivados a produzir cada vez
mais e melhor.
trabalho, sendo uma tentativa de induzir hábitos que permitissem aos condenados levar no
futuro uma vida honesta, e de uma educação que levassem os condenados a desenvolver um
senso de responsabilidade social.
grande parte da população este sistema é o grande responsável pela grande quantidade de
crimes e de violência, pois este sistema traria ao preso uma sensação de impunidade tendo
em vista que ele retornaria rapidamente à sociedade.
Este indivíduo que retornará à sociedade será o mesmo que ficou anos
sendo punido, mantido isolado da sociedade, tendo a maior parte de seus direitos
fundamentais restringido e sendo submetidos à condições degradantes e desumanas, sem
respeitar a dignidade humana.
Punição não é uma solução nem a curto, nem médio, muito menos a
longo prazo. Já quando o Estado possui uma mentalidade preventiva investimento obtém-se
muitos resultados positivos a longo prazo, pois aqui a preocupação não seria meramente em
restringir os direitos daquele que cometeu um delito, mas de se importar com o sujeito,
investindo em opções para que este cidadão entenda o erro cometido e que possa estar
preparado para o retorno à sociedade.
A legislação prevê que quando o indivíduo é preso, este deve ser levado à
delegacia de polícia para que sejam realizados os devidos procedimentos, sendo o principal
deles a lavratura do auto de prisão em flagrante, em seguida o detento deveria ser
encaminhado para a penitenciária o mais breve possível.
29
“Relatório CPI do Sistema Carcerário”, Deputado Domingos Dutra, Junho de 2008, p. 181 Disponível
em:http://msmidia.profissional.ws/moretto/pdf/RelatorioCPISistemaPenitenciario.pdf, acessado em
22/09/2015 às 22h30min.
42
Como a delegacia não fora feita para ser utilizada como prisão, a estrutura
é infinitamente menor, podendo suportar poucas pessoas, fora que não dispõe de elementos
básicos para o mínimo conforto do preso, para que este tenha sua dignidade respeitada,
dentro do mínimo existencial. Dentro das delegacias encontramos vários presos dentro de
uma mesma cela, ficando em situações de extremo desconforto, tendo de dormir no chão e
às vezes encostados um no outro, em razão da falta de espaço.
30
“Relatório CPI do Sistema Carcerário”, Deputado Domingos Dutra, Junho de 2008, p. 223 Disponível
em:http://msmidia.profissional.ws/moretto/pdf/RelatorioCPISistemaPenitenciario.pdf, acessado em
22/09/2015 às 22h50min.
43
31
“A visão do Ministério Público sobre o Sistema Penitenciário Brasileiro”, CNMP. Junho de 2013.
Disponível em <http://cnmp.gov.br/portal/noticia/3486-dados-ineditos-do-cnmp-sobre-sistema-prisional>,
acessado em 25/09/2015 às 20h50min.
44
última ratio, ou seja, só deve ser utilizada quando for extremamente necessária e não se
vislumbrar outra solução, fato este que se encontra positivado nos artigos 312, 313 e 319 do
Código de Processo Penal.
estabelecimentos prisionais. Em grande parte dos casos, a justiça demora anos para realizar
o julgamento do caso, e com isso aquele que foi preso preventivamente e que já poderia
estar esperando seu julgamento livre continua ocupando espaços nas prisões.
Em relação à faixa etária fora verificado que 57% dos detentos são jovens
menores de 30 (trinta) anos, o que reafirma a teoria de que grande parte dos presos são as
pessoas jovens, pobres e sem amparo social, que acabam por buscar, dentro do mundo do
32
“A falência do sistema penitenciário brasileiro”, Rafaela de Oliveira Sousa, Mathias Flores Neto e
Luciana Renata Rondini Stefanoni. Novembro de 2014. Disponível em
<http://sousarafaela.jusbrasil.com.br/artigos/112291037/a-falencia-do-sistema-penitenciario-brasileiro>,
acessado em 30/09/2015 às 23h50min
47
crime, suprir suas necessidades. Também constatou-se que 4.343 (quatro mil e trezentos e
quarenta e três) presos entrevistados em 2010 eram maiores de 60 (sessenta) anos de idade,
sendo que 4.079 (quatro mil e setenta e nove) senhores e 264 (duzentas e sessenta e quatro)
senhoras que acabam convivendo com presos de alta periculosidade e em uma cela
superlotada, recebendo tratamentos completamente fora dos estabelecidos por nossa
constituição, ferindo diversos princípios fundamentais, dentre os quais, está o princípio da
dignidade da pessoa humana.
33
FOUCAULT, Michel. “Vigiar e Punir”; tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987 p. 250-
251.
34 BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão - Causas e Alternativas. 4. ed . São Paulo:
Três dos casos mais emblemáticos na história dos motins foi o massacre
de Carandiru em 1992, penitenciária que era localizada em São Paulo até ter sido destruída,
outro, pouco mais recente, ocorreu em 2002, na Penitenciária de segurança máxima José
Mário Alves da Silva, situada em Porto Velho, Rondônia, conhecida como Urso Branco e
por fim, o mais recente, que ocorreu no ano de 2014, a rebelião no Complexo Penitenciário
de Pedrinhas, localizado em São Luis, capital do estado do Maranhão.
A falta de estrutura à época era bastante ruim e nos dias atuais, por volta
de 13 anos após o incidente, infelizmente melhorou pouquíssimo, e um grave erro, dos
diversos existentes, é a não separação dos presos em razão dos delitos cometidos, o que
normalmente é determinante para os motins e para a não ressocialização.
50
35
BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão - Causas e Alternativas. 4. ed . São Paulo:
Saraiva, 2011, p. 186)
52
36 GRECO, Rogério. Direitos Humanos, Sistema Prisional e Alternativa à Privação de Liberdade. São Paulo:
Saraiva, 2011, p. 143.
53
detentos, pois seriam “bandidos”, o que muitas vezes faz com que estes não encontrem
outra possibilidade para se sustentar que não seja o retorno ao mundo da delinquência.
37
SEGREGAÇÃO, SISTEMA CARCERÁRIO E DEMOCRACIA, Daniele C. MARCON. Argumenta:
Revista do Programa de Mestrado em Ciência Jurídica, da FUNDINOPI / Centro de Pesquisa e Pós-
Graduação - CPEPG, Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação - CONPESQ, Faculdade Estadual de Direito do
Norte Pioneiro. n. 9 ; julho-dezembro – Jacarezinho, 2008, p.13.
54
exterior, por crime anterior”38. O que ratifica a definição legal da reincidência, já que o
Código Penal Brasileiro dispõem em seu artigo 63:
38
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. São Paulo: RT, 2008, 8ª ed., p. 422.
39
BRASIL. Decreto Lei 2.848/40, de 07 de dezembro de 1940, Código Penal Brasileiro, art. 63.
40
BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão - Causas e Alternativas. 4. ed . São Paulo:
Saraiva, 2011, p. 156-167)
55
Este capitulo tem como objetivo fazer uma breve análise e comparação da
estrutura de algumas penitenciárias situadas nos Estados Unidos e de algumas
penitenciárias brasileiras, em especial as localizados no Estado do Ceará, esta última
através de um olhar adquirido em pesquisa bibliográfica e pratica, através de várias visitas
realizadas entre o ano de 2014 e 2015 em diversos presídios cearenses.
41
“Como funcionam os presídios nos Estados Unidos”, Ed Grabianowski. Disponível
em:<http://pessoas.hsw.uol.com.br/presidios.htm>, acessado em 26/10/2015 às 23h30min
42
“As parcerias público-privadas no sistema penitenciário brasileiro”, Jorge Amaral dos Santos,
Setembro de 2009. Disponível em:< http://jus.com.br/artigos/13521/as-parcerias-publico-privadas-no-
sistema-penitenciario-brasileiro>, acessado em 28/10/2015 às 21h00min
57
43
“Prisões privatizadas no Brasil em debate”, Pastoral Carcerária. Junho de 2014. Disponível
em:<http://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2014/09/Relatorio-Privatizacoes-Pastoral-Carceraria.pdf >,
acessado em 29/10/2015 às 22h30min
58
44
“Breves considerações sobre a privatização dos presídios brasileiros”, Christiany Pegorari Conte.
Agosto de 2009. Disponível em:<http:// migalhas.com.br/dePeso/16,MI91850,21048-
Breves+consideracoes+sobre+a+privatizacao+dos+presidios+brasileiros >, acessado em 29/10/2015 às
23h30min
45
BRASIL. Lei 7.210, de 11 de JULHO de 1984, Lei de Execução Penal, art. 34
60
é algo extremamente perigoso. Com esta gestão acaba reforçando a ideia, totalmente
equivocada como já fora discutida no capítulo anterior, de que quanto mais prisões e quanto
mais pessoas presas para serem “punidas” será melhor para combater o crime é proteger a
sociedade.
46
“PPP de cadeia. Quanto mais presos maior será o lucro”, Paula Sacchetta Conte. Maio de 2014.
Disponível em:<http://cartacapital.com.br/sociedade/quanto-mais-presos-maior-o-lucro-3403.html >,
acessado em 30/10/2015 às 21h30min
61
Além de tudo isto, eles ainda são remunerados com míseros US$ 0,25
(vinte e cinco centavos de dólar) por hora, em média, ou seja, US$ 2 (dois dólares) por dia
e sequer podem recusar o trabalho, pois se o fizerem irão perder alguns privilégios que são
concedidos, além de poderem se trançados em celas de isolamento por mal comportamento.
Em verdade os valores da remuneração dos detentos variam, entre US$ 0,13 (treze centavos
de dólar) a US$ 0,50 (cinquenta centavos de dólar) este para mão-de-obra qualificada, nas
prisões privadas e estaduais47.
47
“Trabalho dos pesos nos Estados Unidos está mais forte e controverso do que nunca”, João Ozório de
Melo. Setembro de 2014. Disponível em:<http://conjur.com.br/2014-set-13/fimde-trabalho-presos-eua-forte-
controverso-nunca >, acessado em 30/10/2015 às 23h00min
48
“EUA são o primeiro país em presídios”, Memélia Moreira. Fevereiro de 2009. Disponível
em:<http://controversia.com.br/blog/10271 >, acessado em 30/10/2015 às 23h30min
64
primeira vez, será feita uma ficha com informações sobre ele e já são colhidos os nomes
dos familiares mais próximos e o de alguns amigos, de forma limitada, que poderão lhe
visitar sem ter que enfrentar burocracia.
Qualquer outra pessoa que deseje visitar um detento e que seu nome não
esteja presente na ficha pessoal do detento deverá passar por um longo processo burocrático
para ter aprovada sua visita, salvo nos casos de investigadores e advogados, que podem
visitar o detento de forma ilimitada, necessitando apenas da aprovação prévia do diretor da
prisão.
49
“Como funcionam os presídios nos Estados Unidos”, Ed Grabianowski. Disponível
em:<http://pessoas.hsw.uol.com.br/presidios.htm>, acessado em 26/10/2015 às 23h30min
66
fazem com que nossas penitenciárias, de uma forma geral, sejam bem diferentes das norte-
americanas.
50
“Como funciona um presídio de segurança máxima”, Artur Louback Lopes. Disponível
em:<http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funciona-um-presidio-de-seguranca-maxima >,
acessado em 30/10/2015 às 17h00min
67
pior das hipóteses, deveria ter lhe sido proposta uma suspensão da pena ou substituição da
pena privativa de liberdade em pena restritiva de direito, tendo em vista o claro
descabimento desta, configurando-se uma medida completamente desprovida do princípio
da proporcionalidade.
51
“Presídios no Ceará têm terceira maior superlotação do país”, G1-CE, Junho de 2015. Disponível
em:<g1.globo.com/ceara/noticia/2015/06/presidios-do-ceara-tem-terceira-maior-superlotação-do-país.html>,
acessado em 30/10/2015 às 23h00min
71
Isto é um fator que causa extrema preocupação, pois faz com que diversas
penitenciárias destinadas para detentos provisórios acabem recebendo indivíduos
condenados definitivamente e vice versa, o que ficou bastante constatado durante as visitas,
como por exemplo na Casa de Privação de Liberdade Provisória Professor Clodoaldo Pinto
(CPPL II), a qual estava recebendo vários presos condenados definitivamente.
A grave situação nos presídios cearense fez com que a Ordem dos
Advogados do Brasil, Secção Ceará divulgasse dados, no fim de 2014, obtidos após
realizadas 3 (três) anos de vistorias em todos os presídios cearense e delegacias,
confirmando a superlotação em todas as penitenciárias e delegacias do estado, além da
ociosidade completa que é vivida pela maioria dos detentos. Afirmaram ainda que existem
casos em que as unidades já foram interditadas por ordem da Justiça, mas continuam
funcionando precariamente e recebendo mais presidiários52.
52
“Após três anos de vistorias, OAB aponta grave crise no sistema penitenciário do Estado do
Ceará”. Fernando Ribeiro, Novembro de 2014. Disponível em:<
blogdofernandoribeiro.com.br/index.php/86-categorias/descaso-cidade/347-apos-tres-anos-de-vistorias-oab-
aponta-grave-crise-no-sistema-penitenciario-do-estado-do-ceara>, acessado em 31/10/2015 às 14h20min
72
CONCLUSÃO:
delito reflita sobre seus atos para que não torne a cometê-los e que este seja preparado para
o retorno ao convívio social, com melhor capacitação( através de estudo e trabalho).
Deve-se respeitar os direitos básicos dos presos que são garantidos pela
Constituição Federal e pelas normas infraconstitucionais, garantindo-lhes um tratamento
descende, com respeito à dignidade humana, alimentação adequada, níveis de higiene
básicos e um espaço adequado dentro das celas, ou seja, respeitar a quantidade máxima de
presos por cela.
Fica evidente que a própria lei prevê garantias essenciais aos presos, mas
o Estado não consegue disponibiliza-las, o que acaba dificultando o processo de
ressocialização, fato este que também deve ser alterado mediante maiores investimentos e
76
Importante ressaltar que além dos benefícios acima expostos o artigo 126,
parágrafo 1º, inciso II, da Lei de Execuções Penais, traz o trabalho como um meio de
remissão de pena, onde a cada 3 (três) dias de trabalho desconta-se 1 ( um) dia de pena.
É lamentável e absurdo ver e saber que estamos diante de algo que possui
benefícios para todos e que é um dos melhores meios para se alcançar a, atualmente
utópica, ressocialização e que a maioria das unidades penitenciárias brasileiras não se
investe no trabalho nem incentiva sua partida, não se aproveitando o potencial da mão de
obra que os cárceres disponibilizam.
77
Logo é algo que o próprio Estado já utilizou e sabe dos bons resultados
que podem ser obtidos, mas que explora pouquíssimo, sendo este exemplo ocorrido durante
as obras da Copa do Mundo, um acontecimento que infelizmente não se repete com
frequência.
do indivíduo e para que este tenha mais chances de construir um futuro melhor, além de ser
uma forma de diminuir os dias que devem ser cumpridos atrás das grades.
Como dito anteriormente, muitas pessoas que estão presas desejariam ter
a possibilidade de trabalhar e estudar, pois seria uma grande oportunidade de se aperfeiçoar
e qualificar para o mercado de trabalho, oportunidade está que não tiveram enquanto livres,
pois nossa vivemos em uma sociedade onde a desigualdade social e isolamento social
(isolamento dos indivíduos pobres, onde são marginalizados e tratados como inferiores),
são uma realidade, a exemplo, disto temos a cidade de São Paulo, apesar disto ocorrer em
todo o Brasil, na qual temos em uma mesma rua uma belíssima mansão e uma favela ao
lado, reflexo da extrema desigualdade brasileira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral, v. 1. 15. ed. São
Paulo: Saraiva, 2009.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral.13. ed. São
Paulo: Saraiva, 2007.
CONTE, Paula Sacchetta. PPP de cadeia. Quanto mais presos maior será o lucro, Maio
de 2014. Disponível em:<http://cartacapital.com.br/sociedade/quanto-mais-presos-maior-o-
lucro-3403.html >, acessado em 30/10/2015 às 21h30min
CUNHA, Rogério Sanches. Código Penal Para Concursos. 6. Ed. Salvador: JusPODIVM,
2013.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 34. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
LEAL, César Barros. Prisão: Crepúsculo de Uma Era. Minas Gerais: Del Rey, 1998.
MELO, João Ozório de. Trabalho dos pesos nos Estados Unidos está mais forte e
controverso do que nunca, Setembro de 2014. Disponível em:<http://conjur.com.br/2014-
set-13/fimde-trabalho-presos-eua-forte-controverso-nunca>, acessado em 30/10/2015 às
23h00min
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. São Paulo: RT, 8. ed. 2008.
RIBEIRO, Fernando. Após três anos de vistorias, OAB aponta grave crise no sistema
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