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Tema de Redação

 
  Semana 17 – de 02/06 a 08/06
 
 
 
   
 

Proposta 17
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua
portuguesa sobre o tema VIOLÊNCIA NA ESCOLA BRASILEIRA, apresentando proposta de
ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Educação sem violência no Brasil

Mais do que teoria e prática, a não violência tem que ser uma atitude entre toda a prática
de ensino, envolvendo todos os profissionais de educação e estudantes da escola, pais e
comunidade em um desafio comum e compartilhado. Assim, a não violência integrada dá ao
professor outra visão de seu trabalho pedagógico.
A escola tem que dar lugar ao diálogo e ao compartilhamento, se tornando um centro
para a vida cívica na comunidade.
Para se obter um real impacto, a educação sem violência tem que ser um projeto de toda
a escola, o qual deve ser planejado, integrado em todos os aspectos do currículo escolar, na
pedagogia e nas atividades, envolvendo todos os professores e profissionais da escola, assim
como toda a estrutura organizacional da equipe de tomadas de decisões educacionais.
As práticas de não violência devem ser coerentes e devem estar refletidas nas regras e
na utilização das instalações da escola.
Vista pelo ângulo da não violência, a Educação é para aprender sobre nossos direitos,
responsabilidades e obrigações, aprender a viver juntos, respeitando nossas diferenças e
similaridades, desenvolver o aprendizado baseado na cooperação, baseado no diálogo e na
compreensão intercultural, ajudar as crianças a encontrar soluções não violentas para
resolverem seus conflitos, experimentarem conflitos utilizando maneiras construtivas de
mediação e estratégias de resolução, promover a valores e atitudes de não violência:
autonomia, responsabilidade, cooperação, criatividade e solidariedade e capacitar estudantes a
construírem juntos, com seus colegas, seus próprios ideais de paz.

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Tema de Redação
 
  Semana 17 – de 02/06 a 08/06
 
 
 
   
 
Sem Pedagogia da Palmada

Nada como um século após o outro. A pedagogia da palmatória, do cinto, do chinelo caiu
em desuso. A surra educativa, velha de guerra, virou crime. Palmada e grito, não demora,
renderão de advertência a tratamento psicológico aos agressores. Na semana passada, a
Comissão de Constituição e Justiça deu sinal verde à chamada Lei da Palmada, empacada
havia quatro anos na Câmara dos Deputados. Antes de alterar em definitivo o Estatuto da
Criança e do Adolescente, o texto terá de passar pelo Senado e por sanção presidencial. Ao fim
da saga, castigo físico e tratamento cruel aos miúdos estarão banidos como instrumentos de
educação infantil. Será o ponto final da disciplina associada à violência. Ao menos, na letra fria
da lei.
Ao time do Palmada Educa Futebol Clube, cabe avisar que o Projeto de Lei 7.672/2010
seguirá caminho com novo nome. Quarta passada, na CCJ, foi rebatizado de Lei Menino
Bernardo (Boldrini). É referência ao garoto de 11 anos assassinado, em abril, pelo pai e pela
madrasta, segundo inquérito da polícia gaúcha. A homenagem ajuda a lembrar onde, não raro,
deságuam maus-tratos que começam com tapinha na mão e duas sílabas de xingamento.
Não é exagero. No mundo todo, há produção acadêmica associando castigo físico a
agressões violentas. Quem bate para disciplinar tende a usar cada vez mais força. Um estudo
no Canadá mostrou que a chance de uma criança que apanha ser gravemente ferida pelos pais
é sete vezes maior que a de um menor educado sem palmadas.
Mais de três mil ocorrências envolveram bebês com menos de 1 aninho. O dado alarmou
o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador do estudo: “É a faixa que mais sofre com a
violência (118,9 atendimentos por grupo de cem mil crianças de até 1 ano). Com essa idade, é
certo que não fizeram nada para merecer o castigo”.
Se tantos menores vão parar no hospital por agressões domésticas — 63% sofreram
violência em casa; 39%, por mãe, pai, padrasto ou madrasta —, é certo imaginar que há
múltiplos casos de castigos físicos que não chegam à luz pública. A nova lei pode ajudar a
contê-los. É que agentes de saúde, educação e assistência social terão que denunciar a turma
da palmada.
O país surpreso com episódios de justiçamento que ganham as ruas em pleno século XXI
precisa olhar para dentro de casa. E refletir sobre a cultura da violência, que resiste desde a
Colônia. Os castigos físico e psicológico teriam desembarcado no Brasil com os jesuítas. Eram
ferramentas para civilizar e catequizar os nativos. Migraram para o sistema educacional,
contaminaram relações familiares e se perpetuaram.
É comum adultos de hoje contarem que os pais foram repreendidos no limite da tortura.
Família e escola aplicavam punições que iam da palmatória ao joelho no milho. Sobrava
crueldade, faltava diálogo. Mais recentemente, o arcabouço legal em defesa de crianças e
adolescentes tem ajudado a desconstruir a crença na pedagogia da palmada. Mas a tolerância à
violência anda por aí, travestida de tapinha-que- não-dói. Dói, sim. Machuca. E mata.

Flávia Oliveira
Texto adaptado de http://oglobo.globo.com/blogs/flavia-oliveira/posts/2014/05/26/sem-
pedagogia-da-palmada-coluna-25-5-537210.asp

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