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EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Processo originário n° ...


Origem: 7ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Brasília/DF

O MINISTÉRIO PÚBLICO..., na condição de fiscal da


ordem jurídica, qualificação...., por meio da Procuradoria ..........., com sede na
(endereço completo) ..............., com fundamento nos arts. 1.015 e seguintes do
CPC/2015, interpõe

AGRAVO DE INSTRUEMNTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

em face da decisão proferida pelo MM. Juízo da 7ª Vara Federal da Subseção


Judiciária de Brasília-DF, nos autos da AÇÃO CAUTELAR DE EMBARGO DE OBRA
c/c PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA, processo nº ..., movida pelo MINISTÉRIO
PÚBLICO ...... em face da empresa REPRESA SOLUÇÕES LTDA, inscrita no CNPJ/MF
sob o nº .............................................., na pessoa do seu representante legal, com sede na
(endereço completo)......................................................, pelas razões que serão aduzidas.
Assim, requer-se o regular processamento do presente
recurso.
Ressalta que consta abaixo a indicação das folhas nas
quais estão as cópias dos documentos obrigatórios do processo principal (além de
outras peças facultativas), as quais o membro do Ministério Público ....... declara
serem autênticas.
Declara-se a inexistência de procuração outorgada ao
advogado do AGRAVADO, em razão da ausência de citação até o momento, nos
termos do inciso II, do art. 1.017, do CPC/2015.
Outrossim, o AGRAVANTE deixa de efetuar o preparo,
tendo em vista ser isento na forma da lei.

Advogado Agravante: Procurador (a) FULANO DE TAL


Advogado do Agravado: não há, porque não houve citação/intimação (inciso II, do
art. 1.017, do CPC/2015)

O AGRAVANTE junta cópia integral dos autos do processo nº ..., e a


declara autêntica nos termos do inciso I, do art. 425, do CPC/2015. Entre elas,
encontram-se as seguintes peças obrigatórias, conforme dispõe o inciso I, do art.
1.017, do CPC/2015:

a) cópia da petição inicial (fls....);


b) cópia da contestação (fls....);
c) cópia da petição que ensejou a decisão agravada (fls...);
d) cópia da própria decisão agravada (fls...);
e) e cópia da certidão da publicação da decisão agravada (fls...).

Nestes termos

Pede e espera deferimento.

Brasília-DF, 22 de novembro de 2019.

________________________________________________
FULANO DE TAL
Procurador (a) Membro do MP .............
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: Ministério Público ........


Agravado: Represa Soluções Ltda
Origem: 7ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Brasília-DF
Classe: Ação Cautelar de Embargo de Obra c/c Pedido de Tutela Provisória
Processo originário nº ...

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA TURMA,

ÍNCLITOS DESEMBARGADORES FEDERAIS.

1. DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE DO AGRAVO DE


INSTRUMENTO

Nos termos do caput do art. 1.015 do Código de


Processo Civil/2015, é cabível o presente recurso, in verbis:

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões


interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
[...]

Trata-se de agravo de instrumento em face de decisão


interlocutória que indeferiu pedido de tutela provisória cautelar, consistente no
embargo da obra de reforma da represa com base no princípio da prevenção.
Tendo em vista a natureza cautelar da medida do
embargo da obra de reforma da represa, a decisão que a aprecia não pode aguardar
o julgamento do mérito da lide para que, só então, em julgamento de apelação que
eventualmente venha a se interpor, decida-se sobre o cabimento ou não do embargo.
Importante destacar que o presente recurso é
tempestivo, tendo em vista que a decisão interlocutória foi publicada 08/10/2019,
o qual, contado em dias úteis, escoará em 22/11/2019, nos termos do caput, do art.
180 c/c §5º, do art. 1.003, ambos do CPC/2015.

2. DOS FATOS E DA DECISÃO RECORRIDA

Cuida-se de agravo de instrumento, com pedido de


efeito suspensivo, em face de decisão do MM. Juízo da 7ª Vara Federal da Subseção
Judiciária de Brasília-DF, proferida nos autos da AÇÃO CAUTELAR DE EMBARGO DE
OBRA c/c PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA nº ....., ajuizada pelo Ministério Público
... em desfavor da empresa Represa Soluções Ltda, tendo em vista que a realização
da obra de reforma da represa, existe certeza científica de que as espécimes
aquáticas sofreriam drásticos impactos em suas condições de sobrevivência,
inclusive com risco concreto e previsível de extinção.
A decisão interlocutória de fls..., o pedido tutela
provisória foi indeferido pelo Magistrado, “com base no princípio do desenvolvimento
equilibrado, e ao princípio da precaução”. Vejamos a decisão:

Decisão Interlocutória....

Não obstante o Juízo a quo valorizar o princípio do


desenvolvimento equilibrado, o mesmo equivocou-se, confundindo o princípio da
precaução com o princípio da prevenção defendido pelo ora AGRAVANTE na inicial.
Diante dessas circunstâncias, conquanto haja riscos
eminentes de que a realização da obra de reforma da represa poderá
acarretar drásticos impactos nas condições de sobrevivência de espécimes
aquáticas, inclusive podendo causar a extinção - conforme acima exposto-, não
há como não ser deferido o pleito de suspensão dos efeitos da decisão
interlocutória ora agravada.
É em face do indeferimento do pedido de tutela
provisória que o presente recurso de agravo de instrumento se direciona, conforme
razões que passa a expor.
3. DA NECESSIDADE DE REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA – DA TUTELA DE
URGÊNCIA - Verossimilhança das alegações, o fumus boni iuris e o periculum in
mora

A decisão interlocutória indeferiu equivocadamente o


pedido de tutela provisória na ação de embargo da obra de reforma, tendo em
vista que o Juízo a quo confundiu o princípio da precaução com o princípio da
prevenção.
Destarte, o fundamento da decisão recorrida, no sentido
de que deve haver prova inequívoca do provável dano à vida aquática nas águas
represadas (fumus boni iuris e periculum in mora). Para tanto, colaciona-se os laudos
científicos que exaram essa possibilidade efetivo de dano irreversível. Vejamos:

Laudo científico nº.....


Laudo científico nº...

Pelo exposto, a concessão da tutela de urgência para


suspender os efeitos da decisão interlocutória e, consequentemente,
embargar provisoriamente a realização da obra de reforma da represa é
medida que se impõe, assegurando, dessa forma, o respeito à preservação do
interesse público e à efetividade do processo.
Dessa forma, verifica-se, pelas circunstâncias e
possíveis consequências, que a realização da obra de reforma da represa poderá
causar danos gravíssimos.
A jurisprudência do STJ e doutrina majoritária
entendem que a concessão de tutela provisória para embargar a obra de reforma da
represa é a medida judicial correta. Vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO...(Acordão nº....)

Emérito doutrinador jurídico.....

Ante o exposto, impõe-se a reforma da decisão


agravada, para que seja concedida a tutela provisória de embargo da reforma da
represa a fim de salvaguardar o patrimônio público federal e o patrimônio científico
e moral da coletividade.
No intuito de evitar lesão de difícil reparação ao meio
ambiente, ao patrimônio público e à moral da coletividade, decorrente da
possibilidade de o AGRAVADO realizar a obra de reforma da represa, o AGRAVANTE
requer seja concedida a antecipação da tutela recursal, com a finalidade de
determinar a suspensão dos efeitos da decisão interlocutória agravada e,
consequentemente, embargar provisoriamente a realização da obra de
reforma da represa, nos termos expostos na exordial, com base no inciso I, do art.
1.019, do CPC/2015.
Eméritos Desembargadores, não se pode ignorar as
regras da experiência forense, que apontam serem reduzidíssimas as chances de
efetivo cumprimento da sentença caso não se adote a medida de embargo da obra
de reforma da represa logo no início do processo. Observa-se aqui um reforço no
periculum in mora, presumido.
Ademais, no caso versado o fumus boni juris restou
consubstanciado na própria decisão recorrida, conforme excertos alhures indicados.
Portanto, demonstrada a presença dos requisitos para a
concessão da antecipação de tutela, para o fim de determinar a suspensão dos
efeitos da decisão interlocutória agravada e, consequentemente, embargar
provisoriamente a realização da obra de reforma da represa, é necessária a
adoção de medida de urgência capaz de assegurar o resultado útil do processo até o
seu julgamento definitivo.

4. DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, o Ministério Público ... requer:

a) o conhecimento do agravo de instrumento, haja vista restarem atendidos os


pressupostos recursais de admissibilidade;
b) a concessão de tutela de urgência ao presente recurso, para que seja determinada
a suspensão dos efeitos da decisão interlocutória agravada e,
consequentemente, embargar provisoriamente a realização da obra de
reforma da represa;
c) a intimação pessoal do agravado, para que, querendo, apresente contrarrazões a
este recurso no prazo de quinze dias (art. 1.019, II, do CPC), uma vez que ainda não
possuem procuradores constituídos nos autos, em razão de ainda não terem sido
notificados/citados no presente feito;
e) e, ao final, o provimento integral do presente recurso, para reformar a decisão
recorrida, nos termos acima delineados, a fim de que seja deferida a tutela
provisória para embargar a realização da obra de reforma da represa.

Nestes termos,

Pede provimento.

Brasília-DF, 22 de novembro de 2019.

FULANO DE TAL
Procurador (a) Membro do MP...

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