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ETEC CIDADE DO LIVRO

CLEITOR SOLECK FOGAÇA


FRANCIELE CRISTINA DOS SANTOS ROCHA
GABRIEL WESLEY MERNICHI
JOÃO MARCOS FAXINA
JULIANA BISPO DOS SANTOS LIMA

FUNDAÇÕES PROFUNDAS:
TUBULÃO A CÉU ABERTO E TUBULÃO A AR COMPRIMIDO

Lençóis Paulista – SP
2018
CLEITOR SOLECK FOGAÇA
FRANCIELE CRISTINA DOS SANTOS ROCHA
GABRIEL WESLEY MERNICHI
JOÃO MARCOS FAXINA
JULIANA BISPO DOS SANTOS LIMA

FUNDAÇÕES PROFUNDAS:
TUBULÃO A CÉU ABERTO E TUBULÃO A AR COMPRIMIDO

Trabalho de Fundações apresentado à Etec


Cidade do Livro, no componente Técnicas e
Práticas Construtivas de Infraestrutura, no
curso Técnico em Edificações.
Orientador: Prof. José de Oliveira Berto.

Lençóis Paulista – SP
2018
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Geometria de um tubulão ....................................................................... 08


Figura 2 – Características de um tubulão ................................................................ 09
Figura 3 – Tipos de base: circular e falsa elipse...................................................... 10
Figura 4 – Exemplo de locação de tubulões circular e de falsa elipse .................... 10
Figura 5 – Tubulão “à esquerda” sem contenção e “a direita” com contenção ........ 12
Figura 6 – Escavação manual ................................................................................. 13
Figura 7 – Escavação mecanizada .......................................................................... 14
Figura 8 – Colocação de armadura do fuste ........................................................... 15
Figura 9 – Concretagem do tubulão a ceu aberto ................................................... 16
Figura 10 – Esquematização do tubulão a ar comprimido ....................................... 17
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características da Fundações por Tubulão a céu aberto e a ar comprimido


................................................................................................................................. 11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


NBR - Norma Brasileira de Regulamentação
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 06

2 DESENVOLMENTO ............................................................................................. 07
2.1. CONCEITOS ...................................................................................................... 07
2.1.1 TUBULÕES A CÉU ABERTO E A AR COMPRIMIDO ..................................... 08
2.1.1.1 Tubulão a Céu Aberto ................................................................................... 11
2.1.1.1.1 Fases de execução do tubulão a céu aberto .............................................. 12
2.1.1.2 Tubulão a Ar Comprimido.............................................................................. 16
2.1.1.2.1 Fases de execução do tubulão a ar comprimido ........................................ 18
2.1.1.3 Vantagens e Desvantagens dos Tubulões .................................................... 19

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 21

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22
6

1 INTRODUÇÃO

As fundações são consideradas elementos estruturais com fim de


transmitir as cargas de uma estrutura ao terreno. Com essa premissa, as fundações
devem apresentar além da resistência, as tensões a serem causadas pelos esforços
propostos a fim de não sofrer rupturas e não ocorrer deformações exageradas.
A escolha de uma fundação adequada envolve um estudo sobre a
edificação juntamente com a análise do solo na qual será construído. Essa análise
visa identificar os elementos estruturais que formaram as fundações ao determinado
solo. A execução de uma fundação através de tubulões consiste na escavação
manual ou mecânica, de um poço, até encontrar um solo com a tensão admissível
necessária para o projeto, e na abertura de uma base alargada neste terreno a fim de
transmitir a carga do pilar através de uma pressão compatível com as características
do terreno. Essa prática é utilizada nos tipos de tubulão a céu aberto e tubulão a ar
comprimido, tanto para construção de edifícios quanto para construção de pontes de
rios e viadutos.
Como proposta nesse trabalho, no capítulo dois (2) são apresentados
os conceitos gerais que abragem um breve relato histório e os tipos de estacas em
suas classificações como rasa e profundas. No capítulo três (3), os tipos de tubulões,
sendo eles o de céu aberto e o de ar comprimido. No capitulo quatro (4), as vantagens
e desvantagens em relação a prática construtiva dos tubulões. Por fim, finalizando
com a considerações finais desse trabalho.
7

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 CONCEITOS

Com a evolução do ser humano e consequentemente com o aumento


da sua espécie, há uma crescente demanda por espaço e tempo de locomoção, vide
essa justificativa o espaço dominante se faz necessário construções cada vez mais
elevadas e com estruturas que comportem tais elevações e principalmente a
carga. Dentre as diversas necessidades de uma boa construção, a fundação é a
base necessária para comportar ou dar suporte de forma segura a estrutura a ser
levantada. A fundação está necessariamente ligada profundidade e ao solo que será
desenvolvida, e é classificada em duas partes, sendo a fundação rasa (ou superficial)
e a fundação profunda.
As fundações rasas “a carga é transmitida ao terreno pelas tensões
distribuídas sob a base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação
ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da
fundação”. Nessa classificação fazem parte as fundações do tipo: Sapata; Bloco;
Radier; Sapata associada e Sapata corrida. (NBR 6122-2010, p.2-3).
As fundações profundas são aquelas, nas quais, a carga é transmitida
“ao terreno ou pela base ou por sua superfície lateral ou por uma combinação das
duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro
de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3,0 m”. Nessa classificação fazem
parte as fundações do tipo: Estaca; Tubulão; Estaca pré-moldada ou pré-fabricada de
concreto; Estaca de concreto moldadas in loco; Estaca de reação (mega ou prensada);
Estaca raiz; Estaca escavada com injeção ou microestaca, escavada mecanicamente
e escavada com fluido estabilizante; Estaca strauss; Estaca Franki; Estaca mista;
Estaca metálica ou de aço; Estaca hélice contínua monitorada, estaca hélice de
deslocamento monitorada; e Estaca trado vazado segmentado. (NBR 6122-2010, p.4-
5).
No presente trabalho o foco será dado nas fundações profundas mais
especificamente no elemento do tipo Tubulão.
8

2.1.1 TUBULÕES A CÉU ABERTO E A AR COMPRIMIDO

Segundo Beilfuss (2012), o tubulão é considerado como uma estaca


com a diferença em seus diâmetros maiores, também chamado de fuste e bases
alongada, elevando o suporte de cargas.
Conforme a norma ABNT NBR 6122/2010 o tubulão é classificado
como um:
“elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo
menos na sua etapa final, há descida de pessoas, que se faz
necessária para executar o alargamento de base ou pelo menos a
limpeza do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação
as cargas são transmitidas preponderantemente pela ponta”

O tubulão apresenta como principal característica a sua transmissão


de carga, no qual, além do suporte da base o atrito do solo completa o apoio do
suporte da estrutura (ver Figura 1). Esse tipo de fundação também apresenta duas
classificações, o tubulão a céu aberto, no qual normalmente não apresenta
revestimento e o tubulão a ar comprimido, ou pneumático onde apresentam
revestimento, podendo ser construído armando o concreto ou através de uma camisa
metálica (aço) no qual pode ser recuperada ou perdida. ALONSO (1998, p.400). Na
Figura 1 é apresentado a geometria de um tubulão, onde suas partes de maior
influência em sua construção são indicadas como Fuste e a Base (Base Alargada).

Figura 1 – Geometria de um tubulão


Fonte: Ilustração gerada pelo autor
9

Na Figura 2 é apresentado as características gerais de um tubulão


onde se deve considerar seu escavamento manual ou mecanicamente, com a base
alargada à ser escavada necessariamente de forma manual; o diâmetro do fuste no
qual o mínimo é de 70 cm, para permitir a descida de um poceiro (escavador), o ângulo
de 60º da base para excluir a necessidade de armadura; a execução em solos
coesivos (rígidos, de elevada resistência), considerando também a execução, de
preferência acima do lençol freático, ou quando houver necessidade abaixo, eliminar
riscos de desmoronamento; a altura da base até 2 metros e a altura do rodapé entre
20 e 25 cm; e o diâmetro da base menos que 4 metros. (PEREIRA, 2015).
Em relação a base há possibilidade de dois tipos (ver Figura 3), sendo
elas de forma circular (a) e falsa elipse (b), onde a circular é a típica forma mais
presente na locação de estrutura da obra, e a forma de falsa elipse onde a locação da
estrutura faz divisa, possibilitando para que não ocorra invasão mesmo abaixo da
superfície. Na Figura 4 é demonstrado como seria a locação de tubulões na obra de
um edifício no qual faz divisa com outras propriedades.

= > Ø70 cm

= < 2m
20 a 25cm

60º
=< 4m
Figura 2 – Características de um tubulão
Fonte: <https://www.fundacoes.org/aula-07>
10

Figura 3 – Tipos de base: circular e de falsa elipse


Fonte: <http://engcivilanchieta.blogspot.com/2014/04/tubulao-ceu-aberto.html>

Figura 4 – Exemplo de locação de tubulões circular e de falta elipse


Fonte: Ilustração gerada pelo autor.
11

Em relação aos dois (2) tipos de tubulões apresentados, a seguir na


Tabela 1, é apresentado um demonstrativo que engloba os dados entre tubulões a
céu aberto e ar comprimido pela profundidade, capacidade de carga, profundidade
máxima e vibrações causadas. (MANANGON, 2009).

Tabela 1 – Características da Fundações por Tubulão a céu aberto e a ar comprimido.


Produtividade Capacidade Profundidade Vibrações
de Carga máxima causadas
Tubulão a céu 4,0 m3 de 150 a 1000 Limitada pelo Ausência de
aberto escavação tf Nível de Água trepidações e
manual para vibrações em
tubulões até 10 m prédios
de profundidade vizinhos
80 m3 de
escavação
mecânica para
tubulões até 15 m
de profundidade
Tubulão a ar Variável, pois 800 a 1000 34 m abaixo do Ausência de
comprimido depende muito do tf nível d´água trepidações e
tipo de solo vibrações em
prédios
vizinhos

Nos subtópicos 3.1. e 3.2. abordamos em mais detalhes o tubulão a


céu aberto e o tubulão a ar comprimido.

2.1.1.1 Tubulão a Céu Aberto

Segundo Marangon (2009), as fundações de tubulão a céu aberto tem


como objetivo suportar cargas elevadas; sua instalação é indicada em regiões com
dificuldade na utilização maquinário mecanizado, contudo é recomendado em solos
com elevada resistência e mesmo com ajuda de uma perfuração mecanizada em
12

parte, é necessário o com apoio de um “poceiro” e um ajudante onde os mesmos


deverão efetuar o alargamento do tubulão até a profundidade pretende, além do
alargamento da base antes de efetuar a concretagem.
O tubulão a céu aberto também deverá ser executado, após sua
locação, acima do lençol freático natural, salvo condições especiais das quais seja
possível o bombeamento da água sem risco de desmoronamento. “O revestimento do
fuste, conhecido como encamisamento ou contenção, poderá ser efetuado com tubos
de concreto pré-moldado ou com tubos de aço.”, na Figura 5 é apresentado a
escavação sem contenção e com contenção.

Figura 5 – Tubulão “à esquerda” sem contenção; e “a direita” com contenção.


Fonte: <https://www.escolaengenharia.com.br/tubulao-a-ceu-aberto/>

2.1.1.1.1 Fases de execução do tubulão a céu aberto

Segundo Pereira (2018), as fases de um tubulão a céu aberto são


divididas em cinco, sendo elas: a Escavação manual ou mecânica do fuste; o
Alargamento da base e limpeza; a Conferência da base pelo engenheiro ou
responsável da obra; a Colocação da armadura; e a Concretagem.
13

1. Escavação manual ou mecânica do fuste: O fuste pode ser


escavado manualmente por poceiros (ver Figura 6) ou através de perfuratrizes (ver
Figura 7) até a profundidade prevista em projeto. Quando escavado à mão, o prumo
e a forma do fuste devem ser conferidos durante a escavação. Caso ocorram
irregularidades na instalação do sistema, especialmente desalinhamento do fuste e
dificuldade de abertura e concretagem da base, é preciso corrigir imediatamente, pois
o tubulão não pode ficar muito tempo aberto para não sofrer alívio de tensões e perda
de resistência do solo.

Figura 6 – Escavação manual.


Fonte: <http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/GF05-Funda%C3%A7%C3%B5es-
Profundas-Estacas-Sem-Desloc.pdf>
14

Figura 7 – Escavação mecanizada


Fonte: <http://sinop.unemat.br/site_antigo/prof/foto_p_downloads/fot_7335aula_9_-
_dimensionamento_e_execuyyo_de_tubulyes_pdf.pdf>

2. Alargamento da base e limpeza: Se for necessário o alargamento


da base, a descida de um operário para o serviço é imprescindível. Por mais arriscado
que seja esta prática, ainda não foi desenvolvido equipamento com preço acessível
para realizar o alargamento da base (ver Figura 6). Deve-se realizar todos os
procedimentos de segurança e a utilização de epi’s designados para esta operação.
Depois de executado o alargamento da base de acordo com as dimensões previstas
em projeto, deve-se realizar a limpeza da base, retirando terras soltas e impurezas do
solo.
3. Conferência da base pelo engenheiro ou responsável da
obra: Após o término do alargamento e limpeza da base pelo operário, o engenheiro
ou responsável da obra deve descer no poço para verificação do serviço. Deve-se
conferir as dimensões da base e o angulo formado entre o fuste e a base. É comum
nos canteiros de obra a prática da confiança do engenheiro em seus operários.
Porém, vale ressaltar que o engenheiro é a pessoa que possui conhecimento técnico
na obra capaz de decidir se o serviço foi bem executado ou não.
15

4. Colocação de armadura: A armadura do fuste deve ser colocada


tomando-se o cuidado de não permitir que, nesta operação torrões de solo sejam
derrubados para dentro do tubulão. Quando a armadura penetrar na base, ela deve
ser projetada de modo a permitir a concretagem adequada da base, devendo existir
aberturas na armadura de pelo menos de 30 x 30 cm (ver Figura 8).

Figura 8 – Colocação da armadura do fuste.


Fonte: <http://www.solucoesmix.com.br/abraetd1/wp-content/uploads/2018/06/5.pdf>

5. Concretagem: A concretagem do tubulão deve ser feita


imediatamente após a conclusão de sua escavação (ver Figura 9). Em casos
excepcionais, nos quais a concretagem não tenha sido feita imediatamente após o
término do alargamento e sua inspeção, nova inspeção deve ser feita, removendo-se
16

o material solto ou eventual camada amolecida pela exposição ao tempo ou por água
de infiltração. A concretagem é feita com concreto simplesmente lançado da
superfície. Não é necessário o uso de vibrador. Por esta razão o concreto deve ter
plasticidade suficiente para assegurar a ocupação do todo o volume da base. Alguns
engenheiros, porém, recomendam o uso de vibrador e que a bomba de concreto
alcance o fundo do tubulão. A escolha ficará por conta do responsável da obra.

Figura 9 – Concretagem do tubulão à céu aberto


Fonte: <http://www.solucoesmix.com.br/abraetd1/wp-content/uploads/2018/06/5.pdf>

2.1.1.2 Tubulão a Ar Comprimido

As fundações em tubulão a ar comprimido são indicadas, e se


justificam, para obras que apresentem cargas elevadas, como é o caso de pontes e
viadutos, e quando se tem o nível de água (N.A.) elevado.
Assim, é utilizado uma “estrutura” fechada para que não ocorra a
entrada da água no ambiente de escavação. A escavação para os tubulões pode ser
17

feita ao ar livre ou com campânula (câmara). Neste segundo método, é instalada uma
câmara na parte superior do tubo de concreto, acima do nível da terra, para injeção
de ar comprimido no poço. Esse procedimento impede a entrada de água na
escavação graças à pressão interna exercida. A Figura 10 ilustra a operação.

Figura 10 – Esquematização do tubulão a ar comprimido


Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgLskAC/tubuloes>
18

2.1.1.2.1 Fases de execução do tubulão a ar comprimido

Segundo Carvalho (2014), a operação de perfuração de um tubulão a


ar comprimido envolve seis (6) passos, sendo eles: Terraplanegem e escavação
preliminar; Instalação das fôrmas e montagem das armaduras; Concretagem da
primeira sessão; Escavação sof ar comprimido com campânula; Alargamento da base;
e a Concretagem da base.
1. Terraplanagem e escavação preliminar: antes de executar
qualquer fundação é feito um mapeamento geotécnico. Os serviços são iniciados com
a terraplenagem do local. Em seguida, é feita uma escavação preliminar, a céu aberto,
onde se executa um poço (geralmente entre 1,5 m e 2 m de profundidade) de apoio
ao assentamento das fôrmas. As escavações para executar o tubulão podem ser feitas
manualmente ou mecanicamente, com um trado mecânico.
2. Instalação das fôrmas e montagem das armaduras:
No poço primário, é montada uma fôrma circular (metálica ou de madeira) em volta da
qual é armada a ferragem do tubulão. Concluída a armação, é instalada uma fôrma
circular externa. Os diâmetros variam conforme o projeto. O comprimento desse
primeiro segmento costuma ser em torno de 4 m (cerca de metade dentro do poço e
metade acima do nível do terreno).
3. Concretagem da primeira sessão: é feita a concretagem da
camisa (espaço entre as fôrmas interna e externa). Após a concretagem e a cura do
concreto, faz-se a desenforma interna e externa. Na extremidade superior da camisa
de concreto são fixados chumbadores para acoplar a campânula usada para
comprimir o ar.
4. Escavação sob ar comprimido: com o primeiro segmento tubular
concretado, é montada a campânula sobre o tubulão em execução. A partir daí os
trabalhos de escavação são feitos sob ar comprimido, avançando normalmente em
trechos de 1 m a 1,5 m. A campânula é retirada para concretagem de novos
segmentos do tubulão - cada segmento é executado com a mesma composição de
armação e de fôrmas internas e externas. A sequência concretagem-escavação
concretagem é repetida até que se atinja a profundidade prevista em projeto ou
determinada pela inspeção. A campânula é composta de várias peças, as quais são
presas umas às outras através de parafusos, porcas, arruelas e vedações. Uma vez
montada, a câmara é pressurizada com compressores. Ela também tem função de
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segurança para os profissionais: é pela câmara que os operários passam pelo


processo de compressão e descompressão para poderem trabalhar sob ar
comprimido.
5. Alargamento da base: ao atingir a cota de assentamento do
tubulão, é feita a inspeção do terreno. Caso a exigência (de capacidade de carga, de
resistência, entre outros fatores) seja atendida, pode-se então expandir a base. Na
maioria dos casos, usa-se base alargada para melhor aproveitamento da capacidade
resistente do terreno. Após o alargamento, uma nova vistoria é feita para conferir as
dimensões e verificar a armadura da base. Por fim, é feito o preenchimento com
concreto, sem remoção da campânula.
6. Concretagem da base: o concreto é introduzido na campânula por
meio do "cachimbo" de concretagem. Após o preenchimento da base, a execução do
tubulão é encerrada. Ele deve permanecer comprimido durante seis horas após a
concretagem da base.

2.1.1.3 Vantagens e Desvantagens dos Tubulões


Segundo Marangon (2009), quando comparados a outros tipos de
fundações os tubulões apresentam as seguintes vantagens:
- Os custos de mobilização e de desmobilização são menores que os
de bate-estacas e outros equipamentos;
- As vibrações e ruídos provenientes do processo construtivo são de
muito baixa intensidade, praticamente inexistentes;
- Pode-se observar e identificar o solo retirado durante a escavação e
compará-lo às condições do subsolo previstas no projeto;
- O diâmetro e o comprimento do tubulão podem ser modificados
durante a escavação para compensar condições do subsolo diferentes das previstas;
- As escavações podem atravessar solos com pedras e matacões,
sendo possível penetrar em vários tipos de materiais, em alguns casos em particulares
até rocha;
- É possível apoiar cada pilar em um único fuste, em lugar de apoiar
em diversas estacas.
Segundo Oliveira (2014), as por tubulões apresentam as seguintes
desvantagens:
20

- Grau de periculosidade elevado para o trabalhador, uma vez que


pode haver desmoronamentos durante a escavação (provenientes de erros na
execução), envenenamento do ar por lençol freático contaminado, riscos com
descompressão acelerada que podem levar desde a paralisia até a morte do
trabalhador por embolia.
- Sua execução deve ser acompanhada com muito rigor para evitar
acidentes que podem ser fatais, incluindo a necessidade de equipamentos e de mão-
de-obra especializada.
- Limitações: o tubulão a céu aberto pode ser limitado em função do
lençol freático, caso não seja possível esgotar a água; o tubulão a ar comprimido é
limitado em 34 metros abaixo no nível de lençol freático, por questão da compressão
e os riscos que ela proporciona.
21

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho teve como intuído apresentar os elementos de


fundação de tubulões a céu aberto e a ar comprimido, assim como diversos
elementos, dentro da devida aplicação, a proposta desse é a transferência de carga
ao terreno, no caso do tubulão, pela base (resistência de ponta), por sua superfície
lateral (resistência de fuste) ou pela combinação de ambas.
22

REFERÊNCIAS
ALONSO, U. R.; GOLOMBEK, S. Tubulões e caixões. In: HACHICH, W.; FALCONI,
F. F.; SAES, J. L.; FROTA, R. G. Q.; CARVALHO, C. S.; NIYAMA, S. (Coord.)
Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e


execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010.

CARVALHO, Kelly. Fundações e contenções: Tubulões com ar comprimido.


Disponível em: <http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-
tecnicas/41/tubuloes-com-ar-comprimido-319515-1.aspx>. Acesso em: 03 set. 2018.

MARANGON, Márcio. Geotécnica de Fundações. Disponível em:


<http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/GF05-Funda%C3%A7%C3%B5es-
Profundas-Estacas-Sem-Desloc.pdf>. Acesso em: 03 set. de 2018.

OLIVEIRA, Diego; et al. Fundações profundas: Tubulões a céu aberto e a ar


comprimido. Disponível em: <https://docplayer.com.br/69443067-Tubulao-a-ceu-
aberto-tubulao-a-ar-comprimido.html>. Acesso em: 03 set. 2018.

PEREIRA, Caio. Tubulão a céu aberto. Escola Engenharia, 2015. Disponível


em: https://www.escolaengenharia.com.br/tubulao-a-ceu-aberto/. Acesso em: 03 set.
2018.

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