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ROSARIO INTERNATIONAL CONGRESS 2010

*Full name: Geovana Maria Cartaxo de Arruda Freire


*Email: geovanacartaxo@gmail.com
*Title of the paper: A identidade digital e o acesso à internet: novos direitos na consolidação
da ciberdemocracia ( The digital identity and the internet access: new rights for
cyberdemocracy consolidation)
*Your institution: Universidade de Fortaleza
*Position in the institution: Professor
*City/Country: Fortaleza - Brazil
*Language of the presentation: Portuguese
*Thematic area: Deepening democracy in civil society
*Format of the proposal: Academic Presentations

*Full name: Tainah Simões Sales


*Email: tainahsales@gmail.com
*Title of the paper: A identidade digital e o acesso à internet: novos direitos na consolidação
da ciberdemocracia ( The digital identity and the internet access: new rights for
cyberdemocracy consolidation)
*Your institution: Universidade de Fortaleza
*Position in the institution: Student
*City/Country: Fortaleza - Brazil
*Language of the presentation: Portuguese
*Thematic area: Deepening democracy in civil society
*Format of the proposal: Academic Presentations
A IDENTIDADE DIGITAL E AO ACESSO À INTERNET: NOVOS DIREITOS NA
CONSOLIDAÇÃO DA CIBERDEMOCRACIA

Resumo

O presente estudo visa discutir os impactos da transformação da democracia em


ciberdemocracia, a partir de discussões acerca do desenvolvimento de uma cidadania digital e
da possibilidade de ampliação do fazer político do cidadão mediante a inclusão e o acesso às
novas tecnologias. É imprescindível a colaboração da sociedade na formação de uma
cidadania participativa e num Estado verdadeiramente democrático. Cresce a necessidade de o
Estado tornar-se mais transparente e acessível aos cidadãos, mediante a prestação de serviços
e informações, e as novas tecnologias tornam-se instrumentos cada vez mais eficazes em sua
concretização. Dessa forma, a pesquisa avalia os instrumentos fornecidos pelo Poder Público
para uma efetiva participação popular online no Poder Executivo e Legislativo, bem como as
novas formas de mobilização social, mediante o fortalecimento de organizações não
governamentais (ONGs) e da inclusão digital. A partir da concretização da ciberdemocracia,
pretende-se estudar, ainda, a formação de uma identidade digital, mediante o exercício da
cidadania eletrônica (e-citizenship), albergada pelo crescente sentimento de que o indivíduo,
enquanto cidadão, pode ter acesso a informações públicas e efetivo poder no fazer
democrático. O estudo contou com análise bibliográfica de conceitos como ciberdemocracia,
esfera pública inclusão e cidadania digital, além da análise de casos concretos de redes sociais
que proporcionam um efetivo exercício da democracia e aumento da liberdade de expressão.
O objetivo do estudo é analisar as mudanças e a formação de uma identidade digital, além da
possibilidade de as novas tecnologias representarem mecanismos importantes de resgate da
participação e fortalecimento da democracia. Num momento de explosão do impacto da
internet e das novas tecnologias da informação sobre a vida das pessoas, exige-se mais do que
nunca a ampliação da investigação científica sobre os rumos democracia em suas mais
diversas formas.

Palavras-chave: Identidade digital. Direito ao acesso à Internet. Inclusão digital. Direitos


Humanos. Direitos fundamentais.

Introdução

Pesquisa realizada em 26 países abrangendo mais de 27 mil adultos, inclusive o Brasil,


revelou que 87% dos usuários defendem que o acesso a internet é um direito. No Brasil esse
número sobe para 91%. 53% dos entrevistados defendem que a internet não seja regulada por
governos. A pesquisa ocorreu entre novembro de 2009 a fevereiro de 2010 e foi realizada pela
rede mundial BBC1. Os dados reforçam o surgimento de um novo direito, o direito à internet,
um desdobramento do direito universal à informação e livre manifestação do pensamento.
Mas as conseqüências deste direito nutrem o avanço fundamental da capacidade de
articulação, comunicação, fortalecimento e criação de identidades e, principalmente, funda
um novo fazer político. São estes os temas que serão tratados neste artigo, quais as inovações
no exercício da cidadania e no forjar da identidade moderna mediados pelo ciberespaço? As
novas tecnologias têm engendrado o fortalecimento e aprofundamento do fazer democrático?
1
http://www.globescan.com/news_archives/bbc2010_internet/
O acesso rápido, mais econômico, diverso e multifacetado de informações
provenientes de diferentes grupos de interesse, em uma profusão de liberdade e em formatos
mais amigáveis e didáticos (mapas, gráficos, vídeos, desenhos, hiperlinks) transforma as
diversas relações humanas, sejam comerciais, pessoais ou cidadãs. A relação com o Poder
Público reveste-se de maior transparência e menos burocracia. Levy (2002) correlaciona a
democracia e sua evolução com a transformação nos processos comunicacionais, iniciando na
Grécia com a invenção do alfabeto grego, que disseminou a escrita e a leitura, aprofundou-se
e consolidou-se na Idade Moderna com a invenção da imprensa e torna-se planetária com o
advento da internet. É a denominada Ciberdemocracia.
As novas tecnologias impelem o surgimento de novos direitos, como o direito à
identidade digital e ao acesso à internet, e modificam e ampliam o estar no mundo, criando
variações e flexibilidades na construção da identidade e da cidadania. A ausência na
participação no mundo digital atualmente implica uma lacuna na inserção seja no mercado de
trabalho, seja nas possibilidades de sociabilidade e acesso à informação e produção cultural,
além do distanciamento crescente dos espaços de tomada de decisão e formação da esfera
pública. Para Arendt (1979):

Os direitos humanos não são um dado, mas um construído, uma invenção humana,
em constante processo de construção e reconstrução. Compõem um construído
axiológico, fruto da nossa história, de nosso passado, de nosso presente, a partir de
um espaço simbólico de luta e ação social. [...], a ascensão dos direitos é fruto de
lutas, que os direitos são conquistados, às vezes, com barricadas, em um processo
cheio de vicissitudes, por meio do qual as necessidades e as aspirações se articulam
em reivindicações e em estandartes de lutas antes de serem reconhecidos como
direitos.

Os novos status e sujeitos sociais imbricados pela complexificação da sociedade fazem


surgir os novos direitos. É importante ressaltar, contudo, que a era da positivação de direitos
pelo Estado está ultrapassada: vivemos uma era em que a subjetividade humana é quem
define os elementos e direitos a serem respeitados por todos (ANNONI, 2008, p. 129-130).
O direito a Informação está consagrado na Declaração Universal dos Direitos
Humanos2 no artigo XIX:

Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

As exigências e necessidades de informação ampliadas pela Sociedade Informacional


revestem o Direito a Informação de diferentes matizes a exigir a positivação de novos direitos
como Direito ao Acesso à internet e Direito à identidade digital.

Direito ao acesso à Internet: um novo Direito fundamental

A leitura da dos pensadores estudiosos da cibercultura, não descreve uma posição


unívoca entre os que refletem sobre a sociedade da informação, entre os teóricos que se
debruçam sobre as vantagens libertadoras das novas tecnologias está André Lemos (2003),
que afirma que a cultura contemporânea é tão associada à modernidade e à era digital que
deve ser chamada de Cibercultura, e Pierre Lévy (2002), que entende que o ciberespaço
proporciona maior visibilidade e transparência na esfera pública. O fato é que o exercício

2
http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm
laboral, acadêmico e político, nas mais diversas esferas se utilizam da mediação das novas
tecnologias para ser reconhecido, sejam os exames médicos, mediados por tecnologias da
imagem, as comunicações que assistem a substituição e convergência de mídias e a
interatividade crescente como uma demanda da sociedade, seja na virtualização do Poder
Judiciário, digitalização das bibliotecas e o sem número processos de e-commerce que se
expandem na economia globalizada, ou ainda os sites de relacionamentos, nada parece estar
fora da rede.
Desse modo, a adequação do ordenamento jurídico, em escala global, a necessidade de
garantias a essa nova forma de se expressar e estar no mundo é apenas um desenrolar do já
assegurado direito à liberdade de expressão e acesso à informação. Nesse sentido a exclusão
do mundo digital mostra-se uma exclusão perversa no momento em que a cultura e a
informação se disseminam de forma massiva, interativa e globalizada, com velocidade e
volume nunca antes alcançados.
Levy descreve em sua obra O que é virtual os processos de virtualização do corpo, do
texto e da economia, e afirma que o virtual é real. Neste sentido, a economia virtualizada
suporta a necessidade de inclusão e universalização do acesso à internet.
A Sociedade da Informação caracteriza-se pela centralidade que a comunicação e a
informação, baseadas no desenvolvimento tecnológico, assumem na vida cotidiana tornando-
se responsável por conectar e desconectar indivíduos, grupos, regiões e países em fluxo
contínuo de decisões estratégicas (OLIVEIRA, 2002, p. 122). Esta centralidade transforma as
relações sócias e, sobretudo, transforma Direito.
Os diversos direitos fundamentais elencados na Constituição Federal de 1988 segundo
o constitucionalista Paulo Bonavides (2000) divide-os em quatro gerações, sendo a primeira
geração os direitos de liberdade; a segunda geração são os direitos sociais, culturais,
econômicos e coletivos; a terceira engloba direitos ao desenvolvimento, paz, ao meio
ambiente, propriedade sobre o patrimônio comum e de comunicação, e a quarta geração
abrange os direitos à democracia, informação e pluralismo.
Apesar de não positivados pela legislação pátria os direitos à identidade digital e ao
acesso à internet são essenciais à democracia e ao desenvolvimento sustentável. É importante
registrar o nascimento dos direitos no ritmo dos reclames históricos, das necessidades da
evolução e sofisticação da sociedade; é o que se analisará neste trabalho, as pegadas e marcas
do surgimento de um novo direito.
Wachowicz (2008) inova ao propor uma quinta dimensão dos direitos, os direitos da
realidade virtual, da internet e da informática. Os direitos fundamentais são indispensáveis
para que se possa garantir a participação política do cidadão e a sua inserção em um mundo
social.

Os direitos fundamentais podem ser considerados simultaneamente pressuposto,


garantia e instrumento do princípio democrático da autodeterminação do povo por
intermédio de cada indivíduo, mediante o reconhecimento do direito de igualdade
(perante a lei e de oportunidades), de um espaço de liberdade real, bem como por
meio da outorga do direito à participação (com liberdade e igualdade), na
conformação da comunidade e do processo político, de tal sorte que a positivação e
a garantia do efetivo exercício dos direitos políticos (no sentido de direitos de
participação e conformação do status político) podem ser considerados o
fundamento funcional da ordem democrática e, neste sentido, parâmetros de
legitimidade (SARLET, 1998, p.62).

O direito a internet encontra-se elencado como um direito de quinta dimensão, apesar


da facilidade didática da explicação dos direitos a partir da metáfora das diferentes dimensões
ou gerações, esta escala é bastante criticada por preconizar indiretamente alguma
hierarquização ou priorização dos direitos humanos.
Insere-se o direito à informação, direito humano fundamental que, durante décadas,
foi relegado a segundo plano, em prol da proteção sucessiva de direitos. Assim, a
partir da constatação dos direitos humanos não serem sucessivos, mas cumulativos,
bem como não se classificarem em categorias ou gerações, é que se deu,
especialmente a partir da Segunda Guerra Mundial, no plano internacional, o
emergir o novo Direito dos Direitos Humanos, acolhendo suas dimensões em
convenções coletivas de natureza multilateral. (WACHOWICS, 2008, p.257)

A compreensão da indivisibilidade, interconexão e cumulatividade dos Direitos


Humanos são assentadas na Resolução nº32/120 da Assembléia Geral das Nações Unidas:
“Todos os direitos humanos, qualquer que seja o tipo a que pertencem, se inter-relacionam
necessariamente entre si, e são indivisíveis e interdependentes.” Corrobora com a imbricação
do Direito ao acesso à internet com o novo exercício da democracia e da cidadania, como
interfaces de uma mesma pedra, os Direitos Humanos, brunidos junto à sociedade, no ritmo
de suas necessidades e conquistas.
As tecnologias de informação e comunicação elaboram interconexões com o
exercício da democracia, oportunizando inovadores espaços de mobilização, difusão de
informação, ampliação e universalização do conhecimento, transparência pública e sobretudo
a formação de uma nova esfera pública. O fortalecimento de um discurso racional sobre um
tema, a difusão de informações complexas e o envolvimento e ampliação do engajamento da
comunidade somou uma ferramenta essencial no estabelecimento de fluxos de informação, no
forjar visibilidade, autoridade e legitimidade, ciberespaço:

A esfera pública pode ser descrita como uma rede adequada para a comunicação de
conteúdos, tomadas de posição e opiniões, nela os fluxos comunicacionais são
filtrados e sintetizados, a ponto de se condensarem em opiniões públicas enfeixadas
em temas específicos” (HABERMAS, 1997, p.92).

A revolução tecnológica tem sua gênese ligada a movimentos culturais libertários e


inovadores, apesar da internet ter sua origem no controle de computadores destinados a
descentralizar as informações militares americanas em caso de guerra (ARPANET), não
desconfigura o caráter extremamente revolucionário das novas tecnologias. O estudo da
biografia dos criadores do Computador pessoal, como Bill Gates e Steve Jobs, demonstra o
espírito transformador incutido nas idéias e motivadoras da ousadia e criação do novo. O uso
político que acompanha a chamada cibercultura (LEMOS, 2003, p.8) é engendrado pelas
inovações, explicadas por Lemos em três aspectos: a saber: (a) liberação do pólo emissor, (b)
conectividade e (c) reconfiguração. De fato, fundamentando o fortalecimento de uma esfera
pública transformadora.
O acesso à internet atualmente é condição para o exercício de diversos direitos, como
o acesso à cultura, a informação, a expressão, ações mediadas de modo crescente pelo
ciberespaço. È o fenômeno da desmaterialização e desterritorialização.
A imediaticidade na troca de dados e informações pelo planeta torna o mundo “menor”
e amplia a sensibilidade e envolvimento das pessoas na problemática humana como nunca
antes foi experimentado. É a chamada omnivisão, conceito desenvolvido por Pierre Levy
(2004, p.374), segundo o qual “É possível encontrar e mostrar, a partir de qualquer ponto da
rede, quase tudo aquilo que pode ser captado na esfera digital”. Este fenômeno provoca a
desmaterialização dos produtos culturais e da economia no intuito de facilitar sua propagação.
“A omnivisão distingue-se da televisão porque permite a cada um não apenas ver a distância,
mas também digerir o próprio olhar (LÈVY, 2002, p. 67).”
Castells confirma as diferentes dimensões do direito a informação (1999, p. 51) e
ensina: “pela primeira vez na história, a mente humana é uma força direta de produção, não
apenas um elemento decisivo no sistema produtivo.” As modificações profundas nas
dimensões espaço-temporais se aliam a ampliação e diversificação da capacidade e liberdade
de expressão: é o indivíduo contribuindo ativamente com o conhecimento e não sendo mero
espectador. Desse modo, amplia-se o estar e pensar no mundo e constroem-se novas pontes,
relações, conexões que suportam novas perspectivas necessárias a esta compreensão.

Direito ao Acesso à Internet: decisões judiciais e políticas públicas democratizantes

O temor despertado pelos possíveis mau usos do ciberespaço, tais como a perpetuação
de crimes, violação de direitos autorais, falsas identidades, ofensas a veracidade das
informações perfazem uma constante pressão para o controle da internet. Apesar disso, a
população tem se manifestado no sentido de garantir o acesso como um direito que está
sobreposto ao controle, conforme dado da pesquisa da BBC, citada anteriormente, em que
53% dos entrevistados são contrários ao controle da internet.
A França inaugurou uma legislação que visava o registro e controle dos acessos à
internet, e previa punições para os internautas que baixassem conteúdo sem autorização, como
músicas, arquivos etc. A lei regulamentava ainda a identificação de cada usuário por seu
endereço IP, criando uma série de procedimentos, na maioria das vezes inúteis, para verificar
a identidade dos usuários. A Lei designada HADOPI (Haute Autorité) sofreu críticas e
rejeição por parte dos cidadãos franceses, que a denunciaram como fruto do lobby dos
produtores culturais. Estudos desenvolvidos na Universidade francesa de Rennes
demonstraram que os usuários do compartilhamento de arquivos (Peer to peer ou P2P) são
também os maiores compradores de DVD, sendo a internet uma difusora e não um problema
na economia cultural3. A discussão levou o partido Socialista Francês a questionar a
constitucionalidade da Lei.
A decisão da Corte Francesa foi emblemática e confirma o reconhecimento de um
Direito Fundamental à Internet que se sobrepõe aos sistemas que possam vir a limitar o acesso
e a difusão de informações. A decisão n° 2009-580 DC de 10 de junho de 2009 do Conselho
Constitucional Francês foi comemorada no mundo inteiro pelos que apregoam a liberdade e o
livre acesso na internet:

Considérant qu’aux termes de l’article 34 de la Constitution : « La loi fixe les règles


concernant… les droits civiques et les garanties fondamentales accordées aux
citoyens pour l’exercice des libertés publiques » ; que, sur ce fondement, il est
loisible au législateur d’édicter des règles de nature à concilier la poursuite de
l’objectif de lutte contre les pratiques de contrefaçon sur internet avec l’exercice du
droit de libre communication et de la liberté de parler, écrire et imprimer ; que,
toutefois, la liberté d’expression et de communication est d’autant plus précieuse
que son exercice est une condition de la démocratie et l’une des garanties du respect
des autres droits et libertés ; que les atteintes portées à l’exercice de cette liberté
doivent être nécessaires, adaptées et proportionnées à l’objectif poursuivi ; 4

3
Sylvain Dejean, Thierry Pénard et Raphaël Suire, M@rsouin, CREM et Université de Rennes 1
Mars 2010, Une première évaluation des effets de la loi Hadopi sur les pratiques des Internautes français (disponível em
http://www.marsouin.org/spip.php?article345)

4
Considerando que nos termos do artigo 34 da Constituição: "A lei estabelece as regras... direitos civis e garantias
fundamentais concedidas aos cidadãos o exercício das liberdades públicas "que, nesta base, é lícito ao legislador estabelecer
normas que permita conciliar a prossecução do objectivo de lutar contra a prática de falsificação na Internet com o direito de
livre comunicação e liberdade de falar, escrever e imprimir, que, no entanto, a liberdade de expressão e de comunicação é
mais preciosa do que o seu exercício é um pré-requisito para a democracia e uma garantia de outros direitos e liberdades, e
que invasões decorrentes do exercício dessa liberdade deve ser necessária, adequada e proporcionada ao objectivo
prosseguido;
A polêmica atingiu o Brasil que elaborou projeto de Lei com mesmo intuito, chamada
de Lei Azeredo, por ser de iniciativa do Deputado de Minas Gerais Eduardo Azeredo. O
projeto de Lei 89/2003 (PL Azeredo) provocou a mesma reação na comunidade cibernética,
desencadeando diversos movimentos e listas de repúdio ao controle da internet, uma clara
mensagem da população ao reconhecimento de um novo direito, o direito ao acesso à internet,
como faceta atual do próprio direito à informação e a liberdade de expressão. EM trâmite no
congresso o projeto perdeu a força e está em fase de revisão. Enquanto isso, políticas públicas
afirmativas são desenvolvidas num sentido contrário, e reforçam a necessidade de aprofundar
e garantir o amplo acesso ao ciberespaço.
Nesse sentido foi aprovado em São Paulo o Decreto Estadual nº 54.921, de 15 de
outubro de 2009 pelo governador José Serra, instrumento que visa criar e incentivar a banda
larga popular de inclusão digital, e dará acesso de forma mais barata a cerca de três milhões
de usuários de internet rápida só no estado de São Paulo. O objetivo do programa consiste em:

(...) facilitar o acesso da população, preferencialmente de baixa renda, do Estado de


São Paulo ao serviço de comunicação à pessoa física na modalidade de
disponibilização de meios de acesso à Internet em banda larga por meio de
incentivos fiscais às empresas prestadoras desse serviço.

O programa prevê ainda o incentivo fiscal aos serviços de comunicação condicionada


a prestação do serviço de banda larga seja igual ou inferior a R$ 29,80 (vinte e nove reais e
oitenta centavos), já incluído nesse preço o equipamento modem, sua manutenção e os demais
serviços inerentes à comunicação pela Internet, devidos à prestadora do serviço ou a terceiros,
tais como provimento de serviço de conexão à internet ou atendimento ao assinante.
Desde 2000 o programa de modernização administrativa no Brasil incluiu nas suas
ações a implantação de um Governo Eletrônico, o marco desta ação foi a promulgação do
Decreto em 18 de outubro de 2000 para instituir o Comitê Executivo do Governo Eletrônico.
O principal objetivo é o fornecimento de serviços e informações aos cidadãos de forma mais
rápida, transparente e com economia de recursos humanos e materiais. Entre as suas
competências estão a promoção de programas e projetos de instalação de infra-estrutura
tecnológica no âmbito da Administração Pública Federal, estabelecer metas, diretrizes e
definir padrões de qualidade e mecanismos de prestação de serviços eletrônicos:

Art. 1º Fica criado, no âmbito do Conselho de Governo, o Comitê Executivo do


Governo Eletrônico, com o objetivo de formular políticas, estabelecer diretrizes,
coordenar e articular as ações de implantação do Governo Eletrônico, voltado para a
prestação de serviços e informações ao cidadão. (Brasil, 2000)

Para executar a política do Governo Eletrônico foram instituídos Comitês Técnicos


(Decreto de 29 de outubro de 2003) no âmbito do Comitê Executivo do Governo Eletrônico
(BRASIL, 2003). Os oito Comitês Técnicos refletem o escopo e abrangência desta política
pública que visa ao fim a ampla inclusão digital e acessibilidade aos serviços e informações
governamentais:

I - Implementação do Software Livre;


II - Inclusão Digital;
III - Integração de Sistemas;
IV - Sistemas Legados e Licenças de Software;
V - Gestão de Sítios e Serviços On-line;
VI - Infra-Estrutura de Rede;
VII - Governo para Governo - G2G; e
VIII - Gestão de Conhecimentos e Informação Estratégica.

É clara a articulação do Poder Público no sentido de promover ações para a


informatização e modernização da Administração, incluindo a participação da população,
ainda como forma de diminuir custos e tornar a máquina estatal mais eficiente. No entanto, a
transparência e maior acesso à informação consistem nas conseqüências diretas deste
processo. A economia globalizada impõe cada vez mais a articulação e formação de cidadãos
conectados, sob pena de o país instalar uma lacuna nos diálogos internacionais e na
concorrência econômica. Dessa forma, no que diz respeito à inclusão digital, muitos
programas já estão em fase de implementação no Brasil.
O Programa Banda Larga nas Escolas, de 2008, por exemplo, é uma iniciativa do
Ministério da Educação de implantar nas escolas públicas laboratórios de informática com
internet Banda Larga. A previsão é que em três anos todas as escolas públicas com mais de
cinquenta alunos recebam tal incentivo do Governo (GUIMARÃES, 2008).
O acesso à internet ainda não é universal, no entanto o ritmo de expansão do acesso
imprime perspectivas alvissareiras, estudos apontam que a sua expansão tem ocorrido três
vezes mais rápida que a televisão e o rádio há alguns anos. Werthein (2000, p. 74) afirma que
”o ritmo do avanço tecnológico no alvorecer do novo paradigma tem sido, sob qualquer ótica,
extraordinário. O ritmo de expansão da Internet no mundo levou apenas um terço do tempo
que precisou o rádio para atingir uma audiência de 50 milhões de pessoas.”
Em pesquisa realizada pela Internet World Stats (2009) em 2000 havia,
aproximadamente, 360.985.482 de usuários da internet no mundo. Em 2009, esse número
saltou para 1.668.870.408, ou seja, em nove anos, o número de internautas quintuplicou.
O jornal New York Times noticiou no dia 12 de março de 2010 o inicio de uma batalha
para implantar um plano de 10 metas para universalizar a internet rápida nos Estados Unidos:
o projeto foi apresentado ao Congresso Americano, mas encontra a resistência das grandes
lobbies das telecomunicações. 5
Percebe-se a sincronia de políticas públicas, decisões judiciais, manifestações da
sociedade civil no sentido de afirmar e fundamentar o novo direito à internet, consolidando
uma sociedade da informação, em que a intermediação das novas tecnologias contagiam o
fazer humano. Alguns teóricos arriscam a gênese de uma nova fase, o pós humano, que reflete
um novo estar no mundo, uma nova identidade.

Direito à Personalidade e à Identidade Digital

O direito à personalidade amparado na dignidade da pessoa humana, fundamento da


República Federativa do Brasil, de acordo com caput do art. 1º da Constituição Federal de
1988 reveste-se de uma importância crescente em uma sociedade complexa e que enfrenta
constantes inovações tecnológicas que desafiam e transformam as noções de privacidade,
integridade, honra, identidade, liberdade e imagem. Os direitos de personalidade consistem
no conjunto de caracteres próprios da pessoa (TELLES, 1977, p. 315), são direitos inerentes à
própria existência, são subjetivos.
Constituem direitos necessários, inexpropriáveis, vitalícios, ilimitados conforme
apregoa o artigo 11 do Código Civil Brasileiro. No entanto, o advento das novas tecnologias
revoluciona as formas de interação do indivíduo com o meio, com o outro, com as
coletividades. A possibilidade de conexão global e não apenas local, a visibilidade e
5
Disponível em http://www.nytimes.com/2010/03/13/business/media/13fcc.html
reconstrução de atores sociais múltiplos por meio do ciberespaço auxiliam no
desenvolvimento de identidades multifacetadas e plurais.
A perspectiva pós-humana conecta-se com o amplo acesso à informação mediada,
sobretudo, pela utilização de computadores e internet, forma-se uma nova identidade, com
caráter subjetivo e inerente ao próprio corpo. É o caso de alguns weblogs, por exemplo, que
“trabalham aspectos da 'construção de si' e da 'narração do eu'.” (RECUERO, 2009, p. 26).
É nesta perspectiva que surge, numa ramificação dos direitos de personalidade, o novo
direito à identidade digital.
A era da revolução digital proporciona a ideia de um “eu” plural ou fragmentado,
multifacetado, constituído pela interação de vários aspectos subjetivos difundidos pelo
ciberespaço. A rede possibilita relações múltiplas entre personagens que têm suas habilidades,
referências, conexões ampliadas pelos computadores, fato que interfere na construção do
pensamento e da própria identidade do indivíduo:

Os sites pessoais que hoje em dia proliferam na Web são um exemplo claro da nossa
multiplicidade de identidades, ou melhor, da nossa coerência dentro da
multiplicidade de referências que constroem a nossa identidade, são também o
reflexo do indivíduo como um nó numa rede de informação na sociedade em geral,
assim assumimos personalidades cada vez mais flexíveis, estabelecemos links de
identidade (JÚLIO, 2005, p. 13-14)

Raquel Recuero (2009) analisa e descreve a formação de uma identidade digital por
meio de características próprias expressas na internet, como exemplo se identifica: o uso de
palavras próprias, cores nas falas, criação de nicknames, o pertencimento a comunidades,
grupos semânticos, que se identificam por ideologias ou gostos comuns, e a expressão de seu
pensamento em weblogs ou outros sites de redes sociais. Recuero afirma que a identidade é a
manifestação da personalidade.
A interação entre indivíduos de realidades, locais e referências diversificadas
proporciona a construção de uma identidade múltipla dada a ampliação das referências e
capacidade de expressão. A possibilidade de constantemente “atualizar” as páginas, refazer o
texto, modificar as expressões oportuniza a flexibilidade que influencia a construção do “eu”
múltiplo. A exposição exacerbada constitui outra característica atual comentado por SIBILA
(apud Recuero, 2009, p.26):

Sibila (2003) chama de “imperativo de visibilidade” da nossa sociedade atual essa


necessidade de exposição pessoal. Esse imperativo, decorrente de intersecção entre
público e privado, para ser uma conseqüência direta do fenômeno globalizante, que
exacerba o individualismo. É preciso ser “visto” para existir no ciberespaço. É
preciso constituir-se parte dessa sociedade em rede, apropriando-se do ciberespaço e
constituindo um “eu” ali (Efimova, 2005). Talvez mais do que ser visto, essa
visibilidade seja um imperativo para a sociabilidade mediante pelo computador.

Esta visibilidade argüida por Sibila perfaz outra determinante na formação da


identidade atual. Define-se identidade como o fator que “possibilita diferenciar uma pessoa,
um grupo, uma cultura, ou uma sociedade de outra, ou seja, o 'eu', do 'ele' ou o 'nós', dos
'eles'.” (OLIVEIRA, 2002, p. 133). A identidade, portanto, se transforma de acordo com as
relações sociais, com a evolução histórica, social, e cultural.
Nessa perspectiva surge um novo conceito o “pós-humano”, resultado da revolução
digital da cibercultura. Constitui uma expressão “estrategicamente forte de modo a nos levar a
enfrentar a necessidade presente e agudamente desafiante de repensarmos a condição humana
na pluralidade de suas facetas, na medida em que são agora afetadas em intensidade pelas
tecnologias, a saber, a faceta molecular, a corpórea, a psíquica, a social, a antropológica e a
filosófica.” (SANTAELLA, 2009).
O pós-humanismo seria a relação convergente e indistinguível entre a tecnologia e os
organismos, de modo que toda a concepção da vida e do conhecimento humano devem ser
repensados. As novas tecnologias de informação e comunicação se imbricam tão fortemente
tantos aspectos inerentes à vida e ao cotidiano das pessoas que hoje se confundem. Isso
porque os computadores, por exemplo, não são somente máquinas destinadas à repetição
mecânica: são fortes instrumentos de difusão das artes, da cultura, do pensamento, do
conhecimento e da ciência, e atualmente remodela o próprio conceito de vida, de corpo e das
capacidades “naturais” do homem. Além disso, são capazes de criar laços sociais e afetivos,
modificar uma cultura política e fortalecer o sentimento de cidadania, realizar transações
econômicas, diminuir a distancia entre o Poder Público e a sociedade. As tecnologias estão
presentes em todas as faces da vida do individuo, provocando transformações psicológicas,
ideológicas e físicas, a exemplo dos avanços da medicina e da biotecnologia.
O pós-humanismo nos leva a uma reflexão filosófica e antropológica a cerca do estar
no mundo e da nova concepção do ser. Nesse contexto, encaixa-se a identidade digital que,
como já explicado, é constituída por uma multiplicidade de faces difundidas no ciberespaço.
Admitindo que a identidade digital e a personalidade estão amplamente relacionadas, é
impossível não pensar em um Direito que não garanta e proteja as modificações do “eu”
proporcionadas pelo advento das novas tecnologias de informação e comunicação. Como o
ordenamento jurídico, a nível nacional e internacional, não podem estar em descompasso com
as necessidades e os reclamos históricos e sociais, urge que haja proteção jurisdicional a esta
nova concepção de identidade e personalidade.
A construção de identidades digitais múltiplas, a possibilidade de contribuir com
mobilizações sociais e ser um cidadão no ciberespaço já estão inseridas subjetivamente no
próprio homem pós-moderno e pós-humano. Sendo uma perspectiva intrínseca ou inerente do
indivíduo, constituem, ainda, direitos de personalidade baseados no princípio da dignidade da
pessoa humana e merecem todo o respeito e amparo jurisdicional.

Conclusão

O Direito ao acesso à internet encontra-se em amplo processo de afirmação,


reconhecidos pela população, caminham nos processos judiciais, na inspiração de novas
políticas públicas e se consolidam como um novo direito humano, mesmo que ainda não
positivado.
O reconhecimento da historicidade e evolução dos direitos encontra amparo na
observação do surgimento dos novos direitos, denominados de forma didática, de quinta
dimensão de direitos, a internet, a identidade digital e ao acesso a internet, como reflexo da
sociedade da Informação, em que a difusão de conhecimentos, o fazer laboral, político ou
cultural se encontram mediados pelas novas tecnologias. A mudança na sociedade emerge a
necessidade de novos direitos para proteção de novas formas de estar e interagir no mundo. O
acesso à internet, por sua vez, é essencial para que seja possível falar numa nova esfera
política, na transformação da democracia em ciberdemocracia. Esta seria formada por
cidadãos de todo o planeta, capazes de articular e participar ativamente de movimentos e das
mudanças ocorridas nos setores econômicos, sociais e políticos.
As transformações nas formas de interações, a multiplicidade de formas de se
expressar e a pletora de conexões e referências aliadas à flexibilidade inerente a construção e
perfis no ciberespaço, bem como a quase compulsória visibilidade da contemporaneidade são
alguns dos aspectos que moldam a construção de uma nova identidade, a identidade digital.
Dado o “imperativo da visibilidade” o direito à identidade digital se alastra como uma faceta
das transformações advindas da fase pós-humana.

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