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1. O ARGUMENTO DA MARCA
“Olhando para o seu próprio ‘eu’, que é tudo o que lhe resta neste momento, Descartes descobre que
tem uma ideia de perfeição. Argumenta, então, que uma tal ideia implica uma causa. No entanto, a
coisa que originou essa ideia deve possuir tanta ‘realidade’ como ela, e isso inclui a perfeição. Isto
implica que só uma causa perfeita, isto é, Deus, pode servir. Por isso, Deus existe e legou-nos a ideia
de perfeição como um sinal inato da sua acção nas nossas mentes, assim como um artesão deixa a
sua marca gravada no seu trabalho.”
2. O ARGUMENTO ONTOLÓGICO
De acordo com o argumento ontológico, Deus define-se como o ser mais perfeito que é possível
imaginar; ou, na mais famosa formulação do argumento, a de Santo Anselmo (1033-1109), Deus
define-se como “aquele ser maior do que o qual nada pode ser concebido”. A existência seria um
dos aspectos desta perfeição ou grandiosidade. Um ser perfeito não seria perfeito se não existisse.
Consequentemente, da definição de Deus seguir-se-ia que Deus existe necessariamente, tal como se
segue da definição de um triângulo que a soma dos seus ângulos internos será de 180 graus.
Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia, 2ª edição, 2007, Lisboa, pp. 40-41.