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APOSTILA DE CONTABILIDADE TEORIA Elabora PDF
APOSTILA DE CONTABILIDADE TEORIA Elabora PDF
TEORIA
NOÇÕES BÁSICAS
1.1 INTRODUÇÃO
A Contabilidade é a ciência que tem por objeto o patrimônio das entidades e por objetivo o
controle desse patrimônio, com a finalidade de fornecer informações a seus usuários.
1.3 OBJETIVO
Para entender o porquê e como atingir esses objetivos, é necessário definir a forma como as
informações devem ser geradas e quais são os usuários-alvo dessa informação.
Atos Administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam
alterações no Patrimônio. Por exemplos, Admissão de empregados, assinaturas de contratos, aval de títulos,
fianças em favor de terceiros, etc.
Fatos Administrativos são acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais,
podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Por modificarem o Patrimônio, devem ser contabilizados
através das contas patrimoniais e de resultado.
Introdução à Contabilidade – GST 449 -–2006.1 3
Denílson Nogueira
São classificados em três grupos:
• Fatos permutativos;
• Fatos modificativos;
• Fatos mistos.
CONCEITOS IMPORTANTES
BENS
São as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas e que podem
ser avaliados economicamente.
Classificação
Bens Tangíveis, materiais, corpóreos ou concretos: têm existência física, existem como coisa ou objeto;
são os que possuem corpo, matéria.
Exemplos:
Máquinas (industriais, de somar, de escrever), Equipamentos, Veículos, Estoques de Mercadorias, Imóveis,
Dinheiro, Móveis, Ferramentas, Materiais de Consumo.
Bens Intangíveis, imateriais, incorpóreos, abstratos. Constituem aplicações absolutamente necessárias para
a empresa atingir seus objetivos; inexistem como coisa; não palpáveis, não constituídos de matéria.
Exemplos:
Marcas de Indústria (Nike, Coca-Cola etc.)
Patentes de invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou empresa o direito
exclusivo de explorar uma invenção)
Luvas (quantia paga para retirar um indivíduo de um imóvel que você vai ocupar)
Introdução à Contabilidade – GST 449 -–2006.1 6
Denílson Nogueira
Fundo de Comércio ou ponto ou local de trabalho ou clientela ou fama da loja (um indivíduo vende
uma loja e além do valor de venda cobra mais um valor referente ao ponto)
Direitos Autorais
Despesas Pré-Operacionais
Benfeitorias em prédios de terceiros visando a adaptação operacional aos objetivos da empresa
Despesas relacionadas com pesquisa e desenvolvimento de produtos
Despesas realizadas no período de implantação do empreendimento
Direitos adquiridos para exploração de minas, jazidas e reservas florestais.
OBS.: o bem intangível inexiste como coisa mas assume um valor no contexto do patrimônio. É
importante citar que os direitos adquiridos decorrentes da aplicação de recursos significativos,
destinados à exploração de minas, jazidas ou reservas florestais, não se confundem com outros tipos
de direitos conhecidos por negociáveis, tais como: Duplicatas, Letras de Câmbio, Notas Promissórias
etc.
Os direitos podem ser recebidos em dinheiro ou transferidos para terceiros, enquanto os que habilitam
as empresas à exploração econômica de uma coisa são amortizados durante certo período, a fim de
permitir a recuperação do investimento realizado.
DIREITOS
São os valores que a empresa tem a receber de terceiros. Esses direitos geralmente aparecem com
os nomes dos elementos seguidos da expressão a Receber. Exemplos:
- Duplicatas a Receber
- Notas Promissórias a Receber
- Juros a Receber
- Aluguéis a Receber
OBRIGAÇÕES
Todos os valores que a empresa tem a pagar para terceiros. Essas obrigações geralmente aparecem com os
nomes dos elementos seguidos da expressão a Pagar ou a Recolher Exemplos:
- Duplicatas a Pagar
- Notas Promissórias a Pagar
- Salários a pagar
- Aluguéis a pagar
- Contribuições sociais a Recolher
Todos os relatórios elaborados a partir da escrita contábil deverão ressaltar esses dois aspectos:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
BENS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS
E E
DIREITOS OBRIGAÇÕES NÃO EXIGÍVEIS
Exemplos
• PASSIVO EXIGÍVEL
Representa todas as obrigações financeiras que uma empresa tem para com terceiros. É tudo aquilo
que a empresa deve; são as dívidas que ela contraiu.
A palavra “terceiros” abrange o conjunto de pessoas físicas e jurídicas com quem a empresa tem
dívidas: fornecedores (de mercadorias), funcionários (salários), governo (impostos), bancos (empréstimos
bancários) encargos sociais (FGTS, previdência social), encargos financeiros (financiamentos), etc.
O Passivo Exigível evidencia o endividamento da empresa. O seu crescimento de forma desmedida
pode levar a empresa à concordata ou até mesmo à falência.
Exemplos
• Duplicatas a pagar
• Empréstimos a pagar
• Juros a pagar
• Seguros a pagar
Representa o registro do valor que os proprietários de uma empresa têm aplicado no negócio. A
aplicação inicial dos proprietários denomina-se, contabilmente, Capital.
Na constituição da sociedade , o valor do capital coincide com o valor do PL. A partir daí não
necessariamente coincide, porque este último incorpora todas as variações patrimoniais. Se uma empresa
apresenta lucro, o valor do PL será representado pela soma do Capital + Lucro obtido. Se, ao contrário, a
empresa apresenta prejuízo, o PL será representado pelo Capital subtraído do prejuízo.
Pela representação gráfica, temos no lado esquerdo o Ativo que são todos os bens e direitos de
propriedade da empresa. No lado direito, temos as obrigações que a empresa tem com terceiros. É uma
obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será exigida a liquidação da mesma.
Temos, também, o Patrimônio Líquido evidenciando recursos dos proprietários aplicados
no empreendimento.
“A Lei das Sociedades Anônimas denomina de Passivo todo o lado direito do Balanço Patrimonial.
Dessa forma, o Patrimônio Líquido estaria incluído na denominação Passivo.
Este enfoque da Lei não é bem aceito nos meios contábeis, uma vez que o termo Passivo tem
uma conotação de conjunto de dívidas, encargos e obrigações com terceiros, não sendo suficientemente
extenso para abranger Patrimônio Líquido.
De certa forma, o Patrimônio Líquido também é uma obrigação da empresa com os seus
proprietários. Todavia é uma obrigação não exigível, isto é, os proprietários não exigem da empresa o
reembolso da sua aplicação, pois têm um interesse de continuidade da mesma. Por isso, antigamente, o
Patrimônio Líquido era conhecido como Não Exigível”.
(Contabilidade Empresarial - José Carlos Marion).
Balanço lembra balança de dois pratos. Para refletir situação normal, os dois pratos da balança
precisam estar em equilíbrio. Como ocorre com a balança, o balanço também precisa estar em equilíbrio.
Para o Balanço Patrimonial refletir adequadamente a situação financeira da entidade, o total do lado do
Ativo deverá ser igual ao total do lado do Passivo.
No lado esquerdo, denominado lado do Ativo, são classificados os elementos positivos (Bens e
Direitos). No lado direito, denominado lado do Passivo, é classificados os elementos negativos
(Obrigações).
A = P + PL
O ATIVO, considerado isoladamente, constitui o Patrimônio Bruto. Mas o Ativo, sozinho, não
reflete a verdadeira situação patrimonial da Pessoa.
Essa só é demonstrada quando do Ativo se deduz o valor do passivo. Portanto, Situação
Patrimonial Líquida é determinada pela diferença entre Ativo e Passivo.
Dependendo dos valores que possam assumir os elementos da equação patrimonial (A =PE+PL), o
Balanço Patrimonial pode apresentar as seguintes configurações, não esquecendo que Situação Líquida é
a diferença entre o Ativo e o Passivo ( SL = A – PE ):
Esta representa uma situação muito difícil de acontecer, pois sendo o A = PE, significa que
toda a parte do proprietário já foi consumida pelas obrigações que representam o mesmo valor do conjunto
de bens e direitos. Considerando, ainda, que uma parte do ativo é constituída de bens necessários a
atividade operacional da empresa e deles não pode se desfazer, o Ativo deverá ser maior que Passivo
Exigível, no mínimo pela soma desses valores, pois, caso contrário, é bem provável que a empresa tenha
que alienar esses bens, para poder solver seus compromissos, daí nada sobrando para que ela possa
continuar em operação.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Relatório Contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela Contabilidade, cujo
objetivo é fornecer aos usuários os principais fatos registrados no período e distinguem=se entre os
obrigatórios e não obrigatórios.
Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos por lei e são conhecidos como Demonstrações
Financeiras. São exigidos para as sociedades anônimas e parte deles estendidos a outros tipos societários,
através do Imposto de Renda.
Os relatórios contábeis não obrigatórios não têm menor importância. Existem relatórios não
obrigatórios imprescindíveis para a administração.
A Lei 6.404/76, de 15/12/76, publicada no D.O.U. de17/12/76, e posteriores atualizações
estabelece, para as Sociedades Anônimas que, ao fim do exercício social e com base na escrituração
contábil fará elaborar as seguintes Demonstrações Financeiras (ou Contábeis), as quais deverão ser
publicadas em dois jornais - Diário Oficial e um de grande circulação:
Balanço Patrimonial (BP);
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
O conjunto de informações que deve ser divulgado por uma empresa, representa sua “prestação
de contas” e abrange ainda:
• Relatório da Administração
Relatório da Administração
É um complemento às Demonstrações Contábeis fornecido pela empresa, onde a Diretoria dará ênfase às
informações contendo dados e informações (normalmente de caráter não financeiro), que sejam úteis aos usuários em
seu julgamento e tomada de decisões, tais como:
• Indicadores de produtividade
• Desenvolvimento tecnológico
• Políticas diversas
• Projetos de expansão
Introdução à Contabilidade – GST 449 -–2006.1 13
Denílson Nogueira
Essas informações seriam mais significantes se não houvesse um excesso de otimismo, como freqüentemente
se observa
Notas Explicativas
A Lei das S.A. estabelece que as Demonstrações Financeiras serão complementadas por Notas Explicativas.
Como a evidenciação é um dos objetivos básicos da Contabilidade, as Notas Explicativas devem garantir aos usuários
informações completas e confiáveis sobre sua situação financeira e os resultados da Empresa. Nelas devem constar
informações que a simples leitura do demonstrativo não é auto esclarecedora.
Exemplos de Notas Explicativas:
• Obrigações de longo prazo, destacando os credores, taxa de juros, garantias à dívida, etc.
É o parecer do auditor externo, que não possui nenhum tipo de vínculo com a instituição, tendo total
independência para emitir sua opinião sobre as Demonstrações Contábeis.
Informa se representam adequadamente a situação patrimonial e situação financeira, se foram levantadas de
acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade e se há uniformidade em relação ao exercício anterior. Em
alguns casos, informações contidas nos comentários do auditor já foram incluídas nas Notas Explicativas, o que traz
maior segurança para o usuário da Demonstração Financeira.
O auditor externo não pode, sequer, ter um parente que tenha vínculo empregatício com a empresa e uma das
formas de se avaliar se o parecer é confiável é identificar se a empresa de auditoria não está demasiadamente
dependente de um único cliente (mais de 2% de seu faturamento já é comprometedor).
As companhias abertas, instituições financeiras e alguns outros casos específicos são obrigadas a publicar as
Demonstrações auditadas por auditores independentes, registrados na Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
Esse relatório visa dar informações relativas ao desempenho econômico e social da empresa para a sociedade
em geral, como por exemplo, quantidade de funcionários (entrando e saindo), gastos com treinamento, benefícios
sociais espontâneos.O principal item do Balanço Social é o valor adicionado.
O Valor Adicionado ou Valor Agregado procura evidenciar para quem a empresa está canalizando a renda
obtida ou, ainda, admitindo que o valor que a empresa adiciona por meio de sua atividade seja um “bolo”, distribuídas
as fatias, para quem e de que tamanho são essas fatias.
Para apurar o montante de valor que a empresa está agregando (adicionando) como conseqüência de sua
atividade, subtrai-se das vendas todas as compras de bens e serviços, obtendo-se o valor que a empresa gera para
remunerar salários, juros, impostos e reinvestir em seu negócio.
UNIDADE III
3.1 CONCEITO
3.2 FUNÇÃO
Segundo a Teoria Personalista, cada conta assume a configuração de uma pessoa no seu
relacionamento com a empresa ou com a entidade. Dessa forma, Caixa, Bancos. Duplicatas a Receber,
Fornecedores, Capital, Receitas e Despesas representam pessoas com as quais a entidade mantém
relacionamento. De acordo com essa teoria, as contas se classificam em Agentes Consignatários
(representam os bens da empresa), Agentes Correspondentes (representam os direitos e obrigações) e
Proprietários (representam as contas do Patrimônio Líquido e suas variações, inclusive despesas e
receitas).
Plano de Contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas dentro de
determinada empresa, considerado indispensável para o registro de todos os fatos contábeis.
De acordo com sua atividade e seu tamanho, cada empresa deve ter próprio Plano de Contas, com
um único título de conta para determinada operação, evitando que diversas pessoas ligadas ao setor
contábil (lançadores) registrem um mesmo fato contábil ou uma mesma operação com nomenclaturas
diferentes.
Um Plano de Contas deve conter as contas que serão movimentadas pela Contabilidade em
função das atividades da empresa e o grau de pormenores depende do volume e da natureza de seus
negócios. Não há razão, por exemplo, que uma empresa prestadora de serviços relacione em seu Plano de
Contas a conta “Estoques” no seu Ativo Circulante, se ela não realiza operações com mercadorias.
Igualmente, não há necessidade de constar no Realizável a Longo Prazo a conta “Empréstimos a
Coligadas” se não existe nenhuma coligada. Entretanto, na estruturação do Plano de Contas devem ser
considerados os interesses dos usuários (gerentes, proprietários da empresa, governo, bancos, etc.).
Na prática, o Plano de Contas é numerado ou codificado de forma racional, o que facilita a
contabilização por meio de processos mecânicos ou eletrônicos.
A codificação do Plano de Contas deve ser realizada da seguinte maneira:
Inicia-se com a unidade 1 para todas as contas do Ativo, com a unidade 2 para as contas do
Passivo, e do Patrimônio Líquido, com a unidade 3 para as contas Receita de deduções da Receita e com a
unidade 4 para as contas Dedutivas do Resultado (Custo, Despesas, Participações, etc.). Vide Modelo de
Plano de Contas no livro-texto (página 241).
O modelo de plano de contas a seguir apresentado, em suas linhas gerais, procura acompanhar a
classificação de contas previstas pela Lei 6.404/76, que regulamenta as sociedades por ações:
1. ATIVO
1.1. Ativo Circulante
1.1.1. Disponível
1.1.1.1. Caixa
• Material de Manutenção
• Combustíveis e Lubrificantes
3. RECEITAS
3.1. Receitas Operacionais
3.1.1. Vendas
3.1.1.1. Receita de Vendas
3.1.1.2. Receita de Serviços
3.1.2. Receitas Financeiras
3.1.2.1. Juros recebidos ou auferidos
3.1.2.2. Descontos Obtidos
3.1.2.3. Receitas de Aplicações Financeiras
3.1.2.4. Variações Monetárias
3.1.3. Outras Receitas Operacionais
3.1.3.1. Dividendos Recebidos
3.1.3.2. Alugueis Recebidos
3.1.3.3. Lucros de Participações em Outras Sociedades
3.1.3.4. Venda de Sucatas
3.2. Receitas não-Operacionais
3.2.1. Ganhos na alienação de investimentos
3.2.2. ganhos na alienação ou baixa de Imobilizado
3.2.3. Ganhos na baixa de elementos do Ativo Diferido
4. DESPESAS
4.1. Despesas Operacionais
4.1.1. Despesas Administrativas
4.1.1.1. Salários e Ordenados
4.1.1.2. 13º Salário
4.1.1.3. Honorários da Diretoria
4.1.1.4. INSS
Na contabilidade encontramos diversos termos com significados diferentes que muitas vezes são
utilizados de forma inadequada. Por exemplo, podemos encontrar termos como desembolso, dispêndio,
gastos, desencaixe, despesa, custo, perda ou outros, de natureza subtrativa.
Além de termos de natureza subtrativa, há aqueles que representam acréscimo, como receita,
ganho, encaixe, etc.
Para que haja o entendimento das informações geradas pela Contabilidade, é necessária a adoção
de uma terminologia homogênea, que simplifique e permita a comunicação.
Sem esgotar o assunto e de dar uma conotação de profundidade, vamos descrever o significado
desses termos:
4.1.1 GASTO (OU DISPÊNDIO) – Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a
obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de
entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Exemplos:
→ Gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) = aquisição de serviços de mão-de-obra;
→ Gasto com aquisição de mercadorias para revenda;
4.1.2 DESEMBOLSO
4.14 RECEBIMENTO
Entradas de dinheiro ou bens para a empresa. Quando se refere a dinheiroambem chamado de
encaixe.
a) INVESTIMENTOS
Gasto ativado em função e sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s).
Exemplos:
• Aquisição de Móveis e Utensílios;
• Aquisição de Imóveis;
• Aquisição de Marcas e Patentes;
• Aquisição de Matérias-Primas;
• Aquisição e Material de Escritório
b) CUSTOS
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços.
Exemplos:
• Salários do pessoal da produção;
• Matéria-Prima utilizada no processo produtivo
• Combustíveis e Lubrificantes usados nas máquinas da fábrica
• Aluguéis e Seguros do prédio da fábrica;
• Depreciação dos equipamentos da fábrica;
• Gastos com manutenção das máquinas.
c) DESPESA
Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas.
Exemplos:
Introdução à Contabilidade – GST 449 -–2006.1 25
Denílson Nogueira
• Despesas de Salários Salários
• Despesas de Juros Despesa com Manutenção
• Despesas de Aluguéis Despesas Gerais
• Descontos Concedidos Impostos
• Despesas com Impostos
• Salários e encargos sociais do pessoal de vendas
• Salários e encargos sociais do pessoal da administração
• Energia elétrica consumida no escritório
• Gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas;
• Conta telefônica do escritório de vendas
• Aluguéis e seguros do prédio do escritório.
d) PERDA
Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Nessa definição não se trata
de perdas normais, sacrificadas no processo de produção ou obtenção de receita. Há uma característica de
anormalidade e involuntariedade, como por exemplo, o gasto com mão-de-obra durante um período de
greve ou um material deteriorado.
4.2.1 RECEITAS
4.2.2 GANHOS
Da mesma forma que a perda, ganho é bastante aleatório. É um lucro que independe da
atividade operacional da empresa. Exemplo: venda de um imobilizado, ganhos com a inflação, etc.
ESCRITURAÇÃO
DIÁRIO
A escrituração deve ser feita em um livro instituído em lei e ao qual se dá o nome de DIÁRIO.
O DIÁRIO é livro obrigatório para fins de escrituração contábil. E a escrituração nele mantida
com observância das disposições legais faz prova, a favor da empresa, dos fatos nele registrados e
comprovados por documentos hábeis.
Para merecer fé, porém, deve o DIÁRIO atender a determinadas exigências e preencher certas
formalidades.
Formalidades Extrínsecas
• Ser encadernado;
• Ter suas folhas numeradas tipograficamente;
• Ser registrado no Registro do Comércio ou Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas;
• Conter termos de abertura e de encerramento devidamente preenchidos e autenticados.
Introdução à Contabilidade – GST 449 -–2006.1 28
Denílson Nogueira
Formalidades Intrínsecas
RAZÃO
E há ainda os livros exigidos pela legislação tributária, como o Razão, o Livro de Apuração do
Lucro Real (LALUR), o Registro de Inventário, o Registro de Compras, o Razão Auxiliar em UFIR, entre
outros.
Segundo o Método das Partidas Dobradas, todo fato administrativo implica alteração de pelo
menos dois elementos do Patrimônio.
Débito de uma conta: situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens,
direitos, despesas e custos têm saldo devedor.
Crédito de uma conta: situação de direito de haver de uma conta. As contas que representam obrigações
(PE), Patrimônio Líquido e Receitas têm saldo credor.
Saldo de uma conta: representa a diferença entre o valor do débito e o valor do crédito. Os saldos podem
ser: devedor, credor ou nulo.
• Devedor: quando o valor do débito for superior ao do crédito;
• Credor: quando o valor do crédito for superior ao do débito; c
Introdução à Contabilidade – GST 449 -–2006.1 30
Denílson Nogueira
• Nulo: quando o valor do débito for igual ao do crédito.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 800 (D) Fornecedores 400 (C)
Direitos 1.200 (D) Patrimônio Líquido 1.600 (C)
TOTAL 2.000 (D) TOTAL 2.000 (C)
Assim:
a) As contas de Ativo têm saldo devedor;
b) As contas de Passivo Exigível têm saldo credor;
c) As contas de Passivo não Exigível (Patrimônio Líquido) têm saldo credor
5ª) as despesas diminuem o valor do Patrimônio Líquido que, em geral possui saldo credor; logo as
despesas somente podem ter saldo devedor.
Exemplo:
Rio de Janeiro, 12 de março de 2003 → local e data
Mercadorias → conta debitada
a Fornecedores → conta creditada
Compras a prazo do fornecedor X, conforme Nota Fiscal 047 400,00
Histórico valor
Observações: A conta debitada vem antes da conta creditada, a qual é precedida pela partícula “a”. Esta
partícula é usada apenas na escrituração manual.
Se fosse mecanizada, o lançamento ficaria da seguinte forma:
Rio de Janeiro, 12 de março de 2003
D – Mercadorias 400
C – Fornecedores 400
Compras a prazo do fornecedor X, conforme nota fiscal 047.
Segunda Fórmula - Para registrar fatos administrativos que envolvam UMA conta devedora e MAIS DE
UMA conta credora. Ex.: Compra de mercadorias, no valor de $10.000, sendo 30% à vista, o restante a
prazo.
Mercadorias
a Diversos
a Caixa 3.000
a Duplicatas a pagar 7.000 10.000
Terceira Fórmula - para registro de fatos que apresentem MAIS DE UMA conta devedora e UMA só
conta credora. Ex.:. Compra a vista de $ 1.000 de moveis e utensílios e de $ 4.000 de mercadorias
Diversos
a Caixa
Móveis e Utensílios 1.000
Mercadorias 4.000 5.000
Quarta Fórmula - Para registro de fatos que apresentam MAIS DE UMA conta devedora e MAIS DE
UMA conta credora. Ex.: Compra de um terreno por $ 200.000 e de uma caminhonete por $ 10.000. Parte
$ 70.000 foi paga a vista e o restante será pago dentro de 120 dias, conforme notas promissórias emitidas.
Diversos
A Diversos
Terrenos 200.000
Veículos 10.000 210.000
a Caixa 70.000
a promissórias a pagar 140.000 210.000
Diversos
NOTAS:
a) O termo realizável em Contabilidade significa transformável em dinheiro.
b) Debêntures são títulos privativos de Sociedades Anônimas representativos da dívidas destas para
com terceiros e que podem conferir a seu titular o direito de participação nos lucros, juros e
Introdução à Contabilidade – GST 449 -–2006.1 33
Denílson Nogueira
correção monetária calculados sobre o valor de face dos títulos e ainda a possibilidade de
conversão em ações.
c) Duplicatas Descontadas são operações na qual as empresas negociam com instituições financeiras
(bancos comerciais) os título a receber que possuam em carteira, com a finalidade de obter o
capital de giro necessário a seus negócios. Na operação, a empresa transfere a titularidade de tais
direitos a receber para a instituição interveniente, a qual lhe credita, em conta de livre
movimentação, o valor líquido da operação de desconto, cobrando-lhe, pois, juros e comissões
bancárias. A empresa que oferece o desconto, entretanto, assume a responsabilidade subsidiária
pela liquidação dos títulos. Assim, caso esses títulos não sejam quitados em seu vencimento, o
banco debitará em conta corrente da empresa o valor de face dos mesmos.
d) Fatos Contábeis são ocorrências que alteram a composição do Patrimônio, seja em seu aspecto
qualitativo ou específico, seja em seu aspecto quantitativo ou estatístico. Onde existir um
patrimônio sujeito à ação administrativa do homem estará a Contabilidade. Um direito nasce por
débito e deixa de existir por crédito; e uma obrigação nasce por crédito e desaparece por débito.
Embora não aceito oficialmente pela nossa legislação, ele é desenvolvido nas empresas
como uma contabilidade auxiliar, e consiste basicamente em considerar receita aquela efetivamente
recebida dentro do exercício (entrada de dinheiro-ENCAIXE) e despesa aquela efetivamente paga dentro
do exercício (saída de dinheiro-DESEMBOLSO).
Pelo REGIME DE CAIXA, o registro dos fatos contábeis deve ser feito no momento em
que os valores correspondentes são pagos ou recebidos.
Integralização do Capital
Quando a titularidade dos bens e direitos é transferida para o patrimônio da entidade, então o
capital estará SUBSCRITO E INTEGRALIZADO. Caso, contrário, embora subscrito o capital, ainda,
encontrar-se-á A INTEGRALIZAR.
Caixa
a Acionistas Conta Capital a Integralizar /Capital a Integralizar 250.000
Todos os fatos administrativos de uma empresa são lançados, pelo Método das Partidas Dobradas,
no livro Diário Geral, em ordem cronológica e transcritos para o Razão.
Partindo do saldo das contas do Razão, extraímos a maioria das informações necessárias para a
elaboração Demonstração do Resultado do Exercício e do Balanço Patrimonial.
ESQUEMA
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM ___/___/19X_
CONTAS SALDOS
DEVEDORES CREDORES
O Balancete de Verificação tem como base o método das partidas dobradas. Não haverá
débito(s) sem crédito(s) correspondentes.Portanto, somando-se todos os débitos e todos os créditos,
teremos o mesmo total.
Pelo menos uma vez por ano, toda empresa necessita fazer a apuração do resultado, pois o
lucro ou prejuízo depende do confronto entre as receitas e despesas geradas no período.
Para que isso ocorra, ao final de cada período deve-se proceder ao encerramento das
contas de resultado. O encerramento é realizado pela transferência dos saldos credores através de débitos
em seus respectivos saldos e dos saldos credores através de débitos em seus saldos credores para a conta
Resultado.
Uma despesa a pagar é a despesa que incorreu (o fat gerador ocorreu) dentro do período
contábil, mas ainda não foi paga. Uma receita a receber é a que foi ganha, mas ainda não foi recebida.
A ocorrência dessas despesas e receitas altera o patrimônio Líquido e, apesar de não terem
sido pagas ou recebidas, é necessário que, ao final do período contábil ocorra o registro desses fatos,
através do lançamento de ajustes.
Existem certos ativos oriundos de gastos realizados no período corrente que beneficiarão o
exercício seguinte, como por exemplo, um seguro pago antecipadamente. O pagamento é, geralmente,
efetuado antecipadamente, cobrindo um período futuro. Nesse caso temos um exemplo de Despesa paga
Antecipadamente, que deverá ser classificada no Ativo Circulante.
Os ativos permanentes são adquiridos para servir à empresa e são necessários para atingir
os fins a que ela se propõe. São também chamados de ativos fixos e não se destinam à venda.
Todo item do ativo fixo possui um tempo de vida útil limitado e estimável, que servirá de
base de rateio da despesa naquele espaço de tempo. A distribuição da despesa por vários períodos é feita
pelo procedimento denominado depreciação para itens do Ativo Imobilizado, Amortização para itens do
Ativo Diferido e exaustão correspondente à perda de valor decorrente da exploração de recursos minerais
ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
Uma venda a prazo representa uma receita ganha e ainda não recebida, que vai gerar um
direito a receber e será debitado no Ativo.
No final do período, as contas de resultado serão encerradas contra uma conta denominada
Apuração do Resultado do Exercício (ARE), onde será apurado o resultado, ou seja, se a empresa teve
lucro ou prejuízo ou resultado nulo num determinado exercício social.
As contas relativas às receitas têm saldo credor e serão encerradas debitando-se a
respectiva conta pelo valor do saldo e creditando-se a conta ARE.
As contas relativas a despesas, por possuírem saldo devedor, serão encerradas creditando-
se o respectivo saldo e debitando-se a conta ARE.
Se ao final, a conta ARE apresentar um saldo credor, significará que as receitas foram
maiores e a empresa obteve, portanto, lucro com suas atividades. Se o saldo for devedor, significará que as
despesas foram maiores que as receitas e a empresa teve prejuízo com suas atividades.
A conta ARE, por sua vez, também é uma conta de resultados e deverá ser encerrada ao final do
período e o seu saldo será transferido para uma conta patrimonial denominada Lucros ou Prejuízos
Acumulados, onde ficará acumulado o resultado do período.