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Nem tanto. Acredite: mesmo nos dias atuais, muita gente não pensa
assim, o que remonta a um pensamento antiquíssimo, mas colocado
em xeque pela humanidade - e superado - há mais de 2 mil anos.
V. ATENÇÃO À SOMBRA
Durante um eclipse lunar, a sombra da Terra projetada na Lua é
circular, o que pode ser conferido a olho nu. Se o planeta tivesse a
forma de disco, a sombra seria apenas um traço
VI. QUEM PODE VER O ECLIPSE
A curvatura da Terra explica por que, dependendo do ponto do
planeta onde estamos, um eclipse pode ou não ser visível. Se a
forma terrestre fosse plana, todos acompanhariam o fenômeno
simultaneamente.
Ciência pode ser simples...
Há mais de 2 mil anos, Aristóteles (384 a.C-322 a.C), o filósofo
grego e professor de Alexandre, o Grande, afirmou que bastava
observar as estrelas para saber que vivíamos em um mundo
redondo: as diferentes constelações vistas no firmamento
dependem de onde estamos. O céu observado no Hemisfério
Norte é diferente daquele no Hemisfério Sul. Se a Terra fosse
plana, conseguiríamos ver sempre as mesmas estrelas, estando em
qualquer ponto, a qualquer momento.
Eratóstenes de Cirene (276 a.C-194 a.C), matemático grego e
diretor da biblioteca de Alexandria, no Egito, também comprovou a
questão com uma experiência prosaica, porém precisa. Nada de
satélites ou outros instrumentos que permitissem ver o planeta
estando fora dele: mediu o comprimento da sombra de uma vareta
em Alexandria, ao meio-dia de 21 de junho, precisamente no dia e
na hora em que sabia, com base em textos antigos, que uma vareta
espetada em Assuão, também no Egito, não produziria sombra
alguma. A distância entre as localidades é de pouco mais de mil
quilômetros. Ora, se vivêssemos em um planeta plano, ambas as
varetas teriam sombra - e do mesmíssimo tamanho. Considerando
tudo isso, Eratóstenes pôde afirmar que varetas posicionadas na
superfície em ângulos diferentes com relação ao sol projetam
sombras de comprimentos diferentes, comprovando que o mundo
tem, sim, curvatura. E, mais do que isso: que para fazer ciência,
precisou somente de "varas, olhos, pés, cérebro e o prazer de
experimentar".