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NÍSIA FLORESTA

Nísia floresta nasceu na cidade de Papari, em 1810, cidade essa que hoje é chamada de
Nísia floresta em homenagem a pensadora, casou, teve dois filhos e é considerada uma
das primeiras feministas do Brasil, seu primeiro livro foi "Direitos das mulheres e
Injustiça dos homens", que hoje é prestigiado mundialmente, defendendo os direitos das
mulheres, dos índios e dos escravos. Nísia criou escolas para meninas e defendia o
ensinamente científico para meninas, fundando uma geração de mulheres que hojes
estão nas escolas e universidades, aprendendo e ensinando.

PRIMEIRA REPÚBLICA

No advento da República, o feminismo no Brasil se tornou mais amplo. O novo regime


não concedia direito ao voto às mulheres.
Neste contexto, surge Leolinda Figueiredo Daltro, que cria o Partido Republicano
Feminista e lidera passeatas exigindo o direito ao voto, com a ajuda de Bertha Lutz, que
cria a federação brasileira pelo progresso feminino, ambas lutavam pela igualdade de
direitos entre homens e mulheres. O direito ao voto para mulheres só foi estabelecido
por decreto-lei de Getúlia Vargas dez anos depois, em 1932.

GREVE DAS COSTUREIRAS

Com a Primeira Guerra Mundial, os produtos brasileiros passam a substituir os


importados, e também a ser mais requisitados lá fora, o que acelerou a produção
industrial, o aumento do lucro era tanto que todos os anos o lucro das fábricas
dobravam, e em uma fábrica têxtil em São Paulo a produção
aumentou muito e como haviam poucas máquinas, era necessário trabalhar por mais
tempo, assim, os operarios da fábrica têxtil, na maioria mulheres, passaram a trabalhar
por 16 horas por dia, sem aumento de salário e em junho de 1917, décadas antes da
consolidação das leis trabalhistas, cerca de 400 mil operários, paralisaram suas
atividades e fizeram uma greve, a primeira greve geral do país, elas queriam aumento de
salário e diminuição das jornadas de trabalho, que até então não era garantido por lei, e
parte da revolta das funcionárias era o assédio sexual que sofriam dos chamados
contramestres, que eram funcionários que supervisionavam a fábrica, com o passar das
semanas, a greve se espalhou pelo Estado de São Paulo e Porto Alegre e por meio de
um acordo entre os trabalhadores e industriários, as greves foram terminando nas
cidades, e com o passar do tempo, as atividades voltaram ao normal.

Pautas e reivindicações
O que é o feminismo?

O feminismo é um movimento social e político que luta pela igualdade de condições


entre homens e mulheres, no sentido de que ambos tenham os mesmos direitos e as
mesmas oportunidades, tal movimento é existente desde o século XIX.
É importante pontuar que feminismo não é o oposto de machismo, pois o machismo é
uma construção social que promove e justifica atos de agressão e opressão contra as
mulheres. Já o feminismo, conforme mencionamos, é o movimento social que luta
contra as manifestações do machismo na sociedade. Assim, o objetivo final do
feminismo é construir uma sociedade que ofereça igualdade de condições entre os dois
gêneros.

Portanto o feminismo não pode ser confundido com o femismo, que é


a ideologiaquepregaasuperioridadedogênerofemininosobreomasculino. O femismo é
considerado o equivalente ao machismo, mas fazendo com que os oprimidos sejam os
homens, enquanto que as mulheres seriam as opressoras.

A palavra “femismo” é usada, porém o femismo, em si, não existe. Falando “femismo”,
a pessoa se refere à ideia do misandrismo (ou seu sinônimo misandria). Ele, sim, é algo
classificado e reconhecido. Com origem da palavra grega “misosandrosia”, significa
ódio (misos) aos homens (andros). Dessa forma, é o repúdio patológico e
marginalização do gênero masculino, com a crença da inferioridade dos homens e que
as mulheres deveriam ser superiores aos mesmos.
Assim, numa espécie de termômetro, o machismo e o femismo (ou seja, misandrismo)
estariam em dois extremos, e o feminismo no meio, de uma forma mais apaziguadora.
E, apesar de todos serem vertentes de pensamento, nenhum deles, além do feminismo,
se concretizou num movimento. Os dois primeiros são tidos mais como
comportamentos ou posicionamentos secundários, e não como uma onda ou ato
revolucionário igual ao feminismo.

E por que, em vez de feminismo ou machismo, não falamos de humanismo?

Porque humanismo é um sistema filosófico de pensamento, não um movimento social


ou político. O humanismo se refere à valorização do pensamento e da produção
humana, em oposição à ideia de um ser sobrenatural que comanda o mundo.

O feminismo busca por o que?

O feminismo busca liberdade para que os dois gêneros sejam tratados de tal forma que
saibam que podem fazer o mesmo que o outro. É a liberdade de uma mulher ter ou não
filhos, depilar ou não as axilas, querer ou não trabalhar em vez de ficar em casa, é a
liberdade do homem poder dizer “não” para uma moça interessada nele , poder usar rosa
, poder brincar de boneca ; o feminismo busca por escolhas livres , feitas pelo indivíduo
e não pela sociedade.
Temas atuais recorrentes
Atualmente no Brasil, o feminismo segue discutindo questões que afetam as mulheres
de uma forma geral. Primeiramente, há a desvalorização da trabalhadora em
comparação aos homens, sobretudo pelo fato de que, segundo pesquisas feitas pelo
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as mulheres ganham em média 30%
menos que os homens para realizar a mesma função.
Além disso, há a questão do assédio e violência contra a mulher, uma vez que, segundo
estudos conduzidos pela Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal, uma
mulher é estuprada no Brasil a cada 10 minutos e, a cada 90 minutos, uma mulher é
assassinada no Brasil. As mulheres estão suscetíveis a esse tipo de violência de gênero
em diferentes locais, seja na rua, seja também em suas famílias.
O grande esforço do movimento feminista no caso brasileiro é para lutar contra essas
violências e para que o governo crie políticas públicas que combatam isso e que
promovam o bem-estar das mulheres na sociedade. Um dos grandes marcos nesse
sentido foi o decreto da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, também conhecida como
Lei Maria da Penha.

Como saber se é assédio?

Assédio pode ser uma série de comportamentos que incomodam, importunam,


humilham ou perseguem uma pessoa ou grupo específico. O assédio pode se manifestar
de muitas formas, algumas mais explícitas e outras mais “veladas”.
O assédio sexual é um tipo de violência que se caracteriza por qualquer ação ou
comportamento sexual que acontece sem o consentimento da outra pessoa. Esse tipo de
assédio engloba uma série de comportamentos, que vão desde o contato físico até um
comentário com conotação sexual.
No Brasil, o Decreto-Lei nº 10.224, de 15 de maio de 2001, acrescenta o artigo nº 216-
A ao Código Penal Brasileiro, apresenta o seguinte texto: "Constranger alguém com o
intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua
condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego,
cargo ou função."
Em teoria, a pena para a quem infringe esta lei e comete assédio sexual é a detenção que
pode variar entre 1 e 2 anos.

O momento que se chega à pontos extremos

O machismo está enraizado em nossa sociedade, portanto há muitos atos que ocorrem
onde a mulher é colocada como inferior, quando uma moça já passou por muitos deles,
as vezes ela pode passar por um terrível conhecido como feminicídio.
Feminicídio é uma expressão utilizada para denominar as mortes violentas de mulheres
em razão de gênero, ou seja, que tenham sido motivadas por sua “condição” de mulher.
No Código Penal brasileiro, o feminicídio está definido como um crime hediondo,
tipificado nos seguintes termos: é o assassinato de uma mulher cometido por razões da
condição de sexo feminino, quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou
menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Questões polêmicas

 Feministas são contra a família, o casamento, e se recusam a ter filhos?


Isto não é verdade. É apenas um mito criado em torno da luta dessas mulheres.
Feministas são a favor da escolha da mulher, isto é – que a mulher case apenas quando e
se quiser casar, que tenha filhos apenas quando e se quiser tê-los e que seja livre para
fazer essas escolhas, não sendo julgada se não quiser fazê-las.
 Feministas são a favor do aborto?
Como dito acima, feministas são a favor da escolha da mulher. Elas não querem que o
Estado crie leis para determinar como elas devem agir com relação ao próprio corpo.
Isso quer dizer que elas rejeitam a ideia de que o Estado deva proibir o aborto por lei,
mas permitir que, em caso de gravidez indesejada, a mulher possa escolher livremente
se deseja ou não interromper a gravidez, oferecendo a ela a assistência de saúde
necessária para que possa fazer isto em segurança, sem comprometer a própria saúde.

Pessoas que apóiam a causa


Texto:
Emma Watson disse uma vez:

Quanto mais eu falava de feminismo, mais percebia que lutar pelos direitos das
mulheres era, demasiadas vezes, sinônimo de ódio masculino. Se há uma coisa que sei
com certeza é que isso tem de parar. Para que conste, feminismo é, por definição, a
crença de que homens e mulheres deveriam ter direitos e oportunidades iguais. A coisa
mais triste que uma mulher pode fazer é rebaixar seu potencial por um homem.

Ryan Gosling, Taylor Swift, Príncipe Harry, Ashton Kutcher, Barack Obama, Pierce
Brosnan, Beyoncé, Dalai Lama, Angelina Jolie, Ian Somerhalder, Ellen Page, Seth
Meyers, David Schwimmer, Pierce Brosnan o que essas pessoas tem em comum?
Todas elas são feministas apóiam a causa e se dedicam a ela. Mas eles são apenas
alguns nomes que participam na luta pelos direitos das mulheres.
Antes deles houveram outros e outras que começaram essa incansável movimento e
abaixo há alguns nomes de destaque:

Antigas:
Joana d'Arc Santa, mártir, bruxa... Ela tinha somente 17 anos quando convenceu um
pequeno grupo de soldados a segui-la para a Guerra dos 100 anos (1337-1453) e salvar
a França dos ingleses. Detalhe: era pobre e analfabeta
Dandara A esposa de zumbi viveu no Brasil Colonial e foi descrita como uma guerreira
valente, que dominava técnicas de capoeira e teria lutado muitas batalhas para preservar
o Quilombo dos Palmares. Inclusive teria auxiliado Zumbi em estratégias e planos de
ataque e defesa.
Ada Lovelace Filha de Lorde Byron, ela nasceu em 1815, no Reino Unido, e é
considerada a primeira programadora do mundo - e olha que, naquela época, não existia
ideia de computador pessoal, hein? Na década de 1940 , as ideias de Ada inspiraram
Alan Turing no trabalho dos primeiros computadores modernos
Marie Curie Cientista polonesa naturalizada na França, ela acumula dois grandes títulos:
foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e a primeira pessoa a ganhar dois
prêmios Nobel em áreas diferentes (química e física)
Coco Chanel... Nos anos 1920, Coco revolucionou a moda e quebrou paradigmas,
transformando moda em libertação. A estilista produziu roupas confortáveis que se
traduziam em liberdade feminina. Entre as bandeiras dela está a própria calça para
mulheres
Atuais:
Brasil:
Taís Araújo
Para a atriz, direitos entre homens e mulheres são iguais: após o casamento com Lázaro
Ramos, ela acrescentou o sobrenome do marido e ele adicionou o dela.
"O feminismo é uma construção contínua, coletiva e que abraça a todas nós. Ter espaço
pra levantar nossas questões é fundamental", comentou ela recentemente
Camila Pitanga
Conhecida por se posicionar politicamente, a atriz também é engajada na luta por
igualdade de direitos entre os gêneros - tanto que foi nomeada embaixadora nacional da
ONU Mulheres.

IZA

A cantora luta pela representatividade da mulher negra e afirmou em entrevista à Folha


de São Paulo: "Ser mulher no Brasil, é ser sobrevivente". Em suas letras ela fala sobre
empoderamento e outros temas acerca das mulheres. Feminista, ela luta em favor da
igualdade de direitos entre homens e mulheres. "A nossa independência ainda está
atrelada a existência do outro, nesse caso, o homem", disse ela

NO MUNDO:
Emma Watson: Recentemente, a atriz de Harry Potter doou R$ 4,5 milhões para um
fundo britânico que luta pela justiça e igualdade e contra o assédio sexual, estupro e
discriminação. Alem de sempre divulgar seus ideais feministas nas redes sociais e
entrevistas, Emma demonstrou seus objetivos através de ações. A estrela é embaixadora
da boa vontade da ONU Mulheres, chamando atenção da mídia com seu discurso no
lançamento da campanha HeForShe, e criou um clube do livro para incentivar a leitura
com publicações de temas feministas.
Megan Markle
a atriz de Suits tem histórico na luta pela igualdade de gêneros. Aos 11 anos, ao se
deparar com um comercial com slogan: "Mulheres em toda a América lutando contra
panelas e frigideiras", Meghan não achou o anúncio justo. Então, ainda pré-adolescente
decidiu enviar cartas à Hillary Clinton, para a famosa advogada de direitos das mulheres
Gloria Allred, para a apresentadora Linda Ellerbee e para a Procter and Gamble,
fabricante do detergente. Ela recebeu apoio e resposta de todas e após Linda mostrar o
caso na TV, a empresa responsável pelo comercial decidiu mudar o slogan para "Todas
as pessoas na América lutando contra panelas e frigideiras".
A duquesa ainda disse Você ouve frequentemente as pessoas falarem, ‘Bem, você está
ajudando as mulheres a encontrar suas vozes'. Eu fundalmentalmente discordo com isso
porque as mulheres não precisam encontrar uma voz, elas têm uma voz. Elas precisam
se sentir empoderadas para usá-la e as pessoas precisam ser encorajadas a escutar¨.

Conquistas e realizações
Dentre as várias faces que o feminismo abrange, uma mensagem continua a mesma: as
mulheres querem igualdade social, política e econômica entre os sexos.
Quem diria que há pouco mais de 50 anos as mulheres casadas não podiam sequer
trabalhar fora de casa sem a autorização dos maridos. As conquistas do movimento
feminista foram muitas, incluindo o direito à autonomia e igualdade perante a Lei, mas a
luta ainda segue – e não faltam pautas, como igualdade salarial e outras questões de
machismo estrutural.alguns direitos conquistados ao longo da historia:
1) Direito de estudar
2) Direito de votar
3) Direito de pertencer a si mesma
4) Direito à vida
5) Direitos reprodutivos

Em 1827, as brasileiras obtiveram autorização para estudar, mas apenas o ensino


elementar. Foi a brasileira Nísia Floresta, do Rio Grande do Norte, a pioneira em
levantar a bandeira da educação – especialmente por publicar o livro “Direitos das
mulheres e injustiça dos homens”, onde discorre sobre o tema, em 1832. Por isso, é
considerada a primeira feminista brasileira e latino-americana.

Em 1879 as mulheres receberam a autorização do governo para cursar o ensino superior,


porém, as que seguiam o caminho eram criticadas. Apenas em 1887 a primeira
brasileira recebeu um diploma de ensino superior. A guerreira se chama Rita Lobato
Velho Lopes, que se formou na Faculdade de Medicina da Bahia. Ela foi a segunda
mulher da América Latina a se formar.

Essa foi uma das primeiras lutas do feminismo – o famoso movimento sufragista, que
começou em 1897 com fundação da União Nacional pelo Sufrágio Feminino pela
educadora britânica Millicent Fawcett. Porém, no Reino Unido, as mulheres só puderam
votar a partir de 1918.

No Brasil, em 1927, uma mulher conseguiu seu registro para votar: a professora Celina
Guimarães Viana, do Rio Grande do Norte, estado pioneiro neste sentido. Porém, o voto
feminino apenas foi, de fato, liberado em nossas terras em 1932, assim como o direito
de sermos eleitas para cargos no executivo e legislativo. No início, apenas mulheres
casadas com autorização dos maridos, viúvas e solteiras com renda própria poderiam
exercer a cidadania. Essas restrições foram removidas em 1934.

Acredite se quiser: apenas no dia 27 de agosto de 1962 foi sancionado o Estatuto da


Mulher Casada que, entre outras coisas, instituiu que a mulher não precisaria mais da
autorização do marido para trabalhar, receber herança e, em caso de separação, ela
poderia requerer a guarda dos filhos. Sim, 1962 – há apenas 55 anos. Antes disso, o
cônjuge precisava autorizá-la a exercer tais atividades.

Todas nós conhecemos a Lei Maria da Penha, que surgiu em 2006 como uma das mais
celebradas contra a violência doméstica. Desde então, também foi sancionada a Lei do
Feminicídio, em 2015, que colocou a morte de mulheres no rol de crimes hediondos e
diminuiu a tolerância nesses casos.Infelizmente, assim como em outros casos, muitas
dessas conquistas funcionam mais na teoria do que na prática. Ainda é difícil fazê-las
valer por causa do comportamento machista de uma parcela dos juízes e delegados.

Se antes o sexo estava meramente ligado à reprodução, especialmente para as mulheres


casadas, a história começou a mudar de rumo com o surgimento da pílula
anticoncepcional, na década de 1960. Ela permitiu maior liberdade sexual e causou uma
redução na taxa de natalidade mundial. Isso reverberou de outras formas, pois foi nessa
época que escritoras como Betty Friedan e Simone de Beauvoir passaram a desconstruir
o papel da mulher na sociedade.Hoje, nem todas as bandeiras já foram conquistadas. A
da descriminalização do aborto voluntário, por exemplo, continua barrada no País, que
só permite a interrupção da gravidez em casos de risco para a mulher, estupro e para
fetos com anencefalia.

Algumas leis feministas no Brasil:

Feminicídio
A lei do feminicídio (Lei 13.104 de 9 de março de 2015) foi sancionada em março de
2015 pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e diz que, quando uma mulher morre por
abuso, violência doméstica, discriminação e menosprezo o crime é hediondo (de
extrema gravidade), cujo tempo de reclusão pode ser de 12 a 30 anos.

Separação e guarda dos filhos


Atualmente, o Código Civil conta com leis que auxiliam as mulheres casadas em caso
de separação e divórcio. A guarda compartilhada é direito dos pais, assim como o
acordo sobre as visitas dos filhos menores é requisito para a separação consensual.
No trabalho
Uma lei de 13 de abril de 1995, sancionada pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB), proibiu a exigência de atestado de gravidez e práticas discriminatórias
na admissão de mulheres no mercado de trabalho.
Ao sofrer um aborto natural, é direito da mulher receber duas semanas de descanso
remunerado para a sua recuperação física e mental. Segundo o artigo 395 do Decreto
Lei nº 5.452, de 1° de maio de 1943, é direito da mulher, "em caso de aborto não
criminoso, comprovado por atestado médico oficial, um repouso remunerado de duas
semanas".
O salário-maternidade também é direito da empregada gestante, sendo pago pela
Previdência Social.

Contradições
Como não existe uma “escola de feminismo”, um diploma, um curso no Senac¹, o
feminismo, assim como outros movimentos sociais, não é considerado uma área de
conhecimento. Assim, pessoas aleatórias repetem discursos que em nada fogem ao
senso comum sobre o assunto. E geralmente elas estão erradas. Como todos somos
afetados pelo sexismo, esta influência nas nossas vidas nos dá a errônea impressão que
já conhecemos tudo o que tínhamos de saber sobre o feminismo.

Ajuda o fato de que o movimento tem grandes pensadoras, mas não líderes. Não existe
livro de regras; as correntes ideológicas estão aí, se misturando e se complementando; o
assunto prolifera nas redes sociais, onde é fácil criar antipatia por uma pessoa – e
transferir esse desconforto à causa que a tal pessoa antipática defende.

Por isso, a ideia de que feminismo trata-se de mulheres odiando homens e querendo
superioridade propaga-se graças à postura de algumas mulheres que, em nome do
movimento, compartilham essas ideias de superioridade com mais vigor do que as
verdadeiras pautas feministas.
Outra contradição que pode ser apontada é o conflito entre o próprio movimento. As
vertentes, cada uma com posicionamentos diferentes em relação à algumas pautas,
muitas vezes entram em conflitos em que nada se conclui,em que a discussão não é
produtiva. A pluralidade de ideias é importante, mas debates não produtivos entre as
vertentes tendem a se tornar trocas de críticas entre elas, sem trazer avanços para as
pautas e reivindicações feministas.
O resultado dessas contradições é a impressão de que o movimento não possui unidade
e que, apesar de pregar a igualdade, desejam a superioridade perante o gênero
masculino.

Movimento na atualidade – Vertentes Feministas

Sendo o feminismo um movimento político que luta pela libertação das mulheres, é
natural que, ao longo da história, as pautas feministas se diversificassem, se
organizando em torno das demandas de grupos específicos dentre do movimento.
Diferentes visões da condição da mulher durante a história, sendo estudadas e dando
voz às chamadas vertentes feministas.

Entre as de maior ênfase na atualidade, temos:

 Feminismo Liberal:
Conhecido na internet pela abreviação Libfem, é tido como a vertente mais
“antiga”. Teve sua origem junto à ascensão do iluminismo. Numa época em que homens
liberais defendiam as liberdades do indivíduo, as mulheres (de condição burguesa ou
não) não estavam incluídas nessa perspectiva. Assim, as primeiras feministas liberais
acreditavam que, se o liberalismo defendia serem todos os seres humanos iguais e
sujeitos de direitos civis, por que as mulheres deveriam ser excluídas? A partir desse
questionamento, elas se pautaram no liberalismo durante a história para defender direito
à participação na esfera pública, direito ao trabalho, à participação e representação
política, entre outras pautas.

Portanto, na atualidade, essa vertente defende que a mulher é um ser plenamente capaz
de expressar suas escolhas e capacidades, devendo buscar livremente a equidade com o
gênero masculino através de suas próprias ações, sem desconsiderar o direito de livre
associação se assim necessário ou desejado. Não obstante, o feminismo liberal busca
também obter a efetividade desta liberdade através de reformas legais e políticas sempre
que houver disparidade de tratamento jurídico ou social entre homens e mulheres que
coloque estas em posição de desvantagem.

 Feminismo Radical
Corrente surgida em meados da década de 70, a vertente conhecida como “Radfem”,
defende que a raiz – de onde a palavra radical vem - da dominação por parte dos
homens se dá justamente por se nascer mulher; ou seja, as mulheres são dominadas por
ter uma biologia de fêmea, por conta de seus aparelhos reprodutivos e capacidade de
reprodução. E assim, todas as fêmeas formam uma classe sexual que é sistematicamente
explorada e oprimida, a partir da socialização de gênero que recebem desde o
nascimento. Por isso, o Feminismo Radical defende a libertação das mulheres e
abolição do gênero.
 Feminismo Interseccional
A vertente, conhecida também como Intersec, diz respeito às intersecções ou
recortes de opressões e vivências que devem ser feitos ao analisar as estruturas sociais
de dominação-exploração, assim como os sujeitos que são atingidos
(des)favorecidamente por elas. As feministas intersecs defendem, por exemplo, o
recorte de gênero, de condição de gênero, de etnia, de classe, de orientação sexual, pois
reconhecem que as mulheres não sofrem todas juntas as mesmas opressões e que a
mulher nem sempre está em situação de desvantagem nas relações de poder na
sociedade.

Essa vertente, portanto, reconhece a existência de outros sistemas de opressão e


identifica todas as mulheres, independente da condição de gênero (cisgênera ou
transgênera), etnia, sexualidade, faixa etária, peso, altura, classe social, como um grupo
oprimido em contraste com um grupo opressor dominante.

 Feminismo Negro
O Feminismo Negro é um movimento social e um segmento protagonizado por
mulheres negras, com o objetivo de promover e trazer visibilidade às suas pautas e
reivindicar seus direitos. No Brasil, seu início se deu no final da década de 1970, a partir
de uma forte demanda das mulheres negras feministas: o Movimento Negro tinha sua
face sexista, visto que as relações de gênero funcionavam como fortes repressoras da
autonomia feminina e impediam que as ativistas negras ocupassem posições de
igualdade junto aos homens negros; por outro lado, o Movimento Feminista tinha sua
face racista, preterindo as discussões de recorte racial e privilegiando as pautas que
contemplavam somente as mulheres brancas.

Assim, a luta das feministas negras é não só para a equiparação com o sexo masculino,
mas também para conquistar igualdade quando em comparação com outros indivíduos
do seu próprio gênero.

Outros movimentos, como o feminismo Marxista e o feminismo Trans também podem


ser citados como vertentes com cada vez mais voz.

Atualmente, diversas pautas feministas atuais são vistas sobre diferentes óticas pelas
distintas vertentes citadas. No entanto, as lutas pelo fim da violência contra a mulher,
maior representatividade política, direito ao aborto e, principalmente, contra uma
cultura que retrata a mulher como submissa ao homem, é um consenso de todos.
Conclusão autoral

Referencias:
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Disponível em:
<https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2018/04/24/conheca-15-mulheres-
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ARAUJO, Ana Paula de. 5 conquistas do movimento feminista para


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Acesso em: 04 ago. 2019.
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