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4º.

ano, Engenharia Hidráulica


7º. Semestre

Drenagem e Saneamento

Tema:
Projecto de drenagens de águas residuais domésticas na Cidade de Tete
nos bairros Chingodzi e Matundo

Discente: Docente:
António Francisco António Eng.º Ivaldo Manuel Soares

Songo, Abril de 2016


4º. ano, Engenharia Hidráulica

7º. Semestre

Drenagem e Saneamento

Tema:
Projecto de drenagens de águas residuais domésticas na Cidade de Tete
nos bairros Chingodzi e Matundo

Discente: Docente:
António Francisco António Eng.º Ivaldo Manuel Soares

Songo, Abril de 2016


Dedicatória

Dedico este projecto aos munícipes da Cidade de Tete residente no Bairro


Chingodzi e Matundo.

Drenagens de águas residuais domésticas Página i


Agradecimento

Agradecer em primeiro lugar à Deus que me concedeu a vida e a oportunidade


de abraçar a carreira académica.

Igualmente agradecer ao docente da cadeira de Drenagem e Saneamento pela


ideia de dar projecto que de certa forma permitiu a aquisição de conhecimentos
científicos.

A elaboração deste projecto deve-se ao esforço e apoio de várias pessoas a


estas pessoas que expresso o meu sincero agradecimento.

Drenagens de águas residuais domésticas Página ii


Resumo

Boas condições sanitárias, a higiene e saúde, são características de uma


população desenvolvida, devendo ser fornecidas a toda a população
garantindo qualidade e condições de vida adequadas.
O presente projecto tem como objectivo a elaboração de uma rede de
drenagem de águas residuais na Cidade de Tete nos bairros Chingodzi e
Matundo.

No traçado, dimensionamento e implantação da rede foram tidos em conta


todos os requisitos das normas em vigor, tendo sido, estas normas, a base na
realização do sistema de drenagem. Na concepção da rede, devido às
condições topográficas do terreno da região, foi possível dimensionar todo o
sistema em regime gravítico.

Palavras-chave: Drenagem; limitações e dimensionamento.

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Abstract

Good sanitary conditions, hygiene and health, are characteristics of a


developed population, and should be provided to the entire population
guaranteeing adequate quality and living conditions.

The aim of this project is to establish a wastewater drainage network in the City
of Tete in the Chingodzi and Matundo districts.

The drafting, sizing and implementation of the network took into account all the
requirements of the standards in force, these standards being the basis for the
drainage system. In the design of the network, due to the topographic
conditions of the terrain of the region, it was possible to size the whole system
in gravitational regime.

Keywords: Drainage; limitations and sizing.

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Lista de figura
Figura 1:Bairros Chingodzi e Matundo ............................................................... 2
Figura 2:Localização Geográfica da Cidade de tete........................................... 3
Figura 3:O Traçado da rede ............................................................................... 5
Figura 4:Tubos de betão armado ..................................................................... 10
Figura 5:Junta antes da montagem do tubo ..................................................... 11
Figura 6:Junta depois da montagem do tubo ................................................... 11

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Lista de tabelas
Tabela 1:Limites da cidade de Tete ................................................................... 3
Tabela 2:Censos 2013 até 2017 ........................................................................ 5
Tabela 3:População no início e fim do projecto .................................................. 6
Tabela 4:Taxas de contribuição ......................................................................... 7
Tabela 5:Cálculo das vazões concentradas ....................................................... 7

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Índice
Dedicatória .......................................................................................................... i
Agradecimento .................................................................................................... ii
Resumo .............................................................................................................. iii
Abstract .............................................................................................................. iv
Lista de figura ..................................................................................................... v
Lista de tabelas .................................................................................................. vi
1. Introdução .................................................................................................... 1
1.1. Objectivos ............................................................................................. 1
1.1.1. Gerais ............................................................................................. 1
1.1.2. Específicos ..................................................................................... 1
1.2. Metodologia ........................................................................................... 2
1.3. Motivação .............................................................................................. 2
2. Localização Geográfica da Cidade de tete .................................................. 3
3. Águas residuais domésticas ........................................................................ 4
3.1. Descrição da solução adoptada ............................................................ 4
3.2. Elementos base .................................................................................... 5
3.2.1. Estudo populacional ....................................................................... 5
3.3. Determinação de Caudais ..................................................................... 6
3.4. Dimensionamento hidráulico das infra-estruturas de drenagem de
águas residuais ............................................................................................... 8
3.5. Tubos a usar ....................................................................................... 10
3.5.1. Juntas elásticas ............................................................................ 11
3.5.2. Câmaras de visita ......................................................................... 12
3.6. Aspectos construtivos ......................................................................... 12
4. Conclusão .................................................................................................. 14
5. Referências bibliográficas .......................................................................... 15
Anexo ............................................................................................................... 16
Resultados de dimensionamento. ................................................................. 17
Rede de drenagem de águas residuais domésticas em planta e perfis. ....... 19
Câmaras de visita ......................................................................................... 23
Catalogo do material a ser usado. ................................................................ 25

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1. Introdução

O presente projecto consiste na concepção e dimensionamento de uma rede de


drenagem de águas residuais domésticas na Cidade de Tete nos Bairros Chingodzi
e Matundo. As áreas envolvidas pelo projecto são: uma parcela de Bairro Matundo
que mede 59,5 hectares e uma parcela de Bairro Chingodzi que mede 166 hectares,
as parcelas estão ilustradas na figura 1.

A rede de drenagem desta povoação será efectuada por redes separativas


domésticas, sendo que neste projecto apenas serão dimensionadas as redes de
águas residuais e respectivos colectores, não sendo abordada a drenagem das
águas pluviais.

Para uma correcta concepção e dimensionamento de uma rede de drenagem é


necessário ter em conta o número de habitantes a servir, assim como o consumo
médio por habitante. Os dados utilizados para o dimensionamento foram adquiridos
no Instituto Nacional de Estatística Delegação Provincial de Tete, tendo sido
consultados os censos desde o ano 2013 até 2017. O material a utilizar para
execução da obra serão tubagens de Concreto e foi admitido um horizonte de
projecto de 20 anos para toda a obra.

1.1. Objectivos

1.1.1. Gerais
Proceder o dimensionamento de sistemas de drenagem de águas residuais;

1.1.2. Específicos
Definir águas residuais domestica;
Apresentar o sistema em perfil

Drenagens de águas residuais domésticas Página 1


1.2. Metodologia
De forma a atingir os objectivos indicados, foram estipuladas 2 (duas) fases: recolha
de informação e processamento de dados, recolheu-se os dados nos manuais e
Google Earth, processamento deu-se pelos métodos matemáticos.

1.3. Motivação
Cidade de Tete nos bairros Chingodzi e Matundo não tem sistema de colecta e
tratamento dos esgotos e isto traz impactos ambientais negativos como a
contaminação de corpos de água pelo lançamento de esgoto sanitário (sem
tratamento). E as condições inadequadas dos serviços de saneamento também
podem ocasionar doença infecciosa. Como exemplo, as ocasionadas por vectores
que poderá ser provocada pela carência dos serviços destinados à drenagem
urbana. Os Bairros Chingodzi (a maior área pintada) e Matundo (a menor área
pintada) estão separados pela estrada nacional nº.7, veja a figura abaixo.

Figura 1:Bairros Chingodzi e Matundo

Fonte: Google Earth

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2. Localização Geográfica da Cidade de tete
Possui uma extensão territorial de 287 Km2, o que representa 8.3% do território da
província do mesmo nome. O distrito de Tete, conta com uma população de 305.755
habitantes, sendo 148354 homens e 157368 mulheres segundo Instituto Nacional de
Estatística (Censo 2017), Com uma densidade populacional de 1102hab/km2.

Distrito Distrito de Cidade De Tete

Limites Norte Sul Este Oeste

Moatize Changara Moatize Changara

Tabela 1:Limites da cidade de Tete

Figura 2:Localização Geográfica da Cidade de tete

Fonte: Anuário Tete 2017

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3. Águas residuais domésticas
Proveniente de instalações residenciais, do metabolismo humano e de actividades
domésticas como banhos, cozinhas e lavagens de pavimentos domésticos.

3.1. Descrição da solução adoptada


O traçado desta rede foi, inicialmente, aferido com base Google Earth Pro.
Posteriormente, efectuou-se um reconhecimento do aglomerado populacional com
vista à actualização e validação da informação disponível, incluindo aferição da
população a servir, das limitações topográficas (A topografia do local de implantação
apresenta um papel fundamental no traçado da rede, uma vez que o escoamento
deve-se efectuar por gravidade), dos terrenos eventualmente disponíveis para
implantação de infra-estruturas.

Os traçados da rede de drenagem foram efectuados com o auxílio do software


AutoCad, veja na figura 3, sobre o eixo da via pública de modo a não colidir com
fundações de edifícios já existentes, ou diminuir a probabilidade de colidir com
projectos futuros. Foram colocadas caixas de visita, de acordo com a legislação
actual, nas confluências dos colectores e nos vários trechos de modo a limitar o
comprimento máximo de cada colector a 100m. Foi ainda tido em conta inclinações
mínimas de 0,3% que permitam a autolimpeza das tubagens e velocidades máximas
de escoamento de 5m/s, de modo a impedir a erosão das caixas de visita.

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Figura 3:O Traçado da rede

Fonte: Google Earth

3.2. Elementos base

3.2.1. Estudo populacional


É indispensável conhecer a situação demográfica da zona a servir, em termos de
população residente e flutuante, e avaliar a sua evolução previsível para o horizonte
de projecto adoptado. Para obter dados sobre a população do Bairro Chingodzi e
Matundo foram requisitados ao INE a informação necessária dos censos 2013 até
2017 obtendo assim valores viáveis para a situação demográfica. Com os dados dos
censos calculou-se pelo método geométrico a evolução da população.
Perfil 2013 2014 2015 2016 2017

População 2 322 294 2 418 581 2 517 444 2 618 913 2 764 169
total

Tabela 2:Censos 2013 até 2017

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Efectuou-se o cálculo para os anos correspondentes ao horizonte de projecto, os
resultados podem visualizar-se na tabela abaixo.

P = P0 ∗ q(t−t0 )
t−t0 P
q= √P
o

P0 -população no ano zero (to)


P-população no ano t
Método Geométricas
t-to 27
Densidade
q 1,055060417 (hab/ha)
P2020 (hab) 3379547 13
P2040 (hab) 9871999 39
Tabela 3:População no início e fim do projecto

to- Primeiro ano do cesso

t-O ano que se pretende determinar a população


q- taxa crescimento da população
P2020-A população no ano de 2020 (no inicio do plano)
P2040- A população no ano de 2040 (no fim do plano)

3.3. Determinação de Caudais


O caudal de águas residuais drenadas obtém-se dos consumos de água na rede de
distribuição, tendo em conta que apenas uma parte destes aflui à rede de drenagem.
Para tal utiliza-se o factor de afluência à rede, calculando o caudal que aflui à rede
de drenagem através dos consumos de águas. No Decreto Regulamentar nº 23/95,
no ponto 2 do artigo 8 123.º.
Os consumos de água domésticos devem ser obtidos através de dados
representativos da população a servir. Quando não existe informação sobre estes
consumos deve-se avaliar o nível de vida, dimensão, características e hábitos da

Drenagens de águas residuais domésticas Página 6


população a servir, tendo sempre em conta a existência ou não de indústria e
serviços na área.

Cálculo de vazões e das taxas de contribuição


CK2 qmi di
Txi = + Tif
86400l
CK1 K2 qmf df
Txf = + Tif
86400l

Txi (l/sm) 0,0008


Txf (l/sm) 0,0014
Tabela 4:Taxas de contribuição

C - coeficiente de retorno
qmi e qmf- consumos efectivos
k1 e k2- coeficientes de máxima contribuição
di e df - - densidades populacionais
𝐥- Comprimento médio de ruas
𝐓𝐱𝐟- - Taxas de infiltração
Estimou-se 𝐓𝐱𝐟 = 0,0006 L/s.m
Mínima vazão → fixada em 1,5 L/s

Cálculo das vazões concentradas (contribuições futuras das áreas de expansão)

Q c = Txf ∗ l ∗ Ac
𝐀𝐜 -Áreas de contribuições futura

Q c1(l/s) 0,6
Q c2(l/s) 0,8
Q c3(l/s) 0,6
Q c4(l/s) 1,3
Q c5(l/s) 0,7
Tabela 5:Cálculo das vazões concentradas

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3.4. Dimensionamento hidráulico das infra-estruturas de
drenagem de águas residuais

Numa rede de drenagem de águas residuais verificam-se, sob o ponto de vista


hidráulico-sanitário, as três características seguintes:

O escoamento faz-se com superfície livre, excepto em condições muito


especiais.
O regime de escoamento é variável.
As águas residuais transportam quantidades significativas de sólidos em
suspensão e em solução (de natureza orgânica e inorgânica).
No dimensionamento hidráulico de um sistema de drenagem, a determinação das
inclinações e diâmetros dos colectores é um dos objectivos principais, de forma
assegurar a capacidade de autolimpeza do sistema e evitar na medida do possível a
deposição dos sólidos em suspensão.
A limitação da altura de escoamento e velocidade de escoamento deve-se à
necessidade de ventilação e controlo de septicidade nos colectores para evitar o
desgaste das tubagens e caixas de visita. No Decreto Regulamentar 23/95 artigo
133.º estão previstas como condições de autolimpeza e preservação que, nos
colectores domésticos, a velocidade de escoamento para o caudal de ponta no início
de exploração deverá ser superior a 0,6 m/s e para o caudal de ponta no horizonte
de projecto não deverá exceder 5m/s. Relativamente à inclinação dos colectores, em
geral, esta deverá estar compreendida entre 0,3% e 15%.
A rede tem um regime de escoamento variável, visto que o sistema não é solicitado
permanentemente ao longo do tempo, variando o seu caudal, altura de escoamento
e velocidade de escoamento. O cálculo hidráulico foi efectuado individualmente para
cada colector com expressões de Manning para escoamento em regime permanente
uniforme.

Declividade Io (m/m)
Calcula-se a declividade mínima para auto-limpeza pela expressão
Imin = 0,0055Q−0,47 onde Q é a vazão inicial de jusante do trecho, expressa em L/s,
limitada em 1,5 L/s.
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Determina-se a declividade económica para escavação mínima, impondo-se
profundidade mínima a jusante. A profundidade de montante é sempre conhecida,
decorrente dos trechos anteriores ou, quando trecho inicial, igual à mínima
(cobertura mínima + do). Comparadas as duas declividades, adopta-se a maior
delas.

Diâmetro do (DN)
Calculado pela expressão:
Q 3/8
𝑑𝑜 = 0,3145 ( )
√I

Onde Q é a vazão final de jusante do trecho em questão, expressa em m3/s,


resultando do em m; adopta-se o diâmetro comercial (DN) imediatamente superior,
observado o limite mínimo DN 100 recomendado pela norma. Também a vazão Q da
expressão é limitada em 1,5 L/s ou 0,0015 m3/s no mínimo (válida apenas para os
cálculos).

Cota do terreno (m)


Obtida da planta cadastral. Anotam-se os valores de montante e de jusante.

Cota do colector (m)


Se a declividade adoptada é a mínima, a cota do colector a jusante é: Cota do
colector montante menos IoL. Se a declividade adoptada é a económica, a cota do
colector a jusante é: Cota do terreno a jusante menos a profundidade mínima,
respeitado o limite da declividade mínima.
As cotas a montante decorrem das cotas a jusante dos trechos afluentes. No caso
de trecho inicial é: Cota do terreno a montante menos a profundidade mínima.

Profundidade do colector (m)


Diferença entre a cota do terreno e a cota do colector, a montante e a jusante.

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Tensão trativa (Pa)
Calculada pela expressão σ = γRIO ondeγ = 9800N/m3 recomendação por norma:
valor mínimo de 𝝈=1,0 Pa (garante o arrastre de partículas de até 1,0 mm de
diâmetro.

Determinação das velocidades inicial (vi) e final (vf)


𝟐 𝟏
𝑹𝟑 𝑰 𝟐
𝑽=
𝒏

3.5. Tubos a usar


Vai se usar tubos de betão armado porque resiste bem a pressões elevadas e
cargas. A estrutura de sua parede é armada de aço e possui uma camisa de aço.
Possuem bom escoamento, pois existe pequena rugosidade nas paredes. Uma das
principais desvantagens é o peso elevado que dificulta a execução e reparação. Mas
informação veja no catálogo no anexo.

Figura 4:Tubos de betão armado

Fonte: http://www.guaranitubos.com.br/tubo-concreto-armado-agua-pluvial.php

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3.5.1. Juntas elásticas

As juntas elásticas, inicialmente avulsas e posteriormente já embutidas no próprio


concreto, o que se convencionou a chamarem de juntas incorporadas.

A obra será executada com este tipo de junta porque tem a garantia de qualidade e
desempenho, pois sendo está embutida no próprio concreto do tubo, não sofre risco
de se deslocar durante a instalação e principalmente se garante o não esquecimento
da junta, o que assegura a estanqueidade da rede.

Figura 5:Junta antes da montagem do tubo

Fonte: http://www.guaranitubos.com.br/tubo-concreto-armado-agua-pluvial.php

Figura 6:Junta depois da montagem do tubo

Fonte: http://www.guaranitubos.com.br/tubo-concreto-armado-agua-pluvial.php

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3.5.2. Câmaras de visita
Câmaras com diâmetro interior (Di) em função da profundidade (H): H < 2,5 m
D i = 1,00m (PROJECTO DE SANEAMENTO, sistemas de drenagem de águas
residuais aula 11. Portugal, P30)

Com a profundidade das condutas em relação a superfície do é igual 1m (H=1m), o


diâmetro interno é de 1m (D i = 1,00m) a espessura foi de 0,12m. A profundidade
total da câmara de visita com a espessura da laje de fundação (base) é 1,2.

3.6. Aspectos construtivos


O Decreto Regulamentar 23/95 impõe algumas condições no traçado em planta da
rede de drenagem de águas residuais no artigo 136.º. Entre elas importa mencionar
a condição referente à implantação dos colectores no eixo da via pública, na maior
parte dos arruamentos urbanos. No caso de vias de circulação largas, arruamentos
de grande largura, espaços livres amplos e passeios neste artigo existe uma
condição que diz que os colectores poderão ser implantados fora das faixas de
rodagem desde que a distância mínima aos limites das propriedades seja de 1m.
De modo a evitar danos nas tubagens ou possíveis assentamentos, pela circulação
de veículos e cargas pesadas no pavimento imediatamente acima da rede, está
definido uma profundidade mínima no Decreto Regulamentar 23/95 artigo 137.º. A
profundidade de assentamento dos colectores não deverá ser inferior a 1m, valor
medido entre o seu extradorso e o pavimento da via pública, podendo este valor
aumentar em função de exigências de trânsito, da inserção dos ramais de ligação ou
da instalação de infra-estruturas. No presente projecto adoptou-se como
profundidade mínima 1m, assegurando uma maior resistência das condutas e
facilitando a ligação dos colectores aos ramais de ligação.
A construção das valas e seu assentamento devem ser devidamente efectuados de
modo a garantir uma boa funcionalidade e resistência às tubagens, estando
previstas regras de construção no Decreto Regulamentar 23/95 artigo 26.º.
Onde L é a largura da vala (m) e De o diâmetro exterior da conduta (m). O artigo 26.º
também refere que a largura mínima das valas pode sofrer um aumento em função

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do tipo de solo, processo de escavação e nível freático, para profundidades
superiores a 3m.
O artigo 27.º do Decreto Regulamentar 23/95 refere algumas condições a respeitar
na instalação das tubagens. Estas devem ser assentes de modo a assegurar que
cada troço de tubagem se apoie de forma contínua e directa sobre terrenos de
resistência igual. Se o terreno não assegurar as condições de estabilidade das
tubagens ou dos acessórios, deve-se recorrer à sua substituição por outro material
de maior resistência e devidamente compacto. Em escavações num terreno
rochoso, as tubagens deverão ser assentes, em todo o seu comprimento, sobre uma
camada uniforme, preparada previamente de 0,15 a 0,30m de espessura de areia,
gravilha, ou um material idêntico cuja dimensão máxima não ultrapasse os 20mm.
Na escolha dos materiais das tubagens foi tido em conta o descrito no Decreto
Regulamentar 23/95 artigo 142.º, onde é mencionado que os colectores de AR
domésticas podem ser de grés cerâmico vidrado interna e externamente, betão,
fibrocimento, PVC, entre outros. Também é referido que no caso de escoamento sob
pressão, se pode utilizar como material o fibrocimento, PVC, ferro fundido e aço.
Como solução para o projecto adoptaram-se condutas de PVC corrugado na rede de
drenagem e condutas de PVC no grupo elevatório. As tubagens de PVC corrugado
têm alta resistência mecânica e principalmente excelente relação peso/metro,
tornando este um bom material no transporte em superfície livre de águas residuais.
No que diz respeito às câmaras de visita, a sua implantação foi feita respeitando as
condições descritas no Decreto Regulamentar nº23/95, artigo 155.º. Este artigo
estipula a obrigatoriedade de implantação de câmaras de visita na confluência dos
colectores, nos pontos de mudança de direcção, inclinação e diâmetro dos
colectores, e nos alinhamentos rectos, com afastamento máximo de 100m para o
caso de colectores visitáveis. Neste projecto admitiu-se que o afastamento máximo
entre câmaras de visita seria de 90m apesar de se tratar de colectores visitáveis,
facilitando assim as possíveis operações de manutenção.

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4. Conclusão
Feito este projecto conclui-se que Cidade de Tete nos bairros Chingodzi e Matundo
deve-se construir um sistema de drenagem de águas residuais para fazer face o
aumento da densidade populacional sobretudo nas zonas em desenvolvimento, tem
contribuído significativamente para a degradação acentuada da qualidade das
águas.

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5. Referências bibliográficas
Regulamento dos sistemas prediais de distribuição de água e de drenagem de
águas resíduas, i serle - nijmero 28, quinta-feira, 15 de Julho de 2004.
ANUÁRIO ESTATÍSTICO: Província de Tete 2017, http://www.ine.gov.mz.
Tubos de Betão armados, http://www.guaranitubos.com.br/tubo-concreto-armado-
agua-pluvial.php.
LENCASTRE, A. (1969) – “Manual de Hidráulica Geral”, Técnica, A.E.I.S.T., Lisboa.
QUINTELA, A.C. 2005, Hidráulica. 10.ª Edição. Fundação Calouste Gubenkian,
Lisboa.

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Anexo

Resultados de dimensionamento.

Rede de drenagem de águas residuais domésticas em planta e


perfis.

Câmaras de visita

Catalogo do material a ser usado.

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