Você está na página 1de 93

Sumário

Capitulo 0 – Introdução ................................................................................ 2


Capitulo 1 – A Festa ..................................................................................... 4
Capitulo 2 – Enlaces ................................................................................... 16
Capitulo 3 – Medidas de Auxilio ao Usuário ............................................. 33
Capitulo 4 – School Day............................................................................. 49
Capitulo 5 – Inicio da Mudança ................................................................. 60
Capitulo 6 – Palestra Escolar ...................................................................... 71
Capitulo 7 – Preparatória ............................................................................ 78
Capitulo 8 – Concurso Miss ....................................................................... 87
The Webserie

Capitulo 0 – Introdução

A Série acontece na cidade de Nobres, com no máximo dez


episódios e tem como objetivo tratar de problemas sociais pertinentes
como o abuso de entorpecentes, a alta taxa de criminalidade e
problemas corriqueiros como romances, e conscientização social.
Temos três personagens centrais, Gabi que é uma garota
adolescente, estudante, cantora e compositora. Ela é apaixonada pelo
Henrique, rapaz este que não consegue demonstrar interesse nela
quando está em público, e a faz sofrer com a insegurança que ela a
transmite. Ela conta com o apoio do seu amigo Lucas, que ainda não
entendemos o papel que ele leva; que pode ser de que duas pessoas
de sexo oposto podem sim ser só amigos, ou se existe um interesse
da parte dele para com ela. Mais para frente ela se involucra em um
papel social importante no que concerne a conscientização do uso de
entorpecentes no município.
A segunda personagem central é Estela, uma menina muito
bonita, vinda de família rica, e dotada de uma personalidade
enérgica. Ela é divertida, sarcástica e um pouco egocêntrica. Sempre
viajando para os pontos turísticos da cidade com seus amigos, gosta
de estar em lojas comprando roupas e lhe encanta as festas, beber e
disfrutar a vida. Junto com ela temos sua amiga Cintia, que a apoia
em tudo o que faz e é sua cumplice nas armações. Sua problemática
na série é que logo no primeiro episódio ela aparece desmaiada
detrás de um estabelecimento onde foi realizada uma festa,
encontrada com um corte na cabeça e posteriormente tratada no
hospital, mas com poucas recordações do que aconteceu na festa, e
que esse mistério vai sendo desvendada pouco a pouco, revelando
um atentado de violação a garota que esta embriagada.
O terceiro personagem central é um garoto, João Gabriel,
evangélico, seu pai tem um ministério na igreja o que lhe dá exemplo
e ganas de fazer o bem e o que é certo. Só que ele se vê
profundamente ligado a uma usuária de droga, ele a conhece quando
ela furta a padaria e ele acaba que pagando o prejuízo dela. Logo ela
o salva de ser assaltado por seus amigos. E este vínculo o faz querer
ajuda-la, e junto com Gabi iniciam um projeto para beneficiar os
usuários de drogas, para que tenham uma referencia no município,
onde procurar quando precisem, e aonde uma pessoa pode ir para
tentar ajudar um amigo ou conhecido que esteja enfrentando esta
situação.
Através desses três personagens vou tentar construir uma
história interessante e de responsabilidade social, involucrando
diversas esferas municipais, e explorando o que tem de melhor no
nosso município de Nobres.
Capitulo 1 – A Festa

CENA 1 - Gabi

Era um pouco depois da uma da tarde, meus pais haviam ido


trabalhar, com despedidas animadas de mais uma jornada de trabalho
após o almoço. Logo quando saíram agarrei o celular e mandei um
sinal para Henrique, ele já podia vir, teríamos toda a tarde livre para
namorarmos.
Não tardou para que chegasse, surpreendendo-me com um
abraço pelas costas e me dando beijinhos suaves na nuca. Logo eu
virei para recebê-lo e lhe dei o tão esperado beijo na boca. Aqueles
beijos intensos porem macios, não costumo ter muita chances com
garotos, aliás, meu campo emocional se resume a arte de escrever
canções, sempre foi o meu refugio conectar-me com a musica.
- Senti sua falta mocinha. – seus olhos vibrantes sobre meu
rosto, é impossível que eu não core, ele é tão lindo. E minha única
reação foi sorrir. Então o conduzi para o sofá.
Sentamos um ao lado do outro, e por mais que eu desviasse o
olhar para a televisão ele continua me encarando, querendo algo
mais. E eu como sempre me escapando. Não é fácil ser uma garota
virgem, eu sei que ele é especial e que poderia ser com ele, mas
ainda não me sinto totalmente preparada.
- Você ainda não me contou porque desapareceu no final de
semana passado. – Acontece que na semana passada, havíamos
combinado de passear com uns amigos meus, e eu só recebi uma
mensagem do Henrique dizendo que não poderia por causas pessoais.
Notei que a pergunta o deixou um pouco desconfortável, e
seus olhos para cima me pareceu estar buscando uma desculpa.
- Minha irmã mais nova teve alguns problemas de saúde e eu
a acompanhei com minha mãe todo o dia no hospital. – Eu sabia que
era uma desculpa típica, mas sabe quando a gente quer acreditar,
porque acredita que uma hora tudo se ajeita.
Consegui expressar-me com o rosto, um misto de credulidade
e fofura, afinal, se isso realmente aconteceu, foi algo muito lindo da
parte dele.
- Mas prometo que esse final de semana faremos algo bacana
juntos. – Disse ele confiante.
- Tenho certeza que sim. – Sorri. – E hoje já é sexta feira, o
que significa que o final de semana começa hoje! – Fiz uma
expressão de felicidades e comecei a cutuca-lo com o dedo.
- Tem razão. E logo me beijou.
CENA 2 – João Gabriel

Sabe o que mais me preocupa nos dias de hoje, é o quão


longe as pessoas estão de Deus. Os cultos estão vazios de jovens,
apenas a velha guarda mantem a estrutura em pé. Em meio a tantas
crises e tantos problemas na nossa sociedade, essa verdade deveria
ser outra.
Meus pais são evangélicos, e cresci na doutrina, acredito que
a verdade e a libertação estão aqui, nestas paredes, debaixo das asas
de Deus.
Meu pai tem um ministério na igreja, o de libertação e isso
muito me inspira a querer lutar pelo nosso povo Nobrense.
Hoje era um momento importante na igreja, as sexta feiras
tentamos trazer jovens para os cultos, com aquilo que eles gostam.
Nos inícios de final de semana a gente convida os jovens a trazer
coisas que eles gostam de compartilhar, como comida, algo, e falar
sobre como Deus transforma sua vida constantemente com a
renovação.
Assim que peguei dinheiro com meus pais e fui para a
padaria comprar pães doces, doces, etc, e caminhando pela cidade eu
fui vendo em várias partes pessoas mal vestidas, andando em grupo,
viciados em drogas e com costumes de roubar as pessoas. E imaginar
que todos eles poderiam nos ser úteis na igreja.
Quando entrei na padaria pude notar uma garota, olhar
perdido, assustado e estatalado num canto. Me dirigi a atendente e fiz
o meu pedido, logo reparei que a garota saia as pressas da padaria. A
dona notou e pediu que a funcionária fosse atrás, então eu intervir.
- Ela roubou para comer - Neste momento a garota olha
para trás com o olhar sem intender a situação e foge. - Pode deixar
que eu pago o que ela roubou.
- Você é muito bom rapaz. - disse a dona. - Más tome
cuidado, algumas pessoas não merecem ser ajudadas, elas se
aproveitam de nossa boa vontade e começam a abusar. – Aquelas
palavras ficaram marcadas em minha memória enquanto eu voltava
para casa.
CENA 3 – Estela Nioch

O que seria do mundo sem diversão, falemos de Nobres, aqui


nos falta algumas distrações; e um precisa encontrar meios para se
divertir. Hoje é sexta feira, vim passar meu tempo no clube, pegar
uma cor e ver gente diferente. Eu e minha amiga Cintia.
- Será que não nos trará problemas não termos ido a aula
hoje? – Perguntou Cintia.
- Uma aula ou outra, o que a gente fez foi adiantar o final de
semana. – Então ela levantou os óculos no alto da cabeça.
- Temos uma festa hoje Estela, temos que planeja-la.
- Os meninos já decidiram onde vamos fazer?
- Pensaram em alguma fazenda ou um ponto turístico, amiga.
Alguns pretendem dormir ai mesmo.
- Ai que horror. Eu chegando próximo a amanhecer vou
embora, não penso em dormir ai.
Logo levantamos, vimos rapazes que tomavam banho ai,
cumprimentamos alguns meninos e fomos para a cidade comprar
roupas.
[mostrar algumas partes do trajeto, as meninas dirigindo e
uma trilha sonora descontraída].
Já na cidade estacionamos numa loja de roupa conhecida.
[sobre a fotografia, acho que fica bacana mostrar a entrada da loja, as
meninas entrando com efeitos de vídeo com pausas].
[Neste momento de chegar à cidade de carro, também pode
mostrar o João da cena anterior indo para casa com a sacola de coisas
para a igreja].
- Boas tarde meninas, em que posso ajuda-las – Diz a
atendente.
- Precisamos de um look para uma festa na mata, algo casual,
mas com um toque fashion.
[Mostrar roupas, as meninas experimentando as roupas e
enfim pagando].
- Tchau gente, obrigada pela paciência. – Disse enquanto
saiamos.
Deixei Cintia na sua casa e fui pra minha agilizar o look para
a noite.
CENA 4 – Gabi

Recebemos a visita do meu melhor amigo Lucas. Tímido,


introvertido e muito fofo. Quando ele chega me pega aos beijos com
Henrique no sofá. Ele então faz um pequeno ruído para notemos sua
presença.
- Lucas! Como está meu amigo? – Disse muito contente ao
vê-lo.
- Desculpe atrapalha-los, mas tenho noticias.
Henrique levanta e vai tomar um copo com água. Eu pego
Lucas e vamos para fora.
- Gabi, hoje terá uma festa muito boa numa fazenda, muita
gente está de ida. Acho que seria uma ótima oportunidade para
sairmos juntos.
Henrique então nos alcança e escuta parte da novidade.
- Festa é? – Perguntou interessado.
- Sim. – Disse super empolgada. – Você me prometeu uma
saída, pode ser essa a nossa oportunidade. O que acha?
Neste momento Henrique recebe uma mensagem [a câmera
pode focalizar o sms], os seus amigos o convidam para a festa, diz ter
muitas garotas e bebidas.
- Acho uma ótima ideia. – Diz Henrique sorrindo. – Passo as
dez para ter pegar.
Foi a melhor noticia que Lucas pode me trazer, finalmente
nosso namoro seria oficial. Então pulei nos braços do meu amigo e
lhe dei um grande beijo no rosto.

João Gabriel

Aos poucos foram chegando os fiéis da igreja, e alguns dos


jovens, não tantos como pensei que teria. O Pastor fez todo o ensejo
inicial e as orações, e logo nos tocou prosseguir.
No pátio da igreja preparamos as mesas com os alimentos e
tocávamos musicas gospel com batidas dançantes e espaço para
Karaokê.
- João, ficou incrível. – Disse uma irmã da igreja. De fato
estavam todos os irmãos se divertindo, e as cenas da manhã ainda me
perturbavam, a menina que roubava para se alimentar, o lance das
drogas na cidade, as palavras da senhora. Talvez eu pudesse fazer
alguma coisa fora das paredes da igreja.
- João, você tem que fazer a abertura do Karokê. – e se riam –
vai ter que cantar.
Cantar é outra coisa que gosto de fazer nas horas vagas, então
pensei numa canção bacana e me dirigi ao aparelho.
- Não se surpreendam – Brinquei. Então cantei “Vai valer a
pena” de Livres para Adorar.
Estela

Às onze horas chegamos à festa, e tinha algumas pessoas


conhecidas, nossos amigos do colégio estavam ai junto com
Henrique. Eu e Cintia já entramos dançando e pegando bebida dos
meninos. [Neste momento é importante mostrar cada um dos que
estão na festa, e um close em uns cinco, porque algo acontece com
Estela, que ela lembrará parcialmente no outro episódio].
O lugar incrível, a fazenda é espetacular e tinha gente em
cada canto, alguns com seus pares. E a banda também tocando
musicas dançantes, a festa prometia ser muito boa.

Gabi

Às oito horas Henrique me manda uma mensagem dizendo


que não poderá me buscar e que me esperaria na festa.
- Lucas – Logo chamei meu amigo. – Ele não vem. – Foi a
única coisa que eu disse num tom melancólico e que o choro travado
na garganta.
- Calma amiga. – Disse ele solicito. – Eu passo ai e te pego,
vamos juntos, sempre vamos.
E foi assim, Lucas passou e fomos juntos para a festa.
Henrique já estava lá se divertindo com seus amigos e algumas
garotas [Estela e Cintia]. Quando me viu ele travou um pouco e logo
veio, me deu um beijo no rosto e cumprimentou a Lucas.
- Está muito bom aqui. A gente vai se divertir você vai ver.
Ficamos por um tempo conversando até que os amigos do
Henrique o chamaram e ele disse que voltaria logo. Então fiquei
plantada sentada num banco de madeira conversando com Lucas a
festa toda até que decidi ir embora. Não me importava se ele
perceberia, eu só queria ir, então fomos.

Na festa

Henrique percebeu que eles tinham ido embora e ficou um


tempo mais com os rapazes. Logo também havia ido a Estela.
- Alguém viu a Estela? – Perguntou um companheiro.
Cintia fez de desentendida e abraçou o rapaz que logo se
entretém com ela.
Henrique pega o carro e vai atrás de Gabi. Quando chega
próximo a casa dela, ele a vê abraçada com seu amigo e o
convidando para entrar. Então contrariado ele volta pra festa.

Na igreja

Terminando as festividades, João termina de organizar as


coisas para deixar arrumado o pátio da igreja e vai pra casa sozinho e
caminhando. No caminho ele passa por um grupo de drogados e eles
o param.
- Olha só. Um rapaz engomadinho. – Disse um rapaz gozando
do menino.
Entre os que ai estava era a garota que ele havia visto mais
cedo.
- Eu só quero ir pra casa. Não quero confusão com ninguém.
– Disse o João.
O rapaz começa a tocá-lo a roupa e apertar os bolsos.
- Você não tem nada ai pra nos oferecer? – Pergunta sedento
por alguma coisa.
- Cara. Deixa ele em paz, o cara só quer ir pra casa. – Disse à
garota que ele ajudou na padaria. Ela então o segurou pelo braço e o
levou até a esquina sem dizer uma palavra e logo voltou. João então
seguiu seu caminho perplexo.

Gabi

- Será que nossa relação dará certo Lucas? – Perguntei muito


triste com o que o Henrique me fez passar, me senti humilhada.
Lucas então me abraçou durante um tempo. Então peguei o
violão e na beira da piscina em casa comecei a tocar.
[a musica que ela toca com sua voz é a musica que segue a
ultima cena agora].
Na festa

Quando Henrique volta para festa pensando que Gabi o está


traindo com o Lucas. Já não tinha muita gente, e vários de seus
amigos já haviam ido. Apenas Cintia e aquele outro rapaz ainda
estavam se beijando. Henrique então vai para o fundo da festar mear
e da de encontro com Estela caída no chão, com um corte na parte
posterior da cabeça. Ele rapidamente a carrega no colo e leva para o
hospital para cuidados.
[a musica triste que canta Gabi serve como trilha sonora para
as duas cenas]. E assim terminamos o primeiro capitulo.
Capitulo 2 – Enlaces

CENA 1 - Gabi

A primeira coisa que fiz ao despertar foi olhar o rostinho


terno do Lucas deitado ao meu lado, então peguei meu celular e para
minha surpresa não havia nenhuma mensagem do Henrique, nem ao
menos para tentar se desculpar por ter me feito de palhaça, ao menos
justificar o porquê daquela reação. E o pior que Lucas já me havia
dito que eu não devia estar com ele, ou me importar, mas não
consigo, ele tem esse efeito, não posso evitar. Mas dessa vez eu
preciso ser mais energética, não posso valer-me por alguém que não
tem nenhuma consideração por mim.
Minhas sensações são confusas porque não sei se sinto raiva
por ele ter me deixado de lado, ou se me sinto triste porque agora
pode ser que eu o tenha perdido.
Levantei e tomei banho, quando aproximei da mesa, Lucas já
estava sentado, e minha mãe trazia o café da manhã para tomarmos.
- Pelo jeito parece que amanheceram, porque eu sei que os
pais do Lucas não abrem a porta quando vocês chegam tarde das
festas. – Disse minha mãe com certa malicia. E apenas sorrimos, não
queria entrar no mérito do porque ele haver dormido comigo, não
costumo ter esse tipo de envolvimento com minha mãe. Logo pegou
um pedaço de pão de queijo e saiu.
- E você Gabi, está tudo bem? – Perguntou Lucas
compadecido. E eu não estava bem, e nem podia esconder.
- Ele não me mandou nem sequer uma mensagem para tentar
esclarecer. Eu estou muito desapontada e não sei o que fazer.
- Você sabe que eu sei o que você tem fazer, Henrique nunca
te mereceu, e ontem foi à prova Gabi.
- Eu acho que eu deveria ligar e perguntar o que aconteceu, de
repente existe outra explicação, ele pode estar mal, sofrido um
acidente, a família esta com problemas. Não sei se deveria ser tão
drástica.
- Não é drástica Gabi, e isso tem outro nome. Deixa de ser
trouxa, e se for mandar mensagem, que seja dizendo que já não quer
nada mais.
Neste momento eu recebi uma mensagem do Henrique.
- Precisamos conversar. – Foi à única coisa que estava escrita,
e agora um medo terrível me subiu a espinha, tenho a sensação de
que ele que não me quer mais. E de repente todas as minhas
inseguranças se acentuaram. Mostrei a mensagem para Lucas, e a
única coisa que ele fez foi olhar bem no fundo dos meus olhos e
soltar um sorriso debochado. Então levantou e se foi.
Agarrei o telefone e tentei chama-lo, mas ele não atendeu ao
telefone (neste momento mostrar a cena do Henrique recebendo as
ligações, mas preferindo ignora-las, sem mostrar muitos detalhes de
onde ele está).
- Idiota. – Digo eu mesmo de ainda procura-lo.
Estela

Acordei muito assustada com o que aconteceu ontem à noite.


Assim que sentei na cabeceira cama e abracei minhas pernas. A dor
na parte posterior da cabeça ainda era um pouco intensa, e ainda
estava associada à ressaca. Mas o que realmente me preocupava era o
fato de eu não se lembrar de nada do que aconteceu na festa, como
fui parar caída atrás da casa (mostra a cena dela caída).
De repente ouço barulhos na porta do quarto.
- Oi?
- Estela, sou eu, Henrique. Vim ver como você está.
Então levantei e abri a porta, logo que o vi o abracei e
algumas lágrimas fizeram menção de cair, mas fui forte e o superei.
- Tudo bem? – Ele me perguntou.
Fiz menção para que ele entrasse e então sentou na cadeira
próxima a mesa onde está o computador e eu sentei na cama.
- De saúde sim, estou completamente bem e graças a você.
Agora se a sua pergunta é em relação a meu estado emocional.
Henrique, você não tem ideia da bagunça que está aqui.
- Você ainda não foi capaz de se lembrar?
- Nada. A única coisa que lembro é chegando com Cintia e
bebendo com vocês. Dai pra frente é tudo negro, como se eu não
tivesse vivenciado essa parte.
- Talvez Cintia saiba de alguma coisa. A última vez que vi ela
foi à festa, e estava beijando o Charles.
- Charles? – Não consegui disfarçar minha cara de espanto. –
O Charles, ó meu Deus, o que deu nela? – E fiz um “rumf” para
finalizar. Henrique me olhava sem entender nada. – Mas você tem
razão amigo, vou buscar Cintia.
Então saiu pelo quarto buscando meu telefone. Henrique fica
no sentado digitando alguma coisa. Assim que o encontrei, mandei
uma mensagem para Cintia e ela logo me retorna.
- Sabe amigo, ela está vindo aqui, parece está um pouco
envergonhada de haver me abandonado. – Meu rosto é de repulsa –
Como pode deixar-me desmaiada num lugar totalmente vazio. Ou
pior, como me deixou ir para lá.
- Bom, parece que está em boas mãos. Eu vou indo. – Disse
Henrique.
- Muito obrigado por ter me ajudado ontem amigo, nem sei
como posso retribuir. Aliás, acho que nem te agradeci o suficiente.
- Não se preocupe. – Ele piscou olho e saiu.
(Filma a saída do Henrique e quando ele está perto da porta
ele recebe a ligação de Gabi, mas prefere ignorar, então abre a porta
e vai embora).
João Gabriel

Aqui começamos com João e seus pais sentados na mesa para


tomar o café da manhã, unidos.
- Filho, ontem foi um sucesso. Meus parabéns. – Disse minha
mãe toda contenta.
- É o nosso orgulho, assim que crescer um pouco mais tenho
certeza que você terá a capacidade de exercer um ministério. Basta o
Senhor revelar-te seus dons meu garoto.
Eu estava feliz pela felicidade deles por mim, mas algo ainda
me perturbava sobre a noite anterior, sobre a garota que me ajudou.
- Eu só quero fazer o que é certo. – Conclui a fala.
- Sabe filho. Coisas boas acontecem aqueles que merecem
tudo que de bom você fizer, lhe será retribuído, leve esse
ensinamento de por vida, e então será feliz.
E então meu pai foi sábio uma vez mais, porque era
exatamente isso que estava acontecendo, eu a ajudei e ela me ajudou.
- Pai, e o que você acha que podemos fazer fora da igreja, no
mundo?
- Você já faz tanta coisa filho, o culto dos jovens anda
atraindo cada vez mais jovens graças a você. Deus está vendo seus
esforços, e uma vez mais, estamos orgulhosos. – Disse minha mãe
enquanto me olhava com seus olhos grandes e ternos.
- Fora da igreja é um lugar perigoso filho, precisamos estar
muito fortalecidos se quisermos vencer as tentações. Muitas vezes ao
tentar ajudar somos arrastados pelo inimigo, e o retorno em ocasiões
pode ser doloroso. Que é que eu sempre aconselho para os jovens e
os novos convertidos? – Disse meu pai.
- Não se permitam perder o Primeiro Amor.
- Exatamente. – Disse minha mãe acariciando meu braço.
Logo levantaram. Minha mãe foi arrumar a mesa e meu pai foi fazer
visitas religiosas.

Gabi

Eu estava na sala quando escutei o barulho do carro do


Henrique.
- Gabi. O Henrique está entrando. – Gritou minha mãe.
Eu estava no fundo com meu violão, escrevendo algumas
musicas. E eis que ele se aproxima, dou uma olhada com tristeza e
aquele aperto refletido no meu não sorriso. Ele então vem por trás e
começa a ler minhas letras.
- “Eu já não posso mais, é tão tarde, e as feridas já estão tão
abertas”... “E por mais que eu tente algo em mim diz não ser real”. –
Ele então para e fecha o caderno. – Nossa Gabi, que melancolia.
- Bom dia pra você também Henrique. – E então tentei
levantar, mas ele me abraçou.
- Primeiro me conta o que foi que aconteceu ontem – Ele
tinha um som ameaçador, e isso me encheu de mais raiva, porque se
supõe que era eu quem devia estar zangada.
Então desenlacei seus braços e levantei.
- Henrique! Você me deixou plantada igual uma idiota na
festa, preferiu a companhia dos seus amigos e ignorou a mim e ao
Lucas completamente.
- E o que mais aconteceu? – Ele ignorou completamente
minhas acusações e percebeu o meu rosto de surpresa. – Quer saber!
Disse ele elevando um pouco a voz. – Eu virei um segundo para
saber o que meus amigos queriam comigo, e logo você partiu com
este rapaz, e quando eu vim atrás de ti, pego os dois abraçados.
Deus! Gabi, ele dormiu aqui. – Ele colocou as mãos na cabeça e sua
indignação era muito maior que minha surpresa. – E agora você me
faz acusações de ter te abandonado. Por favor, olhe para si mesmo e
reveja a situação.
E ele conseguiu reverter à situação, como explicar a cena que
ele viu, e agora estava explicada toda sua indignação.
- Henrique. – Minhas voz começou a tremer um pouco, eu fui
literalmente pega de surpresa. – Eu não tinha ideia de que você tinha
vindo atrás de mim.
- Claro que eu fui; eu gosto de você. – Ele então me olhou,
fez menção de tocar-me, mas desistiu. – Ao contrário de você que
logo tirou conclusões precipitadas e me trocou por outra pessoa. –
Concluiu.
- Eu não tenho nada com o Lucas. Tira isso da sua cabeça. Ele
é um amigo e ele viu como eu estava fragilizada por você ter me
ignorado. – Ele me deu um olhar assustador e então corrigi. –Por eu
ter pensando que você me havia ignorado. – Dei uma pausa para
respirar. – Henrique; o Lucas dormiu aqui a vida inteira, nossos pais
são amigos, e entre mim e ele não há nada.
O semblante dele agora era mais compreensivo. Talvez
tivesse percebido que havia cometido um erro.
- Ambos nos equivocamos essa noite. – Então segurei sua
mão e ele permitiu. – Vamos apagar essa parte e seguir em frente
sem mais conclusões precipitadas. – Olhei em seu rosto e lhe dei um
leve beijo. – Desculpa por ter ido embora sem despedir.
Ele me retribuiu com outro beijo leve e me puxou para os
seus braços.
- É claro que eu te perdoo, e você, me perdoa por ter tirado
conclusões tão precipitadas e por ter te ligado hoje de manhã. Eu
tinha muita raiva. (Os dois se olham e corta a cena).

Estela

Quando Cintia chegou eu estava na sala vendo DVD’s de


moda. Ela entrou muito assustada, com medo da minha reação.
- Amiga. – Lhe dei uma mirada séria. – Senta aqui, pertinho
de mim. – E dei uma batida no sofá. – E ela veio toda acanhada.
Assim que sentou ela grudou em mim num abraço muito
apertado e sufocante. – Desculpa Estela. Eu bebi muito e quando eu
vi já estava amanhecendo na casa do Charles. – Sua voz parecia de
choro, mas sinceramente não refletia em seu olhar assustado.
- Dissimulada. Amiga falsa. Como você pode me abandonar.
– É claro que eu não estava tão brava, mas ela precisava aprender
uma lição. E seu rosto de assustada me dava muita vontade de rir.
- Ai amiga, por favor. Não fale assim comigo. Desculpa-me.
– Ela parecia estar sendo bem sincera com o rostinho assustado.
- O Charles? – Troquei de assunto para ela ver que eu estava
brincando.
Ela me olhou com uma cara de deboche. – Gente. Nem eu
acredito que dormi com ele amiga. – E nós duas rimos bastante.
- Muitas coisas aconteceram por estarmos bêbadas. Mas que
isso, por não estarmos juntas para nos proteger. Você que eu jamais
deixaria você ficar com o Charles. Por favor, né amiga.
- Você sabe o que aconteceu comigo ontem à noite? –
Perguntei para saber se já estava na boca do povo.
- Nobres é um ovo, eu fiquei sabendo hoje cedo, Charles
recebeu uma mensagem de um amigo, parece que era do Pedro
(então mostra o rosto do Pedro, ele é um dos rapazes que a câmera
filmou quando elas chegaram na festa). E ele contou que você foi
encontrada desmaiada, e que Henrique te levou para o hospital.
- Nossa, então é capaz que meus pais fiquem sabendo. Ai
amiga, estou ferrada se eles descobrirem.
- Tranquila Estela. Cadê minha amiga super segura de si.
Relaxa; seus pais são temidos, ninguém vai falar nada.
- Ok. Você está certa. – Então lhe dei um abraço e então a
olhei com minha cara de apreensão. – Cintia, eu não me lembro de
nada que aconteceu ontem, você precisa me ajudar a desvendar esse
mistério. Como foi que eu fui parar atrás da festa desmaiada?
- O que eu lembro é de nós estarmos loucas dançando e
bebendo. Estávamos só nós de garotas, o Charles, o Pedro, o
Henrique e mais dois rapazes.
- Isso eu também lembro né. Explora mais ai, você não caiu e
bateu a cabeça.
- Tá legal. – Então fechou o olho e começou a forçar a mente.
– Você conversou com o Pedro um largo tempo, de fato vocês
estavam até abraçados conversando, mas talvez seja por causa do
som que estava bem alto. (Mostra a cena dos dois assim).
Foi então que eu pude lembrar-me de algo.
- Tem razão. Eu estava com o Pedro, acho que conversamos
sobre viagem para o fim do ano, em vez de fazermos formatura. –
Então a olhei e revirei os olhos. – Mas espera, tem algo mais, um dos
meninos da roda me olhava o tempo todo, no começo eu achei
estranho, mas com o álcool no sangue eu comecei a retribuir as
olhadas. (Também mostrar essa cena).
- Acho que logo depois você foi ao banheiro. – Concluiu
Cintia. – Aliás, você estava indo ao banheiro o tempo todo.
- E não era só você que me acompanhava, havia outra pessoa
com agente. – Então nós duas nos olhamos, mas não conseguimos
recordar quem era a pessoa.
João Gabriel

Eu teria que ir ao culto hoje à noite, e alguma coisa me


apertava no peito, passei a manhã toda e o almoço pensando no que
deveria fazer, porque alguma coisa no mundo ia contra tudo que eu
conhecia dentro da igreja, e o melhor lugar para salvar as pessoas é
fora dela. Então decidi que devia conhecer o lugar onde ela vive que
não é muito longe daqui de casa, os drogados geralmente estão perto
de suas casas, para caso venha a policia e eles possam se esconder.
Mas não poderia fazer isso sozinho, encontrei que seria muito
perigoso.
Assim que busquei uma grande amiga, Gabi, estudamos
juntos no Nilo Póvoas algumas vezes. Ao chegar na casa dela, a
encontrei no fundo com seu namorado.
- João. Que surpresa. Quanto tempo? Entre, bom te ver. –
Disse Gabi assim que me viu perdido entrando na casa.
Cumprimentei-a e o namorado e fui direto ao assunto.
- Gabi, vim aqui para uma causa nobre. – Então sorri.
- Aposto que sim. Um menino tão religioso. – Ela então
sorriu. – Me conta, veio me convidar para o culto? – Disse Gabi.
- Também. Aliás, os dois tão convidados. – Disse enquanto
olhava e apontava o dedo para cada um.
- Bom gente. Vou nessa, acho que vocês têm muito que
conversa. – Disse Henrique, logo me deu um beijo, apertou a mão do
João e se foi.
- Diga-me João. O que houve?
Então sentei
- Gabi, eu conheci uma garota ontem.
- O meu Deus! – Ela disse toda entusiasma. – Finalmente
João, aposto que é da igreja.
Fiz um rosto de negação. – Bom, é uma história complicada.
A conheci roubando a padaria, logo mais tarde depois do culto ela
me ajudou a me livrar de alguns drogados que queriam me roubar. –
A expressão da Gabi era de espanto agora.
- Cara, não sei por que te preocupa, acho que você devia sair
fora, não é um tipo de pessoa que te agregue algo. – Disse Gabi.
- Mas este é o problema, eu fiquei a noite toda e a manhã
inteira pensando não só nela, mas também nos outros drogados. E se
devêssemos ajudar as pessoas que não estão na igreja. Resgatá-los.
- João, é muito nobre sua atitude. Mas o que exatamente você
que eu te ajude?
- E se a visitássemos, agora à tarde, conversar com ela. Só
parar sabermos seus pensamentos, suas atitudes.
- Ela mexeu mesmo contigo. Mas tudo bem, eu vou só
colocar uma roupa aqui e já vamos.
Esperei que Gabi se trocasse e fomos buscar a casa da
menina. Garota tal que eu nem sabia como se chamava. Andamos
pelo bairro onde eu moro, e numa casa no fundo de um quintal com
matos altos e erva daninha como convite de entrada. Gabi não
parecia muito seguro se era uma boa ideia a gente ter ido. Então
batemos palmas e esperamos uma resposta. E eis que de longe vem
vindo um senhor, de aspecto sujo e parecia estar bêbado.

Estela

Pegamos o carro e fomos à casa do Pedro, a investigação


estava a mil, e eu muito preocupada, porque já era hora de eu me
lembrar de tudo. Estacionamos o carro em frente a sua casa e logo
ele saiu e nos convidou para entrar.
Ofereceu-nos um suco e sentamos numa mesa na área da
casa.
- E então meninas, a que devo a honra? – Perguntou Pedro
ainda sem intender, não costumamos fazer visitas, a não ser que fosse
uma festa.
A Cintia me olhou incentivando a falar.
- Pedro. Ontem conversamos a noite, você se lembra?
- Claro. – Disse ele. – Falávamos de viajar na formatura, você
dizia que festa já estava muito fora de moda e que era mais divertido
conhece novos lugares com a turma. E eu estava curtindo a ideia. –
Ele então parou um pouco e me olhou. – Mas tem algum problema?
- Sabe o que é amigo. Eu perdi a memoria, e não me lembro
de muito de nada. Acho que te contaram que eu Henrique me
encontrou caída atrás da festa, e eu estou muito preocupada.
- Será que você não se lembra de se a Estela conversou com
alguém mais naquela festa? – Perguntou Cintia.
Pedro pensou um pouco, mas o rosto parecia meio vago.
- É que estávamos todos muito tomados, e nossa roda era
pequena, estava eu, o Henrique, o Charles, o Celso e o Mateus. E
você saia e voltava o tempo todo, mas conversaste com todo mundo,
até com quem não conhecia.
Olhei-o constrangida por causa da próxima pergunta.
- Por acaso eu e você não rolou nada né?
Ele me olhou espantado. – Não Estela. Nem tivemos
conversas desse tipo, conversamos pouco na verdade e dançamos
alguma coisa.
- Você falou dois nomes que não conhecemos. – Disse Cintia.
– Celso e Mateus, quem são? – E eu confirmei com a cabeça,
também curiosa.
Ele levantou da cadeira, meio aturdido, mas tentando
disfarçar algo.
- Sabe meninas. Vocês não conhecem porque não são do
nosso colégio, os dois são gente boa, acho que o Celso te olhava
bastante.
(então mostra a cena das trocas de olhares).
- É exatamente! Eu lembro mesmo. – Mas eu não sei se
chegamos a conversar.
- Eu não vi nada. Logo a Cintia estava nos braços do Charles
e você tinha desaparecido assim como todo mundo. – Disse o Pedro.
- Mas e você Pedro, onde você foi depois disso?
Ele então disfarçou, mudando de assunto.
- Amanhã nós vamos para Bom Jardim, e vocês são
convidadas de honra. – Logo me esqueci de toda essa investigação e
uma felicidade me tomou conta. Às sete da manhã estaremos aqui
com Cintia para irmos. Então nos despedimos e fomos embora
comprar roupa para ir a Bom Jardim.

Gabi e João

O senhor veio cheirando a álcool e nos olhando de cima a


baixo.
- O que querem crianças? – Perguntou sem muita paciência.
- É aqui que vive uma menina (dar as características da atriz
que interpretara).
Ele então virou as costas sem nos responder e foi gritando um
nome. – Carla! Visita.
Tinham dois rapazes no fundo que levantaram a cabeça para
saber quem chamava pela garota. Um dos meninos parecia ter estado
na festa de ontem, mas eu não tinha certeza.
A menina vinha num estado deplorável, com os olhos
vermelhos e coçava a entrada nasal de maneira bem ligeira quase que
o tempo todo, mas não cheirava a álcool.
- Você garoto. O que tá fazendo aqui? – Tinha um semblante
apesar de lento um pouco brava.
- Vim conhecê-la e te agradecer por ontem à noite. – Disse o
João compadecido e aturdido com toda essa cena.
Ela riu da cara dele.
- Sério que você veio aqui só pra isso. Na moral cara, vaza. –
E ela foi virando as costas.
- Não! Espera. – Eu disse muito compadecido do meu amigo
que havia feito um esforço para vê-la. Mas ela continuou andando.
Então a seguimos por um tempo e logo apareceu o senhor bêbado na
porta.
- Não vai chama-los para entrar Carla? – Disse ele com a voz
mole por causa da bebida.
- Eles já foram. – Então ela olhou e viu que a seguíamos. Não
ficou tão surpresa e então entramos na casa.
O estado era deplorável, num canto do quintal estavam dois
amigos dela com maconha nos dedos e nos olhavam embasbacados.
- Não sabia que você tinha amigos bacanas minha filha. –
Disse o senhor.
- Eu nem sei quem são eles. – Disse ela olhando-nos com
desprezo.
O senhor saiu de cena e entrou num dos pequenos cômodos
da casa.
- Eu aconselho vocês irem embora agora. Se não a coisa vai
ficar feia pra vocês.
Eu imaginei o que ela quis dizer, e eu estava com tanto medo
que puxei o João e lhe disse que outro dia resolveríamos isso.
- Eles trouxeram dinheiro minha filha? – Gritou o senhor de
dentro do cômodo.
- Vão! – Exclamou baixo à Carla.
Agarrei os braços do chão e o puxei dali às pressas.
Caminhamos alguns passos para encontrar a rua, pois a casa ficava
no fundo de todo um matagal. Quando olhamos para trás o velho
estava com a porta semiaberta com os olhos fixos em nós e os
rapazes com a maconha gritavam.
- Quer que vamo-nos atrás seu Nelson?
Mas já estávamos longe, quase correndo, nem conseguíamos
escutar a resposta.
Capitulo 3 – Medidas de Auxilio ao Usuário

CENA 1 - Estela

(A cena começa com Estela em Bom Jardim – Estivado)


Um ótimo lugar para esquecer-se dos problemas, estamos eu,
Cintia, Pedro, Charles e os dois outros amigos, Mateus e Celso.
Ainda que um dos problemas esteja ai conosco. Para variar
estávamos bebendo e nos divertindo no Estivado.
- Parece que um rapazinho também veio. – Disse com o rosto
querendo explodir em risos para Cintia, ao mostrar o Charles.
- Não seja ridícula. – Ela me olhou com cara de repulsa. –
Aquele dia eu estava bêbada e isso não vai acontecer de novo. – Fez
uma cara numa tentativa de convencer a si mesma.
Então começamos a socializar com os meninos, a contar as
coisas engraçadas que aconteceram na sexta.
- Mateus só da risada, o tempo todo. – Disse o Pedro. – Eu
acho que nunca escutei sua voz. – E a única que coisa que ele fez foi
resmungar algo, mas parecia ser muito tímido para expressar-se.
- Tão bonitinho, mas tão tímido. – Eu disse enquanto dava um
beijo no rosto deixando-o muito vermelho.
- Você é má. – Me disse Cintia rindo da situação.
- Agora o Pedro e o Celso sumiram da festa, ninguém mais
teve noticias. – Disse o Charles.
- Cara você nem viu nada. – Disse o Pedro. – Estava aos
beijos com a Cintia. – Agora Cintia estava muito brava e saiu para
comprar cerveja.
Notei que Celso me olhava, a igual que fazia na festa, mas
diferente de lá, eu não estava me divertindo aqui, me sentia muito
incomodada. E assim que notei fui correndo atrás da Cintia.
- Amiga me espera. Não me abandone assim.
E Pedro da um soco no braço do Charles como que para que
disfarce algo.

- E o Henrique, porque não veio? – Perguntou Mateus.


- Cara, ele mandou uma mensagem hoje antes de passarmos
na casa dele dizendo que não ia dá para vir porque tinha um
compromisso com os pais.

Os meninos estavam na agua tirando algumas fotos, e eu


aproveitei para fazer umas Selfies com a Cintia.
(algumas fotos bacanas do Estivado para entrar na serie).
- Sabe por que estamos sempre solteiras amiga? – Fiz uma
pergunta retórica. – Porque estamos sempre com esses meninos e
tenho quase certeza que as pessoas pensam que estamos com alguém
do grupo deles.
- Ou que somos puta. – Cintia riu muito alto, e empolgada. E
ela tinha razão, duas meninas sempre rodeadas de machos, a cidade
logo pensa essas coisas, ainda mais Nobres que é um ovo.
CENA 1 - Gabi

- Você me está dizendo que foram na casa de drogados?


Vocês estão loucos? E que pensa João, quer salvar o mundo? – Disse
Lucas revoltado com nossa atitude noite passada.
- Ok. Tranquilo Lucas. – Tentei acalmá-lo. – Fomos lá porque
a situação nos pedia, poxa. E João só queria oferecer ajuda para a
garota, que se chama Carla, a propósito.
- E essa oferta não poderia ser feita de outra maneira?
- Analisa comigo. Ou a encontrávamos roubando algum
comercio, ou em uma roda de drogados com um potencial para furtos
ou então na sua casa que não sabíamos que era perigosa.
- Sua mãe tem ideia que vocês fizeram isso?
- Nenhuma. – Disse um pouco espantada.
Caminhamos um pouco pelos arredores da casa para ficar um
pouco longe da escuta familiar e ficamos por uns segundos em
silencio refletindo.
- Acho que sei uma maneira que vocês possam ajudar sem
que isso represente algum perigo. – Disse Lucas com cara de ideias.
- Serio. Ótimo amigo. Não sei por que não pensamos em ti
ontem para ajudar-nos.
Lucas então me olhou com uma cara de “conta outra”.
- E eu achando que você simplesmente sabia que eu tinha ido
a Rosário com meus pais passar o sábado com meus avós. – Fingiu
estar chateado. – Que inocente que sou.
- Bom, depois voltamos aos seus problemas, amigo. Conte
sua ideia.
- Ah, sim, minhas ideias. – Levantou um dedo no ar e
balançou. – Em algumas cidades existem locais que auxiliam o
dependente químico.
- Como a Assistência Social? – Perguntei demonstrando meu
interesse.
- Sim, como a Assistência Social. Precisaríamos conhecer os
programas que desenvolve o município para retirar do vicio os
nossos adolescentes. Aliás, não sei se o conselho tutelar participa
nessas operações, poderia também ser um órgão.
- Ótima ideia. Lucas muito obrigado. Acho que hoje mesmo
poderíamos ver como podemos ajudar a nossa cidade e também ao
João e a Carla.
Sentamos então numa cadeira e ficamos mais um tempo em
silencio processando novas ideias.
- Sei que evitamos o assunto durante algum tempo. – Disse
Lucas. – Mas me conte; como está você e o Henrique?
- Ah. Não tem muito que contar, estamos bem, conversamos e
estávamos tirando conclusões precipitadas, assim que decidimos
esquecer essa parte e continuar.
- Ele sabe como te enrolar né. – Disse Lucas não muito
satisfeito com a resposta.
Então minha mãe grita lá de dentro da casa. Gabi, Lucas
venham almoçar.
CENA 1 – João Gabriel (Monologo)

Domingo é dia de escola dominical, aqui aprendemos sobre a


palavra de Deus e os valores.
Seu Lourenço começou a escola com uma oração e logo o
estudo da bíblia, eu fiquei pensando sobre a aventura do dia anterior,
na Carla, como que ela consegue viver naquela situação? E meu deu
muita pena. O pregador disse alguns versículos que me ficaram
gravados.
“Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos
homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados
além do que possam suportar. Mas, quando forem tentados, ele
mesmo providenciará um escape, para que o possam suportar”. (1
Coríntios 6:19-20).
O que acontece com Carla não é algo que não possa acontecer
comigo, ou com qualquer outra pessoa, estamos ai exposto a todo
tipo de pecado.
Nobres se tornou tão violenta, temos noticias de roubos e
assassinatos quase que por mês. E os criminosos logo saem impunes.
Carla foi uma vitima de meio em que vive; o pai bebum, amigos que
a levam para o vício. Roubar para poder sustentar o vício; é tão
deprimente e quanto mais eu penso, mais eu sinto que devo fazer
alguma coisa para poder ajuda-la. Ou ajudar a todos de um modo
geral, mas não tenho nem ideia de como começar.
- Tudo bem contigo João? – Perguntou seu Lourenço. E eu só
pude responder com um “hã”. – Está distraído hoje, geralmente é o
primeiro a responder as perguntas.
- Na verdade eu estava aqui refletindo sobre uma passagem
que acabaste de dizer.
- Muito bem, então aqui vai outra muito importante.
“Vocês não sabem que são o santuário de Deus e que o
Espírito de Deus habita em vocês”. (1 Coríntios 3:16).
E este versículo veio para reforçar a minha ideia que tenho
que ajudar Carla a sair dessa, uma menina tão jovem, tão bonita, já
assim perdida. Se ela é o santuário do Senhor, então ela não pode se
contaminar com substâncias tóxicas.
Acredito que meu pai deve ter uma alternativa para ajudarmos
de alguma maneira os usuários de drogas, algo que os incentive a
participar e largar o vício.
- Saiba que uma das obras da carne são a embriaguez e coisas
semelhantes. Assim como está escrito em Gálatas 5. – Disse seu
Lourenço uma vez mais para reforçar-me o recado de Deus.
Terminando assim a escola dominical.
Quando estava de ida seu Lourenço me procurou.
- Está tudo bem mesmo João? – Segurou meus braços. – Te
encontro diferente.
- São só algumas ideias para poder ajudar quem está no
mundo. – E fiz menção para que me deixasse ir.
- Só não deixe o mundo corrompa você. – Ele me olhou com
certa melancolia. E então eu pude ir.

CENA 2 - Estela

Estávamos sentados em uma roda para almoçar e Charles


tocava um violão e cantávamos, estávamos todos já meio
embriagados, e as musicas eram a maioria antiga. (aqui colocamos
destaque na voz da Estela).
Uma coisa que observei é que o Mateus era muito tímido, até
na hora da descontração com todos cantando, ele parecia apenas
mover os lábios, e muito pouco havia eu escutado sua voz.
- Parece que a cerveja está acabando. – Disse Pedro, me
desconcentrando na analise do Mateus. – Acho que agora é sua vez
Estela.
Então levantei meio cambaleando, mas ainda estava lúcida.
Ri de mim mesmo. No retorno duas coisas me chamam atenção,
Pedro e Celso pareciam ter uma conversação estranha com gestos
como cigarro, sexo. Algo desconexo, e os dois riam muito da
situação. Mateus continuava calado tomando tranquilamente sua
cerveja. E Cintia estava sorridente enquanto disfarçadamente sua
mão era tocada por Charles, uma cena um tanto hilária.
- Aqui estão as cervejas. – Disse já colocando no copo dos
meninos. Quando aproximei do Mateus e o servi, então disse: - Estão
muito quietinhos, gosto de gente animada. – E dei uma dançadinha.
Então olhei pro Charles e disfarçadamente soltei.
- As mãos estão descontroladas hoje. – E comecei a rir
enquanto bebia.
Celso observa cada movimento e possuía uma cara sedutora
que me era familiar, mas ainda assim eu não conseguia entender por
que.
- Acredito que essa será nossa última rodada. – Disse Pedro
desanimado.
- Última rodada sua. – Eu disse empolgada. – Nós vamos
continuar bebendo.
- Podemos continuar só que não aqui, já está ficando tarde e
temos que voltar pra Nobres.
- Gente. É verdade. – Disse Cintia observando o céu, ela
parecia que não havia dado conta que eu tempo tinha passado, estava
surpresa.
- E então, o que vamos fazer? – Perguntou Charles.
Então eu levantei e titubeei antes de começar a falar.
- Meninos. Hoje é domingo, o único lugar legal para irmos a
Nobres será a Lanchonete Goiânia. Podemos finalizar a noite por lá.
- E tem karaokê também. – Disse Celso agora mais
comunicativo comigo. – Com essa voz linda tenho certeza que você
vai ganhar a simpatia.
O olhei e sorri, logo fiz um biquinho e olhei para Cintia que
já estava aos beijos com Charles de novo, quase engasguei.
CENA 2 – João Gabriel

Estava na sala assistindo TV quando recebo uma ligação da


Gabi.
- Oi João. Boa tarde.
- Oi Gabi. Tudo bom?
- Hem. Deixa eu te falar, o Lucas teve uma ideia ótima hoje
de manhã, e eu acho que pode ajudar a Carla. De irmos a Assistência
Social saber como funciona o sistema de ajuda aos usuários de
drogas do município, vamos ver se conseguimos conversar com a
secretária e se ela nos pode dar uma luz.
- Nossa, que ideia ótima, tenho certeza que sairão grandes
ideias.
- E você, não está a fim de ir com eles. – Eu até estava, mas
como eles já estavam em dois, eu talvez pudesse ampliar a busca,
indo atrás de outros pontos que também podem oferecer ajuda.
- Sabe Gabi, melhor vão vocês dois na Assistência, e eu vou
ao conselho tutelar e também vou perguntar pro meu pai qual a
conduta da igreja.
Ele então segue para o conselho tutelar e lá inicia uma
conversa com o (a) responsável sobre o manejo de crianças e
adolescentes envolvidos com drogas.
(Neste episódio em vez criar diálogos, acredito que seja mais
interessante uma cena real, onde o ocorre uma conversa entre o ator e
o responsável do conselho tutelar).
Sabemos que no conselho Cotidianamente, chegam aos
Conselhos Tutelares de todo Brasil situações emergenciais
envolvendo crianças, adolescentes, suas famílias e o uso ou abuso de
drogas (NOTA: Fica convencionado que o termo "drogas" se refere
às "substâncias psicoativas", isto é: aquelas que, quando
introduzidas no organismo, afetam os processos mentais, quer sejam
lícitas (tais como o álcool e o tabaco) ou ilícitas.) , as quais serão
abordadas em função dos conhecimentos e da experiência de que
dispõem. As decisões tomadas poderão implicar, até mesmo, na
requisição de atendimento médico, psicológico e psiquiátrico, em
regime hospitalar e ambulatorial, a crianças e adolescentes em
situação de risco pessoal e social e, em determinados casos, também
a pais ou responsável. Equívocos passíveis de resultar em prejuízos
irreparáveis ou de difícil reparação poderão ocorrer, se o que for
decidido tomar como base o senso comum - eivado de preconceitos,
moralismos e noções pseudocientíficas divulgadas amplamente pela
mídia - e não for fruto de reflexão cuidadosa, firmemente
fundamentada na legislação vigente e no conhecimento científico
atualizado.
Entretanto, para que o Conselho Tutelar exerça o nobre papel
social que lhe foi legalmente atribuído, será preciso satisfazer a uma
série de condições de ordem objetiva e subjetiva, ambas
indispensáveis e complementares.
As condições objetivas compreendem, entre outras: a
existência, no município, de uma rede de programas de atendimento
e serviços públicos que dê conta das demandas existentes; o
estabelecimento de fluxos e protocolos integrados de atendimento; a
abertura e manutenção de canais de interlocução com o Poder
Executivo local, com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, com os demais conselhos setoriais, com o
Conselho Municipal Antidrogas, com a Câmara Municipal, com o
Poder Judiciário e o Ministério Público.
(Acredito que possamos nortear a entrevista através do
conhecimento dessas resoluções).

CENA 2 – Gabi

Esta cena será da Gabi e o Lucas entrevistando a secretaria de


Assistente social ou algum responsável, podemos fazer a mesma
dinâmica do João Gabriel e o Conselho Tutelar. Abaixo vou colocar
alguns pontos que possamos estar verificando para podermos nortear
uma entrevista.
O básico da secretaria de assistência social seria a
organização de campanhas contra o uso de drogas com
representantes do PET, atrações que visem identificar potenciais de
inclusão social, como eventos de dança, música, capoeira.
Distribuição de panfletos informativos, palestras nas escolas,
cartilhas. E a participação de outros órgãos municipais que auxiliem
no combate a entorpecentes.
Pode ser falado também sobre as atividades desenvolvidas como:
 Prevenção ao uso indevido de Substâncias Psicoativas;
 Tratamento a Álcool, Tabaco e outras Drogas,
especialmente o Crack;
 Reinserção Social e Recuperação, abrangendo Atenção
Familiar e Comunitária e Inclusão Produtiva
 Controle e Requalificação dos territórios degradados em
virtude de atividades na cena de uso.
 Acesso à Cidadania e a Justiça.

Outro ponto importante a ser manejado é a inserção do CAPS


I, que é feito por municípios que tenham até 15000 habitantes e que
atende pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais graves e
persistentes e também com necessidades decorrentes do uso de
crack, álcool e outras drogas de todas as faixas etárias.
Podemos nortear a entrevista em relação a qual estratégia se
ocupa o município de Nobres no controle a usuários de drogas.
E terminamos a entrevista com a Assistente Social dizendo
que de qualquer maneira as estratégias só funcionariam se o paciente
estivesse disposto a mudar.
Com poucas esperanças saímos da secretaria e caminhamos
pela cidade e em vários pontos podíamos ver usuários de drogas, ou
pessoas que aparentavam ser e cada vez mais se me crescia a vontade
de ajuda-los. (Mostram cenas de suposto usuários de drogas pela
cidade).
Henrique interrompe a reflexão me ligando.
- Oi amor. – e eu estava toda amorosa.
- Liguei para perguntar se você não está a fim de ir para a
Goiânia hoje.
- Claro. Vai ser ótimo.
- Chame o Lucas também, vou tentar conquistar a amizade
dele. – E então Henrique dá uma risada.
- Ok. Também vou levar o João, para aproveitar para discutir
uns assuntos.
- Está bem. Vemo-nos a noite então. Eu passo pra te buscar.

CENA 3 - Estela

Chegamos de tardezinha em casa, estávamos com sinais


claros de cansaço, mas nem um tirava da cabeça a ideia de ir para a
Goiânia. Assim que entrei, meus pais não estavam, aproveitei para
tomar um banho e acabei por dormir algumas horas. (mostrar cena
dela entrando no banheiro, e logo depois na cama despertando).
Terminei de me arrumar e liguei para a Cintia.
- Tá viva?
- Estou prontíssima, só esperando sua ligação.
- A minha ou do Charles. – Sorri com meu sarcasmo.
Passei pela casa da Cintia e fomos para a Goiânia. Numa
mesa já estavam os meninos nos esperando, com exceção do Celso.
Tinha muita gente para um domingo, talvez o concerto ao vivo tenha
chamado às pessoas.
Sentamos e já pedimos uma margarita, sou apaixonada por
vodka. Logo chegou o Celso, no começo veio sorrindo faceiro e me
encarava de alguma forma, logo quando mudou a mira do olhar seu
semblante fechou. Olhei para trás para ver se encontrava o motivo, e
a única coisa que eu via era uma garota (Carla) preparando para
começar a cantar.
(Em um dado momento mostrar a Carla olhando e
reconhecendo seu amigo Celso na mesa com os bacanas).

Henrique, Gabi e Lucas passam pela igreja e busca o João que


já estava pronto, o culto havia terminado. (E daí mostra uma
conversa entre Gabi e Henrique no carro).
- Está acontecendo. – Disse Gabi. Henrique então segura sua
mão enquanto a outra conduz o carro.
- O que está acontecendo? – Disse ele todo terno.
Ela sorri despretensiosa e o olha.
- Nós. – Então eleva a mão dele e dá um beijo. Atrás Lucas
põe um cara incomoda e logo João o tira o foco mostrando uma
imagem no celular.
Estacionam na Lanchonete Goiânia e descem os quatro juntos
procurando uma mesa. Gabi e Henrique estão de mão dado, e em um
dado momento quando ele se dá conta de que seus amigos estão ai,
trata de soltar a mão e diz: - Procurem vocês um lugar, eu estou meio
apertado, vou lá ao banheiro.
Então se sentam. A posição que escolheu, fez com que João
estivesse de frente com a cantora da noite.
- Gabi. É ela? – Disse João encantado. – A Carla, ela está
aqui.
Gabi então a localiza, ela está com o cabelo desalinhado, com
as roupas um pouco sujas e rasgado e de tamanho maior.
- De quem vocês estão falando? – Disse o Lucas.
- Aquela é a garota que estamos tentando ajudar, que usa
drogas. – Disse Gabi.

Gabi, João e Lucas conversam um pouco sobre as


informações que colheram na Assistência Social e no Conselho
Tutelar.

Então quando Henrique retorna, ele em pé avisa que vai ali


cumprimentar os amigos e já volta. Então se direciona a outra mesa,
pega uma cadeira e senta ao lado do Pedro.
- Quem são aqueles? – Perguntou Estela.
- São filhos de uns amigos da minha mãe, ela pediu para eu
sair com eles hoje.
- Ai que chato. Por isso você não foi com a gente para Bom
Jardim? – Perguntou Cintia.
- Exatamente. – Responde ao mesmo tempo em que faz uma
feição de decepção.
- Tá pegando né malandro. – Diz Charles apontando para
Gabi.
- Se tá doido, são só amigos da minha mãe. – Ele se põe
desconfortável e logo muda de assunto. – Mas me contem como foi
por lá hoje.

Focamos um pouco na Carla cantando musicas de MPB, logo


imagens gerais do Henrique de novo na mesa com Gabi, Lucas e
João. Os meninos com Estela e Cíntia enquanto uma segunda musica
cantada por Carla é tocada.

E terminamos o Episódio com João encantado com a Carla


cantando. Escreve um pedido musical num guardanapo e pede para
que o garçom entregue.
Capitulo 4 – School Day

CENA 1 - Gabi

[Gabi está no caminho para escola, a pé].


Ontem a noite ficou clara a posição do Henrique, ele
definitivamente não me quer quando está próximo a seus amigos. Se
ele ao menos pudesse ser honesto comigo, dizer-me a verdade. Mas
também não sei se a suportaria. No final Lucas sempre esteve certo,
ele não é o cara certo pra mim. (Logo mostra algumas cenas que tem
dela com ele juntos).
[Então seu telefone toca]
É o Henrique. Sabe aquela sensação formigante de que você
precisa atendê-lo e logo escuta aquela voz da consciência dizendo
que não é uma boa ideia. Mas acabei sucumbindo.
- Bom dia Gabi. – Foi a primeira coisa que disse, e sua voz
era um pouco “seca”, “cortante”.
- Algum problema? – Tive que perguntar, porque de repente
todas as minhas preocupações sobre nosso relacionamento haviam
ido embora, porque o tom que ele empunhara dava a impressão de
que ia acabar, e então percebi que não quero separar-me dele.
- Só preocupação. – Disse sorrindo, a voz mais melodiosa. –
Está tudo bem. – Foi quando eu recuperei a coragem.
- Não está tudo bem Henrique. O que foi que aconteceu
ontem?
- Como assim? – Perguntou inocente.
- Não se faça de tonto, da primeira vez na festa eu acreditei
nas suas desculpas, mas agora já não dá mais. Você me colocou a um
lado ontem, preferiu seus amigos a mim.
Ele arfou e logo recuperou o folego.
- Gabi, eu gosto demais de você, é claro que eu não te estava
ignorando, só que eu também tive que dar atenção aos meus amigos,
nem sabia que eles iam estar lá.
Percebi que já estava próxima a Escola.
- Olha depois a gente conversa, mas saiba que eu fiquei muito
chateada. – Então desliguei o celular e entrei no colégio.
[Mostra a cena dela entrando na sala de aula, onde ela vê
Lucas].

CENA 1 - João

[A cena acontece na sala tomando café da manhã. Está ele e o


pai].
- Bom dia pai tudo bom?
- Tudo ótimo filho e você? Como amanheceste?
- Bem. Com algumas dúvidas. – Então olhei para ele e ele
estava prestando atenção. – Se lembra de que eu estava buscando
sobre como ajudar no combate as drogas em Nobres. – Ele fez um
gesto concordando com a cabeça. – Ai eu pensei, e a igreja, como ela
poderia estar ajudando nesse processo. Queria que o senhor me
ajudasse nessa questão.
- Filho, a questão dos usuários de drogas é um problema
pertinente na igreja há muitos anos. A igreja trabalha com a
transmissão do amor e da palavra de Deus.
- Mas não podemos fazer um pouco mais? – Eu não estava
satisfeito com a resposta do meu pai.
- Podemos trabalhar com Prevenção, repressão e reabilitação
no que concerne a igreja. Mas não consigo ver de que outra maneira
isso poderia ser feito.
- A prevenção é uma ideia bacana pai, com folhetos, com
palestras na igreja, com busca ativa para evangelizarmos.
- Os seus pensamentos são lindos filho, e puros, mas preciso
deixar-te claro que a igreja neste momento está passando por
dificuldades, temos poucos membros que pagam o dizimo e não
vivemos de salário como outros pastores. – Ele tinha um olhar triste.
– Quem sabe com suas orações você não possa encontrar uma saída.
- Pai. – Falei perplexo com a resposta. – As pessoas precisam
se sentir úteis, às vezes as drogas se tornam refúgios para os que não
se sentem capazes. Talvez se abríssemos outro ministério que
tratasse de trabalhos sociais e os convidassem para unir.
- Olha filho, eu acho muito nobre o que você quer fazer. É
muito satisfatório seu empenho. Mas você precisa um pouco pensar
na realidade em que estamos.
Eu não pude mais ouvi-lo, então peguei minha mochila e fui
para escola.

CENA 1 - Estela

[A cena acontece na cama. Estela está sonhando].


No sonho Estela está na festa, voltando do banheiro bem ébria
com Cintia do lado; ambas rindo de alguma coisa e encontram o
Celso. Ela percebe a olhada firme que ele a deu.
- Precisam de ajuda meninas. – Disse Celso com um leve
sorriso no rosto e um olhar penetrante.
Estela pendura no pescoço do Celso e Cintia vem logo atrás
rindo e os três descem contente para a festa, pulando e dançando.
Nesse trajeto do banheiro até a festa Estela percebe a certa distancia
o Mateus sentado sozinho olhando-a fixamente, algo tímido.

CENA 2 - João

[No Colégio].
- Sabe Gabi. Hoje conversei com meu pai sobre como a igreja
poderia fazer sua parte.
- Ótimo. – Disse Gabi. – E quais as novidades?
- A verdade é que não poderemos fazer muita coisa. – Arfei. –
Estamos enfrentando problemas financeiros e não temos como
custear uma campanha, como a que imaginei.
- Não tem problema João. Acharemos outro jeito. – Sua voz
trazia um pouco de tristeza.
Ficamos um tempo em silencio, cada um com seus
pensamentos.
- Está tudo bem Gabi? – Tive que perguntar. – Você parece
estar tristinha hoje.
- Problemas João. – Não parecia querer falar do assunto.
Então surgiu o Lucas.
- Um problema com nome, Henrique. – Disse ele. – Eu não
sei quantas decepções mais você precisará passar para saber que ele
não é o amor da sua vida.
Quando Gabi pensou em responder, uma colega chegou.
- Gente, a Paola trouxe um violão hoje, tá lá na quadra, está
chamando para cantarmos. Sabemos que ela tem talento no
instrumento, porque a voz é horrível.
[Já na quadra João canta uma musica que Carla cantou ontem
na Lanchonete, e ele começa a lembrar das cenas quando a via tocar
e cantar].

CENA 2 - Estela

[Voltando do Colégio].
Estamos voltando para casa, junto vem Cintia, Pedro e
Henrique. Eu estava envolto nos meus próprios pensamentos sobre o
sonho e totalmente distante dos assuntos. Será que Celso fez alguma
coisa, ele tá um estranho, me olha o tempo todo. Estou começando a
ficar com medo.
- Estela! – Me cutucou Cintia. – Menina, onde você está. Tá
muito estranha hoje.
Eu tento disfarçar um pouco.
- Aí que estranha. Estranha é você e o Charles. – Então todos
começam a rir.
- Ah! Mas como você é baixa. – Disse ela ficando vermelha.
- É só ficarem bêbados que começam a querer beijar. – Disse
Pedro.
- Atração pós-álcool. – diz Henrique e logo caí na gargalhada.
- Henrique, você também não pode falar nada. – Lembrei-me
de ontem. – Você e os amigos da sua mãe. Acho que é sua namorada
e você não quer nos contar.
- Esta doida. Só estava fazendo um favor. – Ele mudou a
feição do rosto em poucos segundos. Aí tem alguma coisa que ele
não quer me contar.
- Sei não. – Disse Pedro. – Ela também estava na festa, e não
conhecia ninguém ali. A não ser você.
Henrique fingiu não ouvir e logo fomos embora.
CENA 2 - Gabi

[No Colégio].
[Aqui mostramos Gabi no colégio cantando e tocando violão,
pode ser uma canção conhecida, e logo uma que ela mesma compôs].
O Lucas fica sempre tão admirado quando eu canto, é um
amigo que realmente aprecia minha voz.
Uma professora então se aproxima e conversa com ele.
- Ela canta tão bem. – Disse a professora.
- Sim, eu fico impressionado, e olha que escuto todos os dias
ela cantar, já devia ter me acostumado. – Disse o Lucas.
Ela sorriu.
- O Cantar é algo divino Lucas, não tem como se acostumar
ou enjoar, quando a melodia vem do coração, só nos restar estar num
momento de contemplação.
João se junta a Gabi e ambos formam um dueto muito bonito.
Terminando a cena.

CENA 3 - Estela

[No seu quarto].


De frente ao computador conversando com Pedro por
webcam.
- E quais os planos minha pequena Estela?
- Nem sei amigo, estou meio xoxinha hoje.
- E isso por quê?
- Tive um sonho confuso ou talvez revelador. Você sabe que
eu não me lembro do que houve na festa né.
- Claro que lembro. O que tem a ver?
- É que às vezes tenho sonhos que se parecem lembranças do
que aconteceu. E o Celso estava nele, me deixou, meio que sei lá,
intrigada. O Mateus também estava.
- Ah, o Mateus. Ele é meio esquisito, muito quieto, ou só
tímido demais. Quem o trouxe na festa foi o Celso.
- Serio. Que estranho. Porque o Celso nem fala com ele
direito.
- Na verdade Estela. Mateus não fala com ninguém.
- Tem razão. Em, será que você me poderia passar o contato
do Celso, quero fazer umas perguntas para ele.
- Claro. Deixa-me pegar meu celular.
Então ele me passou o número do rapaz, e logo que o
adicionei já lhe mandei uma mensagem. Deitei na cama e apaguei a
luz. Quando ele me retornou com um oi eu me senti muito estranha,
cheguei até a arrepiar.
[termina a cena com ela e a estranheza deitada na cama].
CENA 3 - Gabi

[Na casa dela].


Estamos eu e o Henrique tendo uma conversa.
- Sabe Henrique, eu preciso que você seja sincero comigo.
- Mas eu sou sincero, não tenho culpa se você desconfia de
minhas sinceridades.
- Você anda me evitando desde quando começamos a
namorar.
- Eu prefiro a privacidade. Aqui na sua casa é ótimo, tem
você, tem a piscina, tem o violão. E você é tão boa.
Ele então me deu um beijo e eu retribui com o um beijo xoxo.
- Você vai precisar me provar Henrique. Porque eu já estou
cansada.
- Não se preocupe. – Ele então arfou. – Mas vamos mudar de
assunto, conte-me sobre o seu dia minha princesa.
- Estamos preocupados com o caso da Carla, sobre como
fazer para que as pessoas tenham consciência sobre o perigo ou sobre
onde buscar algo para esquivar-se das drogas. O pai dela que é
perigoso, eu percebi junto com o João.
- É parece que você se embarcou em um propósito e isso é
bom.
- Mas estou estacionada, sem ideias.
- Quando começa a curiosidade pelas drogas? – Ele me
perguntou fazendo aquela cara de que havia encontrado uma solução.
- Hum. Na adolescência. A Carla tem a nossa idade.
- Então. Porque não realizar uma palestra de conscientização
na escola, lá onde você estuda, já é um grande passo.
- Nossa Henrique. – Pulei no pescoço dele e o enchi de beijo.
– Que ideia ótima. Eu conheço um pessoal que está fazendo
enfermagem que poderiam estar dando as palestras.
- Isso ai. – Ele sorriu. – Viu como não sou tão mal. – Disse
ele com os olhos brilhantes.
- Você é ótimo. – O abracei. – Preciso mandar algumas
mensagens e amanhã vou coordenar com o diretor para
prosseguirmos com essa ideia.
[Andei pensando em fazer de forma real essa ideia, uma
palestra sobre drogas no Nilo Póvoas, com os alunos de enfermagem
da Unemat Diamantino]. [A Micheline filha da professora Wilma,
está no terceiro ano de enfermagem e gostou da ideia].

CENA 3 – João Gabriel

[Na rua].
Voltando para casa eu encontrei Carla com seus amigos (nota
que aqui está o Celso e o Mateus) na rua com litro de cachaça e
vinho.
- Com licença. – Quando a vi naquele estado eu criei coragem
para enfrenta-los. – Carla, será que podemos conversar?
Ela ri muito alto.
- Está louco guri. Vai embora. Não sei nem quem é você.
- Não é o crentinho da esquina. – Diz rindo outro rapaz da
roda.
- Crente tem prosperidade, tem dinheiro. – Diz o Celso. –
Vamos roubar ele para aprender a não mexer com mulher na rua.
- Carla. Por favor. – Eu tento olha-la, mas ela está olhando
outro lado enquanto acende um cigarro. Eu estava entrando em
desespero e senti lagrimas querendo escorrer.
Um rapaz me derruba passando a perna por debaixo, fazendo-
me cair. Outro me dá um chute e eu sou obrigado a virar de lado.
Então sinto mãos procurando minha carteira. Logo encontram. O
pouco dinheiro que eu tinha eles pegam e jogam a carteira na minha
cara. Carla parecia não se importar.
- Vai embora. – Gritou um rapaz. – Antes que a gente bata
mais em você.
Consegui levantar as pressas e fui correndo para casa. Eu não
estava abalado pelo roubo, e sim pela frieza que se comportou Carla.
Aquilo chegou a massacrar meus pensamentos durante o banho e
também não pude dormir.
Capitulo 5 – Inicio da Mudança

CENA 1 - João

Acordei com um desejo enorme de ver a Carla, saber como


está. Apesar do que me havia feito ontem, eu sabia que ela poderia
estar sobre a influencia do Álcool e dos demônios que a cercavam. O
que aprendi na Bíblia é que não devemos desistir das pessoas.
Antes de ir para escola resolvi passar na casa dela. Eu estava
um pouco receoso da recepção, e como a casa dela fica a certa
distancia do meio fio, fui sorrateiramente até a porta. Logo escutei
sua voz conversando com seu pai.
- Pai, ainda é de manhã.
- É o melhor horário Carla. Vá comprar as trouxinhas.
- Não, o senhor está louco. Eu cheguei não faz horas em casa,
você estava desmaiado na sala cheirando a cachaça e drogas. Eu
preciso dormir. Mais tarde eu vou.
Eu não sabia o que fazer. Estava escutando os passos do pai
para cada lado da casa. Quando de repente ele começou a derrubar os
moveis.
- Se você ficar eu não vou deixar você dormir sua porquinha.
– E escutava mais moveis indo para o chão.
A voz da Carla estava silenciada.
- Vai logo menina. Aproveita e rouba alguma coisa pra gente
comer.
- Caramba pai! – Gritou Carla. – Eu já não faço o suficiente.
Trago sua bebida, suas drogas. Estou cantando para ganhar um
dinheiro pra nós. – E outra vez outro móvel foi para o chão.
Quando do por mim a porta se abre, Carla vem com toda
força e a gente acaba se topando. Ficamos tão próximos, e ela parecia
estar com tanta raiva.
- Eu não aguento mais isso garoto.
- Vem comigo. – Eu então decido levá-la para igreja.

CENA 1 - Estela

- Bom dia Estela. – Recebi uma mensagem do Celso. – Um


excelente dia.
- Bom dia. – Respondi sem muito interesse.
Então tomei um banho e me sentei para tomar o café. E Celso
continuou com as mensagens.
- Espero que esteja tudo bem minha linda.
- Está tudo ótimo. Sabe Celso, você se lembra do dia que te
conheci? La na festa?
- Lembro sim. Você estava linda, como sempre.
- Como assim como sempre? – Parece que estava eu no
caminho certo. – Já me havia visto antes.
- De vista. Mas digo como sempre, porque desde este dia
sempre te vi linda.
- Hum. – Mandei enquanto tomava um gole de café.
- Sobre este dia, o que você lembra-se de mim? – Perguntei
buscando respostas.
- Lembro-me de quando você chegou com a Cintia, dançando,
bebendo e se divertindo. – Ele então fez uma pausa. Neste momento
mordi um pedaço de bolo. Logo a luzinha do celular piscou. –
Também lembro que tivemos uma conexão.
- Não estou muito segura disso. – Respondi. – Mas porque me
diz isso. O que aconteceu para que isso pareça para ti?
- Nos olhávamos muito. E a todo o momento você me
buscava na festa.
- Teve uma hora que você me acompanhou ao banheiro. –
Joguei algo que sabia.
- Na verdade te acompanhei no retorno, você estava passando
mal. [Mostrar essa cena novamente].
- Isso mesmo. Mas e quando eu sumi, onde você estava?
- Com Pedro. Ele pode confirmar para ti. Você não está
pensando que eu tive alguma coisa a ver com seu acidente?
- Não estou pensando nada. Bom dia Celso. Vou para a escola
agora.
- Beijos.

CENA 1 - Gabi

- Gabi. – Pude reconhecer a voz. É o Henrique.


- Oi meu coração. Tão cedo.
- Vim por ti. Acho que tivemos uma conversa ontem e
percebi que não quero ficar longe de ti. Aí vim hoje aqui bem cedo
para te dizer.
Ele parece realmente querer mudar, e eu não poderia estar
mais contente.
- Bom dia. – É o que eu consigo dizer e logo lhe dou um
beijo.
[aqui podemos vender o casal para o público, mostrar cena
dos dois juntos, se beijando, tomando café e com uma bela música de
fundo].
- E o que você fará hoje? – Perguntou Henrique.
- Como havíamos conversado ontem, eu fiquei bem encantada
com a ideia da palestra e estou pensando em conversar com o direto
da escola para ver o que ele pensa e se podemos seguir a diante.
- Ah sim. Que boa ideia. Fico feliz de ter ajudado. – Ele então
me beija. – Bom, temos que ir para escola. Vem, eu te levo.
Ele então ligou o carro e me levou para a escola. Foi um
momento mágico. Melhor ainda foi quando me viram descer do carro
depois de um beijo de despedida.

CENA 2 - Estela

Estou com Cintia no carro, vamos a padaria comer alguma


coisa e conversar. Sinto que demos uma distanciada.
- Oi minha best. Como está?
- Tudo tranquilo amiga. Aqui querendo férias. E você o que
me conta. Você tinha comentado que estava conversando com o
Celso.
- Pois é amiga. Você sabe que até hoje eu ainda não consigo
lembrar o que me aconteceu naquela festa. E tenho uma forte
suspeita que o Celso tenha alguma coisa a ver com isso.
- De que maneira. Qual a sua suspeita, até hoje eu ainda não
consegui entender o porquê dessa confusão toda com essa festa.
Você já pensou que talvez tenha bebido demais e foi parar no fundo
da festa e desmaiou de bêbada.
- Não descarto essa possibilidade. Mas também pode muito
bem ser que o Celso ou qualquer outro possa ter colocado algo na
minha bebida. – Falei já alterando um pouco a voz. Poxa, só preciso
de um pouco de compreensão.
- Você anda muito estressada. Deveria comprar alguma pílula
para memória, quem sabe não te sai algo. Precisa estimular amiga.
- Tem razão Cintia. Deveríamos fazer uma festa lá de novo,
para estimular-me. – Fiquei pensando um pouco. – Quer saber, você
tem razão de novo. Ando estressada. Conta-me mais sobre você.
Disseram-me que está mais firme com o Charles.
Ela ficou corada e sorridente por um tempo.
- Estou sim, ele quer começar um namoro, mas não sei amiga,
tanto tempo que não namoro.
- Ai amiga, você também não vale nada né. Mas da uma
chance, o bichinho é feio, mas vocês formam um belo casal. – Disse
sendo um pouco irônica, e de sorrisinho nos lábios.
Cintia então levantou, e sugeriu que fossemos fazer compras.
[Se pudermos, poderíamos mostrar alguma loja e conjunto de
roupas com elas experimentando].

CENA 2 - Gabi

Eu e o Lucas viemos à sala do diretor para conversar sobre a


possibilidade das palestras.
- Bom dia meus queridos alunos. – Disse o diretor.
- Estamos preocupados com o grande índice de consumo de
drogas que vem tendo nossa cidade. São jovens sendo presos por
trafico ou por ser usuário. E queríamos de alguma maneira
conscientizar os estudantes.
- Uma excelente iniciativa. Mas de que maneira vocês
pretendem fazer isso.
- Acredito que com palestras, trazer alguém como Policial, a
assistente social, ou os estudantes de enfermagem para dar uma boa
palestra.
[Aqui acho que vai depender muito de como procederão as
coisas em Nobres, eu vou conversar com uns estudantes de
enfermagem para ver se eles se disponibilizam para realizar essa
palestra, ou talvez o conselho tutelar, alguém da policia ou assistente
social. Em base a isso a gente cria essa cena com o diretor].

CENA 2 - João

Na igreja são estão os dois conversando. Ambos queriam


privacidade.
- Todo dia é assim Carla? – Perguntei para estimulá-la a falar.
- Você não tem noção do inferno que é minha casa. – Se nota
a amargura em sua voz. Ela eleva os braços para colocar o cabelo
para trás e não consegue olhar no rosto, sempre com a cabeça para o
chão. – Minha mãe nos abandonou há uns cinco anos atrás, porque
não aguentava mais meu pai que bebia o dia todo. Violento, ele
chegava a espancar a minha mãe.
- Mas sua mãe não o denunciava? – Eu estava perplexo, não
sabia que essas coisas aconteciam aqui.
- Minha mãe só o tinha, sua família é do sul, então dependia
dele. Mas logo ele começou a usar drogas, não conseguiu sustentar o
emprego e foi mandado embora. Foi ai que nosso inferno começou.
- O que quer dizer?
Ela levantou, estava muito aflita, pálida e chegava a tremer
um pouco.
- Você está bem? – Tive que perguntar.
- Só quero um pouco de agua. – Então busquei e ela
continuou a história. – Minha mãe conheceu um cara que estava
disposto a ajudá-la, então na primeira oportunidade ela fugiu com
ele, me deixou uma carta dizendo que me buscaria, mas isso nunca
aconteceu. – Ela começou a chorar. – Toda a raiva que meu pai
sentia por ela, ele começou a descontar em mim, como ele não
trabalha, começou a roubar e me obrigava a ajuda-lo.
- Mas porque você não arrumou um emprego?
Ela então me olhou, não acreditando que eu havia feito à
pergunta.
- Eu também me viciei. – Ela então limpou as lagrimas com
as costas da mão. – Uma vez que voltei para casa sem drogas ele me
deu uma surra tão grande que eu nunca mais voltei sem alguma.
Como não trabalhamos; às vezes eu roubo para poder trazer algo de
comida pra dentro da casa.
- Você fez um grande trabalho na Goiânia.
- É o que tento fazer desde que te conheci e você foi bom para
mim aquele dia na padaria. Cantar a noite me da uma grana e me
ajuda a não deixar meu pai violento.
Então segurei as mãos dela e a fiz olhar-me nos olhos.
- Você precisa parar, não pode mais sustentar esse vicio, nem
para você, nem para o seu pai.
- Eu não tenho outra saída.
- Você tem sim. E eu vou te ajudar.
A olhei por uns instantes mais e quase a vi sorrir, então senti
uma força que me fazia prosseguir. Quando vi eu a estava beijando.
CENA 3- Gabi

[Gabi e Lucas estão no quintal, próximo a piscina, e o violão


está ao lado].
- Eae Gabi. Você acha que vai dar certo a palestra? –
Perguntou Lucas.
- Creio que é nossa melhor opção.
- Também temos que pensar na construção de um centro de
apoio para os que queiram sair das drogas. – Disse Lucas enfatizando
outras prioridades.
- Tem razão. Mas não podemos esquecer que isso precisa de
dinheiro, e não temos de onde levantar essa prata.
- Bom, tem o concurso de coral. Você canta bem pra
caramba, e o dinheiro que vão entregar para o vencedor é uma boa
quantia.
- Vamos ver Lucas. Pode ser uma opção, mas precisaríamos
de mais cantores. – Então fiquei refletindo sobre esta ideia. – Mas
mudemos de assunto, quero conversar contigo sobre o Henrique.
- Serio? Logo sobre ele. – Sorriu ironicamente o Lucas.
- Você não gosta de verdade dele né?
- Não que eu não goste. – Tentou arranjar uma desculpa. –
Mas é o que ele faz contigo. Se de verdade ele te amasse, seria
diferente.
Então o olhei com um meio sorriso, porque acho tão
encantador essa proteção de irmão que o Lucas tem por mim.
- Hoje ele veio bem cedo aqui. – Sorri. – Conversamos nos
beijamos muito e ele ainda me levou ao colégio.
- Olha. Uma atitude nobre do rapaz.
- Você tinha que ver a sensação que foi descer do carro
depois de um beijo apaixonado, e que todos vissem a cena. Acredito
que o Henrique está mudando.
- Só acreditarei vendo. – Ele então agarrou o celular. – Mas
mudemos de novo o assunto. Fico feliz por você e tal, mas você já
escutou essa música nova?
[Lucas coloca uma canção nova e Gabi começa a cantá-la no
violão].

CENA 3 - João

[João deitado na cama lembrando-se das cenas a seguir].


Ele leva Carla de volta pra casa.
- Toma esse dinheiro, compre algo para comer. – Tentei
ajuda-la.
- Não João. Obrigado, não preciso, eu dou um jeito.
- Eu insisto.
Ela aceita meio sem jeito e logo entra em casa.
[Aparece João de novo na cama]
E logo ele se lembrando do beijo que deram na igreja.
CENA 3 - Estela

Em casa, fomos para o quintal e sentamos numa mesa


redonda para jogar truco. Está eu, Cintia, Celso e Charles.
- E o Pedro. O que houve que não veio? – Perguntou o Celso.
- Ele mandou uma mensagem e falou que não pode sair. –
Disse eu. – Provavelmente a mãe dele proibido. Faz um tempo que
aquela bruxa o impede de estar comigo.
[Mostra eles jogando um pouco, se divertindo].
- E a nossa festa? – Perguntei. – Amanhã vai rolar?
- Por mim tudo bem. – Disse o Charles abraçando a Cintia,
que ficou um pouco desconfortável. Acho que pensa que a vou
julgar.
- Se você quiser, podemos começar agora Estela. – Disse
Celso enquanto me olhava fixamente com um meio sorriso. Eu
tentava me sentir bem e confortável perto dele, mas não conseguia.
Eu estou desconfiada dele.
[Então mostra essa cena em desconforto, e termina o episodio
com a musica da Gabi e o pessoal jogando truco, ou pode ser bozó
também].
Capitulo 6 – Palestra Escolar

CENA 1 – João e Gabi

Hoje nos reunimos bem cedo na casa da Gabi, tomamos café


da manhã juntos. Eu, ela e o Lucas.
- Os estudantes de enfermagem já confirmaram a hora que
vão para o colégio? – Perguntou Lucas nervoso.
- Recebi uma mensagem dizendo que as nove já estarão lá
com os materiais, vai ser na sala de exposições. – Confirmou Gabi.
- Não podemos esquecer-nos de deixar o Datashow pronto
para eles. E o restante do material, eles vão levar? – Perguntei.
- Não se preocupem gente. Vai da tudo certo. – Disse a Gabi
enquanto trazia mais café.
[Então podemos mostrar cena deles tomando café,
conversando e rindo sem voz]
De repente toca uma buzina.
- Gente, o Henrique vai levar a gente. Vamos. – Disse Gabi.
O Lucas pareceu um ficar um pouco impressionado e Gabi
percebeu, tanto que lhe mandou um olhar vitorioso.
- Eu te disse que ele havia mudado. – Disse ela para o Lucas.
- Estou surpreso confesso.
Então entramos no carro. Demos bom dia para o Henrique, e
na frente ele deu um beijo um pouco quente na Gabi e juntos fomos
para o colégio.
CENA 1 – Estela

[Estela e Cintia no salão de beleza]


- Temos uma festa hoje. Precisamos estar linda. Você mais
ainda, para poder agradar seu príncipe. – Eu logo não aguento a
ironia e começo a rir.
- Mau gosto Estela. Charles é lindo e eu estou realmente
gostando dele.
Eu então me recomponho.
- Tá legal. Desculpa.
De repente vem uma das meninas que trabalham no salão.
- Meninas, vocês já estão sabendo do concurso de Miss da
cidade?
- Ainda não. Que interessante.
- Então. Vocês são lindas, acho que deviam participar. – Ela
então soltou o papel no colo da Cintia.
- Amiga, não existe muitas meninas bonitas nessa cidade, e
você é linda. A parte que o dinheiro do prêmio é bacana, e também
em roupa em algumas lojas. – Disse Cintia.
- Será amiga? O que você acha? – Perguntei para confirmar.
- Acho uma ótima ideia, até reuniríamos todos lá para torcer
por você. – Disse Cintia.
- Sem falar na compra de vestidos, mas um banho de salão de
beleza, maquiagem. Gente. Eu vou adorar. – Eu fiquei muito
empolgada.
- Temos que me inscrever!
- E pode ser feito aqui mesmo no salão. – Disse a menina do
salão.

CENA 2 – Gabi e João

*Aqui serão as cenas editadas da palestra no colégio.

CENA 2 – Estela

[No Jeito Brasil bebendo com Cintia, Charles, Celso, Pedro e


Henrique].
- Gente, temos que marcar a festa de hoje à noite. Onde vai
ser? – Perguntei
- Ué. Pode ser lá em casa. – Disse Pedro.
- Ok. Então a gente bebe um pouco aqui e vai. – Disse Cíntia.
- Mas é pra ir Henrique. Você parece que fica responsável
daquele povo amigo da sua mãe. – O adverti.
- Não se preocupe Estela. – Ele rebateu.
- Quero até ver. – O olhei intimidando. – Ah. Nem contei, eu
vou participar de um concurso gente. Quero o apoio de todos vocês.
- Concurso é. – Disse o Celso. Fez uma carinha de meio
enciumado, ou eu que pensei tê-lo deixado.
- Isso. Estela será a Miss Nobres 2016. – Disse minha amiga
Cintia.
- Tem nosso apoio com certeza. – Disse Pedro. – Linda desse
jeito, vai vencer.
- E você vai Henrique. – Já o intimei.
- Claro que vou, preocupa não.

CENA 3 – Gabi

Em casa eu me lembrei do concurso de Miss, e estava eu com


o Henrique.
- Tem o concurso de miss daqui alguns dias. Poderíamos ir
juntos. – Joguei a ideia.
- Será Gabi, não estou muito animado não. – Diz Henrique.
Eu então o abraço e começo a dar pequenos beijos.
- Está animando agora? – Começo a sorrir e ele também.
- Você é a única garota que incentiva o namorado a ir ver
outras garotas desfilando. – Disse ele tentando fazer-me mudar de
ideia.
Então parei, olhei bem pra ele com uma cara cínica.
- Eu confio no meu taco.
- Está bem então, se quer ir. Vamos.
Então dou um beijo apaixonado e entro para dormir.

CENA 3 – João

Assim que terminou o culto o pastor começou a conversar.


- Olá irmãos e irmãs. Vamos falar de um assunto pertinente
nos últimos meses. Como vocês sabem, somos poucos membros e
maioria de vocês está em divida com Deus. – Ele deu uma pausa para
ver a reação dos fiéis. – O que quero dizer é que a maioria não paga o
dizimo. E como vocês sabem, também não sobrevivemos de salário
como algumas igrejas, assim que estamos vivendo uma situação
quase insustentável.
- Está tão grave assim pastor? – Levantou uma irmã e
perguntou.
- Sim minha filha. Estamos ameaçando ter que fechar a igreja.
– Disse-o enfatizando.
- Existe um concurso pastor, que realizará aqui na região, é
sobre o coral. – Disse a mesma irmã.
- Mas nem temos coral. – Rebateu o pastor.
- É bom o dinheiro? – Perguntei me interessando.
- Sim, é uma quantia significativa, e poderá salvar a igreja.
Nós fiéis também começaremos a pagar o dizimo. – Disse a irmã.
- Se é assim como ela está dizendo pastor. – Falei
empolgando com a situação. – Eu posso montar um coral, como sou
líder dos jovens, e nós temos aqui alguns cantores, não suficientes
para um coral, mas tenho amigos que adorarão participar.
O pastor ficou pensativo por um tempo e então se pronunciou.
- Muito bem, estou confiando em vocês. Podem fazer a
inscrição da igreja no coral.
CENA 3 – Estela

Na casa do Pedro estávamos todos sentados tomando mais


vodka enquanto a musica alta rolava solta no fundo da casa dele. O
legal é que os pais do Pedro são mais sensatos conosco. Aqui no
fundo nós não incomodamos ninguém. Está eu, o Pedro, o Charles, o
Celso e a Cintia. Logo chega o Henrique.
- Chegou. Aleluia. – Eu disse assim que ele pisou o pé aqui
no fundo. Estávamos todos muitos ébrios, com a exceção deste.
- Gente. Vocês não respeitam nem dia de semana mais. –
Disse o Henrique rindo bastante.
Eu passei por Cintia depois de cumprimentar o Henrique e
acabei interrompendo o beijo dela com o Charles. Eu até tento
acostumar a esses dois, mais ainda não consegui digerir.
- Queremos ver você no Miss. – kkk, riu o Celso. Esse rapaz
anda querendo intimidade.
- Vou brilhar. Vocês vão ver. – Rebati-o. Então levantei e
comecei a desfilar para o pessoal.
Assim que começou a tocar minha musica preferida eu
levantei de novo e comecei a dançar. Puxei o Henrique e dançamos
bastante. A Cintia aos beijos com o Charles.
Percebi que o Pedro e o Celso haviam sumido. Então tive
uma lembrança do dia que festamos na chácara, eu estava perdida no
meio do salão de dança, e buscava a Pedro que também estava
sumido com o Celso. E de longe sentado na cadeira estava o Mateus
me observando.
Essas lembranças me trouxeram certo enjoo, ou não sei se era
pelas bebidas. Por isso parei a dança e resolvi ir ao banheiro. A
acústica era ótima, e detrás da construção eu escutei uma conversa do
Pedro com o Celso.
- Cara, muito cuidado com isso aqui. – Disse o Celso.
- Pode ficar tranquilo, a farinha está bem escondida. – Então o
escutei aspirando com o nariz alguma coisa. – Daquele dia da festa
alguém descobriu? – Perguntou ele.
- Não. Ninguém. – Confirmou o Celso.
- Então. Pode ficar de boa, segredo está bem guardado.
É ai que eu saí do banheiro e encarei-os.
- Caralho. – Disse o Pedro. E o Celso só fez uma cara de
espanto.
[Se paralisa a cena alguns instantes, e logo mostra a Estela
usando drogas também].
Capitulo 7 – Preparatória

CENA 1 – Estela

Acordei muito atordoada, com a cabeça doendo, ao lado de


Cintia e dos outros rapazes. Quando levantei, Celso ainda puxou
minha perna e quando o olhei ele estava de olhos fechados, mais
sorrindo. Cintia estava dormindo de conchinha com o Charles, e do
meu lado, Deus me livre imaginar o que aconteceu. E o Pedro
levantou junto comigo e foi correndo tomar água, com uma cara de
ressaca incrível.
Peguei um copo de café e sentei com Pedro, a princípio não
falamos nada, estávamos recuperando, mas eu sabia o que tinha feito
ontem.
Charles logo levantou e foi fazer um arroz e esquentar a carne
que sobrou ontem para gente dar uma despertada. Logo que fica
pronto todos nós levantamos e fomos comer, com uma fome que eu
não sentia há muito tempo.
- Meu Deus Estela. Fica de olho na dieta. Tudo isso no seu
prato não é de Deus não querida. – Disse Cintia. E ela tinha razão,
mas minha única expressão foi sorrir e logo voltar a comer. Também
senti que minha mão estava um pouco tremula.
Depois de um tempo, já estávamos recuperados e prontos
para outra.
- Tem suco lá na geladeira gente. Quem quiser é só buscar.
- Pode deixar que eu vou. – Levantei e fui.
Quando estava com a garrafa percebi que o Celso estava do
lado de fora do portão da casa do Pedro, e ele tinha um pacote na
mão. Estava entregando esse pacote para uma garota [Carla]. Acho
que é uma que cantou uma vez que fui à Goiânia, ou se parecia muito
a ela. Achei estranho, não sabia que ele a conhecia, e também não
sou ingênua, esse pacote com certeza é droga.
Logo voltei com o suco e sentei pra conversar com o pessoal.

CENA 1 – Gabi

Acordei muito disposta, alegre, feliz com a vida.


- Oi Lucas. – Assim que ele atende minha chamada. – Tudo
bom?
- Tudo ótimo. Que me conta? – Diz ele do outro lado.
- Nada. Só queria perguntar-te o que vás fazer agora?
- Sem programação. Por quê?
- Não quer ir fazer umas compras. Acordei super animada, me
deu vontade de gastar. – Ri da minha frase.
- Vamos.
Então desliguei, pedi um dinheiro para mamãe e fui para o
centro. Encontrei com o Lucas na frente do Polo Centro.
- Oi amigo. Saudades de você. – Disse para ele. Eu realmente
estava muito feliz em ver-lo.
- Engraçado, porque nós nos vimos ontem. – Ele riu e logo
me abraçou, dando um beijo gostoso na bochecha. – O que quer
comprar?
- Acho que um perfume. O meu está para acabar.
Ele riu. – Acho que realmente estou sentindo que você está
precisando. – Ele então riu de novo e eu não pude mudar a expressão
seria e brincalhona.
Entramos na loja de perfumes que tem logo em frente.
Escolhemos alguns perfumes que eu talvez levasse, e chegamos
numa conclusão. Logo que comprei nós fomos ao Polo Centro, nosso
shopping em Nobres; depois fomos comer alguma coisa e tomar um
suco.
- E qual o motivo de tanta felicidade? – Perguntou-me.
- É porque nossa palestra foi um sucesso.
- Isso é verdade. Agora temos que pensar na casa de apoio.
- Então, a secretária disse que precisaria de um apoio
financeiro, só precisamos encontrar uma maneira de ganhar esse
dinheiro.
- Adoro quando você acorda assim tão otimista. – Ele me
olhou com muita ternura, e logo foi rude. – E olha que essa felicidade
não tem a ver com o tonto do Henrique. – E logo sorriu. Eu poderia
discutir, mas preferi mandar um sorriso de indiferença.
- Sabe que te amo. – Ele me olhou com ternura novamente.
- Eu também te amo.
CENA 1 – João

Hoje fui atrás da irmã Lurdes, a que comentou ontem do


concurso do coral. Não morava tão longe e quando toquei a porta ela
mesma me atendeu.
- Olá meu jovem. – Disse ela ao me receber. – Entre. Quer
café, chá, leite?
- Não irmã. Muito obrigado. Eu vim por causa do concurso do
coral. Fiquei muito interessado.
- Você tem a voz muito bonita João. – Então me olhou
fixamente. – Tem certeza que quer tomar essa responsabilidade.
- O que quer dizer? – Perguntei desconfiado.
- Você vai propor ensaiar os jovens para um concurso e
ganhar um dinheiro para salvar a igreja. Se você não ganhar, será que
conseguirá lidar com a pressão.
Eu ainda não tinha pensado por este lado. Mas tenho uma
motivação e não vejo outra saída.
- Eles não poderão me culpar. – Tentei rebater.
- Claro que não. – Disse a irmã Lurdes. – Mas e você, não se
culpará.
- É uma mulher intensa irmã. – A olhei. – Mas minha missão
aqui é saber mais.
- Muito bem. A inscrição está sendo feita no Ponto de
Cultura, ali próximo a praça Josino Serra. Coloca o nome dos
membros.
- Mas não temos membros suficientes. – Comecei a pensar, é
apenas eu, e mais um irmão e uma irmã que canta tanto para
participar do concurso. – O que vou fazer?
- Faça a inscrição e depois acrescente os membros. Eu sei que
você tem muitos amigos talentosos.
- Tem razão irmã. Muito obrigado pelas ideias, agora mesmo
vou convidá-los.

CENA 2 – Gabi

- Lucas? O que vocês está fazendo? – Perguntei porque queria


que ele me acompanhasse a um lugar.
- O que foi?
- Vamos pra Bom Jardim esse final de semana?
- Sério? – Ele pareceu surpreso. – Ué, vamos, acho que vai
ser bacana.
Vou passar ai pra gente ir pra agencia.
Fomos de carro até a agencia de turismo do Uller. [Aqui da
para mostrar Uller falando das cotações, dos passeios e tal].
Saímos e fomos tomar um sorvete no Alasca. O Lucas parecia
estar estranho com alguma coisa.
- Amigo. Está tudo bem? – Tive que perguntar.
- Nada. Relaxa, eu estou ótimo, só pensando no nosso passeio
mesmo.
- Lucas. Eu te conheço.
- Tá legal. A verdade é que eu estou indo embora Gabi.
Terminando este ano eu vou mudar, vou morar com a família da
minha mãe no sul.
- Puxa Lucas. É sério isso? – Eu fiquei arrasada com a
notícia. – Não tem nada que possamos fazer?
Ele me olhou então com um rostinho triste e só suspirou
fazendo gestos negativos com o rosto.

CENA 2 – João

[Na sua casa deitado no sofá]


Bom, preciso marcar uma reunião, chamar os cantores da
igreja. Mas somos tão poucos, temos mais membros antigos, o culto
de jovens nunca mais atraiu tantos, e acredito que em parte a culpa é
minha porque não criar mais eventos.
- Oi Eder. – Liguei para um dos cantores. – Está em casa?
- Sim. Algum problema?
- Não, só queria marcar uma reunião com os cantores da
igreja. Tem como você chama-los para ir para lá agora para gente
conversar?
[...]
Quando entrei na igreja vi a apenas três pessoas, o Eder, a
Priscila e a Jaqueline.
- Boa tarde a todos. Como foi discutido no culto passado, a
igreja está passando por dificuldades.
- Sim. – Disse Priscila. – Minha mãe já está até pensando em
procurar outra igreja.
- Não. – Eu adverti. – Temos que salvar essa que é a nossa
comunidade.
- Mas como? – Perguntou Jaqueline.
- Vai ter um concurso de coral. – Disse mostrando um sorriso,
realmente cantar é algo que muito me satisfaz. – Podemos entrar e
ganhar um dinheiro que possa nos manter até as coisas melhorarem.
- Eu estou dentro. – Disse o Eder.
- E você Priscila e Jaqueline?
- Claro. Estamos dentro também. – Disse Jaqueline tocando
Priscila.
- O problema é que precisaremos de mais cantores. Eu pensei
na Gabi. Acho que vocês a conhecem.
- Sim. Ela canta muito. – Disse o Eder.
- Mas para se inscrever são no mínimo seis ainda com todos
nós, somos somente cinco. [Terminamos nessa incógnita].

CENA 2 – Estela

Eu ainda estava meio bêbada quando fui pra casa, tentei


entrar sem que ninguém percebesse, mas logo estavam meus pais na
sala me esperando.
- Filha o que está acontecendo? – O tom de voz da minha mãe
era de muita seriedade.
- Nada mãe. Eu estou bem, só um pouco cansada. – Tentei
fingir.
- Olha esse rosto fundo. – Depois ela olhou minhas mãos. –
Oh Meu Deus você está tremendo.
- Trás um copo d’agua com açúcar Maria. – Disse meu pai
para a secretária do lar.
- Não preciso de nada, me deixa ir pra cama. – Falei tentando
fugir daquela situação embaraçosa.
- Isso precisa parar Estela. – Disse minha mãe muito brava. –
Você precisa tomar um rumo, já não permitirei mais esse tipo de
comportamento.
- Comece a estudar mocinha. – Disse meu pai num tom mais
calmo. – Ou cortaremos sua mesada.

CENA 3 – João Gabriel

Quando cheguei à casa da Carla eu fiquei muito feliz por que


ela estava sóbria e sem os outros rapazes.
- Oi João. Tudo bom?
- Tudo ótimo. Vamos a praça, tenho que te perguntar algo.
Então fomos, logo que ela sentou, eu me pus a sua frente.
- Carla. Vai ter uma competição de música onde esse dinheiro
poderá ajudar-nos a salvar a igreja e também a casa de apoio. E você.
– Parei um momento em felicidade. – Nossa. – Tive que expressar-
me. – É fantástica, tem uma voz linda. Você aceita participar?
Carla ficou um tempo pensativa e logo viu que era a coisa
certa a fazer, tinha mais a ver com a nova Carla.
- Claro que sim. Muito obrigada pelo convite.
Outra coisa que notei foi que ela de vez em quando ficava
trêmula, e respirava um pouco fundo.

CENA 3 – Gabi

Hoje eu saí com os meus pais, fomos a um restaurante.


Estávamos nos divertindo, conversando sobre as ultimas novidades.
Contei que estava muito triste porque o Lucas ia embora ao fim do
ano, e também sobre como está crescendo o projeto de drogas. E eis
que recebo um convite.
- Olá Gabi. Tudo bom? – Disse um senhor
- Tudo bom. – Disse um pouco desconfiada.
- Perdão, eu sou Luiz, estou organizando o concurso do Miss.
Queria saber se você não aceita cantar no evento? Sua voz é tão
linda, tenho certeza que será fantástico.
Eu estava sem palavras, meu trabalho estava sendo
reconhecido, e não podia estar mais contente.
- Claro; muito obrigada pelo convite. – Eu estava explodindo
de alegria.
- Muito bem, te vejo nos ensaios então. Beijos.
[Termina a cena com seus pais a parabenizando, e focando no
rosto alegre da Gabi].
CENA 3 – Estela

Aqui mostra Estela indo para a praça da Bíblia encontrar com


Celso. Ela está um pouco fora de si.
Quando ela o encontra, ela o pergunta.
- Trouxe a maconha?
[Depois mostrar cenas aleatórias deles conversando, rindo,
fumando e por último se beijando] Terminamos assim o capitulo.

Capitulo 8 – Concurso Miss

CENA 1 – Estela

- Gente eu ganhei, eu sou a Miss Nobres! – Foi minha


primeira frase do dia. Eu acordei radiante, muito confiante de que
hoje era o meu dia.
- Bom dia minha princesa linda. – Disse minha mãe na mesa
do café.
- Bom dia. – Sorri. – Hoje eu não estava com meu humor
sarcástico, eu realmente estava feliz.
- Está nervosa filha?
- Nem um pouco, estou mega confiante mãe. – Então peguei
um pedaço de pão passei a geleia.
- Vai precisar de alguma coisa para antes do grande
momento?
- Sim. Vou precisar do cartão de crédito. – Logo olhei para
mamãe e sorri. – Tenho que fazer compras, cabelo e maquiagem
também.
De repente escutamos alguém bater no portão.
- É a Cintia. – Disse eu. – Eu a chamei para mi ajudar nesse
dia de princesa.
Assim que Cintia entrou, ela já veio tagarelando.
- Amiga. Olha só. São as meninas do concurso.
[Termina a Cena com elas fazendo comentários maldosos das
meninas, sendo bem expressivas].

CENA 1 – Gabi

Assim que acordei e percebi que o Lucas já estava em casa


tomando café da manhã com a minha mãe, eu fui lá com meu violão
para mostrar a musica que quero tocar no final do evento.
- Mãe, Lucas. – Todos então me olharam. – O que acham
dessa canção para o Miss?
[Gabi então canta a musica, eu acho bacana Photograph do Ed
Sheeran, mas a música pode ser discutida depois].
- Está contente filha? – Perguntou minha mãe numa voz tão
doce.
- Mas do que eu posso transparecer. – Falei do fundo do meu
coração.
[e assim terminamos essa cena].

CENA 1 – João

Liguei para Gabi logo de manhã.


- Oi João. Bom dia. – Disse ela radiante.
- Oi Gabi. Desculpa ligar a essa hora.
- Não está tudo bem. O que houve?
- É que terá um concurso de coral com um bom incentivo
financeiro como prêmio. Poderíamos entrar, e com esse dinheiro eu
poderia ajudar minha igreja e com a outra parte ajudar a casa de
apoio? O que você acha dessa ideia?
- É fantástico João. Eu te ajudo no que for preciso.
- Então, eu preciso de você. Gostaria que você cantasse
conosco, é que estamos com poucos fieis jovens cantores.
- Eu farei com o maior prazer João, pode contar comigo.
[Poderíamos fazer um concurso verdadeiro e o dinheiro
arrecadado poderíamos ajudar a casa de apoio no bairro aeroporto].
CENA 2 – Estela

[Esta cena terá poucas falas, vai ser mais mostrando a Estela
junto com a Cintia fazendo compras para o desfile, fazendo o cabelo
na Lolita, maquiagem].
No final a mostra levando Cintia para casa e no retorno a sua
casa ela encontra Celso na esquina.
- Celso. O que faz aqui? – Perguntei intrigada.
- Posso aumentar tua confiança no concurso. Se tiver afim é
só falar.
[Terminamos a cena mostrando um rosto intrigado da Estela,
mas sem sabermos a resposta].

CENA 2 – Gabi

Quando escutei as palmas distintas que só ele pode fazer, um


sorriso já se me abriu.
- Oi Henrique. Que alegria te ver aqui.
Ele não disse uma palavra, simplesmente começou a cantar.
[Ele canta a capela parte de uma musica romântica para Gabi]
- Que lindo. – Foi só o que eu pude dizer, ele realmente havia
mudado. Então peguei o violão e comecei a tocar a música enquanto
ele cantava.
No fim ele me deu um beijo e disse: “Está perfeito”.
CENA 2 – João

Eu chamei a Carla para tomarmos um lanche da tarde.


- Obrigada João pelo convite.
- Que isso. Eu adoro sua companhia. – Ele então sorriu.
- Parece que estamos passando cada vez mais tempos juntos.
– Disse ela um pouco envergonhada.
- Espero não estar incomodando. – Abaixei a cabeça.
- Claro que não. Eu também gosto da sua companhia.
Então rasquei a garganta um pouco mais constrangido e tentei
mudar de assunto.
- E como está lá na sua casa?
- Continua na mesma, mas faz um tempo que não uso drogas.
– Ela me dizia enquanto era nítido que suas mãos não paravam de
tremer. Ao perceber ela as meteu debaixo da mesa.
- Você está realmente bem? Porque treme?
Ela sorriu.
- Relaxa, eu estou bem. – e me olhou. – Então, o que vamos
comer?
- Antes de comer, eu queria te chamar para ir ao Miss hoje, o
que acha?
- Sério. Que bacana. Eu vou adorar.
Então chega a garçonete com pedaços de torta e suco.
CENA 3 – João

[Mostra João indo de carro buscar Carla].


Assim que cheguei a casa dela eu vi uns rapazes junto com o
pai dela [Mateus está ai]. Só que agora dava para ver nitidamente que
eles estavam usando um “cachimbo”.
Eu consegui ir até a porta sem que eles me percebessem. Abri
de leve e logo Carla veio de lá para cá. Assim que eu saí de mãos
dadas com ela da casa os rapazes começaram a falar.
- Vai lá ganhar nosso dinheiro sua [no talk].
E ela estava envergonhada, porque todos eles falavam um
monte de palavras feias e foi assim até que conseguimos sair e ir para
a festa.
[Logo mostra os dois entrando no Miss]

CENA 3 – Gabi

Assim que Henrique chega ele depara com uma Gabi linda,
muito bem vestida e maquiada o esperando. E ao lado dela um violão
bem afinado.
Minha mãe então vem de lá para cá para atrapalhar o clima e
me da um beijo na testa.
- Em seguida eu vou com seu pai. – Disse minha mãe. – E
você Henrique, juízo, cuida bem dela.
- Pode deixar. – Disse ele um pouco tímido.
[No evento].
Gabi chega com Henrique e ele a deixa no camarim e vai
sentar com seus amigos [Pedro, Celso, Charles e Cintia].
Na outra mesa já estão Lucas, João e Carla.

CENA 3 – Estela

[Aqui mostra Estela nos bastidores, um pouco antes do


desfile, e ela está com cocaína num saco, olhado para saber o que
fazer]. Despois mostra Gabi cantando no evento e todo mundo
encantado pela voz. [Logo mostra Estela cheirando a droga]. Então
Gabi cantando novamente.
Depois Estela desfilando e todo mundo percebendo que ela
está alterada, drogada.
- O que está acontecendo com a Estela? – Pergunta retórica
do Henrique.
Quando Estela vem retornando da passarela ela cai de tão
drogada que estava e Henrique a sustenta. [Terminando aí a Cena].

Você também pode gostar