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GUIA DE FOTOGRAFIA

MARLEY FILMES
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POR NICOLAS FARIAS


SIMPLESMENTE FOTOGRAFIA

Muito mais do que uma diversão ou um pas- mundo que nos cerca e expressar isto em uma
satempo. A fotografia se torna cada vez mais imagem, ou um grupo de. Mas para quem
apaixonante para quem se aprofunda nela. Uns começa, algumas dúvidas podem surgir, alguns
descobrem um novo caminho, outros uma nova mistérios se revelam e a missão de desvendá-
forma de se expressar, e outros simplesmente los pode se tornar árdua. Para isso, eu trago
um hobby. O mundo da imagem oferece tudo este guia resumido, pra tentar incluir os aspiran-
isso e muito mais. Aos que se expressam, ali tes a fotógrafos e amadores desta modalidade a
passam a se comunicar de forma que, possivel- conhecerem alguns destes segredos, técnicas
mente, o mundo inteiro possa parar um pouco e de composições, compreendendo melhor como
compreender. Um mundo sem palavras, ou com utilizar a sensibilidade do sensor, o diafragma da
muitas delas, em uma linguagem universal. lente e o obturador que revela e esconde o
Posso dizer que fui mordido pelo bichinho da fo- mundo diante dos olhos da câmera. Sejam bem
tografia, e estou me impressionando com a am- vindos à este mundo de magia, encantos, reve-
plitude que envolve esta arte. Talvez você desen- lações, e que você encontre nele uma válvula de
volva um trabalho com fotografia, talvez crie pro- escape da realidade, transportando você para
jetos e galerias, talvez queira decorar sua casa. uma outra dimensão. Como dizia Friederich Ni-
Seja qual for a sua intenção, o mundo da arte etzche, “ainda bem que existe a arte, para não
reserva um lugar pra cada louco, pra cada pi- morrermos da verdade”. Mais ou menos assim...
rado, pra cada mente insana, disposta a distor-
cer a realidade a seu favor ou contra, a moldar o

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BAIRRO HAMBURGO VELHO, CIDADE DE NOVO HAMBURGO. ISO 200, 1/1000S, Ƒ2.5
SAINDO DO AUTOMÁTICO PARA O
MANUAL

ISO ou ASA
Uma parte bastante importante da fotografia é entender como funciona a captação da imagem e da
luz. Na verdade, fotografia é pura captura de luz, modelando corpos físicos traduzidos nestas belas
imagens que temos. A começar pelo ISO, que nada mais é que a sensibilidade do filme, ou no caso
da fotografia digital, do sensor. Quanto maior a sensibilidade, menor a necessidade de luz. Começa-
mos por números como ISO 100, um valor bem baixo, que necessita de muita luz para registrar o mo-
mento. No caso de um dia ensolarado, o resultado é ótimo, mas se for ao anoitecer, ou então em am-
bientes fechados com pouca luz, esta não é uma boa opção. Devido à sua baixa sensibilidade, um
valor destes não gera granulados na imagem, ou “noise”. Em tempos digitais, se busca sempra a im-

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agem perfeita, e acreditem, os granulados não estragam a sua imagem. Aliás, em muitos casos, tor-
nam ela mais orgânica, dando mais vida. Já um ISO 1600, por exemplo, é muito sensível à luz,
sendo ideal para situações onde a iluminação é precária, ou até em ambientes fechados. Mas, neste
caso, a imagem fica muito mais granulada devido à sensibilidade do sensor. Os números padrões
de ISO são 100, 200, 400, 800, 1600 e 3200. Esses números variam de câmera para câmera, inclu-
sive a performance em cada faixa de ISO. Veja o exemplo abaixo da imagem. No caso da minha
câmera, o ISO mais baixo é 200.

Esta imagem foi feita com ISO 200, e você pode perceber pelas penas e pela cor amarela ao fundo,
que há pouco ruído na imagem, deixando ela mais limpa. Ela está aproximada, ou cropada, em
quase 50%, para que possa perceber bem os detalhes. A câmera possui 14 Megapixels, e fornece
detalhes suficientes de textura a este nível de ISO. ISO 200, ƒ2.5, 1/125s.

Na próxima imagem, é possível perceber ruídos grandes ao fundo e no contraste da sombra do


rosto. Isto porque a sensibilidade do ISO foi elevada para 1600, captando mais luz sob pena de
acréscimo considerável de ruído. Mas, como disse antes, a imagem precisa muito mais de uma
história, de uma vida, do que de qualidade técnica. E neste caso, ela deixou a imagem mais
orgânica, como falei antes. Claro, vai do seu gosto, mas eu não deixo algo como o ruído ser um prob-
lema. ISO 1600, f2.5, 1/8s.

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Quando for escolher sua câmera, pense nesta configuração, é muito importante que você esteja con-
fortável com a qualidade do ISO, uma vez que se você costuma fotografar em estúdio, não fará tanta
diferença, mas na luz baixa é bem importante que você goste da imagem. Lembrando, granulado na
imagem não é um problema, mas é preciso saber lidar com ele.

Distância focal, Abertura e Profundidade de Campo


Uma das maiores vantagens das câmeras de lentes cambiáveis (“trocáveis”, em bom português) é,
obviamente, a possibilidade de troca de lentes. Cada lente possui uma característica e uma utili-
dade. Por exemplo, diferente das câmeras digitais comuns, para tirar uma foto de paisagem é ne-
cessário uma lente diferente da que se usa para fazer um retrato, que é diferente da usada para foto-
grafar um objeto longe. São as chamadas wide-angle, tele, super tele etc. No caso, ao invés de pen-
sarmos em vezes (tipo, Ah, minha câmera tem zoom de 897x, e a tua só tem zoom de 18x), agora
você pensa em milímetros. Quanto menor a “milimetragem”, maior o angulo de visão da lente. Uma
lente de 14mm é ideal para paisagens, mas para fazer um retrato é necessário, no mínimo, uma
50mm. Já para fazer aquela foto de surf (ou da vizinha) é necessário uma lente de 200mm ou mais.
Há lentes no mercado que vão de 18mm até 300mm ou mais, mas normalmente estas não são profis-
sionais, devido à sua qualidade ótica. Então vamos entender um pouco as milimitragens, que repro-
duzi neste programa chamado Cinema 4D (quem sabe um dia gravo algumas aulinhas dele
também!)

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Agora, a parte mais importante das lentes é a captação de luz que cada uma possibilita. Então, pra
entender, imagine num circo, aqueles circulos que os artistas passam por dentro.

uanto maior o círculo, mais espaço para o artista passar. Da mesma forma, quanto maior a abertura
da lente, mais luz entra, e menor é a necessidade de forçar ajustes na câmera para captação da luz.
Veja o exemplo abaixo:

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A abertura influencia diretamente na sua imagem. Não só na captação de luz, mas proporcional-
mente na profundidade de campo. Agora, o que é esse termo, tchê? Bem, pra entender a profundi-
dade de campo vamos, pra variar, utilizar um exemplo: qual a diferença entre uma foto de qualidade
para uma mais ou menos? Composição, direcionamento de olhar, história, qualidade. A profundi-
dade de campo compõe estes itens, e alguns outros. Ela guia o olhar do observador, pdoe contar
uma ou outra história, ajuda a compor as suas fotos. Mas sem tralalá, o que é na real esta tal de pro-
fundidade de campo? Bem, pense num campo de futebol. Neste campo, você está na defesa, no
canto esquerdo, e vai chutar a bola para o lado direito do campo. Desta forma, você pode escolher
onde vai mandar a bola, seja para qualquer parte do campo, ou numa pequena faixa, tipo na grande
área. Esta é uma pequena profundidade de campo, você tem um espaço curto para mandar a bola,
apenas a área da grande área, uma precisão grande. Mas, caso seja um “várzea”como eu, e decida
chutar a bola pro outro lado do campo, sem um ponto definido, isto me permite uma maior área para
mandar a bola, logo menos precisão no chute. Da mesma forma funciona a abertura da lente.
Quanto mais luz ela capta, mais preciso seu foco precisa ser, ou seja, menor a área de foco que
você terá. Em compensação, o fundo perde completamente a nitidez, guiando a atenção do especta-
dor para o assunto da foto. Bom, pra você entender melhor, aqui eu faço um simples exemplo da dif-
erença entre as aberturas das lentes e a relatividade com a profundidade de campo.

Nesta imagem, foi utilizada uma 50mm com abertura de f1.4 e velocidade de 1/125s, ISO 800. Note
que o fundo fica bem borrado, ou desfocado. É o chamado Bokeh, gerado por grandes aberturas e
distância focal também. Veja como os sujeitos se destacam do fundo, mesmo sendo um ambiente
confuso. Neste caso, a profundidade de campo é pequena, uma pequena área de foco.

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Já nesta imagem, a abertura foi bem menor. Foi utilizado uma 300mm com abertura de ƒ16 e veloci-
dade de 1/500s, ISO 800. O A profundidade de campo é grande, há uma área grande de nitidez,
você pode notar pelo primeiro surfista remando e pelo horizonte, eles se mantém na mesma nitidez.

FICA A DICA

Fotografar em JPEG é útil quando você precisa tirar muitas fotos, seu cartão não tem muita
capacidade, ou você não quer arquivos pesados no seu computador. Eu recomendo fotorgafar
sempre em RAW, que registra a imagem “crua”, mantendo as informações completas de cores e
tons, permitindo uma gama muito maior de opções na hora de tratar sua foto. O arquivo é maior,
mais pesado para trabalhar, mas nas máquinas de hoje em dia, dificilmente este será um
impecilho maior que a compressão criada pelo formato JPEG.

Obturador ou “Shutter”
Vamos falar um pouco sobre o obturador, o tal do shutter. Este é um item importante a ser compreen-
dido na câmera, capaz de dar movimento ou congelar a imagem, e influenciando também na cap-
tação de luz, permitindo imagens bem iluminadas em ambientes com baixas condições de luz. Pri-
meiro, pra entender o que é o tal do obturador, faça o seguinte: pisque os olhos. As pálpebras (a pe-
lezinha que cobre o olho, abrindo e fechando) se assemelha com o obturador. Agora, vá para um

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ambiente escuro, feche os olhos por um tempo, abra e feche rapidamente. Desta forma, seu olho
capta pouca luz, pois o tempo que ele fica exposto, ou aberto, é relativamente pequeno. Faça o
mesmo exercício, desta vez, deixando seu olho aberto por mais tempo, e é possível ver mais detal-
hes no escuro. Então, a sua pupila equivale ao sensor da câmera, e as pálpebras, o obturador. A ve-
locidade varia de câmera para câmera, mas geralmente vai da mais veloz, 1/4000s, até a mais lenta,
30s. Algumas oferecem a opção BULB, que permite que ele fique aberto enquanto o fotógrafo segu-
rar o disparador. Quanto mais lenta a velocidade do obturador, mais luz capta, porém mais movi-
mento. Em esportes radicais, por exemplo, dificilmente usará algo abaixo de 1/250s. Já num
autódromo, é possível utilizar uma velocidade 1/15s e utilizar uma técnica de “panning” para dar
movimento ao fundo da imagem. Estas técnicas vamos ver em seguida. Confira abaixo alguns exem-
plos utilizando diferentes velocidades de obturador.

Na foto abaixo, utilizando a técnica descrita acima, que consiste em baixar a velocidade do obtura-
dor, prolongando o tempo de exposição do sensor, e seguindo o assunto da foto na mesma veloci-
dade, dando esta sensação de movimento no segundo plano. ISO 400, 1/20s, ƒ2

Na próxima imagem, se tratando de esportes, foi necessário aumentar a velocidade para 1/640s,
ISO800 e abertura ƒ16 para dar a nitidez necessária e congelar o momento. Repare como a água
está parada, e não em movimento, como na imagem anterior.

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Utilizando uma técnica de longa exposição e “light painting”, o obturador fica aberto por um longo
período em uma condição precária de liz e, com uma lanterna, é possível desenhar a imagem ao
longo da fotografia, gerando este efeito. ISO 200, 5s, f16.

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Outra utilização da longa exposição é para a astrofotografia, que consiste em fazer imagens das es-
trelas, galáxias e nebulas, muito interessante. Infelizmente, mimhas obras estão longe do que tem de
melhor na astrofotografia, mas basta procurar no Google para se ter uma idéia de como é impres-
sionante esta arte. Abaixo, mais um exemplo de longa exposição, fazendo das ondas agitadas um
mar de névoas harmonizando com as pedras. ƒ16, 10s, ISO 200.

Balanço de Branco (White Balance)


Quando se fotografa em Raw, é possível ignorar esta função da câmera, pois você pode facilmente
ajustar na pós produção. Mas pra entender mais ou menos como funciona, vamos lembrar das lâm-
padas que usávamos antigamente em casa, e alguns ainda as usam hoje, aquelas incandescentes,
redondinhas, que sempre queimavam. Elas são mais amareladas, isto porque são mais quentes que
as utilizadas hoje, as fluorescentes. Estas são geralmente mais brancas, mais frias. O ideal é deixar
sua câmera no automático, caso ela tenha a opção de fotografar em RAW, ou utilizar os pré-ajustes
que a câmera oferece, de acordo com o tipo de fonte de luz. Veja o exemplo abaixo para entender
um pouco mais sobre o balanço de branco:

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É evidente a diferença de cores entre as imagens, sendo a esquerda mais azulada e a direita mais
amarelada, já “corrigida”de acordo com a proposta da imagem. Como foi fotografada em RAW,
pude simular as duas condições sem perda de qualidade na imagem, pois ela ainda não foi com-
primida, como no caso do JPEG. ISO 400, 1/160s. f2.8

O próximo capítulo deveria ser o primeiro, tamanha importância deste conhecimento. Sem dúvida,
invista um bom tempo para aprender estas “regras”, que prefiro chamar de conceitos, e experimente
bastante dentro da área da composição.

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COMPOSIÇÃO

BAIRRO HAMBURGO VELHO, CIDADE DE NOVO HAMBURGO. ISO 200, 1/1000S, Ƒ5.6
COMPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA
Este tema é muito amplo, muito abrangente, mas é importantíssimo você entender o básico. A foto-
grafia é uma arte, uma forma de expressão, então não há regras, mas conceitos. O que eu acon-
selho é iniciar por esta parte, e desenvolver muito bem sua composição fotográfica, pois este estudo
independe de câmeras e equipamentos caríssimos. Você pode começar a aprender agora mesmo,
com seu celular, e aperfeiçoar uma das mais valiosas características de um fotógrafo. Aprenda o
máximo de regras que puder, e então quebre elas da maneira que for desenvolvendo seu estilo.

Regra dos Terços (Rule of Thirds)


O conceito de uma boa composição vai basicamente da regra dos terços (rule of thirds), mas um
bom fotógrafo vai muito além. A regra dos terços é um método de tornar sua fotografia mais interes-
sante, dispondo o seu assunto de forma mais agradável ao olho humano. Consiste em dividir a im-

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agem em três linhas verticais e três horizontais, formando 9 partes. Ao encontro destas linhas imag-
inárias ficam os hotspots, ou pontos de enquadramento. Veja no exemplo abaixo como a regra dos
terços se aplica bem na foto.

Estes pontos brancos sugerem onde deve ficar o seu assunto, desta forma, sua foto fica mais interes-
sante. Veja que, neste caso, o horizonte se encontra fora desta regra, e seria uma foto muito mais
atraente se ele estivesse ou no primeiro terço da imagem ou no terceiro, não dividindo a imagem ao
meio, como é o que acontece. O objetivo é manter o assunto nestes hotspots, para melhor compor a
fotografia. Não que uma imagem minimalista não fique bonita num enquadramento fora desta regra.
Como disse, regras são feitas para serem quebradas, estes são apenas conceitos básicos de com-
posição. Fica uma dica, tente utilizar esta regra nas suas fotos, pode ser que elas se tornem mais in-
teressantes, ou então você descubra um novo enquadramento, abrindo as suas possibilidades criati-
vas.

Linhas Guias (Leading Lines)


Uma forma interessante de guiar o olhar na fotografia é utilizando linhas guias, que levam ao
assunto. Estas linhas podem ser uma estrada, uma escadaria, uma arquitetura ou até um feixe de
luz. O importante é direcionar o olhar para o seu assunto. Estas linhas podem ser verticais, horizon-
tais, diagonais, espirais, circulos, quadrados, o que for capaz de guiar. Todas elas estão baseadas
no ponto de perspectiva da imagem, que a torna real devido às proporções. Veja nos exemplos à se-
guir algumas obras que utilizam esta técnica de composição.

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Naquela nossa foto do casamento, temos um exemplo de como funcionam as linhas guias. Veja na
imagem acima, as linhas do tapete nos guiam automaticamente para o assunto, fazendo todo o
resto da imagem ser a última coisa a ser observada nesta imagem. Na foto abaixo, você consegue
perceber a linha curva que, emsmo desfocada, leva ao pombo?

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Na imagem à esquerda, a linha do chão leva diretamente ao morador de rua que descansa aos pés
do monumento. À direnta, as linhas nos fazem correr os olhos de um poste ao outro, guiando nosso
olhar pela foto.

Positivo e Negativo (P&N, ou Positive and Negative)


Uma forma interessante de compor sua imagem é utilizar áreas de positivo e negativo, como por ex-
emplo, uma silhueta de uma pessoa em um fundo branco, ou de árvores contrastando com um pôr
do sol. Imagine o positivo como área branca, e o negativo como área escura. O interessante aqui é
contrastar, destacar a imagem. Em uma aula recente que eu assisti, o professor falava em um “rio
que flui entre os espaços da imagem”, facilitando a compreensão da mensagem da foto. Veja o ex-
emplo desta técnica de composição, e tente compreender o que estou falando.

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Nesta imagem, é possível perceber um grande espaço vazio ao lado esquerdo da foto. Este espaço
é o negativo, enquanto o espaço ocupado pela leoa é o positivo. Temos um contraste gigante de tex-
turas, fazendo desta imagem um exemplo claro de positivo e negativo na composição. Maior ainde é
o contraste na imagem abaixo, onde o céu está limpo, sem nuvens, formando o tal “rio qeu flui”.

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Na foto acima, é fácil perceber que o rio não está fluindo, devodo à um erro meu de composição,
äpertando”o poste de luz contra a igreja. Seria uma foto muito mais agradável se eu desse um
passo à esquerda, e fizesse o clique. Se eu soubesse sobre composição na época, talvez o teria
feito.

Foco Seletivo e Profundidade de Campo (Depth of


Field)
Outra forma bem interessante de guiar o olhar pela fotografia é utilizado a profundidade de campo a
seu favor. Como aprendemos antes, a abertura da lente está diretamente ligada a esta técnica, ofere-
cendo um foco seletivo em aberturas grandes. Veja este exemplo abaixo, utilizando uma abertura pe-
quena para apresentar o assunto e, em seguida, abrindo o diafragma para guiar seu olhar direta-
mente para o assunto em questão.

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Na imagem acima, é difídil dizer para onde você está olhando, ou qual o primeiro boneco que você
viu. Tudo está em foco, o olhar se perde entre as informações oferecidas. Já no exemplo abaixo, é
possível afirmar que você viu o Patolino primeiro, manteve o olho por algum tempo, até tentar identifi-
car quem eram os personagens no segundo plano. Isto porque o foco seletivo direcionou o seu olho
para o assunto da foto.

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O FINAL
DICAS FINAIS

Espero que este guia tenha te dado algumas in- 5 - Conheça seu equipamento. Em diversas
formações importantes para que possa evoluir o situações, você se pegará desprevinido, terá
seu hobby ou trabalho. Na verdade, o impor- pouco tempo pra registrar um momento crítico.
tante é adquirir experiência, e aplicar os conheci- Neste caso, ou você está preparado, ou será
mentos na prática. Então a dica principal é a se- uma lembrança na sua mente. Os limites do seu
guinte: equipamento devem ser bem explorados por
você.
1 - Saia e vá fotografar. Se o tempo está
nublado, coloque uma musica no ouvido e vá
brincar com sua câmera na rua. Se está
Enfim, ficamos por aqui neste breve ensina-
chovendo, lembre que os reflexos das luzes à
mento sobre o básico da fotografia, o funda-
noite deixam a imagem linda. Acorde cedo, an-
mento. Espero que possamos desenvolver e evo-
tes do sol nascer, e se apaixone pela luz mágica
luir cada vez mais, que possamos nos apaixonar
que o nascer e o pôr do sol nos oferecem. Mas o
cada dia mais por esta arte, esta forma de ex-
importante é você praticar.
pressão, este estilo de vida. Um viva a todos nós
2 - Conheça as regras, lembre bem delas, mas que respiramos fotografia, nos comunicamos por
nunca deixe de desenvolver o seu estilo, nunca imagens, e as palavras se tornam meras
deixe estas regras impedirem a sua criatividade. traduções sem sentido. Até mais!
O que vale é você ser único, ter resultados que
te agradam, se sentir feliz.

3 - Pesquise referências, conheça seus artistas


preferidos, veja além da foto, entenda a
mensagem, busque a alma que o retrato possui.
A fotografia é muito mais que cores e tons im-
pressos em um papel, e os fotógrafos se utilizam
desta linguagem para “conversar e se enten-
derem, universalmente”. Aprenda esta língua.

4 - Busque as fotos WOW, as fotos que têm im-


pacto, positivo ou negativo. Imagens que desta-
cam não são as que possuem mais qualidade,
mas a que apresentam a melhor mensagem.

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