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Análise Económico-Financeira

ARMANDO CUNHA, S.A.

Outubro, 2018
Faculdade de Economia da Universidade do Porto Ano letivo 2018/2019

Índice

Introdução ......................................................................................................................... 2

Contextualização da empresa ........................................................................................... 3

Enquadramento macroeconómico .................................................................................... 3

Análise Económico-Financeira......................................................................................... 4

Rentabilidade ................................................................................................................ 4

Análise Dupont Elaborada ........................................................................................ 5

Risco ............................................................................................................................. 6

Estrutura Financeira ...................................................................................................... 8

Liquidez ...................................................................................................................... 10

Mapas dos Fluxos Financeiros .................................................................................... 13

Conclusão ....................................................................................................................... 15

Bibliografia ..................................................................................................................... 16

Mercados Financeiros 1
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Introdução

Tomar a decisão de investir num determinado negócio é um processo complexo


que requer uma análise detalhada. Para tomar decisões de investimento, o investidor
deve conhecer e analisar algumas informações relativas aos dados das empresas, que lhe
permitam inferir sobre a viabilidade de um possível investimento, tendo em conta, por
exemplo, a rentabilidade ou o endividamento da empresa em causa.
A informação extraída do Balanço e da Demonstração de Resultados permite ter
uma visão mais abrangente da situação real da empresa, no entanto a análise por si só
pode ser insuficiente, uma vez que as informações proporcionadas são limitadas, pelo
que deve ser interpretada sempre em conjunto com os restantes documentos de
prestação de contas.
Neste sentido, o objetivo do presente trabalho é fazer uma análise económico-
financeira de uma empresa, para poder dar conhecimento aos acionistas e terceiros com
os quais a empresa se relaciona, de alguns aspetos que consideramos mais relevantes e
que estão relacionados com a atividade desenvolvida pela ARMANDO CUNHA, S.A.
no período findo de 2016.

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Contextualização da empresa

A ARMANDO CUNHA, S.A. é uma empresa que se dedica à Construção e


Obras Públicas e foi fundada em Dezembro de 1957. No início, o foco da sua atividade
era a construção e manutenção de infraestruturas viárias, nomeadamente no âmbito dos
municípios da grande Lisboa. Hoje em dia, as áreas de negócio desta empresa incluem
águas e saneamento, construção civil, ferrovias, parques urbanos, rodovias e
urbanizações. A ARMANDO CUNHA, S.A. trabalha nestas áreas em diversas
geografias desde Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial até São Tomé e
Príncipe.

Enquadramento macroeconómico

A nível macroeconómico e de acordo com a generalidade dos analistas, em 2016


registou-se um crescimento económico moderado, ligeiramente abaixo das projeções
previamente efetuadas e do crescimento registado no período homólogo. O clima de
incerteza vivido na altura, marcado pela eleição da Administração Trump e pela
agressiva política externa da Federação Russa, é reforçado pela desaceleração das
economias emergentes. O continente europeu é particularmente marcado pelo impacto
social, político e económico decorrente da crise dos refugiados do médio oriente e por
eventos causadores de agitação política internacional, como é o caso do Brexit.
Relativamente a Portugal, as ligeiras melhorias da condição macroeconómica
portuguesa fazem sentir-se nomeadamente na redução da taxa de desemprego e no
crescimento positivo do PIB, representando um decréscimo de apenas 0,1% face a 2015.
Esta evolução foi determinada pelo contributo menos positivo da procura interna
comparativamente com o verificado no ano anterior, refletindo em grande medida uma
desaceleração do Investimento e, em menor grau, um ligeiro abrandamento do Consumo
Privado. Segundo a empresa, os resultados obtidos refletem o aumento da
competitividade e a maior concentração dos operadores.

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Análise Económico-Financeira

Uma análise económico-financeira pode ser feita devido a necessidades internas,


sendo úteis para a tomada de decisões relacionadas com a gestão, ou necessidades
externas, importantes para a apresentação da empresa a bancos, fundos de investimento
ou até acionistas. Numa análise económica estuda-se a rentabilidade e indicadores de
funcionamento e de produtividade. No entanto, as ações que são desencadeadas numa
área não têm efeitos isolados, pelo que é também necessário uma análise financeira,
medindo a viabilidade e capacidade de uma empresa gerar lucro. Uma empresa até pode
ter um bom património e obter lucros, mas ainda assim ter dificuldades em pagar
dívidas de curto prazo, por exemplo. Por estas razões, estas duas análises, apesar de
diferentes, completam-se.

Rentabilidade

Numa perspetiva empresarial, a rentabilidade traduz-se na capacidade de gerar


resultados. Uma empresa mais rentável é mais atrativa e tem maior capacidade de
autofinanciamento.
Analisando os rácios de rentabilidade da ARMANDO CUNHA, S.A., sendo esta
comercial, o resultado líquido corresponde a, aproximadamente, 3% das vendas, ou seja,
por cada euro de vendas, a empresa consegue gerar 3 cêntimos de lucro.
Por outro lado, a empresa obtém 1,5 cêntimos de retorno líquido face a cada
euro de investimento em ativos, seja este financiado através de capitais próprios ou
capitais alheios. A análise deste rácio deve considerar o funcionamento da empresa, se
requer maior ou menor intensidade de ativos. Um dos setores desta empresa é a
construção civil, ou seja, necessita de uma infraestrutura física muito superior, por
exemplo, à de uma empresa de recrutamento e seleção. Assim sendo, já seria de esperar
que a empresa em análise apresentasse um baixo nível de capacidade para rentabilizar o
investimento.
Se, em vez do resultado líquido, considerarmos o resultado antes de impostos e
gastos de financiamento, a rentabilidade do ativo (Earning Power) aumenta em 0,8
cêntimos. Conclui-se assim que, por cada euro de ativo a empresa gera 2,3 cêntimos,
dos quais 0,8 são usados para cobrir impostos e gastos de financiamento.

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Relativamente ao capital próprio, por cada euro investido pelos acionistas na


empresa, são gerados 3,7 cêntimos de lucro. Este valor será decisivo para possíveis
investidores na empresa, visto que valores elevados de rentabilidade de capitais próprios
são sinónimo de crescimento económico e valor acrescentado. No entanto, face ao ano
anterior há um decréscimo, apesar de não muito significativo.

0,045
0,04
0,035

0,03
RV
0,025
ROA
0,02
ROE
0,015

0,01
0,005
0
2014 2015 2016

Gráfico 1: Rentabilidade das Vendas (RV), do Ativo (ROA) e do Capital Próprio (ROE)

Análise Dupont Elaborada

A rentabilidade dos capitais próprios pode ainda ser estudada através da Análise
Dupont Simples ou Elaborada. Neste trabalho utilizaremos a elaborada para podermos
retirar mais informação acerca da empresa. Nesta análise, distinguem-se 3 áreas:
operacional, financeira e fiscal.
Na área operacional, verifica-se que o resultado antes de impostos e gastos de
financiamento (EBIT) corresponde a 4% das vendas. No entanto, o seu valor final foi de
apenas 2,34% devido à rotação do ativo apresentar um valor de 0,59 (o volume de
vendas foi relativamente alto considerando os ativos disponibilizados).
Na área financeira, apesar de o Equity Multiplier ser de 2,54 (a empresa foi
capaz de realizar investimentos 2,54 vezes superiores ao seu capital próprio,
demonstrando um elevado endividamento e elevada rentabilidade dos acionistas), o
rácio entre o resultado antes de impostos (RAI) e o resultado antes de impostos e gastos
de financiamento (EBIT) foi de 0,68, o que levou a que esta área apresentasse um valor

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global de 1,72. Sendo este valor superior a 1, significa que a alavancagem financeira da
empresa contribui positivamente para a rentabilidade dos capitais próprios.
Na área fiscal, o resultado líquido representou 92,59% do resultado antes de
impostos, o que se traduz numa tributação de apenas 7%, aproximadamente.

Risco

Como regra geral, quanto maior o risco associado a um investimento, maior será
o retorno que podemos conseguir dele. O mesmo se aplica às empresas, ou seja, em
conjunto com a rentabilidade devemos analisar o seu risco e tentar encontrar um
equilíbrio entre ambos.
Neste sentido, uma empresa deve identificar o seu ponto crítico, ou seja, o valor
mínimo de vendas para que não incorra em prejuízos, sendo neste caso um valor de
15.365.718,85€.
Comparando o ponto crítico em 2016 com o valor das vendas efetivamente
obtido, conseguimos perceber que a empresa dispõe de uma margem de segurança de
9,68%, isto é, a empresa só entrará em prejuízo caso as suas vendas caiam em mais do
que esta percentagem.

35 000 000,00

30 000 000,00

25 000 000,00

20 000 000,00
Ponto crítico
15 000 000,00

10 000 000,00

5 000 000,00

0,00
2014 2015 2016

Gráfico 2: Ponto crítico (V*)

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10,00%
9,00%
8,00%
7,00%
6,00% Margem de
5,00% Segurança
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
2014 2015 2016

Gráfico 3: Margem de Segurança (MS)

É interessante, no âmbito de uma análise temporal, verificar que em 2014 a


margem de segurança da empresa era mais baixa, pois apesar de as vendas terem vindo
a diminuir, a variação verificada no ponto crítico (desceu, ou seja, a empresa não
precisa vender tanto para que não incorra em prejuízos) levou a que a margem de
segurança visese a aumentar ao longo dos três anos em questão.
O cálculo do ponto crítico permite-nos ainda concluir que a empresa obtém 41
cêntimos de lucro por cada euro de vendas (a margem de contribuição corresponde a
41% das vendas).
Para medir o impacto dos custos fixos no resultado operacional, calculamos o
Grau de Alavancagem Operacional da empresa, sendo que quanto maiores forem os
custos fixos, maior será este rácio e maior será o risco operacional. Neste caso,
concluiu-se que uma variação de 1% nas vendas tem um impacto de 10,33% no
resultado operacional.

20,00

15,00

10,00 GAO

5,00

-
2014 2015 2016

Gráfico 4: Grau de Alavancagem Operacional (GAO)

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Por outro lado, pode medir-se o impacto dos encargos financeiros no resultado
operacional, calculando o Grau de Alavancagem Financeira, sendo que este será tanto
maior quanto mais elevado for o valor desses encargos. Como esta empresa se encontra
endividada, e portanto suporta juros de financiamento, este rácio é superior a 1 (1,48).

4,50
4,00
3,50
3,00
2,50
GAF
2,00
1,50
1,00
0,50
-
2014 2015 2016

Gráfico 5: Grau de Alavancagem Financeira (GAF)

Comparando o ano de 2014 com os dois anos seguintes, podemos constatar uma
descida drástica do risco financeiro, justificada por diminuições dos juros suportados.
Relativamente à gestão do risco, a administração da ARMANDO CUNHA, S.A.
procura controlar as incertezas e ameaças dos seus negócios, garantindo que as suas
decisões assentam em regras de prudência, apenas assumindo obrigações que não gerem
riscos impossíveis de ser suportados.

Estrutura Financeira

A estrutura financeira esclarece a importância das fontes de financiamento e da


forma como estas são aplicadas e em que recursos. Para analisar as condições
financeiras da empresa, é necessário estudar a estrutura financeira, através do cálculo
dos rácios de autonomia financeira e de solvabilidade e da Regra do Equilíbrio
Financeiro Mínimo.

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Relativamente à autonomia financeira desta empresa, cerca de 39,4% dos ativos


são financiados com capital próprio, quer isto dizer que, por cada euro de ativo, 39,4
cêntimos foram colocados pelos acionistas e os restantes 60,6 cêntimos surgiram através
de capitais alheios. Conseguimos então perceber que o peso dos capitais alheios no
financiamento do ativo é relativamente alto em comparação com o peso dos capitais
próprios.

0,400
0,350
0,300
0,250
0,200 Autonomia Financeira
0,150
0,100
0,050
-
2014 2015 2016

Gráfico 6: Autonomia Financeira

No entanto, tendo em conta os valores deste rácio no período entre 2014 e 2016,
verifica-se que este tem vindo a aumentar, ou seja, os ativos são financiados cada vez
mais com capitais próprios.
Quanto à solvabilidade, conclui-se que 64,9% do passivo é coberto por capital
próprio, assim, a empresa apresenta um certo nível de endividamento (o capital alheio
corresponde a 1,5 vezes o capital próprio).

0,700
0,600
0,500
0,400
Solvabilidade
0,300
0,200
0,100
-
2014 2015 2016

Gráfico 7: Solvabilidade

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Comparando o valor destes dois rácios em 2016, com os valores obtidos nos 2
anos anteriores, observa-se um aumento da solvabilidade e da autonomia financeira,
resultante de aumentos do capital próprio e diminuições no valor do passivo.
É ainda importante referir que a empresa cumpre a Regra do Equilíbrio
Financeiro Mínimo, uma vez que o seu ativo não corrente é inferior à soma dos capitais
próprios com o passivo não corrente, o que significa que os capitais utilizados para o
financiamento dos ativos têm elevada maturidade.
Com a junção das interpretações da autonomia financeira, solvabilidade e Regra
do Equilíbrio Financeiro Mínimo, podemos constatar que a empresa possui uma boa
estrutura financeira.

Liquidez

A liquidez é definida como a capacidade de a empresa cumprir os seus


compromissos financeiros de curto prazo, à medida que estes se vão vencendo.
Através do valor do rácio de liquidez geral, conclui-se que o ativo corrente é
1,92 vezes o passivo corrente, ou seja, a empresa possui 1,92€ para cobrir cada euro que
tenha de dívida. Sendo este valor superior a 1, a empresa possui uma situação financeira
estável a curto prazo.
Mesmo não considerando os inventários, os ativos correntes superam os
passivos correntes da empresa em 90 cêntimos por cada euro de dívida (rácio de
liquidez reduzida). O facto de o resultado deste rácio ser superior a 1 significa que a
empresa continua a ter capacidade de pagar as suas dívidas de curto prazo utilizando
apenas agora o seu valor em caixa, depósitos bancários e dívidas a receber de clientes.
Devido ao ativo das empresas ser constituído maioritariamente por meios com
menor liquidez, a empresa apresenta um rácio de liquidez imediata muito reduzido, de
apenas 0,12, ou seja, possui apenas 12 cêntimos por cada euro que tenha que pagar. Por
este valor ser menor que 1, constata-se que a empresa, dispondo apenas das suas
disponibilidades monetárias imediatas (caixa e depósitos bancários), não seria capaz de
cumprir os seus compromissos de curto prazo, o que é natural, pois normalmente as
empresas reinvestem os seus “excessos” de tesouraria em ativos financeiros a prazo ou
aproveitam para reduzir o seu passivo.

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2
1,8
1,6
1,4
1,2 RLG
1 RLR
0,8 RLI
0,6
0,4
0,2
0
2014 2015 2016

Gráfico 8: Rácios de Liquidez Geral (RLG), Liquidez Reduzida (RLR) e de Liquidez Imediata (RLI)

Para melhor analisar a situação financeira da empresa, devemos complementar


estes rácios de liquidez com indicadores de atividade.
Neste sentido, apura-se que o tempo médio de pagamentos é superior em,
aproximadamente, dois meses ao tempo médio de recebimentos. Normalmente, é isto
que as empresas desejam, receber o quanto antes e pagar o mais tarde possível.
Considerando esta informação, e sendo o rácio de liquidez geral superior a 1, a
empresa usufrui de algum “conforto” de tesouraria, podendo rentabilizar as suas
disponibilidades financeiras.

180
160
140
120
100 TMR
80 TMP
60
40
20
0
2014 2015 2016

Gráfico 9: Tempo Médio de Recebimentos (TMR), Tempo Médio de Pagamentos (TMP)

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Para que as empresas tenham capacidade de gerar liquidez e consigam enfrentar


possíveis atrasos nos recebimentos dos clientes ou outros imprevistos, necessitam de
uma “almofada” financeira, conhecida como fundo de maneio.

18000000
16000000
14000000
12000000
10000000 FM
8000000 Necessidade FM
6000000
4000000
2000000
0
2014 2015 2016

Gráfico 10: Fundo de Maneio (FM) e Necessidade de Fundo de Maneio

Confrontando o rácio do fundo de maneio com a sua necessidade no ano de


2014, a empresa apresentava um valor de 67% face à sua necessidade, ou seja, inferior.
No entanto, em 2015 e 2016 o seu fundo de maneio passou a ser superior à sua
necessidade. Esta situação, pouco comum, ocorreu devido às contas dos clientes
diminuírem bastante no período em causa (recebimentos dos clientes passaram para a
conta “caixa e depósitos bancários”).
Mesmo que a empresa apresentasse um fundo de maneio inferior à sua
necessidade neste ano, isso não significava que esta tinha problemas graves de liquidez
no curto prazo, tendo em conta os valores positivos obtidos pelos rácios anteriores.
De qualquer forma, caso a empresa pretenda aumentar o fundo de maneiro, pode
fazê-lo, nomeadamente, através de financiamento de médio-longo prazo (aumentando o
seu ativo corrente e o seu passivo não corrente), de transformação de dívidas correntes
em não correntes (saldando mais cedo as dívidas dos fornecedores ou cobrando mais
tarde as dívidas a clientes) ou do aumento do capital próprio (contraindo empréstimos
aos sócios).

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Mapas dos Fluxos Financeiros

Valor Acrescentado Bruto

Ótica da produção

Produção 17.013.174,33

Outros rendimentos e ganhos 1.155.081,08

18.168.255,41

Custo das mercadorias vendidas e matéria consumidas 3.459.338,38

Fornecimentos e serviços externos 8.718.104,89

Outros gastos e perdas 239.018,45

12.416.461,72

VAB 5.751.793,69

A Ótica da Produção exprime a riqueza criada pela empresa ao longo de um


período através da sua atividade produtiva. Partindo de 18.168.255,41 euros de
proveitos e após dedução dos gastos intermédios (12.416.461,72 euros), chegamos a um
valor acrescentado bruto de 5.751.793,69€. Os gastos ou consumos intermédios
correspondem àquilo que se extingue com o processo de produção e, portanto, não
devem ser confundidos com algo que perdura para além da criação de uma unidade do
produto.

Fluxos de tesouraria

Origens

Resultados operacionais (+) 679.316,15

Gastos/reversões depreciação e amortização (+) 592.169,80

Variação de imparidades/ Provisões (+) 242 938,72

Variação de contas a receber (-) -718.392,41

Variação de contas a pagar (+) -822.432,71

Variação de inventários (-) 0

Fluxo operacional de tesouraria 1.410.402,37

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Imposto sobre o rendimento (-) 34.098,16

Fluxo corrente de tesouraria 1.376.304,21

Juros e gastos similares líquidos (-) 219.386,98

Fluxo gerado de tesouraria 1.156.917,23

Variação de financiamentos correntes (+) -48.665,00

Variação de financiamentos não correntes (+) -484.725,76

Aumento de capital por entrada de dinheiro (+) 0,00

Fluxo líquido de tesouraria 623.526,47

O mapa de fluxos de tesouraria permite verificar o modo como a empresa obtém


os meios para investimento, distribuição de resultados e reforço das reservas financeiras
de segurança. Podemos verificar que, partindo do resultado operacional, para obter o
fluxo operacional de tesouraria temos de adicionar gastos que não correspondem a
saídas de dinheiro da empresa e deduzir as aplicações em necessidades em fundo de
maneio. A empresa tem de pagar impostos e os encargos de dívida, resultando no final
um fluxo gerado de tesouraria, que mede um cash flow gerado internamente, de
1.156.917,23 euros, obtendo um fluxo líquido de tesouraria de 623.526,47 euros.

Fluxos de Tesouraria

Aplicações

Investimento em ativos não correntes (+) 0,00

Distribuição de resultados (+) 493.889,79

Aumento de meios financeiros líquidos (+) 0,00

Fluxo líquido de tesouraria

O fluxo líquido de tesouraria pode ser calculado através das suas origens ou de
como foi aplicado e em ambos é, naturalmente, igual. No entanto, por falta de
informação estes valores não coincidem no nosso trabalho.

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Conclusão

A análise económico-financeira da ARMANDO CUNHA, S.A. efetuada


anteriormente permite-nos apresentar um conjunto de aspetos que aparentam ser os mais
relevantes e com maior pertinência para a análise em causa.

De forma geral e a nível económico, tomando como base o ano de 2016, esta
empresa consegue resultados melhores face aos 2 anos precedentes. No curto prazo, é
possível afirmar que a ARMANDO CUNHA, S.A. se encontra numa situação favorável
de equilíbrio financeiro, apresentando uma margem de segurança e uma diferença
favorável na conjugação dos valores obtidos para o fundo de maneio e necessidade de
fundo de maneio.
No que diz respeito ao médio e longo prazo, verifica-se que a empresa ao longo
dos 3 anos observados foi recorrendo cada vez menos a capitais alheios para conseguir
financiar os seus ativos, sendo que esta tendência é mais sentida em 2016.
Tendo em conta tudo isto, a ARMANDO CUNHA, S.A. encontra-se em
equilíbrio financeiro e possui capacidade para fazer face às suas dívidas.
Em forma de conclusão, a realização deste trabalho veio complementar alguns
dos temas de aprendizagem abordados no âmbito da disciplina de Mercados
Financeiros, permitindo assim colocar em prática alguns dos conhecimentos adquiridos.
A análise económico-financeira da ARMANDO CUNHA, S.A. através do cálculo dos
principais rácios financeiros proporcionou-nos a oportunidade de interpretar os valores
reais encontrados para uma empresa que lida com as condições de mercado atuais, as
quais afetam a sua atividade, direta ou indiretamente, cumprindo, assim, o objetivo do
nosso trabalho.

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Bibliografia

ARMANDO CUNHA, S.A (2016), Relatório & Contas 2015. Disponível em:
http://www.armandocunha.pt/wp-
content/uploads/2017/07/AC_RELATORIO_E_CONTAS_2015.pdf. Acedido em: 02-
10-208.

ARMANDO CUNHA, S.A (2017), Relatório & Contas 2016. Disponível em:
http://www.armandocunha.pt/wp-content/uploads/2017/08/ArmandoCunha-relatorio-
2016.compressed.pdf. Acedido em: 02-10-208.

ARMANDO CUNHA, S.A (2018). Disponível em:


http://www.armandocunha.pt/. Acedido em 02-10-208.

Nogueira, Nuno (2009), Rácios de liquidez. Disponível em: https://www.portal-


gestao.com/artigos/2293-r%C3%A1cios-de-liquidez.html. Acedido em 04-10-2018.

Nogueira, Nuno (2014), Modelo de rentabilidade operacional. Disponível em:


https://www.portal-gestao.com/artigos/7355-modelo-de-rentabilidade-operacional.html.
Acedido em 02-10-2018.

Marques, Cristina (2009), “Análise Económico – Financeira de uma empresa”,


2º Ciclo- Mestrado em Gestão, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Mercados Financeiros 16

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